HÁ PRECISAMENTE CEM ANOS, AO INÍCIO DA NOITE, O
BENFICA ESTREAVA A EQUIPA DE HÓQUEI EM PATINS.
NOTA INICIAL: Gostaria de colocar mais digitalizações e fotografias, mas mesmo com "apenas estas" já sei que vou "levar raspanete" do Master Groove que terá toda a razão dizendo: Isto é um blogue, não é um arquivo!
Foi ao final do segundo dia no "Campeonato de Patinagem"
patrocinado pelo Clube, no seu rinque da Sede, na avenida Gomes Pereira.
Primeiro jogo, primeira vitória, primeiros cinco golos. O adversário foi um dos
poucos clubes em portugal que jogava a modalidade.
Era complicado jogar Hóquei
em Patins
A necessidade de ter um recinto com piso regular e duro (em cimento) e
tabelas de madeira (introduzidas mais tarde) praticamente só para patinar dava um regime de exclusividade
(e de elitismo) à modalidade. Além disso jogava-se com sete hoquistas como no Hóquei
sobre o Gelo. Enquanto Rogério Futscher "comandou" a modalidade - era
o melhor hoquista do seu tempo - foi assim dizia-se pelo "modelo francês". Depois o SLB (Cosme Damião)
conseguiu impor o "modelo inglês" que era o verdadeiro (porque criado
para jogar em patins) com cinco hoquistas.
Notícia baseada numa entrevista e documentos (meados dos anos 30) de Rogério Futscher que está enganado no resultado pois não há dúvida que foi 5-0 e não 6-0 |
O "Campeonato
de Patinagem" foi um sucesso absoluto
Por isso teve continuidade nos três anos seguintes. Esta primeira
edição foi amplamente noticiada na Imprensa da época. Como foi o primeiro não está "numerado" mas podemos designá-lo por "I Campeonato de Patinagem".
A dificuldade em reconstituir o passado. O repórter do Diário de Notícias enganou-se ou o linotipista da tipografia onde foi impresso...errou. O resultado foi de 5-0 e não 4-0 |
Uma Taça e muito mais
O "Glorioso" venceu o primeiro jogo e foi depois vencer
o mesmo adversário no "seu festival" em Carcavelos. Em relação ao
jogo disputado há, precisamente cem anos, o Benfica ficou na posse do troféu -
temporariamente (clicar para o texto de ontem onde está a digitalização de um jornal) onde
se escreve acerca disso, como se repete em baixo - que depois se tornou
definitivo pois venceu as edições nos anos seguintes. O troféu faz parte do
espólio do Clube.
Idiossincrasias hoquistas
Como já foi referido várias vezes neste blogue - desde 2016 - o Benfica ao herdar a secção de Hóquei em Patins do "Desportos de Benfica" herdou...tudo, incluindo jogar "à padeiro" (todos de branco e com calças). Quando houve a "primeira cisão" (a segunda foi em 1933) Rogério Futscher e companhia levaram o branco com eles para o HC Portugal e o Benfica envergou pela primeira vez, em 1921, o "Manto Sagrado" embora continuasse a tradição (e protegia as pernas do cimento) das calças. Mais tarde (em 1923, mas pode ter sido antes) eis o "verdadeiro equipamento à Benfica" já com calções e de joelheiras (acabando com as calças).
Como já foi referido várias vezes neste blogue - desde 2016 - o Benfica ao herdar a secção de Hóquei em Patins do "Desportos de Benfica" herdou...tudo, incluindo jogar "à padeiro" (todos de branco e com calças). Quando houve a "primeira cisão" (a segunda foi em 1933) Rogério Futscher e companhia levaram o branco com eles para o HC Portugal e o Benfica envergou pela primeira vez, em 1921, o "Manto Sagrado" embora continuasse a tradição (e protegia as pernas do cimento) das calças. Mais tarde (em 1923, mas pode ter sido antes) eis o "verdadeiro equipamento à Benfica" já com calções e de joelheiras (acabando com as calças).
1921: Um jogo entre os padeiros (HCP) e o "Glorioso" |
1923: As equipas no início de um jogo, no rinque da Sede, entre os padeiros (HCP) já com as listas verde-e-vermelhas (de Portugal) e o "Glorioso" sem calças e com joelheiras. Uma questão de bom gosto |
Seccionistas
Há algum tempo que pretendo para escrever acerca deles, ou melhor, da sua importância na Gloriosa História: Os seccionistas do Benfica. Esta organização desportiva criada por Cosme Damião, então capitão-geral, para delegar responsabilidades e procedimentos administrativos em cada modalidade com ele mais focado no Futebol, foi a grande responsável pelo facto do Benfica praticar as modalidades de um modo ininterrupto. Apenas deixou "cair" o Hóquei em Campo, em 1996, por um pretexto bizarro (e o Benfica foi quem estreou com competição oficial, em 1923, a modalidade em Portugal) pois o Ciclismo e a Natação têm contextos de continuidade complexos. Se o Benfica tem as modalidades ininterruptas isso deve-se aos seccionistas de cada modalidade (até aos anos 70) serem antigos praticantes que aguentavam a modalidade nos períodos de maiores dificuldades em cada uma delas, sempre à procura de soluções em vez de desistir para não perder, sistematicamente, jogos e competições. Como antigos praticantes - alguns dos seccionistas sem terem sido grandes atletas - mas eram persistentes e com Benfiquismo QB para na respectiva Secção olhar para trás e não desistir, sempre baseado no Ideal «Honrar Agora os Ases Que nos Honraram o Passado». Havendo modalidades podemos falar delas, em 2017 como aquando da sua estreia e anos/épocas seguintes. Não havendo (veja-se o Hóquei em Campo) ficaram para trás as enormes dedicações a esta modalidade de grandes figuras do Benfiquismo que transportaram a Chama Imensa no Hóquei em Campo, entre 1923 e 1996, ou seja, durante 74 (setenta e quatro) temporadas deitadas "fora". Modalidade extinta/suspensa é modalidade esquecida. Até nas existentes é difícil, no Benfica, falar-se do passado delas! Como o texto de hoje é acerca do Hóquei em Patins homenageio os seccionistas de todas as modalidades e desde que estas existem a jogar com o "Manto Sagrado" dando três exemplos do que atrás referi. Referentes, por motivos óbvios, a antigos praticantes que depois foram seccionistas no Hóquei em Patins.
Há algum tempo que pretendo para escrever acerca deles, ou melhor, da sua importância na Gloriosa História: Os seccionistas do Benfica. Esta organização desportiva criada por Cosme Damião, então capitão-geral, para delegar responsabilidades e procedimentos administrativos em cada modalidade com ele mais focado no Futebol, foi a grande responsável pelo facto do Benfica praticar as modalidades de um modo ininterrupto. Apenas deixou "cair" o Hóquei em Campo, em 1996, por um pretexto bizarro (e o Benfica foi quem estreou com competição oficial, em 1923, a modalidade em Portugal) pois o Ciclismo e a Natação têm contextos de continuidade complexos. Se o Benfica tem as modalidades ininterruptas isso deve-se aos seccionistas de cada modalidade (até aos anos 70) serem antigos praticantes que aguentavam a modalidade nos períodos de maiores dificuldades em cada uma delas, sempre à procura de soluções em vez de desistir para não perder, sistematicamente, jogos e competições. Como antigos praticantes - alguns dos seccionistas sem terem sido grandes atletas - mas eram persistentes e com Benfiquismo QB para na respectiva Secção olhar para trás e não desistir, sempre baseado no Ideal «Honrar Agora os Ases Que nos Honraram o Passado». Havendo modalidades podemos falar delas, em 2017 como aquando da sua estreia e anos/épocas seguintes. Não havendo (veja-se o Hóquei em Campo) ficaram para trás as enormes dedicações a esta modalidade de grandes figuras do Benfiquismo que transportaram a Chama Imensa no Hóquei em Campo, entre 1923 e 1996, ou seja, durante 74 (setenta e quatro) temporadas deitadas "fora". Modalidade extinta/suspensa é modalidade esquecida. Até nas existentes é difícil, no Benfica, falar-se do passado delas! Como o texto de hoje é acerca do Hóquei em Patins homenageio os seccionistas de todas as modalidades e desde que estas existem a jogar com o "Manto Sagrado" dando três exemplos do que atrás referi. Referentes, por motivos óbvios, a antigos praticantes que depois foram seccionistas no Hóquei em Patins.
História do Sport Lisboa e Benfica 1904/1954; II Volume; página 119; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição em fascículos entre 1954 e 1956; Lisboa; edição dos autores |
Relatório e Contas da Gerência de 1942-43 e Parecer do Conselho Fiscal do sport Lisboa e Benfica; página 2; 26 de Agosto de 1943 |
História do Sport Lisboa e Benfica 1904/1954; II Volume; página 226; Mário de Oliveira e Rebelo da Silva; edição em fascículos entre 1954 e 1956; Lisboa; edição dos autores |
Relatório e Contas da Gerência de 1948 e Parecer do Conselho Fiscal do sport Lisboa e Benfica; página 5; 18 de Janeiro de 1949 |
Relatório e Contas da Gerência de 1954 e Parecer do Conselho Fiscal do sport Lisboa e Benfica; página 4; 2 de Março de 1955 |
Muito centenário acerca do Hóquei em Patins há para assinalar em
2018 e anos seguintes...
Alberto Miguéns
NOTAS FINAIS
1. Em 2017 ainda há quem, no jornalismo desportivo, confunda ringue com rinque!!!!!!
Pares Difíceis da Língua Portuguesa; página 141; Tavares, Sara Duarte e Sara de Almeida Leite; Editorial Planeta; Lisboa; Agosto de 2015 |
2. O modo como o Hóquei em Campo foi enxotado do Clube, após 74 épocas de existência ininterrupta, na gerência
de Manuel Damásio é um enxovalho na Gloriosa História. Por isso quando televejo
António Figueiredo (sabendo o que diziam e faziam no SLB) fico agoniado e mudo
de canal! Um dia destes escreverei acerca do Hóquei em Campo (1923 a 1996) no
Glorioso.
3. Não se compreende como estando estatutariamente instituídas as
distinções, há mais de uma década que não há associados distinguidos. De repente, o Benfica - clube de associados - deixou de ter associados dedicados e de
mérito. Repentinamente só os dirigentes eleitos e funcionários pagos - do Clube e da SAD e vice-versa - merecem ser
distinguidos. Por exemplo, o actual e dedicado seccionista do Basquetebol, José Tomaz há
muito que merece a "Águia de Prata». Quo Vadis, Benfica!