Os dois "futebóis" mais semelhantes na Europa são o português e o grego. Embora não iguais. Tal como não há dois futebolistas iguais, também não há dois clubes iguais e muito menos duas histórias de rivalidades entre clubes iguais.
O que têm de semelhante o futebol grego e o português.
1. Os clubes campeões são das duas maiores cidades: a capital (Lisboa/Atenas-Pireu) e a segunda cidade do País (Porto/Salónica);
2. Os clubes mais populares são os cinco clubes dessas duas cidades, embora em Lisboa o CF "Os Belenenses" vá desemparelhando do AEK FC;
3. Em Portugal sabe-se (mais ou menos) a popularidade dos clubes. Para quem não conhece a realidade grega, segundo um conhecido meu (Anestis Goutas) "conhecedor" do futebol na Grécia pelos últimos estudos, de 2014, a repartição das percentagens de popularidade dos "Cinco Grandes da Grécia" é a seguinte:
Olympiakós CFP...................... 25 % (2 152 211 pessoas)
Panathinaikós AO.................... 20 % (1 678 147 pessoas)
A.E.K. FC.................................. 08 % ( 765 355 pessoas)
PAOK FC.................................. 08 % ( 727 232 pessoas)
FC Aris...................................... 07 % ( 689 207 pessoas)
O que têm de diferente o futebol grego e o português.
1. Na Grécia por questões ideológicas - importância da esquerda anarquista e extrema-esquerda - há quem se recuse a pertencer ao "Mundo do Futebol" ou ser conotado com ele, com "clubes de ricos sustentados por pobres" e contribuir para criar milionários à conta de um povo pobre que vive desde há séculos em dificuldades. Cerca de 26 por cento da população o que é um número incompreensível para os portugueses em que ninguém liga a poder passar dificuldades para fazer milionários quem está ligado ao Futebol. Juntando as percentagens (26 + 68 dos Cinco Grandes) restam seis por cento para os outros milhares de clubes além dos "Cinco Grandes". Aqui não é muito diferente de Portugal...
2. O maior clube grego, do Pireu que até fica a uns 20 quilómetros do centro de Atenas (e a uns doze do limite sul da capital grega), "sofre" com isso pois tem praticamente metade dos valores do Benfica (como se pode ver neste estudo da UEFA em 2012) para uma população semelhante. A Grécia tem cerca de meio milhão a mais (clicar).
3. Os dois clubes de Atenas e o do Pireu não permitiram que os dois clubes de Salónica dominassem as estruturas do Futebol na Grécia, mesmo após a queda da Ditadura Militar em 1975. O que não ocorreu em Portugal em que os três clubes de Lisboa permitiram que os dois clubes do Porto corrompessem e adulterassem os resultados aproveitando-se da maior fragilidade das Democracias - a corrupção política e domínio dos vigaristas - alguns até são dirigentes de clubes - ligados à financeirização da economia com saque ao sistema bancário e grandes empresas ligadas ao sector público;
4. O futebol grego é actualmente o reflexo de uma evolução sem "Império Colonial" no século XX que obrigou a Grécia a só contar com os seus recursos demográficos (sem Angola e Moçambique como Portugal) e ao isolamento regional provocado pela "Guerra Fria" com um inimigo bélico de um lado (Turquia) e a "Cortina de Ferro" a norte (Jugoslávia e Bulgária);
5. Como país isolado, parte da população que odeia tudo o que gira em torno do Futebol e fracos recursos financeiros, os clubes gregos, mesmo o principal, nunca geraram futebolistas de topo a nível mundial, nem clubes com grande expressão (e palmarés europeu) como Portugal.
Mas as semelhanças a nível interno a quanto à popularidade e reflexo nas conquistas de títulos deixam pouca margem para dúvidas. O SL Benfica está condenado a conseguir o que o "Benfica da Grécia" consegue. Aliás é uma tendência na maior parte dos países europeus. Os recursos concentrarem-se num clube que depois domina as conquistas durante várias temporadas. O que pode alterar este desequilíbrio de forças é a administração dos clubes ser comprada por magnatas que pulverizam milhões de euros e libras por vários emblemas, como acontece na Inglaterra e em França. A Escócia está condenada ao Celtic FC, a Itália à Juventus FC e a Alemanha ao FC Bayern Munique, por exemplo. Vão "empanturrar-se" de campeonatos consecutivos nos próximos anos. A Espanha é excepção devido à questão política de necessidade de afirmação da Catalunha com os títulos a serem repartidos por dois emblemas. Nota: A Juventus FC "beneficiará" eternamente da Tragédia de Superga que afundou o Torino AC, ofererecendo-lhe toda a região de Turim (Piemonte), podendo tirar proveito da divisão de preferências em Roma (Lácio), mas principalmente em Milão (Lombardia). Que fica ali mesmo ao lado de Turim!
Carrega Benfica
Alberto Miguéns
NOTA: Obrigado Anestis Goutas (embora saiba que ele não vai perceber "patavina" do que aqui foi escrito)!
Anestis Goutas σας ευχαριστώ
NOTA (ÀS 10 horas): O facto de estar num local sem acesso à internet impossibilita a edição de qualquer comentário (se existirem) até às 21 horas de hoje). Obrigado.
O Benfica compara-se a uma Juve ou Bayern. Não a uma equipa de um país sem qualquer história no futebol. Não faltam é Olimpiakos em ligas do terceiro mundo.
ResponderEliminarCaro
EliminarA comparação é entre os campeonatos não é entre clubes. O domínio dos clubes nos respectivos campeonatos.
E alguma vez o Benfica tem o poderio da Juventus FC ou do FC Bayern Munique? Sou do Benfica mas não vivo nas nuvens. Então aos clubes alemães...Nem o Jorge Mendes se atreve a fazer "negócios" com eles. Tá bem tá!
Mas respeito todas as opiniões, claro...
TETRAsaudações Gloriosas
O Financial Fair-Play também dá muito jeito aos Bayerns e Juventus para eliminarem concorrência interna.
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