APROVEITAVAM-SE OS CAMPEONATOS DO MUNDO
PARA INTRODUZIR INOVAÇÕES NO FUTEBOL
Como todos sabemos o futebol é um desporto
"conservador". Joga-se praticamente em 2014 como ficou definido em 26
de Outubro de 1865 na famosa reunião de onze emblemas londrinos em Freemason’s Tavern e que foi tema neste
blogue (Era uma vez o... Futebol) em 26 de Outubro de 2013. Ao contrário do
passado, há inovações que não passam dos Mundiais para o futebol jogado fora
dele.
IFAB e FIFA
A entidade que tem responsabilidade sobre as 17 Leis do Jogo
é o IFAB ou International Board (misto de elementos das quatro federações britânicas e
da FIFA), uma espécie de Conselho das Leis do Jogo, mas quem tem responsabilidade sobre os regulamentos das competições é
a FIFA (Federação Internacional de Futebol Association). As leis do futebol não
são alteradas significativamente desde 1925, quando o fora-de-jogo passou da
necessidade de ter, entre o futebolista que vai receber a bola e a baliza
contrária, de três para dois futebolistas do adversário. Depois de 1925 tem
havido pequenos ajustes em que o mais significativo é a punição do guarda-redes
segurar a bola depois de uma passagem, com os pés, do esférico ao guarda-redes
da mesma equipa.
As grandes mudanças nos regulamentos
ocorreram nas fases finais dos Mundiais
A primeira grande mudança até foi num campeonato europeu, em
1968, com a fase final em Itália, quando passaram a ser autorizadas duas
substituições de jogadores. Até aí estavam interditas as substituições, até de
guarda-redes, apesar de existirem competições onde tal era possível: Taça
Latina e alguns campeonatos nacionais, como o português. Mas nas competições da
UEFA não era permitido. O SLB bem sofreu, na final de 1965, com a lesão de
Costa Pereira, tendo Germano (defesa-central) de ocupar o lugar do nosso
guarda-redes bicampeão europeu.
Mundial de 1970 e de 1994
A primeira vez que foram usados cartões amarelos e vermelhos
foi no México (fase final do Mundial de 1970) que substituíram as admoestações
verbais e ordens de abandono do terreno de jogo, se bem que estas tenham
continuado a existir...
A primeira vez que foram usados nomes e números fixos nas
camisolas foi nos EUA (fase final do Mundial de 1994) aproveitando o facto do
seu uso ser obrigatório em todos os desportos praticados nesse país. Penso que
foi, também neste Mundial, mas não tenho a certeza absoluta disso, que foi
autorizada mais uma substituição (a terceira) desde que fosse o guarda-redes.
Em 1995 passou a ser possível substituir três jogadores, sejam eles quais
forem.
Custa-me a aceitar a exclusividade dos
Mundiais
Há neste mundial três inovações (uma nem tanto) que deviam
ser aplicadas já na próxima temporada de 2014/15. Se bem que uma seja difícil,
pelos custos e impossibilidade de a tornar "universal" (em todo e
qualquer jogo de futebol de onze!)
Suplentes
Há pelo menos dois Mundiais (2010 e 2014) que o número de
suplentes são doze (10 + 2 guarda-redes). Se é assim, por que não é possível nas
outras competições oficiais permitir o mesmo. Não faz sentido ser possível nas
fases finais e não permitir a universalidade desta norma quando faz todo o
sentido. Com uma exigência cada vez maior - fisicamente e em número de jogos -
permitir ao treinador convocar para qualquer jogo 23 jogadores (20 + 3
guarda-redes) devia ser a norma e não a excepção. Envolvia mais os jogadores de
plantéis que têm de ser numerosos, face aos 70 jogos por época, e dava ao
treinador possibilidades acrescidas de melhores escolhas, motivação e rotação.
Não há qualquer razão para que tal não aconteça até porque é frequente, apesar
de apenas 18 serem utilizados (11 + 7 suplentes) os treinadores convocarem à
volta de 20, incluindo três guarda-redes não vá um deles lesionar-se antes do
jogo se iniciar!
Espuma
As latas de espuma para marcar, num pontapé-livre directo, a
posição da bola e da barreira é uma óptima ideia, quer impedindo o futebolista
de ser ele a escolher o local da infracção, quer as barreiras encurtarem os 9,
15 metros (10 jardas) que a separam da bola. Não deve ser por a espuma ser cara
que tal medida não pode ser implementada. E a FIFA não deslustra por considerar
que os brasileiros também têm boas ideias.
Validação electrónica do golo
É excelente se bem que já vi imagens (por exemplo o golo da
selecção costa-riquenha à italiana) em que não era necessário os meios
electrónicos, chegavam as imagens televisivas, se bem que para o(s) árbitro(s)
talvez fosse.
E porque não?
Protecção aos guarda-redes
Em minha opinião um guarda-redes deve poder ser sempre
substituído, mesmo que já tenham sido esgotadas todas as substituições. Não faz
sentido obrigar os treinadores a terem receio de esgotar as substituições por
temerem a incapacidade física do guarda-redes, nem sujeitar uma equipa a jogar
com um guarda-redes improvisado. É um lugar demasiado específico - na essência
o guarda-redes nem é um futebolista - para estar englobado no limite das
substituições. Nem faz sentido enfraquecer os futebolistas (jogadores de campo)
por incapacidade do guarda-redes. Não se percebe. O guarda-redes não tem
mobilidade dentro de campo que justifique estar condicionado pela regra das
substituições. A equipa apenas devia ficar privada de guarda-redes se este
fosse expulso e já não fosse possível substituir um jogador de campo pelo
guarda-redes suplente.
Limite às substituições para limitar o
anti-jogo
A alteração de duas para três substituições permitidas não
trouxe benefícios significativos ao jogo mas o contrário já não o afirmo. A
terceira substituição é geralmente para "queimar" tempo, muitas vezes
nos cinco minutos finais ou mesmo no tempo de compensação às paragens do jogo
em 90 minutos. Serve o propósito do anti-jogo. Devia existir a possibilidade de
fazer três substituições, mas limitadas. Ou seja, a primeira tinha de ser feita
na primeira parte ou ao intervalo, de tipo três = uma + duas. Se a equipa
iniciasse a segunda parte com os jogadores titulares que o tinham iniciado
(onze ou os que fossem, podendo ter havido expulsão ou expulsões) já só deviam
poder fazer duas substituições. Salvaguardando sempre a do guarda-redes que
como atrás referi nem devia estar englobada no limite das alterações aos
jogadores de campo. Há jogos em que são efectuadas seis trocas de jogadores - três para cada equipa - nos segundos 45 minutos. É muito tempo desperdiçado...
Ainda sou do tempo em que a realização
dos Mundiais não era apenas uma forma da FIFA enriquecer. Era também servir o
futuro do futebol!
Alberto Miguéns
sera que me podia dizer quantos golos marcou os jogadores de hoquei pantis ,garrancho e vitor fortunado? obrigado pela atençao.
ResponderEliminarEste sistema é melhor que o das bulas papais! Viva a FIFA! Viva a UEFA! Ser+a que respeitam o défice?
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