Passam hoje 45 anos,
referentes a 12 de Abril de 1969, da primeira eleição de Duarte Borges Coutinho
para presidente da Direcção do Sport Lisboa e Benfica.
Muito mais
que um dirigente ganhador
Borges Coutinho é falado,
infelizmente cada vez menos, como se o seu principal contributo fosse para o
enriquecimento do palmarés desportivo do "Glorioso"! Mas... o
presidente eleito - pela 1.ª vez - há 45 anos foi muito mais do que isso.
Embora também seja grande por isso! É que Borges Coutinho "revolucionou"
por completo o conceito da presidência de um clube de futebol. Há um antes e um
depois de Borges Coutinho como presidente de um clube desportivo.
Antes de
Borges Coutinho
Os associados eleitos
para presidentes de clubes considerados Grandes, ou seja, com elevado interesse
social e muita importância desportiva em Portugal eram geralmente pessoas com
disponibilidade profissional e familiar que pudessem arranjar tempo das suas
atarefadas vidas para presidir a clubes desportivos. Mas em termos sociais eram
actividades quase clandestinas. Eram considerados "malucos da bola"
que conseguiam gastar tempo a dirigir instituições com pouca expressão
cultural, vocacionadas para proporcionar bem estar aos futebolistas, conseguindo
contratá-los e mantê-los, ao pagar salários muito acima daquilo que deveriam
ganhar face às suas habilitações e competências intelectuais. Tudo para gáudio
dos simpatizantes e para proporcionar satisfação aos adeptos do seu clube. Isto
queria dizer que muitos dos emblemas acabavam por estar repletos de
dificuldades financeiras e esperava-se que esses presidentes conseguissem
suprir esse afogo financeiro permanente, com disponibilidade própria (de
fortuna privada ou familiar) ou com conhecimentos para ter ajuda de terceiros.
Muitas vezes apetecia aos presidentes "quase ocultar esses cargos"
perante os seus pares sociais, do tipo - "meti-me agora nisto, mas tanto me
pediram que não consegui fugir. Vamos lá ver no que vai dar!" -,
que só provocavam gastos de tempo e esbanjamento de dinheiro.
Depois de Borges Coutinho
Os dirigentes (em
particular os presidentes) passaram a ser vistos como personagens importantes
na sua comunidade. No caso dos clubes Grandes, com impacte e implantação a
nível nacional, passaram a ser figuras públicas com o mesmo estatuto das
personalidades mais importantes do País, a nível político, financeiro e social.
O que dizem, fazem, insinuam ou querem passou a ter um tratamento mediático sem
paralelo com aquilo que se passava antes da gerência de oito anos (quatro
mandatos bienais) de Borges Coutinho. Tudo isto porque representam forças
associativas (clubes) com milhares de associados e milhões de simpatizantes
residentes em Portugal e na diáspora portuguesa. Tudo por causa da existência
de um presidente do Benfica chamado Borges Coutinho que elevou a fasquia da
presidência de um clube desportivo a um nível nunca visto, nem sequer imaginado
antes da sua chegada ao Poder Benfiquista, através de eleições democráticas,
com três listas em confronto, em 12 de Abril de 1969, há 45 anos!
Percurso no
dirigismo Benfiquista
Em 12 de Abril de 1969 os 2 839 associados
do Benfica detentores de 44 810 votos elegeram como presidente da Direcção o
Dr. Borges Coutinho (lista A) com 58 por cento dos votos, cabendo aos dois
outros indigitados para igual cargo, Fernando Martins (lista B) e Romão Martins
(lista C) respectivamente 31 e 17 por cento dos votos. Para presidente da Mesa
da Assembleia Geral foi escolhido Justino Pinheiro Machado com 26 093 votos e
para presidente do Conselho Fiscal, o Dr. António José de Melo com 25 971
votos.
Duarte António Borges Coutinho nasceu em Lisboa, a 18 de Novembro de 1921, frequentando em criança o nosso Estádio das Amoreiras
onde se fez benfiquista, mas seria em Inglaterra que teria educação esmerada,
estudando engenharia. Quando se iniciou a Segunda Guerra Mundial estava a estudar no Reino Unido. Depois do regresso a Portugal
formou-se em “Económicas e Financeiras” ingressando como associado do
“Glorioso”, aos 37 anos, em 19 de Maio de 1959. Menos de cinco anos depois foi
eleito a 26 de Março de 1964 como director dos Assuntos Administrativos e das
Instalações Sociais sob a presidência de Adolfo Vieira de Brito. Depois de
concorrer como director em duas listas derrotadas nas eleições de 8 de Maio de
1965 (com Fernando Lourenço indigitado para presidente da Direcção) e 17 de
Junho de 1966 (com o General João Caeiro Carrasco indigitado para presidente da
Direcção), concorre aos 47 anos a presidente da Direcção conseguindo ser eleito
pelos associados do Clube, cargo onde se manteve durante quatro biénios
consecutivos. O modo como exerceu a presidência, com eficácia mas também com
naturalidade, permitia ter a ideia que “Borges Coutinho nascera para ser
presidente do Benfica!”. A gerência brilhante de 1969/70 possibilitou a sua
reeleição para mais três mandatos consecutivos, sempre sem oposição – a 3 de
Julho de 1971 eleito com 8 805 votos de 507 associados, a 31 de Março de 1973
eleito com 11 153 votos de 629 sócios e a 24 de Junho de 1975 com 5 294 votos
de 306 associados. Entretanto a 14 de Março de 1973 foi eleito com a distinção
suprema do Clube, a “Águia de Ouro”.
Um
estratego na dimensão social e desportiva
O facto de durante o terceiro triénio terem
ocorrido mudanças políticas profundas na sociedade portuguesa com o 25 de Abril
de 1974 que introduziu alterações sociais e económicas radicais em Portugal, afectou
em elevado grau a gestão do Benfica, isto porque se numa primeira fase houve
que responder aos custos administrativos e mudanças de legislação laboral que
ocorreram entre 1974/75, houve também nos anos subsequentes um decréscimo do
interesse das pessoas pelo futebol (e demais desportos) devido às lutas
ideológicas que trespassaram a sociedade portuguesa. Havia mais predisposição
para a mobilização política e menos para o futebol e para os clubes, até porque
surgiram correntes de opinião que afirmavam o amadorismo total para os clubes
em Portugal e a prevalência do “fazer desporto” sobre o “presenciar desporto”.O
Benfica também se ressentiu de tudo o que eclodiu no pós-25 d’Abril. A 31 de
Dezembro de 1969 eram 37 104 os associados do Benfica atingindo três anos
depois, em 1972 o valor de 44 575 para decrescerem até aos 34 605 sócios em 31
de Dezembro de 1975, um número que o “Glorioso” ultrapassara em 1958, ou seja
17 anos antes! Apesar de tudo as receitas provenientes da quotização
associativa cresceram sempre: de 9 158 126$00 (45 680 euros) em 31 de Dezembro
de 1969 para 15 064 470$00 (75 141 euros) a 31 de Dezembro de 1976. Em 1972, um
ano importante na história financeira do “Glorioso”, as quotizações
ultrapassaram pela primeira vez na nossa história a “marca” dos dez mil contos,
com 10 573 307$00 (52 739 euros) registados a 31 de Dezembro de 1972. Com a
independência das colónias portuguesas em África diminuiu drasticamente o
número de filiais benfiquistas: em 31 de Dezembro de 1974 existiam 40 Filiais,
oito Delegações e sete Casas do Benfica, mas dois anos depois registávamos
apenas 20 Filiais e seis Delegações, mantendo-se o número de Casas do
Benfica!
Muitas
vitórias (e títulos) no Futebol Benfiquista
Foram
nove temporadas de elevada qualidade com a hegemonia nacional no futebol,
conquistando-se sete títulos e dois segundos lugares (incluindo três
tricampeonatos) e três Taças de Portugal (incluindo duas consecutivas) com duas
“dobradinhas” em 1968/69 e 1971/72. Houve ainda a conquista de cinco Taças de
Honra de Lisboa. O Benfica no campeonato nacional de 1972/73, treinado por
Jimmy Hagan conseguiu ainda a proeza de o conquistar sem ser derrotado. Nas 30
jornadas cedeu apenas dois empates, na 24.ª jornada (E 2-2) e na 29.ª jornada
(E 0-0) em ambas como visitante, ou seja obtivemos 23 vitórias consecutivas! A
nível internacional realizaram-se grandes encontros nas competições da UEFA,
com destaque para a época de 1971/72, quando o Benfica na Taça dos Clubes
Campeões Europeus (TCCE) atingiu as meias-finais da competição, sendo eliminado
pelo futuro campeão europeu!
A Equipa
A
necessidade de financiamento do futebol benfiquista com “Receitas
Extraordinárias”, pois o futebol consumia vastos recursos, “obrigava” o Benfica
a aceitar durante as temporadas, convites de vários países do Mundo para o
“Glorioso” realizar jogos particulares ou torneios oficiosos, permitindo a
obtenção de inúmeras e “saborosas” conquistas: Troféu Ibérico de Badajoz (1968/69
e 1972/73), Torneio Ramon de Carranza, em Cádis (1971/72), Torneio de San José,
em Salamanca (1972/73), Torneio João Havelange, em Los Angeles (1972/73) e
Torneio Vinho do Porto (1972/73).
O FUTEBOL
PROFISSIONAL
Épocas
|
Camp.º
Nacional
|
Taça
de
Portugal
|
Competições
UEFA
|
Taça
de
Honra
|
Outros
|
|
1968/69
|
17.º
|
16.ª
|
TCCE
|
1/4
|
7.ª
|
TIB
|
1969/70
|
2.º
|
17.ª
|
TCCE
|
1/8.ma
|
2.º.pc
|
|
1970/71
|
18.º
|
2.º
|
TVT
|
1/8
|
4.º
|
|
1971/72
|
19.º
|
18.ª
|
TCCE
|
1/2
|
8.ª
|
TRC
|
1972/73
|
20.º
|
1/8
|
TCCE
|
1/8
|
9.ª
|
TIB
|
1973/74
|
2.º
|
2.º
|
TCCE
|
1/8
|
10.ª
|
|
1974/75
|
21.º
|
2.º
|
TVT
|
1/4
|
11.ª
|
|
1975/76
|
22.º
|
1/16
|
TCCE
|
1/4
|
2.º
|
|
1976/77
|
23.º
|
1/8
|
TCCE
|
1/16
|
-
|
NOTA1: Em 21 de Abril
de 1969 - data da tomada de posse - o futebol do Benfica (treinado por Otto
Glória) estava: em 1.º lugar (seria campeão nacional duas jornadas depois);
apurado para os oitavos-de-final da Taça de Portugal; conquistado a Taça de
Honra de Lisboa; eliminado da Taça dos Clubes Campeões Europeus nos
quartos-de-final, após 3.º jogo para desempate com o AFC Ajax; TIB - Torneio
Ibério de Badajoz (28 de Junho de 1969 e 30 de Junho de 1973); ma - Eliminado
por "moeda ao ar"; pc - Derrota por menos pontapés de canto a favor; TRC - Troféu Ramon Carranza (29 de Agosto de
1971)
NOTA2: Em 26 de Maio
de 1977 - data das eleições a que não
concorreu para ser reeleito - o futebol do Benfica (treinado por John
Mortimore) estava: em 1.º lugar (sagrou-se campeão nacional em 8 de Maio de 1977, quatro jornadas do final); eliminado nos oitavos-de-final da Taça de
Portugal; eliminado da Taça dos Clubes Campeões Europeus nos 16-avos-de-final.
A Escola de
Futebol
O facto
do Benfica ter uma política desportiva de aproveitamento dos jovens formados na
magnífica “Escola de Futebol” benfiquista, bem como a contratação dos melhores
futebolistas portugueses, transferindo-os dos seus clubes para o “Glorioso”,
permitiu dispor de um vasto conjunto de jogadores que permitiram (com
facilidade) formar duas grandes equipas em simultâneo. Como reflexo desse
valor, a nossa categoria da Reserva conquistou seis campeonatos distritais. A aposta na formação de jogadores possibilitou dominar também o
futebol jovem com os Juniores a conquistarem quatro Distritais e quatro
Nacionais, e os Juvenis com sete Distritais consecutivos e três Nacionais! O Benfica exercia
domínio efectivo e espectacular no futebol português entre o final da década de
60 e o início dos anos 70. Mas notava-se já a dificuldade em formar equipas
competitivas para a Taça dos Clubes Campeões Europeus, pelo facto de
continuarmos a não contratar futebolistas estrangeiros, facto agravado em 1974 com
a independência das colónias africanas!
O FUTEBOL
FORMAÇÃO
Épocas
|
RES
ERVA
|
JUNIORES
|
JUVENIS
|
INICIADOS
|
INFANTIS
|
|||
Dis
|
Nac
|
Dis
|
Nac
|
Dis
|
Nac
|
|||
1968/69
|
2.º
|
2.º
|
Eli
|
2.º
|
3.º
|
-
|
-
|
-
|
1969/70
|
26.º
|
18.º
|
13.º
|
2.º
|
Eli
|
-
|
-
|
-
|
1970/71
|
27.º
|
19.º
|
2.º
|
9.º
|
Eli
|
-
|
-
|
-
|
1971/72
|
28.º
|
20.º
|
14.º
|
10.º
|
2.º
|
-
|
-
|
-
|
1972/73
|
3.º
|
21.º
|
2.º
|
11.º
|
2.º
|
2.º
|
-
|
-
|
1973/74
|
2.º
|
2.º
|
2.º
|
12.º
|
4.º
|
2.º
|
-
|
-
|
1974/75
|
29.º
|
-
|
15.º
|
13.º
|
5.º
|
Eli
|
Eli
|
NP
|
1975/76
|
30.º
|
-
|
16.º
|
14.º
|
Eli
|
Eli
|
Eli
|
NP
|
1976/77
|
31.º
|
-
|
2.º
|
15.º
|
Eli
|
3.º
|
Eli
|
NP
|
NOTAS: Eli - Eliminados; NP - Não
participámos; - Não se realizou;
Muitos
títulos (e vitórias) no Eclectismo Benfiquista
Ainda
durante os anos 60 o Benfica reduziu para 25 as modalidades praticadas, com a
suspensão do Pugilismo (1968) e do Tiro à Bala (1969), mantendo-se no entanto a
prática feminina em dez desportos. Há a registar em 1972/73 a introdução da equipa feminina sénior de Andebol. O “Glorioso” apesar dos custos cada vez mais elevados,
continuou a apresentar equipas e atletas de elevada capacidade, tendo como
suporte a eficiente formação desportiva que era exercida no Clube, permitindo
renovar as equipas seniores. Continuámos por isso a dominar vários desportos em
Portugal, nestes oito anos de gerência: no Atletismo, o campeonato nacional de
corta-mato feminino, por equipas e individual através de Manuela Simões (5.ºs
títulos consecutivos em 1971); no Badminton, seis campeonatos nacionais (12.º
título consecutivo em 1973) e um título para a equipa sénior feminina (1976/77); no Basquetebol, dois Nacionais e cinco
Taças de Portugal, das quais três consecutivas, e para a equipa sénior feminina, dois títulos
consecutivos na II Divisão em 1972 e 1973; no bilhar, três títulos de campeão
nacional às três tabelas, por equipas; no ciclismo, as vitórias de Fernando
Mendes e Firmino Bernardino nas “Voltas a Portugal”, respectivamente em 1974
(também por equipas) e 1976; no Hóquei em Patins, três títulos de campeão
nacional; no Râguebi, dois campeonatos nacionais, três Taças de Portugal e
ainda a Taça Ibérica, em 1971; no Ténis (de campo), campeão nacional por equipas, em 1971;
no Ténis de Mesa (equipa sénior masculina), seis campeonatos nacionais (5.º título consecutivo
em 1975) e quatro Taças de Portugal, com três “dobradinhas” e no
sector feminino, um campeonato nacional (1974) e duas Taças de Portugal; no Voleibol (equipa sénior feminina), sete campeonatos nacionais (9.º título consecutivo em 1975)
e duas Taças de Portugal consecutivas, em 1973 e 1974 (duas "dobradinhas") e no sector masculino, três Taças de Portugal, entre 1974 e 1976; e no Xadrez, com cinco campeonatos
nacionais de “partidas rápidas”. Mas também conquistámos o bicampeonato
nacional por equipas, no Halterofilismo, em 1969; o campeonato nacional de Actividades Subaquáticas, em 1971; e o campeonato nacional de Andebol, em 1975.
Houve no entanto uma remodelação importante após 1974, sendo impossível
suportar os custos elevados que eram necessários para continuar a manter alguns
atletas mais exigentes! Borges Coutinho soube visionar o problema não tendo
quaisquer problemas em fazer um ajuste real dos custos face às realidades
sociopolíticas portuguesas e às necessidades do Clube, na última gerência em
1975/76, com a consequente redução do número de títulos conquistados.
MODALIDADES
(I)
Épocas
|
HP
|
BAS
|
AND
|
VOL
|
RAG
|
|||||
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
|
1968/69
|
NA
|
-
|
NA
|
9.º
|
3.º
|
-
|
3.º
|
1/2
|
||
1969/70
|
11.º
|
-
|
10.º
|
10.º
|
II
D
|
-
|
3.º
|
2.º
|
4.º
|
4.º
|
1970/71
|
NA
|
-
|
NA
|
1/4
|
2.º
|
-
|
2.º
|
1/4
|
||
1971/72
|
12.º
|
-
|
NA
|
11.º
|
4.º
|
1/8
|
5.º
|
2.º
|
5.º
|
|
1972/73
|
2.º
|
-
|
2.º
|
12.º
|
4.º
|
1/4
|
4.º
|
1/4
|
2.º
|
|
1973/74
|
13.º
|
-
|
3.º
|
13.º
|
2.º
|
2.º
|
3.º
|
2.ª
|
2.º
|
|
1974/75
|
NA
|
-
|
11.º
|
2.º
|
2.º
|
2.º
|
2.º
|
3.ª
|
6.º
|
|
1975/76
|
7.º
|
1/32
|
NA
|
1/8
|
2.º
|
1/4
|
2.º
|
4.ª
|
5.º
|
|
1976/77
|
6.º
|
1/16
|
7.º
|
1/2
|
NA
|
1/16
|
2.º
|
1/2
|
MODALIDADES
(II)
Épocas
|
ATL
|
BAD
|
BIL
|
Ténis
|
T.
Mesa
|
|||||
CNP
|
CM
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
|
1968/69
|
2.º
|
NC
|
8.º
|
-
|
1.º
|
-
|
-
|
16.º
|
1/8
|
|
1969/70
|
2.º
|
2.º
|
9.º
|
-
|
-
|
-
|
2.º
|
11.ª
|
||
1970/71
|
2.º
|
2.º
|
10.º
|
-
|
2.º
|
-
|
11.º
|
-
|
17.º
|
NC
|
1971/72
|
2.º
|
2.º
|
11.º
|
-
|
-
|
-
|
18.º
|
12.ª
|
||
1972/73
|
2.º
|
2.º
|
12.º
|
-
|
-
|
-
|
18.º
|
13.ª
|
||
1973/74
|
2.º
|
2.º
|
-
|
-
|
-
|
20.º
|
14.ª
|
|||
1974/75
|
2.º
|
17.º
|
-
|
-
|
-
|
21.º
|
NC
|
|||
1975/76
|
2.º
|
2.º
|
-
|
-
|
-
|
3.º
|
1/2
|
|||
1976/77
|
2.º
|
2.º
|
13.º
|
-
|
3.º
|
-
|
-
|
3.º
|
1/4
|
NOTAS: CNP - Campeonato Nacional de
Atletismo (ar livre); CM - Campeonato Nacional de Corta-Mato; NC - Não nos
classificámos; NA - Não apurados; NP - Não participámos; - Não se realizou
MODALIDADES
(EQUIPAS SENIORES FEMININAS)
Épocas
|
ATL
|
BAD
|
BAS
|
T.
Mesa
|
VOL
|
|||||
CNP
|
CM
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
CN
|
TP
|
|
1968/69
|
3.º
|
3.º
|
||||||||
1969/70
|
4.º
|
7.ª
|
4.º
|
|||||||
1970/71
|
5.º
|
5.º
|
||||||||
1971/72
|
1.º
|
IID
|
6.º
|
|||||||
1972/73
|
2.º
|
IID
|
8.ª
|
7.º
|
1.ª
|
|||||
1973/74
|
10.º
|
8.º
|
2.ª
|
|||||||
1974/75
|
9.º
|
|||||||||
1975/76
|
||||||||||
1976/77
|
1.º
|
1.º
|
NOTAS: CNP - Campeonato Nacional de
Atletismo (ar livre); CM - Campeonato Nacional de Corta-Mato; NC - Não nos
classificámos; NA - Não apurados; NP - Não participámos; - Não se realizou
Início da Cidade Desportiva na
Luz
O Benfica
conseguiu finalmente em 21 de Outubro de 1969 após quase duas décadas de “luta”
perante os “organismos oficiais” adquirir por 6 900 contos (34 500 euros) os 170 mil metros quadrados que possibilitariam a construção da nossa “Cidade Desportiva”: em 1973
foi construído o campo 3 (pelado); em 1974 foi construída uma pista sintética
(tartan) no campo 2 - onde actualmente está construída a "Catedral" - que tal como o campo 3 foi beneficiado com o arrelvamento
sendo construído mais um campo, o n.º 4 (pelado); em 1975 foram construídos
oito campos de ténis. Estava em marcha a concretização do projecto de 1952, ou
seja a implantação de um verdadeiro Complexo Desportivo, junto ao nosso Estádio.
Adeus a um ímpar
Depois
de quatro biénios consecutivos, Borges Coutinho não concorreu às eleições de 26
de Maio de 1977, mas a sua extraordinária acção prolongou-se muito para além da
sua gerência, permitindo ao “Glorioso” conquistar ainda títulos e prestígio nas
décadas seguintes, apesar dos erros que seriam cometidos sucessivamente pelos
benfiquistas (associados) – dirigentes ou apenas sócios! Borges Coutinho teve
também o mérito (e não foi pequeno…) de com as suas gerências bem sucedidas,
equilibradas e o seu carisma, apaziguar alguma desunião associativa que se
começava a esboçar entre os benfiquistas durante a segunda metade dos anos 60,
mas que (infelizmente…) recrudesceria depois do seu afastamento em 1977! Após 2
967 dias como presidente da Direcção, sendo o terceiro Benfiquista com mais
tempo no cargo, Borges Coutinho aos 55 anos afastou-se do dirigismo desportivo.
Terminava uma das melhores gerências da nossa gloriosa história, incomparável a
qualquer presidente de clubes adversários – passados ou actuais, até porque
teve por substrato a delicadeza e finos propósitos de educação!
Faleceu tão novo!
Figura
grande da sociedade portuguesa, 4.º Marquês da Praia e de Monforte amava
fervorosamente o Benfica, jamais lhe regateando dedicação e sacrifícios, nos
bons e maus momentos sempre com uma dignidade ímpar, modelando e inspirando, no
mesmo sentido e com o seu exemplo os sentimentos e acções dos seus pares,
sempre no desejo de elevar bem alto o nome do Benfica e não o seu (porque ele
não precisava do nome do Benfica para ser grande). Faleceu aos 59 anos, em Londres,
onde se encontrava a fazer exames médicos, em 18 de Maio de 1981.
Borges
Coutinho podia ter sido Presidente da República Portuguesa
A personalidade de
Borges Coutinho, a sua vida e vivência social fizeram de Borges Coutinho um dos
mais ilustres portugueses do seu tempo. E tinha características que faziam dele
um cidadão que tinha todas as condições para ser, por exemplo, Presidente da
República. Além de culto, muito culto,
com fina educação, era tolerante, assertivo, cavalheiro, com percepção para
saber escolher as pessoas certas para os lugares certos. Diplomata sabia o que
fazer e como fazer. Era um exemplo de dedicação a causas, temerário perante as
adversidades e corajoso para enfrentar dificuldades. Um grande português. Do
seu tempo e de todos os tempos.
Porque é
que não foi? Entre muitas possibilidades, até a de pessoalmente não querer ser,
Borges Coutinho como Presidente da República era uma impossibilidade! Porque
Portugal não era uma Democracia e Borges Coutinho era um Democrata. Um
democrata em tempo(s) de ditadura(s) e verdugos!
Muito obrigado por esta grande lição de história.
ResponderEliminarSaudações benfiquistas!
Não tenho idade para me lembrar do Dr. Borges Coutinho.
ResponderEliminarO meu pai dizia-me que era "O Presidente do Benfica".
Cada um em seu tempo, foi juntamente com Ferreira Bogalho um presidente de memória grata, inesquecível para os Benfiquistas.
Teve desafios tremendos a nível interno e externo. Entre outros: renovar a equipa mais vitoriosa da nossa história, desenvolver a cidade desportiva, internacionalizar mais ainda o nome e prestígio do Benfica colhendo frutos das vitórias europeias obtendo proveitos financeiros. Fez isto ganhando títulos atrás de títulos. Faltou apenas um título europeu.
O Alberto dá-nos uma lição de história e deixa uma imagem da qualidade, prestígio, classe e assertividade com que este grande Senhor conduziu o nosso clube. Foi trágica a sua perda quando era tão novo e quando ainda podia ter dado tanto ao Benfica e como disse eventualmente ao nosso país.
Lembrar o Dr. Borges Coutinho e transmitir às gerações futuras é um acto de justiça e de enorme Benfiquismo.
Saudações Benfiquistas
Victor João
Um grande trabalho sobre um grande presidente do Glorioso!
ResponderEliminarIronia do destino, o quarto descendente, D. Isabel Borges Coutinho casou com o Filipe Soares Franco, ex. presidente do Sporting. Conta Filipe SF que tiveram 4 filhos e que os 3 mais mais velhos são do Benfica!
Saudações Benfiquistas
Fantástico. Posso dizer que também vi o episódio do Vitórias e Património sobre Borges Coutinho e ficamos logo com a sensação que foi um Presidente ímpar na história do Clube.
ResponderEliminarO meu Pai sempre me disse que foi um Presidente de uma categoria inigualável. A cultura, educação cavalheirismo, etc tudo o tornava num homem único e reconhecido por todos. Deixou saudades e nunca será esquecido pelos benfiquistas, tenho a certeza, pois cá estaremos para divulgar a sua grande obra ao serviço do Glorioso
que maravilha! serviço público de benfiquismo
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