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08 março 2014

O Benfiquismo e D. Carolina Beatriz Ângelo

08 março 2014 10 Comentários
HISTÓRIA/ COMEMORAÇÃO

O Benfica, Carolina Beatriz Ângelo e o Dia Internacional da Mulher
Evocar Carolina Beatriz Ângelo nas comemorações do Dia Internacional da Mulher é recordar os primórdios da emancipação feminina em Portugal, bem como a luta pelo direito ao voto, condição social da mulher e igualdade de direitos entre géneros, para além de viajar aos fundamentos do Benfiquismo. Esta esposa de Januário Barreto, primeiro presidente da Direcção do Clube - segundo sucedendo à escolha do presidente da Comissão Administrativa José Rosa Rodrigues, em 28 de Fevereiro de 1904 - foi a primeira mulher a votar em Portugal (1911) e a única durante... mais de 20 anos, até 1931 quando a Lei Eleitoral permitiu o voto das mulheres, ainda que com muitas limitações, entre elas a impossibilidade de votar por... quase não haver eleições! E muito menos eleições livres! Até 1975!


Nascer na Guarda e ser médica em Lisboa
Foi em 6 de Abril de 1878, há quase 136 anos que na cidade da Guarda nasceu uma menina que ficaria famosa em 1911. Depois de frequentar o Liceu da Guarda viajou para Lisboa aos 17 anos, matriculando-se na Escola Politécnica. Após dois anos, prosseguiu os estudos superiores na Escola Médica onde em cinco anos se formou médica - 9 de Janeiro de 1902 - especializando-se em ginecologia. Ainda nesse ano de 1902 contraiu matrimónio com um colega de curso, o casapiano Januário Barreto, seu primo, médico e activista republicano. No ano seguinte, tendo Beatriz Ângelo 25 anos, nasce a filha Maria Emília Ângelo Barreto.

D. Carolina Beatriz Ângelo e Januário Barreto (segundo a contar da direita) lado-a-lado, entre os finalistas do Curso de Medicina em 1902

Da Covilhã para a Casa Pia. Da Casa Pia para o "Glorioso"
Januário Gonçalves Barreto Duarte nasceu na Aldeia do Souto, no concelho da Covilhã, em 1 de Abril de 1877. 



Órfão aos oito anos, ingressou na Real Casa Pia de Lisboa, menos de um ano depois, em 30 de Junho de 1886. Cedo revelou dotes intelectuais e desportivos que lhe permitiram uma bolsa para estudar na Escola Médica de Lisboa e fez parte da célebre equipa de futebol da Casa Pia que derrotou, em 1898, os ingleses do Cabo Submarino de Carcavelos. 


A equipa da Real Casa Pia de Lisboa em 1895. Da esquerda para a direita. Em cima (avançados): Emílio  de Carvalho (2.º) meia-ponta-direita, Silvestre Silva (3.º), avançado-centro, António Couto (4.º), meia-ponta-esquerda. Ao centro, sentados em cadeiras, (defesa-direito, guarda-redes e defesa-esquerdo): Pedro Guedes (2.º), guarda-redes, capitão (por isso é o "dono da bola") e Januário Barreto (3.º). Em baixo (médios): Daniel Queirós dos Santos (2.º), médio-centro. Estes casapianos jogaram no "Glorioso". Apenas cinco não jogaram no Clube: João Pedro (ponta-direito), Raul Carapinha (ponta-esquerdo), João Lourenço (defesa-direito), João Cambraia (médio-direito) e Bruno do Carmo (médio-esquerdo)

Primeiro presidente da Direcção do Clube
Em 22 de Novembro de 1906, aos 29 anos, foi eleito na assembleia geral do Clube presidente da Direcção no sentido de dar prestígio a uma colectividade que brilhava no campo desportivo. Em 10 de Fevereiro de 1907, o Clube conseguiu derrotar, por 2-1, o Carcavellos Club, que estava invencível desde essa memorável tarde de 22 de Janeiro de 1898, fazendo ele parte desse célebre onze casapiano. Em 10 de Fevereiro de 1907 a equipa do nosso querido Benfica alinhou com (a vermelho-Benfica os casapianos que estiveram, também na vitória, da Real Casa Pia em 1898):  
Guarda-redes: Manuel Mora;
Defesas, à direita e esquerda: Henrique Costa e Emílio de Carvalho;
Médios, à direita, centro e à esquerda: Fortunato Levy (cap.), António Couto e Albano dos Santos;
Avançados, da direita para a esquerda: Marcial Costa, António Rosa Rodrigues, Daniel Queirós dos Santos, Cândido Rosa Rodrigues e David da Fonseca.

A equipa da Real Casa Pia de Lisboa em 1897. Da esquerda para a direita. Em cima: António Couto (2.º), Emílio  de Carvalho (3.º), Silvestre Silva (5.º), Januário Barreto (6.º), José Neto (7.º) e Francisco Santos (8.º); Em baixo, no centro: Pedro Guedes, capitão (por isso é o "dono da bola"). Estes casapianos jogaram no "Glorioso"

Casal com consciência cívica e ética profissional
Beatriz Ângelo e Januário Barreto formaram um casal de médicos que desenvolvia também intensa actividade política sendo fervorosos republicanos. Enquanto ele era um dedicado propagandista anti-monárquico, a esposa foi a primeira mulher a operar em Portugal. Com consultório na rua Nova do Almada este espaço foi local de assembleias gerais do Clube. Discípula do médico republicano Miguel Bombarda foi uma das mulheres que confeccionou a bandeira verde e vermelha da República, fazendo parte de várias organizações de cariz republicano e feminista.


O ano de 1910
A poucos meses da implantação da República (5 de Outubro de 1910) Lisboa foi sobressaltada com o falecimento do ilustre médico dr. Januário Barreto, em 23 de Junho de 1910, aos 33 anos, vítima da generosidade com que tratava os seus doentes sem medo das terríveis doenças contagiosas que lhe seriam fatais. Deixou viúva Beatriz Ângelo, com 32 anos, e órfã a sua filha com sete tenros anos.


Luta pelo direito ao voto
Com a preparação das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte os acontecimentos vão precipitar-se percebendo-se nesta vertigem de poucos meses a tenacidade de Beatriz Ângelo. Em 14 de Março de 1911, foi aprovada a Lei Eleitoral que no seu articulado estabelecia que tinham direito de voto os «cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família». Beatriz Ângelo achou-se com direito a votar, pois sendo médica «sabia ler, escrever e tendo enviuvado era chefe de família, vivendo nessa qualidade com uma filha menor, a cujo sustento e educação provê com o seu trabalho profissional». Em 1 de Abril, solicitou à Comissão de Recenseamento do Segundo Bairro a sua inclusão nos Cadernos Eleitorais. A decisão foi remetida para o Ministro do Interior, António José de Almeida que recusou, apesar de no tempo da Monarquia ser defensor do direito da mulher a votar. 

5- Ana de Castro Osório, 8-Angelina Vidal, 14- Adelaide Cabette, 15-Carolina Beatriz Ângelo, 16- Maria do Carmo (Reprodução do catálogo da Exposição Carolina Beatriz Ângelo Cortesia do Museu da Guarda)
Queria votar e votou!
Interpôs recurso no Tribunal da Boa Hora, na 1.ª Vara Civil de Lisboa encetando uma luta com intervenções públicas e entrevistas em que exigia poder ter direito a votar. Em 28 de Abril de 1911, o juiz João Baptista de Castro, proferiu a histórica sentença que ficou como um marco na emancipação feminina em Portugal: «Excluir a mulher (…) só por ser mulher (…) é simplesmente absurdo e iníquo e em oposição com as próprias ideias da democracia e justiça proclamadas pelo partido republicano. (…) Onde a lei não distingue, não pode o julgador distinguir (…) logo mando que a reclamante seja incluída no recenseamento eleitoral». Recenseada com o n.º 2 513, votou nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, em 28 de Maio de 1911. 


E votou "bem"!
Não foi só a primeira mulher a fazê-lo em Portugal, era a primeira mulher a fazê-lo em qualquer outro país do sul da Europa. Foi na Assembleia Eleitoral de Arroios, instalada no Clube Estefânia – e nem sequer guardou segredo que o seu voto foi para Afonso Costa, Bernardino Machado e Magalhães Lima, candidatos do Partido Republicano Português pelo Círculo Oriental de Lisboa. No dia seguinte, imagens e cartas da própria, acerca deste feito, foram publicadas em vários jornais, contribuindo para reforçar a luta das sufragistas. Como consequência, a lei foi alterada, impedindo as mulheres de votar.


Menos de seis meses depois...
Em 3 de Outubro de 1911, a dois dias do 1.º aniversário da República e pouco mais de um ano depois de ter enviuvado, faleceu de miocardite (inflamação do miocárdio, a camada muscular grossa da parede do coração) aos 33 anos, deixando órfã de pai e mãe a filha com oito anos. A idade em que o pai Januário Barreto ficara órfão, na Aldeia do Souto, em 1885. 


Dias antes de falecer, escrevera a última carta à sua amiga, confidente e companheira de tantas lutas e canseiras, Ana de Castro Osório, filha do juiz João Baptista de Castro: «Não imagina como me tenho sentido infeliz por não poder fazer nada em favor de duas pobres raparigas tuberculosas que tiveram a triste ideia de me consultar, por ainda não se ter construído o sanatório para mulheres que tanto queremos. Creio que isso contribui muito para a minha doença. Uma delas é tão inteligente, tão feminista, tem umas ideias tão parecidas com as minhas que me deixa sempre com vontade de morrer, de deixar esta vida de amarguras e desenganos em que só os bons sofrem porque os maus não têm alma para sentir os infortúnios alheios». A sua filha Emília viria a falecer em 1981, aos 78 anos, depois de uma vida como professora em liceus femininos: Portalegre, Coimbra e Lisboa (Maria Amália Vaz de Carvalho).



Beatriz Ângelo e Januário Barreto tiveram uma vida breve. Uma vida de Benfiquismo. Nos primórdios do "Glorioso". Uma vida intensa com reflexos nas vidas de cada um e de todos. Foram gigantes vencendo atavios e mudando hábitos e arcaísmos, para beneficiar as gerações futuras. Às suas vidas e às nossas.

Estas notas - referentes a Carolina Beatriz Ângelo - foram feitas após leitura desta pequena, mas excelente e fundamental biografia.


Alberto Miguéns
10 comentários
  1. Uma evocação muito oportuna e de grande significado pela excelência intelectual e cívica desse casal. Como deveria ser difícil ser médico nesses tempos. E no caso de Dona Beatriz Ângelo ainda por cima médica e mulher.

    Foi de grande justiça que o novo hospital que serve os concelhos de Loures e Odivelas tenha recebido o nome dessa grande mulher.
    Quanto a Januário Barreto, o seu nome é ainda hoje referido revencialmente. Foi trágico dada a sua dimensão humana e intelectual que tenha desaparecido tão novo. Foi trágico para a sua mulher e filha, para os seus doentes e para o mundo do futebol.
    Tanto quanto li terá sido o primeiro presidente eleito do Sport Lisboa Benfica. No fórum SerBenfiquista é indicado como tendo cumprido três mandatos:
    Eleito: 1º Mandato - 22-11-1906 / 1907
    2º Mandato - 1907 /1908
    3º Mandato - 1908 / 26-02-1909

    Ou seja terá sido também presidente ainda no tempo do Sport Lisboa e depois no tempo do Sport Lisboa e Benfica.

    Ora, segundo fontes que são simpáticas ao SCP, Januário Barreto terá sido admitido como sócio do SCP em Fevereiro de 1909, tendo-se tornado, em 4 de Janeiro de 1910, no primeiro Presidente de um Conselho Fiscal desse clube. Quando faleceu terá sido substituído nesse cargo por José da Cruz Viegas. O Alberto confirma esses factos?

    Penso também ter lido que para além de Januário Barreto e dos 8 jogadores da 1ª equipa também o 1º presidente José Rosa Rodrigues terá igualmente saído para o SCP. Ou seja dos irmãos Catataus só o mais novo (?) Jorge, não terá saído para o SCP.
    Outros tempos em que a sobrevivência do Sport Lisboa era um problema e em que as rivalidades eram muito diferentes.

    Saudações Benfiquistas
    Victor João

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    1. Caro Victor João

      Quanto ao Benfica. Januário Barreto foi eleito em 22 de Novembro de 1906 para dar prestígio, sem interferir na orgânica do futebol gerida nesse tempo por Manuel Gourlade e tentar dar dimensão social e boas garantias ao Sport Lisboa na procura de um espaço agrícola ou ex-espaço agrícola, para transformá-lo num espaço desportivo.

      GRUPO SPORT LISBOA
      Reunião de fundação em 28 de Fevereiro de 1904:
      Escolha da Comissão Administrativa
      Presidente: José Rosa Rodrigues
      Secretário: Daniel dos Santos Brito
      Tesoureiro. Manuel Gourlade

      Assembleia geral em 22 de Novembro de 1906
      Eleição da Direcção
      Presidente: Januário Barreto
      1.º secretário: Manuel Gourlade
      2.º secretário: José Rosa Rodrigues
      Tesoureiro: Daniel dos Santos Brito

      Eleição dos capitães da equipa:
      1.ª categoria: Fortunato Levy
      2.ª categoria: Félix Bermudes

      Eleger os capitães em assembleia geral é (mais) uma prova que era um clube de futebolistas. Porquê uma eleição à parte? A maioria (80/90 por cento) dos associados ainda jogava futebol.

      Assembleia geral de 7 de Fevereiro de 1907 na rua Nova do Almada, presidida por Januário Barreto:
      Ordem de trabalhos:
      1. Aquisição de um campo atlético privativo do clube;
      2. Elaborar um Regulamento Interno.

      Januário Barreto tinha pouca actividade no Clube, a não ser disponibilizar o consultório na rua Nova do Almada para as assembleias gerais pois a Sede do Sport Lisboa resumia-se a um pequeno quarto para ter a papelada e organização burocrática para inscrever adeptos como associados e associados como futebolistas.

      Januário Barreto não aparece publicamente nem na papelada e registos do Clube, por exemplo, aquando da "crise" de 1907 provocada pela debandada. Nem na lista de 2 de Setembro de 1908, dos nomes dos associados (pelo menos 50) a indicar pelo Sport Lisboa para a junção com o Sport Benfica poder ser consumada.

      É preciso notar que o Sport Lisboa não tinha - nunca teve - Estatutos. Era um clube de futebolistas. Não havia datas pré-determinadas para a realização de eleições. Tudo "ao contrário" do Sport Benfica que tinha uma boa organização. Os dirigentes não praticavam futebol. Eram "apenas" dirigentes. Uma super-estrutura. O Sport Lisboa era "apenas" infra-estrutura futebolística".

      Januário Barreto foi eleito e depois... Pouco se sabe até 1908. Sabe-se que não joga. Sabe-se que não se envolve na resolução da crise de 1907. Sabe-se que não passa a sócio do SLB. A partir de 13 de Setembro de 1908 os dirigentes do SLB são os do Sport Benfica eleitos em 28 de Junho de 1908. O Sport Lisboa aceitou. Os "dirigentes" do futebol eram os do Sport Lisboa. O Sport Benfica aceitou.

      As eleições já como SLB são em 26 de Fevereiro de 1909. São reeleitos o presidente da Direcção (João José Pires) e o presidente da mesa da assembleia geral (João Carlos Mascarenhas de Melo). É eleito o presidente do Conselho Fiscal o Conde do Restelo, que foi um dos 54 associados do Sport Lisboa que estavam na lista de 2 de Setembro de 1908.

      Quanto ao Sporting CP vou ler a história do Clube para perceber o que está escrito. Depois dou-lhe notícias por aqui.

      Gloriosas Saudações Benfiquistas

      Alberto Miguéns

      NOTA: José Rosa Rodrigues saiu em 1907 para o SCP apesar de já não jogar futebol. Foi sócio do SCP até falecer em 30 de Abril de 1924. Cândido e António Rosa Rodrigues foram o pulmão da equipa de futebol do SCP durante os anos 10. Os Stromps têm fama mas já estavam no SCP e não queriam que o SCP se apresentasse com uma 1.ª categoria (ver o EDB em 16 de Março de 2014 na próxima evocação de Álvaro Gaspar). O Candinho e o Neco foram sócios do SCP até morrerem. Jorge Rosa Rodrigues foi do SL/ SLB até 1911/12 depois foi para o SCP. Era um guarda-redes "fraco". Jogou duas épocas no SCP, depois casou na Chamusca e por lá ficou. Foi sempre do SCP até morrer. Teve cinco filhos. Quatro do SCP e uma do SLB, a mais nova.

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    2. Caro Victor João

      Na página 493 da História e Vida do SCP de Eduardo de Azevedo (penso ser avô do actual presidente do SCP) está escrito o seguinte:

      «... os sucessivos governos do clube, desde aquela longínqua assembleia de 8 de Maio de 1906 que nomeou a primeira direcção de que era presidente o Visconde de Alvalade; vice-presidente José Holtreman Roquette (Alvalade); tesoureiro Frederico Seguro Ferreira; 1.º secretário José Stromp e 2.º secretário Henrique Leite.
      Além de presidente, o Visconde de Alvalade era sócio protector do clube. Segundo o testemunho de António Félix da Costa Júnior governava-o de direito, mas quem o dirigia de facto era o neto, José Alvalade, que foi o maior animador da sua criação e autêntico visionário do seu futuro. Essa situação manteve-se até 4 de Janeiro de 1910: data em que foi empossada a nova Direcção, a primeira Assembleia Geral, o primeiro Conselho Fiscal e o primeiro Conselho Técnico do clube. Eram assim constituídos:
      Assembleia Geral:
      Presidente: Visconde de Alvalade;
      Vice-presidente: Dr. Pedro de Lacerda;
      1.º secretário: António Dinis;
      2.º secretário: Eduardo Mendonça;

      Direcção:
      Presidente: Luís Caetano Pereira;
      Vice-presidente: Pedro Navarro;
      Tesoureiro: João Vieira;
      Secretário: Francisco Stromp;
      Vogal: Francisco Vieira;

      Conselho Fiscal:
      Presidente: Dr. Januário Barreto;
      Secretário: José Holtreman Roquette;
      Relator: António Couto;

      Conselho Técnico:
      António Couto, Francisco Santos, Cândido Silva, Augusto Bernaud Alves, Augusto Freitas e José Holtreman Roquette.

      Em 26 de Junho de 1910, Luís Caetano Pereira pediu a demissão de presidente da Direcção e José Alvalade assumiu, na mesma data, a presidência do clube. Também José Viegas por morte do Dr. Januário Barreto ascendeu ao cargo de presidente do Conselho Fiscal e Frederico Ferreira substituiu José Alvalade no cargo de secretário do mesmo Conselho. assim os corpos gerentes nomeados em 1 de Outubro de 1910 apresentavam a seguinte composição:...»

      NOTA1: O livro é de total confiança, bem estruturado e bem feito por alguém (Eduardo de Azevedo) que sabia o que dizia e era rigoroso. De envergadura ética e moral tal como Mário de Oliveira.

      NOTA2: Este texto mostra que o SCP foi fundado em 8 de Maio de 1906 e não em 1 de Julho de 1906. A menos que haja uma originalidade: haver uma eleição de dirigentes de um clube que não existia! Aldrabices verde-e-branca às riscas pró horizontal...

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  2. Jose Albuquerque08 março, 2014 09:15

    Enormerrimo Alberto Miguens, Companheiro,

    Uma vez mais, aqui venho, humildemente, agradecer-te por mais uma linda licao sobre a Nossa Gloriosa Historia e, tambem, sobre Benfiquismo.

    Bem Hajas, Companheiro!

    Viva o Benfica!

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  3. Caro Sr. Alberto Miguéns,
    Por diversas vezes tenho tido a vontade de vir aqui agradecer-lhe o seu trabalho em prol da memória do nosso Benfica.
    Hoje, com esta bonita homenagem que fez ás mulheres Benfiquistas, lembrando a vida de uma das nossas "maiores", não podia deixar passar a oportunidade.
    Inês Lima
    Sempre Presente

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  4. Caro Alberto,
    muito obrigado pela confirmação e a adição de alguma informação. Quer o texto quer as suas respostas nos comentários revelam um conhecimento e trabalho de investigação que vai muito para além da história do desporto e do nosso Benfica, extendendo-se para muito interessantes factos sobre a sociedade e política Portuguesas. Faz no seu texto com diz a leitoa Inês Lima uma bonita homenagem às mulheres corajosas, pioneiras dos direitos civis das mulheres nesse período complicado antes e pós instauração da República em que infelizmente nada viria a melhorar até ao 25 de Abril de 1974.


    Agradeço o detalhe de informação que nos faz sobre a mudança para o SCP dos até então notáveis fundadores, sócios e jogadores do Sport Lisboa.
    Há no nosso rival de sempre gente de elevada estatura moral e é pena que embustes criados em épocas muito particulares tenham vingado e por hoje serem ignorados alimentam os preconceitos e a estupidez de alguns. As questões ligadas às datas de fundação dos principais clubes Portugueses são o exemplo disso. Ainda hoje está online um notavel programa da BenficaTV que o Alberto desmonta a mistificação ligada à data de fundação do SCP.

    Ainda não sei se é o caso mas pelo menos os sinais recentes demonstram um SCP com uma outra postura interventiva e esclarecida quanto à podridão trazida para o futebol nas últimas décadas por pessoas por trás de outros clubes. Será talvez uma inevitabilidade que o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal nunca venham a ter um entendimento, esclarecido e útil, completamente despido de sombras e preconceitos, mas pelo menos um outro tipo de diálogo e acção poderá trazer benefícios para o futebol em Portugal. Estou expectante embora os anos que já levo me façam ser sempre cauteloso.

    A Casa Pia é uma instituição notável cujos últimos tempos tem sido particularmente injustos. Aquele grupo Marchiogi era de facto notável. Existe informação na internet (não tenho aqui a fonte) que foram os alunos Januário Barreto e Bruno do Carmo que em 1893 introduziram o futebol na Real Casa Pia. Não sei se existiam diversas gerações misturadas mas nessa fotografia estão muitas personalidades notáveis da sociedade e vida cultural que se elevaram na vida pelo seu esforço e talento. Nessa equipa célebre salientou alguns jogadores que estiveram nos primeiros meses/anos do nosso clube. Pelo que sei entre outros, não estão aí imortalizados: David da Fonseca (uma figura curiosa que preferiu o Cruz Negra e não o SCP naquele período de 1907/08 mas depois ainda fez alguns jogos e golos importantes pelo Glorioso); João Persónio; Daniel Queiroz dos Santos; António Vital.

    Saudações Benfiquistas
    Victor João

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  5. Grande capitão da memória do nosso Benfica.
    Obrigado Alberto.

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  6. Muitos Parabéns pelo excelente artigo apresentado. Bem rigoroso com imagens e recortes de notícias, de forma a prestar uma justa homenagem a uma das mulheres mais corajosas do nosso glorioso País.
    Não conheço muito sobre a Dra Carolina Beatriz Ângelo, mas este artigo aguçou-me o apetite. Sabia a história sobre a primeira mulher a votar em Portugal, e das primeiras no mundo, mas devo admitir que não sabia que era esposa do Dr Januário Barreto. Não vou dizer que era benfiquista, pois duvido muito que nessa altura as senhoras ligassem muito ao futebol(antes pelo contrário pelo que tenho lido) mas achei muito curioso estar ligada ao Sport Lisboa Benfica de uma certa maneira.

    O sr Alberto Miguens ainda tem planeado mostrar (se é que ainda não foi publicado) como é que o jornal Sporting afirma-se ser mais antigo que o Benfica, mesmo tendo quase menos 200 publicações que o nosso? e já agora em relação ao texto sobre as verdades incovenientes: Eleições (e Assembleias Gerais) e finais de competições oficiais em casa, também já tem algo planeado?
    Novamente por más razões (falecimento do Capitão Mário Coluna) e por boas razões (ainda estamos nas 4 competições) sei que não é fácil, mas não consegui resistir a fazer-lhe estes dois pedidos. Já agora aproveito também por congratulá-lo em relação aos artigos sobre o senhor Álvaro Gaspar. É realmente um exemplo a seguir.

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    Respostas
    1. Caro Bruno Paiva

      No final dos comentários ao jogo com o Estoril publico a "programação" do blogue. Quanto ao Jornal Sporting como já tenho digitalizações dos cabeçalhos está prevista a publicação para o próximo 1.º de Abril.

      Alberto Miguéns

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  7. Muito Obrigado.

    ps: Bem escolhida a data!

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