Continuamos a evocar, o
Benfiquista e Glória do Clube, Guilherme Espírito Santo falecido no domingo, 25
de Novembro. Que notícia triste.
E chegou a despedida
Após 14 épocas no Clube, entre 1936/37
e 1949/50, se bem que duas sem fazer qualquer jogo, por doença (1941/42 e
1942/43) e mais três muito incompletas, também por doença (1939/40, 1940/41 e
1943/44), decidiu deixar o futebol. Aos 30 anos!
8 de Dezembro de 1949
No início da temporada de 1949/50, ainda
novo, com pouco mais de 30 anos, depois de jogar como avançado-centro em três
jogos, incluindo uma jornada do campeonato nacional – que lhe permitiu
sagrar-se campeão nacional no final da época – abandonou a prática do futebol
por pensar que não podia dar o contributo indispensável a um clube como o
Benfica. O “Glorioso” organizou uma festa de homenagem e despedida, apoteótica,
no estádio do Clube, no Campo Grande, em 8 de Dezembro de 1949. Os Benfiquistas
consagraram um atleta – no futebol e no atletismo – de elite que representou o
Clube dum modo inexcedível. Foram épocas de intensa actividade desportiva ao
serviço de um único clube. Recebeu em 31 de Julho de 1938 a “Águia de Prata” e
em 15 de Junho de 2000 o galardão máximo com a elevação a “Águia de Ouro”.
Oito títulos oficiais
Em 12 temporadas a jogar futebol,
conquistou no “Glorioso” oito títulos oficiais: quatro campeonatos nacionais
(1936/37, 1937/38, 1944/45 e 1949/50); três Taças de Portugal (1939/40, 1943/44
e 1948/49); e um campeonato regional de Lisboa, em 1939/40. A longevidade
permitiu-lhe capitanear a equipa em 13 encontros, num total de 1030 minutos.
Mais de 300 jogos com o “Manto Sagrado”
Realizou pelo Benfica 316
jogos – 285 na Honra e 31 na Reserva – marcando, respectivamente, 199 e 26
golos, ou seja, um total de 225 golos. Nas 12 épocas a jogar pela principal
equipa do Clube participou em 285 encontros, num total de 24 561 minutos,
marcando 199 golos, ou seja, um golo a cada 123 minutos: em 156 jogos não
marcou, mas obteve golos em 129 encontros – um golo em 84 jogos, dois golos em
29 encontros, três golos em 12 jogos, quatro golos em três jogos e nove golos
num jogo. Enquanto futebolista da equipa de Honra, em 285 encontros, efectuou
280 jogos como titular, incluíndo 11 em que foi substituído e um em que foi
expulso, por responder a provocações inqualificáveis. Em cinco encontros não
foi titular, mas entrou a substituir outro colega.
Jogou como titular (280
jogos) essencialmente em duas posições – 154 como avançado-centro e 119 como
extremo-direito (ou na ponta-direita). Mas, também, a interior-direito (seis
jogos) e interior-esquerdo (um jogo). Na linha avançada, apenas não foi titular
na ponta-esquerda (extremo-esquerdo) o que não quer dizer que durante algum
jogo não tenha “passado por lá!” Foi, ainda, guada-redes de emergência num encontro,
durante 58 minutos (desde os 32 minutos), sofrendo um golo.
Goleador de excelsa qualidade
Pelo Benfica marcou 199 golos a 31
adversários diferentes, destacando-se 24
golos ao FC Porto, 21 golos ao Sporting CP e ao Casa Pia AC; 18 tentos ao CF “Os
Belenenses”; 17 golos a equipas da Associação Académica de Coimbra; e, entre
outros cinco golos ao Vitória SC, de Guimarães e dois tentos ao Boavista FC.
Enquanto titular (280 jogos) marcou 198 golos: 139 como
titular a avançado-centro e 59 como titular a extremo-direito. Como titular, por
que quando marcou algum destes golos podia já estar a jogar noutra posição por
indicação do treinador. Mais um jogo como suplente utilizado. Curiosamente o
seu primeiro golo com o “Manto Sagrado”, no jogo de estreia, em 20 de Setembro
de 1936.
Dos 199 golos, 78 foram marcados no
campeonato nacional, 45 no campeonato regional, 26 na Taça de Portugal, seis na
Taça de Honra de Lisboa, oito em Torneios e 36 em jogos particulares.
Marcou 159 golos com os pés, 39 de cabeça
e um com o corpo (tronco), com 18 a serem concretizados após lances de “bola
parada” e 181 em lances de “bola corrida”. Dentro da grande área obteve 182
tentos, conseguindo ainda 17 golos “fora da grande área”.
Completam-se no próximo sábado, 8 de Dezembro, 63 anos da sua Festa de
Despedida, como futebolista…
… e no domingo 15 dias que nos deixou.
Eu, mais que recordar os seus últimos dias, prefiro lembrar-me como foi a sua
vida com o “Manto Sagrado”.
Lá no 4.º anel continuará orgulhoso pelo “seu/ nosso” Benfica.
Alberto Miguéns
Até sempre, Espírito Santo. Que repouses em paz!
Obrigado por todos estes artigos e esta maravilhosa homeneagem ao grande desportistas e benfiquista que foi Espírito Santo!
ResponderEliminarFoi com prazer que li a sua linda história e curiosidades sobre o Benfica que desconhecia!
Cumprimentos e fico a aguardar por mais artigos da mesma qualidade