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09 dezembro 2012

C.A.O.S.

09 dezembro 2012 0 Comentários
PEDIDO

Gostava de fazer um livro (ou um texto) sobre Carlos Martins, mas tenho dúvidas quanto aos valores correctos, pois deparei-me com valores diferentes, no Record e em A Bola, acerca da sua presença na equipa do Benfica na época actual. Qual é o jornal que está correcto? (Leitor identificado)

RESPOSTA

Como se vai demonstrar a seguir, as estatísticas publicadas nos jornais não são de fiar, por que contêm inúmeros erros que vão aumentando à medida que a temporada vai avançando. Resta a quem quiser ter informações correctas fazê-las – é penoso porque interfere com a emoção das ocorrências e imprevisibilidade - durante os jogos ou gravá-los – custa perder hora e meia a ver um jogo que já foi visto - e depois fazer as respectivas anotações.

A Bola
É difícil compreender como é possível acertar nos minutos de futebolistas como André Almeida e Bruno César, mas retirar-lhes um jogo. E quanto aos cartões? Se os contabilizam sejam mais criteriosos e rigorosos.



NOTAS:     Bruno César tem 13 jogos: 6 na Liga ZON Sagres, 5 na Liga dos Campeões e 2 na Taça de Portugal;
                  André Almeida tem 10 jogos: 4 na Liga ZON Sagres, 4 na Liga dos Campeões e 2 na Taça de Portugal;
                   Garay tem 2 cartões amarelos: aos 68’ da 4.ª jornada da Liga ZON Sagres (Ass. Académica Coimbra vs Benfica) e aos 56’ da 6.ª jornada da Liga dos Campeões (FC Barcelona vs Benfica);
                   Melgarejo tem 2 cartões amarelos: aos 55’ da 4.ª jornada da Liga ZON Sagres (Ass. Académica Coimbra vs Benfica) e aos 77’ da 5.ª jornada da Liga dos Campeões (Benfica vs Celtic FC);
                   Gaitán tem 1 cartão amarelo: aos 90’ + 4’ da 5.ª jornada da Liga ZON Sagres (FC Paços Ferreira vs Benfica)     

Record
Os valores apresentados por este diário desportivo são inacreditáveis, em falta de rigor e desleixo. Entre tantos erros, todos inadmissíveis, há dois sem perdão: menos 2 jogos para Carlos Martins; e Witsel com três jogos completos nunca pode ter jogado “apenas” 224 minutos, só pode ter 270 minutos (3 x 90 = 270).


NOTA: Os valores apresentados são um chorrilho de disparates. Para um jornal que é o melhor em Portugal no destaque dado às modalidades (fornece a pontuação no Voleibol e é o único a indicar qual o sete inicial no Andebol), muito superior ao jornal A Bola, peca (e muito) na informação rigorosa no futebol, modalidade onde A Bola é claramente melhor, como comprovam os erros (quantidade e "tamanho").

Estatística não é um monte de números e cifras
Não ser criterioso na contabilização de jogos, golos, minutos, cartões e expulsões anula a veracidade dos valores e essa adulteração torna injusta a análise à actividade dos atletas. Respeita-se o seu trabalho colocando os valores correctos e mantendo o mesmo critério para todos.

Precisa-se de rigor para haver certezas

Alberto Miguéns

NOTA1: Qualquer dos jornais retira um golo a Matic no jogo da Taça de Portugal frente ao Moreirense FC. Mas o golo, aos 58 minutos, só pode ser de Matic.
Se a bola for rematada por um futebolista em direcção da baliza, para a linha de golo, não é por um adversário mudar-lhe a trajectória que o golo não deve ser atribuído a quem tem a intenção de marcá-lo. Negar um golo ao rematador, porque um adversário tenta (mas não consegue…) impedi-lo, e atribuir a este essa infelicidade, é não perceber o jogo e amarfanhar o espírito do futebol.

NOTA2: Há desfasamentos na contabilidade dos minutos jogados, e pelo “desvio” percebe-se que não utilizam sempre o mesmo critério. Por exemplo, em A Bola: Salvio e André Almeida têm mais 5 minutos e Gaitán tem menos 4 minutos.
O meu – para os minutos dos golos e tempo das substituições - mantém-se uniforme há muitos anos: arredondamentos por defeito até aos 29 segundos (para o minuto que vigora) e por excesso depois dos 30 segundos (para o minuto seguinte).

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