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11 junho 2017

Há 70 Anos Cosme Damião Agonizava

11 junho 2017 2 Comentários
FALECERIA NA PRÓXIMA MADRUGADA. TINHA 61 ANOS.
25 de Abril de 1946. Cosme Damião contava neste dia 60 anos, cinco meses e 23 dias. Foi a sua última aparição pública, falando pela derradeira vez aos Benfiquistas no banquete comemorativo do 42.º aniversário do Clube. Ora 1946 - 42 = 1904! Cosme Damião faleceria pouco mais de um ano depois, em 12 de Junho de 1947

Em rigor faleceu aos 61 anos, sete meses e dez dias pois nasceu em 2 de Novembro de 1885 pelas quatro horas da tarde e faleceu na madrugada de 12 de Junho de 1947. Há 70 anos a completar nas próximas horas.

A sua Vida Benfiquista está descrita, entre 28 de Fevereiro de 1904 e 8 de Agosto de 1926 quando eleito presidente da Direcção (para ser afastado do Futebol) recusou não tomando posse e ameaçando sair de associado do clube. Em 8 de Agosto de 2006 já se escreveu neste blogue (Isto é tão Benfica) acerca desse Dia da Coragem, em 8 de Agosto de 1926 (clicar). Cosme Damião regressaria em 1931 para outras importantes funções.



Será neste período que reorganiza a sua vida familiar casando, em 20 de Julho de 1932, com D. Maria Luísa Trindade Horta que tinha uma filha com seis anos-e-meio, Maria Lurdes Toscano, nascida em 31 de Janeiro de 1926 e falecida em 3 de Novembro de 2013, com quem tive o prazer de conversar uma vez em meados da década de 90, na sua habitação num prédio da avenida Marconi, em Lisboa, algum tempo depois do falecimento da viúva do nosso Cosme Damião, em 31 de Março de 1985.



Após um hiato de cinco anos regressaria ao Clube, em 6 de Setembro de 1931, como presidente da Mesa da assembleia geral (data da eleição e tomada de posse sucedendo a João Carlos Mascarenhas de Melo que vencera 28 eleições consecutivas, entre 1907 e 1930). Cosme Damião esteve quatro mandatos anuais consecutivos, vencendo eleições em 7 de Agosto de 1932, 20 de Agosto de 1933 e 4 de Setembro de 1934. O facto de não ter um cargo executivo era pouco significativo para ele e, assim, decidiu não continuar. Na assembleia geral que também foi eleitoral, em 15 de Outubro de 1935, foi agraciado com o galardão supremo do Benfica, a "Águia de Ouro". Sucedeu-lhe no cargo o dr. Augusto da Fonseca Júnior. Voltou a afastar-se zangado, como mostrou na entrevista ao jornal "Os Sports" (19 de Outubro de 1936) e publicada neste blogue, em 4 de Fevereiro de 2016, no final de um longo texto denominado: O Fim de Uma Era (clicar) embora a resposta do presidente do Benfica, seja lapidar, em 23 de Outubro de 1936, também em "Os Sports" dando-lhe uma "coça À Benfica". Além disso foi presidir ao Casa Pia AC em 3 de Agosto de 1936. Também não esteve por lá muito tempo. Em Agosto de 1938 gorado o projecto de revitalização do Casa Pia AC, incapaz de resolver os problemas colocados com a expropriação do campo do Restelo no perímetro do espaço para organizar a Exposição do Mundo Português (1940)  deixa definitivamente o dirigismo de clubes, também já debilitado pela doença que seria fatal.



Deixa a sua habitação no n.º 46 da avenida Miguel Bombarda e vai viver para Sintra, para a Quinta Mirante, na Costa do Pó. Onde faleceu na madrugada de 12 de Junho de 1947.



Volta a aproximar-se do "Glorioso" numa iniciativa do jornal "O Benfica", em 3 de Julho de 1944, para homenagear os pioneiros, no "Espelho de Água", em Belém, uma das poucas infraestruturas que resistiram ao fecho da Exposição do Mundo Português, em 1940. Depois é presença assídua e escutada nas comemorações dos aniversários do Clube, em 1945 e 1946.



Até sempre Pai do Benfiquismo

Alberto Miguéns 



2 comentários
  1. Claro que sim esses 3 Campeonatos de Portugal são do Benfica, não há qualquer dúvida...o Sporting até queria aglutinar os 4 aos títulos, isso é que seria uma aberração!!

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  2. Que pena Cosme não ter vivido mais 15 anos pois teria visto a conquista das duas Taças dos Clubes Campeões Europeus. Nem sequer pode ver a conquista da Taça Latina. Teriam com certeza sido emoções bem fortes e bem merecidas para o maior de todos nós. Como o Alberto merecidamente lhe chama o Pai do Benfiquismo. Paz e Honra à sua alma.

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