ESTATÍSTICAS
PRIMEIRO: REGISTO DE INCOMODIDADE
Fazer a distinção entre jogos oficiais e jogos não oficiais, tal como entre golos “oficiais” e golos “não oficiais” é um equívoco. Porque isso não existe. Existem jogos e golos em competições oficiais. Mas, mesmo assim, fazer questão em valorizar “golos obtidos em jogos de competições oficiais” e ignorar “golos obtidos em jogos em competições não oficiais” é um erro. É possível, mas é errado. Porque é admitir que há determinados jogos (e golos) mais importantes que outros. Isso não existe. Os jogos e golos têm todos o mesmo valor. Desde que sejam arbitrados por quem faça cumprir as 17 Leis do Jogo em vigor, nesse momento, na FIFA, os jogos têm todos o mesmo valor. As competições é que não. Mas, mesmo entre competições diferenciadas o valor é desigual. Como todos os adeptos do futebol sabem. E os próprios adeptos (e os futebolistas profissionais ou não) valorizam mais um jogo particular entre clubes míticos (por exemplo um SL Benfica vs FC Barcelona) que alguns jogos das primeiras eliminatórias da Taça de Portugal ou das pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. Basta olhar para as bancadas…
Porquê a “divisão”?
A separação é feita nos media (em particular, na imprensa que depois é copiada nos restantes formatos) por incapacidade física (na actualidade e em relação ao passado) em registar todos os jogos e igualizar todos os clubes. Mas, o futebol não é normalizado pelos media. Os media informam, bem ou mal, não fazem juízos morais, entre o que é bom e o que é mau. Era o que mais faltava. Se bem que muitos media (ou seja muitos directores dos media) gostassem de ser Inquisidores.
A prova que a separação é feita por incapacidade física e/ou por preguiça é que nas jogos da Selecção Nacional (por serem poucos e registados desde o início) não há distinção entre jogos (internacionalizações e golos) bons e maus – oficiais e particulares.
E os clubes?
O problema agrava-se com o facto dos clubes, actualmente, principalmente os que têm mais história, necessitarem de mostrar a sua grandeza através dos números. E como não têm suporte próprio, oficializam os dados fornecidos pela imprensa, como se fossem verdadeiros, mesmo que não sejam coincidentes nos vários jornais, nem rigorosos. Quando se desprezam os valores de competições não oficiais (exemplo Torneios ou Troféus) e jogos particulares, está-se a lesar a história e a ignorar o esforço de quem jogou e ganhou. Então para quê guardar troféus e destacar competições não oficiais como o Torneio Ramon Carranza, Teresa Herrera ou a Taça Eusébio (EusébioCup), por exemplo? Foram (são) torneios e jogos disputados por equipas e jogadores, ganhos com golos? Então têm de constar nas prestações dos jogadores e treinadores! Até para perceber, elogiar e explicar como foram conquistados! Não são troféus (nem jogos) ofertados ou comprados (bem, entre os andróides até há competições oficiais “compradas”, basta ver no “Youtube”)!
TERCEIRO: METODOLOGIA
NOTA1: As tabelas, tendo em conta a posição relativa dos futebolistas, entre totais e apenas “oficiais” (jogos e golos) não difere muito, como se pode observar na tabela publicada no final deste texto e que pode ser comparada com a publicada em 23 de Dezembro de 2011 e que está resumida na 2.ª coluna (N.º Tot).
NOTA2: A tabela que o EDB apresenta como “GOLOS EM COMPETIÇÕES OFICIAIS” difere, em alguns goleadores – os mais antigos – muito em relação a tabelas esporadicamente publicadas nos media nacionais porque estes ignoram as competições regionais (e até o Campeonato de Portugal) que também são competições oficias, apesar de regionais. Tanto que, por exemplo, era através dos Campeonatos Regionais (depois Distritais) que os clubes eram apurados para o Campeonato de Portugal (até 1933/34) e depois para o Campeonato Nacional (1934/35 a 1946/47). O Benfica nas 13 edições iniciais do Campeonato Nacional só os disputou porque ficou num dos quatro primeiros lugares do Campeonato Regional. Se num deles tivesse ficado abaixo do 4.º lugar, teria ido parar à II Divisão. A menos que fizesse como o FC Porto que em 1939/40 e 1941/42, remetido para a II Divisão – por não obter a classificação no Regional do Porto que lhe desse o apuramento para a I Divisão - forçou um alargamento para jogar na I Divisão!
CLASSIFICAÇÕES DO SL BENFICA NOS CAMPEONATOS REGIONAIS DE LISBOA QUE PERMITIRAM O ACESSO AO CAMPEONATO NACIONAL
ÉPOCA
|
REGIONAL
|
NACIONAL
|
1934/35
|
2.º
|
3.º
|
1935/36
|
2.º
|
V
|
1936/37
|
2.º
|
V
|
1937/38
|
2.º
|
V
|
1938/39
|
3.º
|
3.º
|
1939/40
|
V
|
4.º
|
1940/41
|
2.º
|
4.º
|
1941/42
|
2.º
|
V
|
1942/43
|
2.º
|
V
|
1943/44
|
2.º
|
2.º
|
1944/45
|
2.º
|
V
|
1945/46
|
4.º
|
2.º
|
1946/47
|
2.º
|
2.º
|
NOTA: A classificação final do CN em 1946/47 estabeleceu o quadro definitivo de clubes (com despromoções e promoções) que passariam a disputar o CN… até hoje!
Os media nacionais ao ignorarem os valores obtidos nas competições regionais organizadas pelas associações regionais que são entidades oficiais, mostram que são pouco rigorosos, desvalorizam a história do futebol português e achincalham o esforço de clubes, equipas e futebolistas que competiram nessas provas. O EDB não!
TERCEIRO: VAMOS, FINALMENTE, AO QUE,
VERDADEIRAMENTE, INTERESSA
São do Benfica os melhores (e maiores) goleadores do futebol nacional e mundial, com destaque para futebolistas, com valores abaixo dos 100 minutos para cada golo marcado: Eusébio (82), José Águas (93) e José Torres (93). Impressionante! A média de Eusébio é de valor universal.
Se “passado é museu” (porque já não jogam, não marcam, nem ganham, mas merecem que a memória seja eterna) é Cardozo que deve merecer a nossa consideração e respeito.
O nosso excelente avançado já faz parte dos 15 goleadores mais produtivos. A dez encontros de atingir 200 jogos em competições oficiais – mas, 136 golos em 220 jogos no total – com 114 golos, Cardozo tem bem à sua frente uma escadaria de luxo que poderá ir ultrapassando, ainda nesta temporada: Joaquim Teixeira (14.º, a 5 golos), Vítor Silva (13.º, a 6 golos), Coluna (12.º, a 16 golos). Depois, temos, ainda que a mais duas/ três temporadas: Guilherme Espírito Santo (11.º, a 41 golos), Valadas (10.º, a 48 golos) e Nuno Gomes (9.º, a 52 golos).
LISTA DE HOMENAGEM AOS 25 MELHORES GOLEADORES DO “GLORIOSO”
GOLOS EM COMPETIÇÕES OFICIAIS
N.º
Ofi
|
N.º
Tot
|
Futebolista
|
G
|
J
|
Md/m
|
Épocas
|
1
|
1
|
Eusébio
|
482
|
450
|
82
|
(15) 1960/61 – 1974/75
|
2
|
2
|
José Águas
|
378
|
389
|
93
|
(13) 1950/51 – 1962/63
|
3
|
3
|
Nené
|
369
|
600
|
130
|
(18) 1968/69 – 1985/86
|
4
|
6
|
José Torres
|
240
|
264
|
93
|
(12) 1959/60 – 1970/71
|
5
|
4
|
Arsénio
|
233
|
313
|
121
|
(12) 1943/44 – 1954/55
|
6
|
5
|
Rogério Carvalho
|
208
|
314
|
136
|
(12) 1942/43 – 1953/54
|
7
|
7
|
Julinho
|
203
|
207
|
92
|
(11) 1942/43 - 1952/53
|
8
|
9
|
José Augusto
|
177
|
383
|
189
|
(11) 1959/60 – 1969/70
|
9
|
12
|
Nuno Gomes
|
166
|
398
|
168
|
(12) 1997/98 - 1999/00; 2002/03 – 2010/11
|
10
|
8
|
Valadas
|
162
|
263
|
146
|
(11) 1934/35 – 1944/45
|
11
|
11
|
Espírito Santo
|
155
|
219
|
127
|
(14) 1936/37 – 1949/50
|
12
|
14
|
Coluna
|
129
|
536
|
373
|
(16) 1954/55 – 1969/70
|
13
|
10
|
Vítor Silva
|
120
|
140
|
103
|
(10) 1927/28 – 1936/37
|
14
|
15
|
Joaquim Teixeira
|
119
|
171
|
129
|
(7) 1939/40 – 1945/46
|
15
|
16
|
Cardozo
|
114
|
190
|
127
|
(5) 2007/08 – 2011/12
|
16
|
18
|
Cavém
|
105
|
428
|
365
|
(14) 1955/56 – 1968/69
|
17
|
19
|
Rui Águas
|
104
|
237
|
168
|
(7) 1985/86 - 1987/88; 1990/91 – 1993/94
|
18
|
13
|
Artur Jorge
|
103
|
133
|
104
|
(6) 1969/70 – 1974/75
|
19
|
17
|
Rogério Sousa
|
102
|
167
|
146
|
(8) 1932/33 – 1939/40
|
20
|
23
|
Francisco Rodrigues
|
96
|
88
|
83
|
(3) 1939/40 – 1941/42
|
21
|
28
|
Simão
|
94
|
230
|
217
|
(6) 2001/02 – 2006/07
|
22
|
24
|
João Pinto
|
90
|
301
|
288
|
(8) 1992/93 – 1999/00
|
23
|
26
|
Magnusson
|
87
|
166
|
155
|
(5) 1987/88 – 1991/92
|
24
|
22
|
Rui Jordão
|
85
|
135
|
122
|
(5) 1971/72 – 1975/76
|
25
|
30
|
Santana
|
85
|
173
|
184
|
(12) 1956/57 – 1967/68
|
26
|
27
|
Diamantino Miranda
|
85
|
315
|
275
|
(9) 1979/80; 1982/83 – 1989/90
|
NOTAS:
1. N.º Tot: Posição no goleador na tabela com a totalidade de golos obtidos com o “Manto Sagrado” (ver 23 de Dezembro de 2011);
2. Md/m: Média de golos marcados por minutos jogados por ser mais rigorosa que a média de golos marcados por participação em jogos
Obrigado futebolistas do “Glorioso”. A nossa eterna gratidão por tantos e tantos momentos de glória.
Alberto Miguéns
NOTA: No EDdB entre 23 de Dezembro de 2011 e 6 de Janeiro de 2012 o reconhecimento ao valor dos nossos futebolistas com a publicação de onze listagens. Mais tarde serão publicadas mais quatro listagens: Campeonato/Taça de Portugal, Liga Europa, Jogos internacionais e Taça dos Clubes Vencedores das Taças
Plano de Homenagem:
PUBLICADO:
23 de Dezembro - Todos os Golos
24 de Dezembro - Golos Fora da Grande-área
25 de Dezembro - Golos no Campeonato da I Liga/Nacional da I Divisão
26 de Dezembro - Golos de Livre-directo (fora GA)
27 de Dezembro - Golos nas Competições Europeias
28 de Dezembro - Golos de Grande penalidade
29 de Dezembro - Golos na Liga dos Campeões
30 de Dezembro - Golos de Cabeça
31 de Dezembro - Golos na Taça da Liga
5 de Janeiro - Golos de Bola Parada
6 de Janeiro - Golos em Competições Oficiais
Não vejo nenhum alargamento nos Campeonatos Regionais para o Benfica participar nos Nacionais ..... mas de certeza que na história "oficial" daqueles ... TAMBÉM NÃO!
ResponderEliminarBrilahnte, não sabia que! Aconteça o que acontecer este blogue será SEMPRE um marco na história do S.L.Benfica muito obrigada a ambos[Alberto Miguéns António Melo]
ResponderEliminarpor tornarem este blogue num forum diario de noticias Benfiquistas ..
Pela liberdade de expressão. Um forte abraço ao Blogue e a todos os..
ResponderEliminarkarlos