APARENTEMENTE NADA POIS O BENFICA É UM CLUBE DE BEM.
E não quer passar a ser um clube de mal, onde imperam os truques, o ódio, a chantagem e a teoria que todos os meios podem (e devem) ser utilizados para conseguir determinada finalidade.
Num clube com quase 118 anos a completar em 2 de Agosto de 2024
As eleições do passado dia 27 de Abril foram "verdadeiramente" as primeiras eleições nesse clube centenário. As outras, mesmo antes do 25 de Abril de 1974 variavam entre "farsas, plebiscitos, encenações e tramas". Não é âmbito nos textos deste blogue fazer a História do FC Porto, embora por vezes haja necessidade para desmentir factos ou corrigir mentiras envolvendo o Benfica escrever acerca disso. A história deles que a façam eles... se tiverem coragem perante tanta aldrabice fabricada desde há muitos anos.
A quantidade de figurões ligados ao Estado Novo é notável ou... execrável (ao gosto de cada um) |
É falso que não houvesse eleições no FC Porto (e no Sporting CP) antes do 25 de Abril de 1974
Eram esporádicas e serviam para plebiscitar os dirigentes, principalmente o presidente da Direcção ou do Conselho Directivo (SCP) a pedido deste. Ao contrário do «Glorioso», o Sporting CP (Conselho Leonino) e o FC Porto (Assembleia Delegada) tinham órgãos (estes que foram citados) onde estavam associados por inerência - antigos dirigentes e figuras consideradas com prestígio social e político (figurões) que aceitavam renúncias de dirigentes a nível individual ou colectivo e escolhiam novos dirigentes para recompor Corpos Gerentes ou mesmo escolher Gerências completas. Por vezes, estas depois de escolhidas convocavam Assembleias Gerais para serem plebiscitadas pelos associados. Era raro mas acontecia. Agora não tenho por aqui a "papelada" referente ao FC Porto, mas no Sporting CP, João Rocha foi escolhido, numa reunião do Conselho Leonino, em 19 de Maio de 1973, como presidente exigindo ser plebiscitado em Assembleia Geral e foi, em 7 de Setembro de 1973.
No FC Porto a eleição de 1982 e a de 1984 (os mandatos eram bienais como no SLB) foram condicionadas pela estratégia José Maria Pedroto/Pinto da Costa
1. 17 de Abril de 1982. Estranho porque é que nunca, nos media, se questionou o facto de Pinto da Costa ser eleito pela Lista B quando não houve Lista A? A Lista B foi a sufrágio sem confronto com a Lista A afecta aos dois presidentes anteriores (Américo de Sá/Pinto de Magalhães) e associados que não se reviam na estratégia de Pedroto/Pinto da Costa implementada entre 1976/77 e 1979/80, pois esta Lista A optou por não se apresentar a sufrágio. Mas desistiu, já depois de poderem ser apresentadas Listas, por estar "combinado" que assim seria para esvaziar a oposição. Foi o modo de Américo de Sá ter os futebolistas que fizeram greve ao FC Porto de Américo de Sá no início da temporada de 1980/81. Pedroto/Pinto da Costa libertariam os futebolistas na condição de não existir "Oposição" nas Eleições previstas para 1982;
2. 9 de Junho de 1984. A eleição que estava prevista para Abril (dois anos depois das realizadas em 1982) "teve necessidade" de ser adiada. E houve de tudo pois o FC Porto - dois anos depois apresentava zero conquistas - perdendo até a Taça de Portugal de 1982/83 apesar da tentativa desesperada de a conquistar a qualquer custo, jogando-a no seu estádio. A Direcção de Pinto da Costa perdeu o campeonato de 1982/83, tal como a Taça de Portugal, apesar de ser jogada no terreno do FC Porto. Em 1983/84, o Benfica liderava rumo ao Bicampeonato e em Abril ainda não havia decisão quanto à Taça de Portugal. Tentou-se que Pôncio Monteiro encenasse uma espécie de "oposição de fachada" com os muitos descontentes com duas temporadas "em branco" para desistir depois de fechada a recepção das Listas e Pinto da Costa voltasse a concorrer em solitário. Depois inventaram uma manobra de diversão para justificar o adiamento do acto eleitoral até que fosse decidido um pedido acerca da arbitragem e uma Eleição fragilizaria o "processo". O objectivo era que a eleição se realizasse depois da final da Taça de Portugal (frente ao Rio Ave FC que não aceitou jogar no estádio das Antas) e ainda tiveram o bónus da final da Taça dos Clubes Vencedores das Taças (frente ao emblema de Turim, Juventus FC) onde houve um coro de indignação nacional - algo nunca visto em Portugal, nem quando o «Glorioso» foi obrigado a jogar a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1964/65, em Milão, no estádio do Campeão Europeu em título, FC Inter ou a seleção nacional ter sido obrigada a jogar com a Inglaterra, em Londres, quando esta é que devia ter ido jogar a Liverpul, no Campeonato do Mundo de 1966 - querendo para o FCP uma vitória moral. Em 9 de Junho de 1984 lá se fez a reeleição de Pinto da Costa em lista única... Com títulos para apresentar - um Bicampeonato Nacional 1984/85 e 1985/86 - as eleições seguintes, as de 1986, "regressaram à normalidade", realizando-se em... Abril, a 19!
Finalmente... o que interessa e o que ficou escrito serve de justificação
A questão é de 1 sócio corresponder a 1 voto. Ao FC Porto nunca se colocou o problema de valorizar a antiguidade pois nunca existiram "verdadeiramente" eleições. Para mim é o sistema mais justo por ser o mais Democrático, mas para grandes clubes com eleições regulamentadas e com periodicidade definida pode ser um risco, embora, actualmente, seja muito menor do que quando votavam duas ou três mil pessoas e as eleições eram anuais, no SL Benfica até 1967. Por exemplo, em 1965, com duas listas votaram 1 587 associados e em 1969, com três listas, foram 2 838 os votantes. Actualmente com 40 mil votantes é muito mais complexo inscrever associados em número suficiente para influenciar eleições.
O sistema actual, de votação no Benfica, é absurdo e sem nexo
Como estamos em "época" - ao que se diz - de revisão estatutária eu abdicaria dos 50 votos a que tenho direito e que, para mim, são uma vergonha. Não sendo possível 1 sócio = 1 voto (mas esperando que o FC Porto possa provar que é um sistema adequado) a minha proposta seria (não alterando muito os "direitos adquiridos", mas ir tentando aproximar "classes de votos" nas futuras revisões estatutárias):
1 voto: associados com mais de um ano e até cinco anos de filiação associativa;
5 votos: associados com mais de cinco anos e até dez anos de filiação associativa;
10 votos: associados com mais de dez anos e até vinte anos de filiação associativa;
20 votos: associados com mais de vinte anos e até vinte e cinco anos de filiação associativa;
40 votos: associados com mais de vinte e cinco anos de filiação associativa.
As Filiais, Delegações e Casas deixavam de ter direito a voto até porque é impossível escrutinar "votos colectivos" num sistema, por princípio, secreto. Quem é que garante - e é se o representante convocou alguma assembleia geral para saber - que este vota de acordo com a vontade colectiva da Filial, Delegação (estas actualmente têm direito a 20 votos) ou Casa (actualmente com direito a 50 votos)? Todos os Benfiquistas devem ser honestos, mas também tem muito interesse parecer. O voto secreto nunca pode ser colectivo! Assim será sempre dar ao representante com este voto a possibilidade de exercer duplamente o seu direito a votar. Com 40 mil votantes - quase sete mil com direito a 50 votos - nem é importante. É uma questão de princípio.
As propostas da actual Direcção, para a revisão dos Estatutos de 2010, relativamente a estes aspectos:
As Casas do Benfica são de extrema importância para o Clube
Mas não me parece que ter direito a voto seja fundamental. A justificação, da introdução desse "voto colectivo", na revisão estatutária, em 23 de Fevereiro de 1996, foi a de envolver e dar importância às Filiais (nunca devem ter votado), Delegações (nunca devem ter votado), mas principalmente às Casas (estas vão votando). Parece-me ultrapassado e injustificado, em 2024.
Vai ser interessante perceber se no FC Porto vão manter 1 sócio = 1 voto ou alterar porque tentaram dar uma «chapelada» inscrevendo muitos (?) associados a um ano das eleições...
Alberto Miguéns
O sistema de votos do Benfica devia estar equiparado a forma como o clube homenageia os sócios. Entra-se com um voto de sócio, aos 25 anos recebes uma condecoração passava a 2 votos, aos 50 anos outra condecoração passava a 3 votos, com 75 anos 4 votos e com 100 anos 5 votos. Podia colocar-se um periodo de 3 anos para novos sócios votarem, evitando assim novos inscritos para manipular.
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