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12 outubro 2020

Ângelo: Efeito Otto Glória

12 outubro 2020 0 Comentários

COM OTTO GLÓRIA A PASSAGEM DO MEIO-CAMPO PARA A DEFESA



Ângelo foi considerado pedra basilar no sistema táctico implantado por Otto Glória depois de 1954/55. Mas até lá houve mais futebol.

 


1953/54: Transição

Com o Benfica em instabilidade técnica era difícil potenciar o valor dos futebolistas. Ângelo sofreu muito nesta época com essa instabilidade. Foi das suas temporadas menos conseguidas, com 23 jogos dos 40 disputados pelo Clube e apenas em 14 das 26 jornadas do 30.º campeonato nacional. Sempre a médio-esquerdo. O presidente Joaquim Bogalho decidiu que o Benfica tinha de "mudar de vida". E mudou. Em 27 de Setembro de 1953 estreia-se na selecção nacional.



1954/55: Dobradinha

Com o treinador Otto Glória as mudanças anunciadas resultam em pleno ainda que com muitas dificuldades, sempre debaixo de fogo. O campeonato quase perdido para o CF "Os Belenenses" fez ressurgir a Mística que depois foi imparável na final da Taça de Portugal. Ângelo que iniciou a temporada como médio-esquerdo é "testado" a defesa-direito, em 5 de Dezembro de 1954, frente ao, então terceiro classificado do campeonato nacional, o CF "O s Belenenses" a dois pontos do Benfica e Sporting CP, numa vitória épica por 7-2, no segundo jogo realizado pelo Clube no estádio inaugurado em 1 de Dezembro de 1954. Em 51 encontros disputados pelo Benfica, Ângelo jogou 43. Para o campeonato nacional foi utilizado em vinte das 26 jornadas e foi totalista na Taça de Portugal nos seis jogos. Na final mais uma conquista frente ao Sporting CP, por 2-1. A pedido do treinador Otto Glória que entendia que o Benfica necessitava de testar o seu potencial frente a vários clubes estrangeiros, o Benfica prescinde da participação na Taça Latina (até por deferência para com o CF "Os Belenenses" que perdera o título de Campeão Nacional nos últimos seis minutos da última jornada e jogou a Taça Latina) fazendo uma digressão ao Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo) além da participação no Torneio de Caracas. Foram dez jogos: cinco em Caracas, três no Rio de Janeiro e dois em São Paulo. Ângelo é elogiado como um defesa-esquerdo poderoso que nunca se intimidou com alguns dos melhores extremos-direitos do futebol mundial.

 


1955/56: A época do quase

Esteio do plantel participa em 31 dos 35 encontros do Benfica numa temporada que ficou marcada pelo Benfica ter perdido o campeonato nacional embora com o mesmo número de pontos do campeão nacional, ambos com 43. Ângelo esteve em 22 das 26 jornadas.  Na Taça de Portugal uma eliminação precoce no terreno do CF «Os Belenenses» e na Taça Latina eliminação nas meias-finais pelo AC Milan que organizou a competição (a par da Federação de Itália, como era timbre da Taça Latina) e depois um jogo épico com 132 minutos, em que o «Glorioso» derrotou o OGC Nice, em Milão, por 2-1.

 


1956/57: Dobradinha

Regresso aos títulos com a conquista do campeonato nacional e da Taça de Portugal. Ângelo é defesa-esquerdo com 44 jogos dos 51 disputados pelo Benfica. Está presente em 23 jogos das 26 jornadas do campeonato nacional e é totalista nos seis encontros da Taça de Portugal que continua a disputar-se segundo o modelo «Campeonato de Portugal» totalmente depois de terminados os campeonatos nacionais da I e II Divisão. Na final o Benfica derrota, por 3-1, o SC Covilhã, 13.º classificado no campeonato nacional da I Divisão. Segue-se a Taça Latina, com a derrota, por 0-1, na final, frente ao Bicampeão Europeu e organizador da competição em conjunto com a Real Federação de Espanha. Para terminar a temporada mais uma digressão que trouxe glória ao Clube, com três jogos no Rio de Janeiro, um em Santos, outro em São Paulo, dois em São Salvador, no Recife e em Belém. O último encontro da temporada realizou-se em Nova Iorque, EUA.

 


1957/58: Aquém do que era possível

Com o treinador Otto Glória a tentar recompor o plantel face ao poderio do Sporting CP (afastado do título de campeão nacional desde 1953/54) e do FC Porto (último título em 1955/56) a temporada não correu de feição. O «Glorioso» classifica-se em terceiro lugar e perde, pela primeira vez e única até 2019/20, uma final do Campeonato de Portugal/Taça de Portugal frente ao FC Porto. Esta é a temporada de estreia na Taça dos Clubes Campeões Europeus com Ângelo a jogar os dois encontros frente ao Sevilha FC. Numa temporada com 44 jogos coube ao defesa-esquerdo ter 39 presenças. No campeonato nacional está presente em 23 das 26 jornadas e na Taça de Portugal só não joga a final. Se tem jogado...era o que os Benfiquistas lamentavam no final dessa edição da Taça de Portugal.



1958/59: Taça de Portugal

Com Otto Glória já desgastado este campeonato atípico - o Benfica perdeu o título por um golo em igualdade pontual com o FC Porto - fez com que o treinador não renovasse contrato nem orientasse a equipa na final da Taça de Portugal, pois foi o seu adjunto José Valdivielso a obter a vitória, por 1-0, frente ao FC Porto com um golo de Cavém aos 12 segundos de jogo depois de Coluna ter atirado um pontapé fantástico ao poste com Cavém a surgir para colocar a bola dentro da baliza contrária. Em 51 jogos do Benfica, coube a Ângelo ter participado em apenas 31, pois a expulsão frente ao Sporting CP em que agrediu um "apanha-bolas" teve consequências graves levando à sua suspensão, por isso não fez qualquer jogo na Taça de Portugal.



Continua

 

Alberto Miguéns

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