COM A CHEGADA DO TREINADOR BÉLA GUTTMANN O BENFICA ATINGE O TOPO DO FUTEBOL EUROPEU E MUNDIAL.
Ângelo é imprescindível para o treinador. Experiente, enérgico e decidido tem tudo o que Guttmann exigia de um defesa.
1959/60: Campeonato Nacional
A época começa mal para Ângelo que tem de debelar uma lesão grave só regressando em 6 de Março de 1960. Nos últimos 14 jogos de uma temporada que teve 42 é tutular indiscutível com o treinador Béla Guttmann a colocá-lo a defesa-esquerdo mas em três jogos na direita. A sagacidade do treinador húngaro faria de Ângelo um polivalente, tanto jogando a defesa-direito como a defesa-esquerdo sempre como se tivesse nascido nesses "lugares"!
1960/61: Campeão Europeu
Numa temporada de excelência Ângelo foi um dos pilares no campeonato nacional (23 jogos em 26 jornadas) e na conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus (oito dos nove jogos, apenas não jogando o primeiro em Edimburgo, com a defesa assegurada por Mário João e Cruz). Dos 50 jogos disputados pelo Benfica, Ângelo esteve em 40, com 19 como defesa-direito e 19 como defesa-esquerdo. Nos outros dois foi suplente utilizado em jogos de início de temporada. Em 23 jornadas do campeonato nacional foi 12 vezes defesa-direito e onze vezes defesa-esquerdo. Na Taça dos Clubes Campeões Europeus jogou quatro encontros a defesa-direito e outros quatro a defesa-esquerdo, incluindo a final frente ao FC Barcelona, numa vitória por 3-2, em Berna, na Suíça. Guttmann adaptava-o em função das necessidades da equipa e das características dos extremos contrários. Ângelo nunca desiludia o treinador, nem causava preocupação entre os adeptos. Era sempre com confiança máxima.
1961/62: Bicampeão Europeu
Numa temporada com 64 jogos o polivalente defesa faz 50 com 21 a defesa-direito e 29 a defesa-esquerdo. Na conquista da segunda Taça dos Clubes Campeões Europeus joga seis dos sete jogos, apenas não actuando em Nuremberga (primeira mão dos quartos-de-final) com os dois iniciais como defesa-direito e os últimos quatro como defesa-esquerdo, incluindo a final frente ao Real Madrid CF, em Amesterdão, numa gloriosa vitória por 5-3, a única final em que se encontraram os dois únicos clubes que tinham conquistado as sete edições iniciais da competição: Real Madrid CF por cinco vezes as cinco iniciais e SL Benfica as duas últimas. No campeonato nacional (3.º lugar) participou em 22 das 26 jornadas, com nove jogos a defesa-direito e os restantes 13 a defesa-esquerdo. Na Taça de Portugal jogou seis encontros (sempre a defesa-esquerdo) incluindo a final em que o Benfica derrotou, por 3-0, o Vitória FC (Setúbal).
1962/63: Campeão Nacional
A sua última grande temporada com 30 jogos dos 64 realizados pelo Benfica. Foram 24 encontros a defesa-direito e seis na esquerda. Com menos fulgor (33/34 anos) foram 17 jogos (em 26) no campeonato nacional e dois encontros (em sete jogos) na Taça de Portugal. O Benfica conquistou o título de campeão nacional.
1963/64: Dobradinha
Anunciava-se o ocaso da carreira com apenas nove jogos, três para o campeonato nacional e um na Taça de Portugal. O Benfica conquistou o título de campeão nacional e a Taça de Portugal. Pela terceira vez uma dobradinha, depois de 1954/55 e 1956/57.
1964/65: Campeonato Nacional
A jogar na categoria Reserva esta seria a última temporada, com quatro jogos, sempre a defesa-esquerdo, incluindo três no campeonato nacional que o «Glorioso» conquistou.
Festa de despedida
Em 19 de Outubro de 1966, com 36 anos e seis meses, o valoroso Ângelo despedia-se na «Saudosa Catedral» perante o poderoso FC Barcelona com o Benfica a vencer por 1-0. Era a despedida de um dos melhores defesas de sempre do futebol português (clicar para o jornal «Diário de Lisboa»). Seguiu-se uma enorme carreira como treinador dos mais novos que pretendiam singrar no Futebol do Benfica!
Continua...
Alberto Miguéns
Obrigado, caro Alberto!
ResponderEliminarUma pergunta: Nesta fotografia que acompanhou o seu texto https://1.bp.blogspot.com/-ibQa_qGQ8nY/X4TtMvGjvsI/AAAAAAAAbTA/VADG1xA8pbIwoV_2iIHmkZY-WA7Ln5RjQCLcBGAsYHQ/s16000/MMMM0005.jpg está um autógrafo do jogador com uma menção a uma geleia real. Tratava-se de alguma iniciativa comercial em que Ângelo participou na altura (como tantas marcas contratam jogadores conhecidos hoje em dia para vender os seus produtos), ou sabe se há outra história por detrás de tal menção? Fiquei curioso e ninguém melhor que o Alberto para se fazer esta pergunta :)
Cumprimentos!
Caro Benfiquista
EliminarOs futebolistas dos Anos 50 já eram muito solicitados. Essa é uma campanha publicitária da empresa Fernando de Oliveira & C.ª (rua da Estefânia, 167 A-C, em Lisboa) para promoção da marca "Apisérum" em final de 1962 aproveitando a mediatização de ângelo após a segunda conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Gloriosas Saudações
Alberto Miguéns
Obrigado, caro Alberto, pelo esclarecimento desta minha curiosidade!
EliminarNão fazia ideia que nos anos 50/60 já havia muita solicitação de jogadores de futebol para campanhas comerciais. Pensei ser algo que só viesse a surgir décadas mais tarde.
Cumprimentos!
Fiquei a conhecer 100 vezes mais e melhor esta nossa lenda.
ResponderEliminarMuito obrigado.
Viva o Benfica
Caro Benfiquista
EliminarAgradeço.
É o principal objectivo deste blogue. Honrar os Ases Que Nos Honraram o Passado.
Obrigado.
Saudações Gloriosas
Alberto Miguéns