Esta temporada ficou marcada, para os simpatizantes do «Glorioso» pela presença da esposa do futebolista sempre junto dele, excepto, durante os jogos como é óbvio. Excessiva segundo alguns (eu sempre me incluí neles). Necessária para outros. Importante foi pois teve influência no resto da vida desportiva do futebolista por isso não pode ser ignorada.
Entre todas as conquistas a principal ausência foi na final da Taça de Portugal disputada no estádio do adversário. O Benfica até foi para o estádio do FC Porto desfalcado, de Humberto Coelho, Chalana e Alberto Bastos Lopes. Só com um defesa-central disponível (António Bastos Lopes) quem aproveitou foi Oliveira para ser titular (que, em 1982/83, estava no CS Marítimo). A outra aquisição para a temporada (Manniche que foi contratado ao Hvidovre IF, da Dinamarca) estreou-se no jogo seguinte, a segunda mão da «Taça Ibérica».
NOTA: foram utilizados 18 futebolistas a titular. Padinha foi
apenas suplente utilizado nas duas jornadas iniciais
Jogo de despedida em Setúbal (festa das faixas de campeão) e depois partiu para Bordéus.
Muitos dos adeptos que admiravam Chalana temiam que a presença excessiva da sua esposa o prejudicasse, embora quisessem estar errados, pois isso significaria que teríamos ainda mais para nos deliciarmos com as suas exibições. Que o futuro não lhes (nos..) desse razão. Mas parece que não foi assim...
Chalana
ausente no início da temporada
Ao contrair uma lesão ainda antes da pré-temporada que causou
polémica, Chalana esteve ausente nos 15 jogos iniciais da época: três
particulares (um nos EUA e outro no Canadá), II troféu “Torneio Internacional
de Lisboa” (organizado em conjunto pelo SL Benfica e Sporting CP; conquistado),
I troféu “Taça Ibérica” (organizado em conjunto pela RFEF e FPF; conquistado), 59.ª
Taça de Portugal referente à temporada anterior (organizada pela FPF; conquistada)
e cinco jornadas iniciais do 49.º campeonato nacional, organizado pela FPF. Entre todas as conquistas a principal ausência foi na final da Taça de Portugal disputada no estádio do adversário. O Benfica até foi para o estádio do FC Porto desfalcado, de Humberto Coelho, Chalana e Alberto Bastos Lopes. Só com um defesa-central disponível (António Bastos Lopes) quem aproveitou foi Oliveira para ser titular (que, em 1982/83, estava no CS Marítimo). A outra aquisição para a temporada (Manniche que foi contratado ao Hvidovre IF, da Dinamarca) estreou-se no jogo seguinte, a segunda mão da «Taça Ibérica».
Taça Ibérica organizada pelas duas federações ibéricas com o troféu a ser entregue pela FPF - tendo o símbolo FPF no topo da tampa - pois o segundo jogo foi em Portugal |
Regressar,
jogar e vencer
Nas cinco jornadas iniciais o FC Porto impôs-se com cinco
vitórias (dez pontos; dez golos marcados e nenhum sofrido) enquanto o «Glorioso» cedeu um empate, a um golo, na
deslocação ao terreno do SC Braga. Na 6.ª jornada, o Benfica recebeu o líder e
venceu com o suplente Chalana a entrar ao intervalo (estreando-se na
competição) para ser decisivo no golo de Diamantino que permitiu ao Benfica
vencer o FC Porto (o FCP era totalista em pontos e sofreu o primeiro golo na competição) e isolar-se na liderança. Nunca mais sairia de lá!
Chegou “tarde”
mas a tempo
De contribuir para a conquista do Bicampeonato Nacional,
fazendo, com o defesa Álvaro, uma dupla na lateral-esquerda imparável. Foram-se
acumulando pontos de modo a atingir três pontos de vantagem para o segundo
classificado após as 15 jornadas da primeira volta. A segunda volta foi
complexa até porque o FC Porto tinha um plantel de enorme valia, base que
estaria em duas finais europeias: ainda nesta temporada, na Taça dos Clubes
Vencedores das Taças (frente ao clube de Turim, Juventus FC) e a de 1986/87, na
Taça dos Clubes Campeões Europeus (frente ao clube alemão, FC Bayern Munique).
Considero que o Benfica até jogava melhor que na temporada anterior, só que foi
mais difícil conquistar o título porque o FC Porto jogou muito mais que em
1982/83 e isso faz, muitas vezes, a diferença. Os campeonatos e as competições
não dependem só dos clubes que as conquistam, mas também dos que competem e lhes fazem frente. O FC
Porto foi um “osso duro de roer” que só a extraordinária valia do Glorioso
Plantel permitiu conquistar o troféu na penúltima jornada, frente ao Sporting
CP, em que o empate a um golo chegou, com o golo do Benfica marcado por…
Chalana.
TITULARES NAS 30 JORNADAS DO CAMPEONATO NACIONAL
Chalana
recuperou “tempo perdido”
Com a participação em 37 jogos dos 54 realizados pelo
«Glorioso» marcando nove golos. Nos 37 jogos, fez 34 a titular (30 completos) e
foi suplente utilizado nos restantes três contros, entrando, aos 45, 56 e 27
minutos. No campeonato nacional, em 18 futebolistas que iniciaram os jogos,
sete fizeram mais que os 18 jogos completos de Chalana. O excelente futebolista
foi titular em 2º jogos, só sendo superado por nove (sendo bom relembrar que
Chalana só se estreou, e como suplente, na 6.ª jornada. Foi o 9.º jogador com
mais minutos disputados, ou seja, ao fazer o “onze tipo” Chalana faz parte
dele.
Futebolistas
|
JOGOS NO CAMPEONATO NACIONAL
|
|||
Completos
|
Titular
|
Totais
|
Minutos
|
|
Álvaro
|
30
|
30
|
30
|
2 700 (1.º)
|
Bento
|
28
|
29
|
29
|
2 578 (2.º)
|
António Bastos Lopes
|
25
|
28
|
28
|
2 416 (4.º)
|
Pietra
|
25
|
27
|
27
|
2 360 (5.º)
|
Carlos Manuel
|
25
|
27
|
28
|
2 423 (3.º)
|
Diamantino
|
20
|
25
|
29
|
2 218 (6.º)
|
Stromberg
|
19
|
23
|
25
|
2 005 (8.º)
|
Sheu
|
18
|
21
|
27
|
1 900 (10.º)
|
CHALANA
|
18
|
20
|
23
|
1 909 (9.º)
|
José Luís
|
17
|
26
|
29
|
2 140 (7.º)
|
Manniche
|
15
|
19
|
21
|
1 678 (12.º)
|
Oliveira
|
14
|
19
|
24
|
1 719 (11.º)
|
Néné
|
9
|
15
|
26
|
1 493 (13.ª)
|
Veloso
|
8
|
10
|
14
|
992 (14.º)
|
Filipovic
|
4
|
7
|
8
|
616 (15.º)
|
Humberto Coelho
|
2
|
2
|
2
|
180 (16.º)
|
Alberto Bastos Lopes
|
1
|
1
|
5
|
159 (17.º)
|
Delgado
|
1
|
1
|
2
|
122 (18.º)
|
Padinha
|
-
|
-
|
2
|
58 (19.º)
|
Conquista da
Taça de Honra de Lisboa
Com Chalana em final da recuperação da lesão de início de
época, a fase de recuperação total coincidiu com a realização da Taça de Honra
de Lisboa. Chalana capitaneou um grupo de jovens promessas, nas meias-finais e
na final, completando os 90 minutos em cada encontro. Na meia-final o GD
Estoril Praia foi eliminada após vitória do Benfica, por 5-4 (um golo de
Chalana) e na final a vitória, por 1-0, foi frente ao CF “Os Belenenses”, no
seu estádio do Restelo.
Taça dos
Clubes Campeões Europeus
Após ultrapassar duas eliminatórias, o sorteio emparelhou o
Benfica com o Liverpul FC, nos quartos-de-final. O adversário eliminou o
«Glorioso» obtendo duas vitórias. Para mim, que vi os dois jogos – na televisão
(primeira mão) e na «Saudosa Catedral» (segunda mão) – o plantel adversário foi
o melhor que vi até hoje. Nunca antes (recuando até 1978/79) quando comecei a
ver jogos a cada 15 dias como associado do Clube ou depois de 1983/84, até à
actualidade, vi equipas jogar tanto e tão bem. Para mim – pelo que vi, não
contando o que li desde o século XIX – o Liverpul FC praticou o melhor futebol
de sempre. Repito, para mim, vendo em directo na RTP e ao vivo no Estádio, o
clube de Liverpul praticou o futebol mais agradável (principalmente
eficaz/eficiente) que alguma vez vi. No final da temporada, conquistaram o
troféu pela quarta vez, no estádio Olímpico de Roma, derrotando o poderoso
plantel do clube transalpino (AS Roma) que já me tinha deliciado nos dois jogos
da temporada passada, na Taça UEFA, como referi no texto de ontem. Como se diz em "futebolês"... jogavam de olhos fechados. Acrescento: até com uma venda nos olhos ganhavam jogos tal o modo como adivinhavam o que fazer com e à bola!
Taça de
Portugal e Supertaça
Na temporada de 1983/84 o Benfica perdeu duas competições com
alguma inabilidade. Na Taça de Portugal, Carlos Manuel deixou-se expulsar no
encontro dos oitavos-de-final, frente ao Sporting CP, no estádio do adversário.
O jogo estava empatado a um golo e terminou 1-2. Carlos Manuel tinha marcado o
primeiro golo do encontro. Uma situação, em termos de consequências, semelhante
à expulsão do guarda-redes Bento na temporada de 1981/82. Na Supertaça, depois
do empate sem golos no terreno do FC Porto, na segunda mão Manniche faz o
primeiro golo do encontro para depois, se assistir a um FC Porto eficaz que
consegue vencer por 2-1, conquistando o seu segundo troféu, mais uma vez frente
ao «Glorioso».Muitos dos adeptos que admiravam Chalana temiam que a presença excessiva da sua esposa o prejudicasse, embora quisessem estar errados, pois isso significaria que teríamos ainda mais para nos deliciarmos com as suas exibições. Que o futuro não lhes (nos..) desse razão. Mas parece que não foi assim...
Vão passar três temporadas (1984/85 a 1986/87) para o ter de regresso à sua casa...
Alberto
Miguéns
Foi uma temporada diferente pois o Benfica jogava um futebol mais físico e muito pragmático. Sem Alves e com os nórdicos, Chalana continuou a brilhar.
ResponderEliminarHouve vários lamentos também. A saída de Alves e a perda de Humberto foram os maiores desses lamentos. Depois aquela noite negra perante o Liverpoool. Ainda me lembro daquela equipamento amarelo do Liverpool... Bento esteve menos bem mas a equipa também não respondeu. O pior foi nas bancadas. Penso que até morreu um adepto.
Depois no final da época passou a dar-se prioridade ao betão e a renovação da equipa foi sendo cada vez mais descurada. E vieram depois muitas outras coisas...
Não concordo que jogássemos mais nesta época que na anterior, deixamos de lado um futebol mais artístico, para um futebol mais físico.
ResponderEliminarQuanto ao Chalanix acabou nesta época a carreira dele, nunca mais voltou a ser o mesmo, diz-se que já foi lesionado para o Bordéus, não sei se foi assim ou não, mas nunca mais foi o mesmo.
O Liverpool nesse ano tinha uma grande equipa, mas a melhor equipa que vi foi o Milan de 88 a 90, e que nós defrontamos em Viena em 1990, era muito melhor como equipa e individualmente que o Liverpool e com um futebol mais bonito
Lembrar também que o Benfica perdeu o João Alves que saiu em litigio com o Eriksson, já vinha da final da taça UEFA, penso que por o Alves ter chegado atrasado a um treino, mas o luvas pretas era um medio fora de serie e perdemos o Humberto Coelho, neste caso para sempre, pois acabou a carreira dele.
Depois a prioridade passou para o cimento, fecho do 3º anel, destruição de uma equipa que com uns retoques poderia dar cartas na Europa e a partir daqui iria começar o calvário do Benfica, atenuado até 1994 pela categoria dos jogadores, mas já com muitos erros na construção dos planteis, com a vinda de João Santos e a ajuda financeira do Jorge de Brito, ainda melhoramos, mas nunca mais o Benfica conseguiu revalidar o titulo, só o voltou a fazer quase 30 anos depois.
Depois eles conseguiram ser campeões europeus e isso foi uma lança que espetaram no Benfica, o próprio Skovdah, chegou a dizer que o problema do Benfica foi o Porto ser campeão europeu, e nós tentamos e íamos conseguindo, e foi uma pena não o termos sido, porque anulávamos o efeito do titulo deles.
Mas a politica de comprar baratinho deu mau resultado, assim que começaram a desaparecer aqueles que transportavam a mística, 2 anos depois despachamos o Carlos Manuel ainda hoje não sei porquê
Onde é que já vimos e ouvimos isto de prioridade ao cimento, e construção de maus planteis gastando pouco?
Claro que o que se passava nos bastidores teve muita influencia e de que maneira, a década de 80 até 94 ai é que foi o verdadeiro apito dourado, depois disso o Benfica a maior parte das vezes nem contava para o titulo, o Benfica só se aguentou porque ainda conseguiu ter planteis bons em algumas épocas.
Mas desinvestimento do Fernando Martins, desinvestimento do Manuel Damásio deram no que deram, desinvestimento do actual sujeito que preside o Benfica vai dar mau resultado, poderá não dar a nível nacional porque os outros ainda estão piores que o Benfica, mas a nível europeu é o descalabro que se vê, e os últimos 10 anos são os piores e mais vergonhosos na Europa da historia do Benfica, e não são as duas finais da liga europa que cobrem isso, porque chegamos lá depois de sermos eliminados da champions, além da quantidade de recordes negativos que temos quer a nível de clubes portugueses na europa, quer mesmo na europa.
Provavelmente este período que já dura desde 2014 vai dar o mesmo resultado que deu os outros o que se iniciou em 1984 e o que se iniciou em 1994.