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07 julho 2019

Caiado (1962) Queimado (1966)

07 julho 2019 2 Comentários
EM 7 DE JULHO UM TREINADOR E UM PRESIDENTE AMIGOS TIVERAM SORTES DIFERENTES MAS AMBOS GANHARAM À BENFICA!



Há 57 anos, em 1962 o treinador interino (depois de Béla Guttmann deixar o clube) Fernando Caiado encerou a temporada de 1961/62 em Moçambique. No mesmo dia e mês, mas há 53 anos, em 1966, o presidente José Ferreira Queimado tornava-se presidente da Direcção, depois da tomada de posse, após vencer as eleições em 16 de Junho de 1966, num acto eleitoral com três listas a sufrágio.



Comecemos pela "bola a rolar"
Chegou tarde ao Benfica (27 anos e meio) vindo do Boavista FC mas a tempo de ser um futebolista influente e responsável pela recuperação da competitividade do futebol do Clube depois das dificuldades entre meados dos anos 40 e início da década de 50.


Sete temporadas entre 1952/53 e 1958/59
Com 207 jogos (17 441 minutos) e 29 golos mesmo sendo um centrocampista. Esteve em duas "dobradinhas" (1954/55 e 1956/57) além de mais uma Taça de Portugal, em 1958/59. Embora o objectivo deste texto não seja fazer uma biografia, com o «Manto Sagrado» estreou-se em 7 de Setembro de 1952 e fez o último jogo em 17 de Junho de 1959.


Com uma postura irrepreensível
A chegada do treinador Otto Glória permitiu-lhe mostrar a capacidade de liderança, com 134 jogos como capitão. Depois de deixar de jogar o Benfica não permitiu desperdiçar os seus conhecimentos e dedicação continuando no Clube como treinador adjunto.


Da esquerda para a direita: Francisco Cabrita, Fernando Riera e Fernando Caiado

Gigante da dedicação, Caiado construiu-se Benfiquista
No final da temporada de 1961/62 depois da conquista do Bicampeonato europeu o treinador Béla Guttmann decidiu forçar o Benfica a dispensá-lo. Com o Benfica ainda a disputar a Taça de Portugal coube ao adjunto assumir a orientação do plantel de modo a conquistar o troféu, em 1 de Julho de 1962, frente ao Vitória FC (Setúbal) numa vitória por 3-0. Com África massacrada pela Guerra Colonial coube ao Benfica levar alegria com passagem por Luanda (vitória por 5-2) terminando a digressão e a temporada 1961/62, em 7 de Julho de 1962, há 57 anos, assinalados com esta efeméride. Quatro anos depois a efeméride seria eleitoral. 





Continuemos por quem cria condições para a "bola rolar bem"
Com eleições anuais, o Benfica teve como presidente entre 1966 e 1967, José Ferreira Queimado que há precisamente 53 anos, em 7 de Junho de 1966, tomou posse tornando-se efectivamente presidente do Sport Lisboa e Benfica, depois de ter vencido as eleições realizadas em 16 de Junho de 1966, quase um mês antes. 


José Ferreira Queimado teve uma votação expressiva 
Derrotando duas listas, entre elas a do presidente que tentava a reeleição (António Catarino Duarte) sem sucesso ficando mesmo em 3.º lugar. O que não se diria na actualidade se alguém desafiasse - mostrando outra alternativa para o rumo a dar ao Clube - um presidente em exercício que queria continuar a exercer o cargo.


O nosso JFQ
Como é habitual no Benfica (e nos outros clubes) são poucos os associados votantes. O Benfica tinha à data das eleições 47 983 associados, com 32 683 com direito a voto, uns com um voto e outros com dez votos. Votaram 3 658, ou seja, onze por cento com direito a 78 631 votos. Em número de votos a percentagem é superior pois os sócios com dez votos superaram os detentores de um voto. Foi o último mandato anual. Nas eleições seguintes, em 1967, foi eleito Duarte Borges Coutinho para presidente da Direcção, até 1969 seguindo-se reeleições sucessivas. José Ferreira Queimado regressaria como sucessor de Borges Coutinho, em 1977, voltando a vencer, em 1979, para ser derrotado, em 1981, por Fernando Martins. Foi nestas eleições que votei pela primeira vez, pois nas de 1979 tinha menos de um ano como associado e não podia votar. Em 1981 (na minha "estreia") votei em Ferreira Queimado. "Perdi". Aliás nem quero fazer "as contas". Penso que votei sempre: 1981, 1983, 1985, 1987, 1989, 1992, 1994, 1996, 1997, 2000, 2003, 2006, 2009, 2012 e 2016. Em actos eleitorais com duas ou mais listas devo ter "perdido" mais eleições do que aquelas que "venci"!  


O candidato a presidente que derrotou o presidente em exercício
Não foi a primeira vez nem a última. Agora é mais difícil alguém propor-se, como fez José Ferreira Queimado (Lista A) a dar um outro rumo ao Clube, diferente do que queria seguir o presidente António Catarino Duarte (Lista B). Vinham logo os "situacionistas" a dizer que Ferreira Queimado estava a prejudicar o Clube e a aproveitar-se das derrotas para atacar o Benfica "atacando" o seu líder, como se o Benfica se reduzisse a uma ou mesmo a cem pessoas!






No Benfica era hábito os associados não terem medo da Democracia. Antes pelo contrário!

Alberto Miguéns


NOTA: Sou um afortunado. Como colaborador obsequioso - excepto quando administrado por "lagartos" - do jornal "O Benfica" tive a possibilidade de falar com dezenas (centenas?) de Benfiquistas que se destacaram no Clube. Entre eles Fernando Caiado/FC (fui duas vezes ao Porto de comboio pago por mim) e à residência de JFQ no bairro do Restelo. Deram quatro páginas 27, publicadas em "O Benfica": FC em 27 de Junho de 2001 (como treinador) e 14 de Agosto de 2002 (como capitão); e JFQ em 29 de Setembro de 2005 (Primeiro mandato) e 13 de Outubro de 2005 (Segundo e terceiro mandato). A qualidade deles era tanta que ainda hoje recordo essas horas de um prazer sem igual. Serenidade, Benfiquismo, Elevação, Dedicação, Voluntarismo, Classe e Educação. Isto, principalmente isto! Que saudades. Obrigado, Fernando Caiado e José Ferreira Queimado. Merecem:



Inesquecível

Inesquecível, isso é o que você é
Inesquecível, estando próximo ou longe
Como uma canção de amor que existe em mim
Como o pensamento das coisas que você me faz
Nunca antes será como alguém a mais
Inesquecível em todos os sentidos
E sempre (e sempre)
Isso é como você ficará (isso é como você ficará)
Isso é por que meu bem, é incrível
Que alguém tão inesquecível
Pense que eu também seja inesquecível.


......

Não, nunca antes será alguém esteve a mais
Ooh inesquecível (inesquecível)
Em todos os sentidos (em todos os sentidos)
E sempre (e sempre)
Isso é como você ficará (isso é como você ficará)
Isso é por que meu bem, é incrível
Que alguém tão inesquecível
Pense que eu também seja inesquecível.
2 comentários
  1. Dois Benfiquistas notáveis da vasta galeria dos Ases que honraram o nosso passado!

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  2. Nāo me lembrava das eleiçōes em 1966 tinha 13 anos. Constato que foram realizadas após uma ëpoca muito negativa no regresso de Bela Gutman, o que pode ter contribuído para o último lugar do presidente em exercício. Perda do campeonato para o Sporting -"ano olímpico" (derrota por 4-2 na Luz, com os tais 4 golos do Lourenço ao Melo - estive lá. Os 2-0 favoráveis em Alvalade nāo foram suficientes). Eliminaçāo pelo Braga de Perrichon na Taça de Portugal. Eliminaçāo, vexatória, na Luz perante o Manchester (1-5), estive lá, depois de um prometedor 2-3 fora.

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