Começo por escrever este texto pouco depois do final
do jogo entre o Benfica e o Nacional, em que o Glorioso venceu por
(esclarecedores) 1 - 4. Nada a dizer sobre a justeza do resultado – que até
poderia ter sido mais dilatado para o lado benfiquista.
Confesso
que tinha algum receio desta partida. Quer dizer, receio não. Um benfiquista
não tem medo de nada. Mas os fantasmas do embate com o União poderiam pairar,
mais uma vez, na cabeça dos jogadores. Jogo novamente na Choupana; jogo
novamente adiado. Tem sido uma constante nesta temporada de 2015/2016,
agravando-se, ainda mais, pelo facto de que o União da Madeira agora também
passa a ser mandante de campo naquele Estádio, quando atua em casa.
Ainda
por cima o Benfica começou com um canto contra… que ia dando golo num
contra-ataque perfeito, não fosse o egoísmo momentâneo de Carcela (mais um grande jogo do
marroquino), que poderia ter dado a bola a Jonas, que aparecia pelo lado,
completamente sozinho e de baliza aberta. Acontece.
Todavia,
o Benfica mandou sempre no jogo. Hoje sim, viu-se uma equipa com ideias, com
uma boa fase de construção e com soluções. Um comportamento próprio de uma
equipa como o Glorioso. Esta partida – hoje posso afirmar – encheu-me as
medidas. O golo dos alvinegros nasceu de uma falha ao nível dos distritais. Mas
ainda bem. Não foi de nenhum erro posicional de que o Benfica tanto tem sido
pródigo. Aliás, a equipa tem mostrado boa consistência e nos últimos 11 jogos,
venceu uma dezena. Sofre menos golos – 11 golos sofridos até agora, no
campeonato, terceira melhor defesa – e, sobretudo, é muito concretizadora. 45
tentos, perfazendo (de longe) o melhor ataque da I Liga. A diferença de golos
é, assim, a maior de todos os clubes: 34.
Legenda: Mais uma grande atuação do nosso Jonas.
Imagem retirada de desporto.sapo.pt
As
duas únicas grandes oportunidades para o Nacional chegar o golo foram de erros
grosseiros e não estratégicos. A primeira deu golo. A segunda poderia ter dado,
quando Fejsa – mais um jogo monstruoso deste sérvio, um dos melhores em campo,
sem dúvida – escorregou e entregou a bola diretamente para o homem do
madeirense. Felizmente, este não teve arte nem engenho para bater Júlio César.
Enfim,
o que dizer de Jonas – mais três golinhos e já leva 18 ao todo. Reparem que com Carcela, que ajuda mais a defender, Eliseu é muito mais compacto e erra
menos: não está constantemente a enfrentar situações de inferioridade numérica –
que são a coisa que mais se deve evitar no futebol. Isso acontece quando joga o
nosso mágico Gaitán, que não ajuda tanto atrás. Não querendo fazer de treinador
de bancada, mas, para mim, Gaitán não é extremo e é no meio que deve jogar.
Carcela mostra-se jogador. O africano precisava de tempo de jogo para ganhar
confiança. E fê-lo.
Por
um lado, ainda bem que o Benfica já jogou este jogo. Despachou com distinção e
não tem que andar a arranjar espaço num calendário apertadíssimo. Neste mês, só
por uma ocasião o Glorioso joga em casa: com o Arouca. Só há uma opção para todas as partidas: vencer,
vencer e vencer. Voltem depressa, lesionados! Um comboio chamado Sport Lisboa e
Benfica está em andamento. E parece que quando atingir o ritmo, será imparável.
P.S.
–
Pegando numa célebre frase do professor Manuel Machado, treinador do Nacional e
figura que respeito imensamente, aquando das assinaturas dos respetivos
contratos dos direitos televisivos, em que dizia o seguinte: “O fosso entre pequenos e grandes está-se a
cavar e não há ninguém que ponha mão nisto!”. Pois bem, também não há
ninguém que ponha mão a esta situação insustentável da Choupana.
Assinado:
Palmerston
O comportamento dos adeptos do benfica na Madeira foi deplorável...
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