É fácil falar nas vitórias. Nos triunfos, tudo
parece simples: corre sempre bem, o universo foi pormenorizadamente estudado e
as possibilidades lançadas. O nosso caro Voltaire, grande filósofo das Luzes,
bem dizia – “Um general vitorioso nunca cometeu erros aos olhos do público, ao
passo que um general vencido só fez asneiras, por mais sensato que tenha sido o
seu procedimento”. É verdade. A história é que fica. E essa é escrita
(na maioria das vezes) pelos vencedores. Nesta quarta-feira, último dia do mês
Setembro de 2015, foi o Sport Lisboa e Benfica quem a escreveu.
Sozinho
na sala. O coração em Madrid. Aquele branco lindo das camisas outrora
vermelhas. Os 3 mil lá em cima a gritar que nem loucos. O golo madrugador dos colchoneros a fazer prever o pior… Júlio
em grande. E eis que o Glorioso dá uma sapatada no encontro e com um tiro de
raiva, o nosso mágico empata a partida. Gritei. Arrepiei. Sozinho. Sempre. Sou
supersticioso. Confesso. Estava com a “fezada” antes do jogo. Culpado por isso.
Talvez por esse facto tenha assistido à jornada mais descansado do que é
costume. Muitos ex-jogadores de um e de outro lado… sede de vitória.
Legenda: Por que jogas tanto, Nico?
Fotografia retirada de redpass.blogs.sapo.pt
Intervalo.
Vamos lá, Benfica! Entras de rompante no segundo tempo e o menino Gonçalo manda
mais um tiro lá para dentro, desta vez a passe do mágico. Quase sem ângulo. Ui,
que festa! Que delícia! Foi a nossa faena.
Depois… foi aguentar, mas não muito, porque em apenas um único lance – dois remates
– Júlio mostrou para o que vinha e porque tem o nome do congénere Dictator,
que cerca de 2 mil anos atrás foi brutalmente abatido pelos amigos. Isso não
vai acontecer com o nosso; garanto. Nós somos amigos do Júlio. De verdade. Não
somos Brutus. Fim de jogo. Primeira
derrota na era Simeone, para a Liga dos Campeões, no Vicente Calderón. Triunfo
com um clube que gastou bem mais de 100 milhões de euros em reforços, neste
defeso. “O dinheiro não é tudo!”, mas compra muita coisa. Só não compra a
vontade. Porque essa nunca faltou. E não compra a comparação, porque essa o
Benfica não tem.
Não
quero individualizar. Já aqui escrevi. O jogo é coletivo. No estilo que por ora
escrevo, também não ficaria bem. Sem qualquer tipo de pedantismo ou vaidade.
Dou nota 10 a todos. Já devem ter reparado no título protuberante do artigo.
Pois bem. Deixo ao vosso critério. Sempre me disseram que o título se faz no
fim… mas não fui capaz. Quero dar uma de Andy Warhol, o percursor da pop art: deixar que o espetador faça
parte da obra. E tal como a pop art,
também o Benfica é feito para o povo.
Assinado:
Palmerston
Texto lindo. Um pequeno reparo a um erro que muita gente comete: Júlio César nunca foi imperador (o primeiro imperador foi Otávio César Augusto).
ResponderEliminarOlá, caríssimo. Muito obrigado pelo elogio. Tem toda a razão e sendo eu um estudante e amante da Roma Antiga é um erro crasso. Mas vou deixar como está, pois embora, de facto, só Augusto tenha iniciado o Império, César foi o último Dictator, ou seja, a grande cabeça de Roma. Praticamente era um imperador, só não tinha esse título. Mas obrigado pelo reparo.
EliminarSaudações Gloriosas.
Titulo:- IMPERIAL ou, usando a expressão que o site do Atleti utilizou aquando do sorteio(El Rey de Portugal)
ResponderEliminar- O REGRESSO DO REY
SB