FALECEU ONTEM EM ÉVORA O GLORIOSO FUTEBOLISTA DOS ANOS 50, POPULARMENTE CONHECIDO POR DU FIALHO.
Alberto António Monteiro nasceu, em 18 de Julho de 1928, no Mindelo, principal cidade da ilha de São Vicente, em Cabo Verde. Aos 87 anos, em 19 de Outubro de 2015, partiu para o Quarto Anel. Mais uma estrela a guiar-nos para a vitória de domingo.
Honrou o "Manto Sagrado" durante três temporadas, entre 1953/54 e 1955/56, sagrando-se campeão nacional em 1954/55, na primeira temporada de Otto Glória como treinador do "Glorioso".
Nasceu em Cabo Verde mas seria na filial da Guiné, no Sport Lisboa e Bissau (Benfica de Bissau) que mostrou desde cedo as suas enormes qualidades para jogar a avançado, como extremo-esquerdo ou direito, apesar de ser destro.
Chegou ao Clube no início da temporada de 1953/54 com o Benfica treinado pela dupla Ribeiro dos Reis/José Francisco Simões. Estreou-se em Évora, a 4 de Outubro de 1953, frente ao Lusitano GC, na 1.ª jornada do campeonato nacional, numa vitória por 2-0, com golos de José Águas e Arsénio. Fialho tinha características únicas no plantel do Benfica - tecnicista, driblador, centrava com mestria. A sua chegada (tinha 25 anos) fez passar Rogério (sete anos mais velho) para a ponta-direita, fixando-se Fialho na ponta-esquerda, com José Águas como avançado-centro. Entre eles Arsénio (interior-direito) e Vieirinha (interior-esquerdo): Uma linha avançada que fazia os Benfiquistas sonhar que seria em 1953/54 que se regressaria ao título de campeão nacional, após 1949/50 (com campeonato e Taça Latina). Mas não foi assim...
1953/54
Manteve-se titular até ao abandono da equipa técnica, substituída pelo treinador de campo Valadas (ex-futebolista do "Glorioso"), que fez alterações na linha avançada da equipa preferindo mais "peso e força" e menos capacidade técnica. Fialho jogou 24 encontros, marcando sete golos, com 16 (e quatro golos) para o campeonato nacional. Com a Taça de Portugal jogada exclusivamente no final da temporada participou em dois jogos.
1954/55
Com a chegada de Otto Glória manteve-se titular como extremo-esquerdo, com Francisco Palmeiro no outro extremo, pois Rogério decidiu deixar o Benfica por não querer assumir o profissionalismo. Esteve no onze titular que inaugurou a "Saudosa Catedral" em 1 de Dezembro de 1954. Participou em 16 das 19 jornadas disputadas pelo Benfica. Na 20.ª jornada, na recepção ao CF "Os Belenenses", aos 15 minutos, o momento fatídico que haveria de condicionar-lhe a carreira de futebolista no Benfica. Uma lesão grave que o afastou dos jogos desta temporada, e praticamente, do Benfica. Com 17 jogos e cinco golos sagrou-se campeão nacional, mas acabou "impedido" de poder participar na "dobradinha" pois o Benfica conquistou a Taça de Portugal no final da temporada.
1955/56
Na terceira temporada, com 27 anos, em dificuldades para conseguir "estar em forma" depois da grave lesão, o Benfica contrata Cavém (com 23 anos) para extremo-esquerdo. Du Fialho joga na equipa de Reserva, ainda faz um jogo para a Taça de Portugal, em Faro, frente ao SC Farense (V 4-0) e despede-se com o "Manto Sagrado" na inauguração do campo em Valado dos Frades, frente ao SGS "Os Leões" de Santarém (V 5-1), entrando ao intervalo para o lugar de Salvador (interior-esquerdo). Dia 27 de Maio de 1956. A despedida. Aos 28 anos. Entre "gente ilustre": Costa Pereira, Ângelo, Artur Santos, José Águas e Cavém, seriam Campeões Europeus.
Três temporadas, 4 165 minutos, 51 jogos e 12 golos. Pelo meio uma fractura que impediu mais sucesso.
Évora
Depois do Benfica foi contratado pelo Lusitano GC, de Évora onde jogou entre 1956/57 e 1961/62.
Aos 34 anos "pendurou as chuteiras" e treinou equipas de formação e seniores, estando aquando do 25 de Abril de 1974 a treinar a principal equipa do Sport Luanda e Benfica. Ainda foi seleccionador de Cabo Verde, em 1982, menos de dez anos, após a independência.
O destino é forte
Estreou-se em Évora com o "Manto Sagrado" e seria em Évora que terminaria a carreira de futebolista no início dos anos 60. E foi em Évora que faleceu e será sepultado amanhã!
Alberto Miguéns
NOTA: A estreia com o "Manto Sagrado" escrita no Diário de Lisboa desse dia (O DL era um vespertino):
Nasceu em Cabo Verde mas seria na filial da Guiné, no Sport Lisboa e Bissau (Benfica de Bissau) que mostrou desde cedo as suas enormes qualidades para jogar a avançado, como extremo-esquerdo ou direito, apesar de ser destro.
Chegou ao Clube no início da temporada de 1953/54 com o Benfica treinado pela dupla Ribeiro dos Reis/José Francisco Simões. Estreou-se em Évora, a 4 de Outubro de 1953, frente ao Lusitano GC, na 1.ª jornada do campeonato nacional, numa vitória por 2-0, com golos de José Águas e Arsénio. Fialho tinha características únicas no plantel do Benfica - tecnicista, driblador, centrava com mestria. A sua chegada (tinha 25 anos) fez passar Rogério (sete anos mais velho) para a ponta-direita, fixando-se Fialho na ponta-esquerda, com José Águas como avançado-centro. Entre eles Arsénio (interior-direito) e Vieirinha (interior-esquerdo): Uma linha avançada que fazia os Benfiquistas sonhar que seria em 1953/54 que se regressaria ao título de campeão nacional, após 1949/50 (com campeonato e Taça Latina). Mas não foi assim...
1953/54
Manteve-se titular até ao abandono da equipa técnica, substituída pelo treinador de campo Valadas (ex-futebolista do "Glorioso"), que fez alterações na linha avançada da equipa preferindo mais "peso e força" e menos capacidade técnica. Fialho jogou 24 encontros, marcando sete golos, com 16 (e quatro golos) para o campeonato nacional. Com a Taça de Portugal jogada exclusivamente no final da temporada participou em dois jogos.
1954/55
Com a chegada de Otto Glória manteve-se titular como extremo-esquerdo, com Francisco Palmeiro no outro extremo, pois Rogério decidiu deixar o Benfica por não querer assumir o profissionalismo. Esteve no onze titular que inaugurou a "Saudosa Catedral" em 1 de Dezembro de 1954. Participou em 16 das 19 jornadas disputadas pelo Benfica. Na 20.ª jornada, na recepção ao CF "Os Belenenses", aos 15 minutos, o momento fatídico que haveria de condicionar-lhe a carreira de futebolista no Benfica. Uma lesão grave que o afastou dos jogos desta temporada, e praticamente, do Benfica. Com 17 jogos e cinco golos sagrou-se campeão nacional, mas acabou "impedido" de poder participar na "dobradinha" pois o Benfica conquistou a Taça de Portugal no final da temporada.
1955/56
Na terceira temporada, com 27 anos, em dificuldades para conseguir "estar em forma" depois da grave lesão, o Benfica contrata Cavém (com 23 anos) para extremo-esquerdo. Du Fialho joga na equipa de Reserva, ainda faz um jogo para a Taça de Portugal, em Faro, frente ao SC Farense (V 4-0) e despede-se com o "Manto Sagrado" na inauguração do campo em Valado dos Frades, frente ao SGS "Os Leões" de Santarém (V 5-1), entrando ao intervalo para o lugar de Salvador (interior-esquerdo). Dia 27 de Maio de 1956. A despedida. Aos 28 anos. Entre "gente ilustre": Costa Pereira, Ângelo, Artur Santos, José Águas e Cavém, seriam Campeões Europeus.
Três temporadas, 4 165 minutos, 51 jogos e 12 golos. Pelo meio uma fractura que impediu mais sucesso.
A extremo-direito no Lusitano GC (Évora) em 1959/60 |
Depois do Benfica foi contratado pelo Lusitano GC, de Évora onde jogou entre 1956/57 e 1961/62.
Treinou durante muitas temporadas o Juventude SC de Évora, clube onde foi sempre muito acarinhado |
O destino é forte
Estreou-se em Évora com o "Manto Sagrado" e seria em Évora que terminaria a carreira de futebolista no início dos anos 60. E foi em Évora que faleceu e será sepultado amanhã!
Alberto Miguéns
NOTA: A estreia com o "Manto Sagrado" escrita no Diário de Lisboa desse dia (O DL era um vespertino):
Mais uma má notícia. Nos dois últimos anos tem sido uma sucessão delas. Estão a desaparecer os nossos Gloriosos dos anos 50 e anos 60. Reforços para o 4º anel.
ResponderEliminarQue descanse em Paz.
R.I.P. Du Fialho
ResponderEliminarJusta homenagem aqui feita pelo Miguéns, a um dos gloriosos da minha infância.
ResponderEliminarMais uma gloriosa estrelinha que vai lá para cima, zelar por todos os Benfiquistas
Excelente Alberto.
ResponderEliminarMais uma página de história que adorei conhecer. Obrigado.
AMC