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11 março 2014

Verdades Inconvenientes (4.ª em 5)

11 março 2014 2 Comentários
OPINIÃO


AVISO: O tema abordado obriga a um texto longo pouco de acordo com a "filosofia" de um blogue.

Num texto publicado em 6 de Junho de 2012 o EDB propunha-se confrontar os clubes - SL Benfica, Sporting CP e FC Porto - com a sua história e a História de Portugal. Foi sendo feita, mas não ficou completa. Depois por uns motivos (actualidade e depois foi caindo no esquecimento) ou outros (os últimos falecimentos em Janeiro e Fevereiro) foi sendo adiada. Espera-se que as duas partes que faltam sejam publicadas hoje a amanhã.

Em 6 de Junho de 2012, há quase dois anos (como o tempo passa) no EDB foi publicado o seguinte (apenas o excerto inicial):

Cinco Verdades Inconvenientes (para os pseudo-democratas)
A mentira é facilmente desmontada porque há situações, comportamentos e factos tão evidentes que tornam absurdo a colagem do Benfica ao Estado Novo, quando outros clubes estão muito mais identificados, ainda que agora queiram limpar a sua imagem sujando a do Benfica. Proponho analisar os cinco aspectos seguintes:

1.ª     Sem jogos da Selecção Nacional
2.ª    Datas das inaugurações dos Estádios
3.ª    Dirigentes (e responsáveis) democratas
4.ª    Eleições (e Assembleias Gerais) democráticas
5.ª    Sem finais de competições oficiais “em casa”

Todos estes assuntos serão desenvolvidos brevemente no “Em Defesa do Benfica”, como indica o plano abaixo transcrito.

NOTA: Plano de publicação (previsão)
12 de Junho/ Sem jogos da Selecção Nacional
13 de Junho/ Datas das inaugurações dos Estádios
14 de Junho/ Dirigentes (e responsáveis) democratas
15 de Junho/ Eleições (e Assembleias Gerais) democráticas
16 de Junho/ Sem finais de competições oficiais “em casa”

Depois foram publicados nas seguintes datas:






A tradição democrata do Benfica nunca foi interrompida
O Benfica começou com assembleias gerais para tomar as principais decisões na vida do Clube, manteve esta "estrutura de organização associativa"  e continua a decidir de igual forma: assembleias gerais eleitorais para escolher os dirigentes para mandatos cuja periodicidade está definida nos Estatutos; assembleias gerais ordinárias para aprovação dos orçamentos e aprovação dos "Relatórios e Contas"; e assembleias gerais extraordinárias para decidir acerca de assuntos que entretanto sejam motivo de análise, discussão e aprovação. No Benfica nunca houve estruturas intermédias de filtragem de decisões ou formação de listas para depois serem plebiscitadas.

O "caso" do Sporting CP
O Sporting CP teve sempre uma perspectiva mais elitista na escolha de dirigentes. E depois da implantação do Estado Novo criou, em 1947 um Órgão, o Conselho Geral composto por inerências - antigos dirigentes e figuras destacadas da sociedade portuguesa - que tinha por principal objectivo controlar as presidências dos três Órgãos Sociais do Sporting CP: Assembleia Geral, Direcção e Conselho de Fiscalização, Contencioso e Sindicância. Na década de 60, em 1964, foi ainda criado um órgão consultivo - Conselho dos Presidentes, mas que tinha muito "peso" ou não fosse constituído pelos anteriores presidentes dos três órgãos sociais do clube. Este exagero não durou mais que quatro anos. Em 1968 estes dois conselhos (Geral e dos Presidentes) foram extintos e criado o Conselho Leonino - composto pelas inerências dos dois conselhos anteriores - que indicava as presidências. Depois dos três presidentes constituírem os corpos gerentes decidiam ou não serem submetidos a uma assembleia geral para serem plebiscitados.

Em 1964 a escolha dos dirigentes foi indicada pelo Conselho dos Presidentes e aprovada pelo Conselho Geral. Os associados estavam afastados das escolhas
O "caso" do FC Porto
O FC Porto adaptou-se ao Estado Novo com a criação da Assembleia Delegada composta por inerências. Numa estrutura muito semelhante à do Sporting CP e muito do agrado do Regime deposto há 40 anos, em 25 de Abril de 1974. Estar agachado ao Poder era "meio caminho andado" para dele querer e poder receber benefícios.

Em 1963 a Assembleia Delegada - recheada de antigos dirigentes do FC Porto - reconduziu os presidentes dos corpos gerentes
O Benfica tem nas eleições um capítulo dourado da sua história
A existência de eleições regulares, bem como os valores que tal situação representa, tem permitido ao Benfica manter uma coerência interna que tem favorecido o equilíbrio entre sensibilidades e em simultâneo, a ausência de soluções milagreiras.
Uma das forças que tem possibilitado ao Clube estar geralmente na vanguarda do desporto português, bem como na conquista de triunfos inauditos, é o processo democrático centenário, a capacidade regeneradora e a eficiente correcção de tentações de caudilhismo, só possíveis, sem roturas fraccionárias, através do sistema eleitoral, que tem permitido nas Eleições ou nas votações em Assembleias Gerais, impor os valores do benfiquismo. Ao solitário, o “Glorioso” tem imposto sempre o solidário! O facto dos dirigentes do Clube serem sistematicamente e temporariamente sufragados, necessitando de se submeter regularmente à avaliação dos restantes associados, bem como tendo de prestar periodicamente “contas”, possibilita o registo permanente das soluções em documentos – Relatórios e Pareceres, Orçamentos, Actas, entre outros, com o consequente respeito pelas decisões e pelo passado glorioso do Clube.

Eleições centenárias
As votações ocorrem no Benfica desde a fundação em 28 de Fevereiro de 1904, sendo as de maior significado as Eleições dos Órgãos Sociais que definem os mandatos dos dirigentes: anuais até 1967, bienais entre 1967 e 1989, trienais entre 1989 e 2012 e quadrienais depois de 2012. Só que o carácter democrático do “Glorioso” ultrapassa em muito o significativo acto eleitoral da escolha do conjunto dos dirigentes dos Corpos Gerentes. Todas as decisões consideradas fundamentais para o desenvolvimento da colectividade têm sido ao longo dos 101 anos submetidos a votação em Assembleias Gerais para que haja debate, possíveis alternativas e os associados se pronunciem e escolham. Deste modo os dirigentes são efectivamente entendidos como um prolongamento dos sócios, com estes a estarem bem identificados com eles, porque os escolheram directamente, apoiaram, foram vencidos ao apresentarem-se como alternativa, ou não concorreram, tendo no entanto as condições exigidas para tal.

As vantagens da Democracia
Há assim uma identificação real entre eleitos e eleitores próprias do sistema democrático, que vincula quem elege a quem é eleito, e quem se abstém do processo, tendo a possibilidade de o fazer. Durante os mandatos os principais assuntos são submetidos a escrutínio, tendo os associados, por maioria, todas as possibilidades de escolher, recusar ou propor alterações, num sistema amplo de debate interno. Isto tem permitido aprovar decisões importantes, a nível orgânico interno, tais como articulados dos Estatutos, Regulamentos Gerais, Distinções Honoríficas, ou de estratégia externa. A democracia está tão arreigada no Clube, fazendo já parte do “modo de ser benfiquista” que algumas decisões são tomadas por votação, quando os dirigentes nem sequer necessitavam. O caso mais emblemático que ilustra bem a força democrática do “Glorioso” foi a votação em Assembleia Geral a 1 de Julho de 1978, sobre a permissão para autorizar a Direcção a contratar jogadores estrangeiros para a equipa de futebol. É que nunca nos nossos Estatutos vigorou qualquer norma que impedisse a utilização de estrangeiros no Clube. Tal era apenas, ainda que muito forte, uma tradição que provinha das nossas origens.

Diz-se que o Benfica chegou a ser o único local, em Portugal, onde havia eleições livres
A democracia interna no Benfica sobreviveu mesmo no tempo em que ela não existiu no País (1926-1974) e em períodos conturbados da história portuguesa, sendo o “Glorioso” talvez o clube menos afectado, porque o melhor “preparado”, para essas mudanças ideológicas rápidas – da Monarquia à Primeira República, desta ao Estado Novo e 48 anos depois ao PREC (Processo Revolucionário Em Curso) após o 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975. No Clube sempre se aceitaram associados de todos os grupos sociais e ideológicas. Nunca se excluiu alguém por ser mais rico ou mais pobre, mais esquerdista ou direitista! Todos foram integrados, desde que cumpram os seus deveres como benfiquistas, tendo todos iguais direitos intocáveis. No Benfica sempre se soube respeitar, por tolerância, as opiniões sociais - políticas e ideológicas, num clube popular mas não populista. Nunca se estigmatizou, em mais de um século de actividade, quem quer que seja por motivos ideológicos ou sócioeconómicos. No “Glorioso” colocou-se sempre o benfiquismo acima de qualquer pretensão social, económica ou política. Por isso há exemplos de sã coexistência, principalmente entre dirigentes de variadas proveniências (sociais, económicas e ideológicas) por isso diferentes, mas que coabitavam eficientemente nos mesmos Órgãos Sociais. São dezenas os exemplos em 110 anos de história. 

Nada é de ninguém, tudo é do Benfica
Uma das vantagens da democraticidade num clube é o facto de isso permitir que os associados se sintam verdadeiramente integrados, porque se sentem próximos de quem elegeram. Talvez isso ajude a explicar o facto de no Benfica, apesar das inúmeras e fantásticas personalidades que desenvolveram a sua acção no “Glorioso”, eles sejam recordados em exclusivo pelo que fizeram, ficando na memória (de gratidão) colectiva do Clube, e não pelo facto de emprestarem o seu nome, a uma infraestrutura ou a parte dela, que com o tempo deixará até de ter significado pela ausência de referências, acabando por restar apenas um “nome”, quase sem significado real. No Benfica não se faz o culto da personalidade, mas antes respeita-se a obra dos que nos engrandecem, perpetuando-se os seus feitos, pelas gerações vindouras.


Em 1965 em pleno Estado Novo, no Benfica os associados escolhiam livremente as candidaturas a apresentar aos associados e em assembleia geral eleitoral - neste acto eleitoral em 8 de Maio de 1965 - os associados do SLB podiam escolher em liberdade, por voto directo, secreto e universal

ELEIÇÕES PARA A DIRECÇÃO
(Resumo que, por questões de legibilidade no blogue, apenas contempla o presidente da Direcção, excluindo nesta tabela os outros dois órgãos)
Data

Listas

Votantes

Presidentes
28.02.04
-
24
José Rosa Rodrigues (1)
22.11.06
1

Dr. Januário Barreto
Em 13.09.1908 aquando da junção do Sport Lisboa e Sport Benfica os dirigentes continuaram a ser os do Sport Benfica eleitos em 28.06.1908
26.02.09
1

João José Pires
02.02.10
1

Alfredo Alexandre L da Silva
26.03.11
1

António Nunes A. Guimarães
09.07.11
1

Dr. Alberto Lima
31.03.12
1

José Eduardo Moreira Sales
05.12.12
1

Dr. Alberto Lima
23.06.13
1

13.08.14
1

29.08.15
1

Dr. José Antunes Santos Júnior
15.07.16
1

Félix Bermudes                     
07.10.16
1

Dr. Nuno Freire Themudo    
22.07.17
1

Bento Mântua
28.07.18
1

19.09.19
1

22.09.20
1
150
10.09.21
1

04.02.23
1

27.07.24
1

27.09.25
1

05.08.26
2

Cosme Damião                        
Bento Mântua
25.08.26
1

 Alfredo Silveira Ávila de Melo
31.07.27
1

29.07.28
1

28.07.29
1

18.07.30
1

Félix Bermudes                    
15.08.30
1

Manuel da Conceição Afonso
06.09.31
1

07.08.32
2
300
Manuel da Conceição Afonso
...............................................................................
Alexandre Ferreira
20.08.33
1

Vasco Ribeiro
04.09.34
1

15.10.35
1

04.11.36
1

Manuel da Conceição Afonso
25.07.37
1

31.07.38
1

Cap. Júlio Ribeiro da Costa
01.08.39
1

Dr. Augusto da Fonseca Júnior
31.08.40
1

06.09.41
1

27.08.42
1

26.08.43
1

“                 
18.01.45
1

Félix Bermudes
19.01.46
2
621
Manuel da Conceição Afonso
Félix Bermudes
25.01.47
1
888
Brig. João Tamagnini Barbosa
30.01.48
1
398
                         “                  
29.01.49
1
+-  350
Dr. Mário Gusmão Madeira
04.02.50
1
321
17.02.51
1
1 640
15.03.52
1
1 966
Joaquim Ferreira Bogalho
31.01.53
1
1 133
30.01.54
1
1 313
15.03.55
1
1 278
18.02.56
1
1 449
30.03.57
1
1 773
Eng.º Maurício Vieira de Brito
05.04.58
1
1 314
23.05.59
1
   845
30.04.60
1

29.04.61
1

31.03.62
1

Dr. Fezas Vital
25.05.63
1

26.03.64
2
3 437
Adolfo Vieira de Brito       (66%)
José Ferreira Queimado     (34%)
08.05.65
2
1 587
António Catarino Duarte    (56%)
Fernando V. Lourenço        (44%)

17.06.66

3

 3 658
José Ferreira Queimado     (60%)
Gen. Caeiro Carrasco    (35%)
Dr. António Catarino Duarte   ( 5%)
03.07.67
2
2 128
Adolfo Vieira de Brito       (69%)
José Ferreira Queimado     (31%)

12.04.69

3

2 838
Dr. Borges Coutinho          (58%)
Fernando Martins               (26%)
Romão Martins                  (17%)
03.07.71
1
507
Dr. Duarte Borges Coutinho
31.03.73
1
629
24.06.75
1
302
26.05.77
2
2 871
José Ferreira Queimado     (52%)
Fernando Martins               (48%)
10.05.79
1
422
José Ferreira Queimado
29.05.81
2
4 477
Fernando Martins               (51%)
José Ferreira Queimado     (49%)
25.03.83
2
6 747
Fernando Martins               (67%)
Jorge de Brito                     (33%)
29.03.85
1
1 173
Fernando Martins             

27.03.87

3

  8 159
João Santos                        (51%)
Fernando Martins               (45%)
Eng.º Cavaleiro Madeira      (4%)
31.03.89
2
15 360
João Santos                        (81%)
Fernando Martins              (19%)
24.04.92
3

10 925
Jorge de Brito                    (76%)
Alexandre Alves                (22%)
Carlos C Lopes                     (2%)
07.01.94
2
13 668
Manuel Damásio                (87%)
José Capristano                  (13%)
05.06.96
2
11 873
Manuel Damásio                (88%)
Dr. Vale e Azevedo            (12%)

31.10.97

3

19 865
Dr. Vale e Azevedo            (52%)
Dr. Luís Tadeu                   (47%)
Eng.º Abílio Rodrigues        (1%)
27.10.00
2
21 804
Dr. Manuel Vilarinho         (62%)
Dr. Vale e Azevedo            (38%)
31.10.03
3
12 751
Luís Filipe Vieira               (92%)
Dr. Jaime Antunes              (  7%)
Dr. Guerra Madaleno           (1%)
27.10.06
1
  7 846
Luís Filipe Vieira              (96%)   
03.07.09
2
20 451
Luís Filipe Vieira               (92%)
Bruno Carvalho                  (  3%)
26.10.12
2
22 676
Luís Filipe Vieira              (83%)   
Rui Manuel Rangel            (14%)
    (1) Presidente da Comissão Administrativa

BENFICA: Um Clube Sem Medo

Alberto Miguéns

Próximos textos (previsão) no EDB:

De 11 para 12 de Março (00:00 horas) - Verdades inconvenientes (5 de 5);
De 12 para 13 de Março (00:00 horas) - O "Glorioso" em Londres;
De 13 para 14 de Março (00:00 horas) - E depois de Londres?;
De 14 para 15 de Março (00:00 horas) - Taças de Portugal: 14.4=10;
De 15 para 16 de Março (00:00 horas) - O Crescimento de Álvaro Gaspar
2 comentários
  1. Excelente!! Muito obrigado.

    Apenas queria deixar duas notas.

    Primeira nota: Na última tabela creio que hove um pequeno erro no ano de 1926, ou então fui eu que não percebi muito bem, porque dá toda a sensação que no dia 05.08.26 Bento Mântua concorreu contra Cosme Damião (Será que é pelo facto de Ribeiro dos Reis o ter Colocado como Presidente na lista da oposição??)

    E no dia 18.07.30 com a lista de Félix Bermudes não entendo como aparece outra lista de Manuel da Conceição Afonso menos de um mês depois? Bermudes concorreu a essa eleição ? Será que acabou por ganhar e por motivos de força maior teve de deixar a Presidência e houve outras eleições?

    Segunda Nota: Agora entendo como é que o antigo ministro das Obras públicas José Frederico do Casal Ribeiro Ulrich concessou 3000 contos para a construção do estádio das antas e como foram expropriados os terrenos das antas em 1 de Dezembro de 1949. Pudera era o sócio n°7070...!

    Cumprimentos,
    Bruno Paiva

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    1. Caro Bruno Paiva

      Eu não quis fazer comentários pois só falar dos actos eleitorais do SLB dava um livro! Essa tabela reduzida aos presidentes da Direcção tem várias notas que retirei.

      As eleições têm sido realizadas de modo diferente. Começaram nominais (as votações eram em nomes, podiam-se riscar), depois passaram a órgãos (por exemplo, podia-se votar na Direcção de uma lista e no Conselho Fiscal de outra) e agora é por Listas).

      Como retirei as notas, não é possível ver que houve mandatos que não chegaram ao seu final por variados motivos. Quanto aos seus comentários recupero as anotações:

      (4) Cosme Damião não aceitou o cargo porque queria ser vice-presidente de Bento Mântua (como as votações eram nominais podia-se concorrer em listas diferentes desde que em cargos diferentes);

      (5) Félix Bermudes não aceitou o cargo pois o seu nome foi pouco votado (muito riscado). Teve 275 votos. Por exemplo, Manuel da Conceição Afonso (vice-presidente) teve 409 votos e Joaquim Ferreira Bogalho (1.º secretário) teve 453 votos. Houve nova eleição para os cargos vagos na Direcção, por isso essa data em 15 de Agosto.

      Se soubesse os nomes de dirigentes de vários órgãos e conselhos do SCP e do FCP entre 1926 e 1974?! Por isso nunca haverá interesse em SCP e FCP mostrarem, com rigor e transparência, a história dos seus dirigentes. Para um nome do SLB com ligações ao Regime eles têm 20 e com mais importância (dentro do Estado Novo!)!

      Gloriosas Saudações Benfiquistas

      Alberto Miguéns



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