Do Benfica para o Mundo (parte dele...) |
Confesso
que não sou adepto do futebol entre selecções nem grande entusiasta destes
encontros internacionais. Prefiro que os países se "enfrentem e tentem superiorizar-se" nas
questões económicas e sociais, no desenvolvimento humano e bem estar das
populações. Nos indicadores sócio-económicos e responsabilidade política. E não
é conversa de "Miss".
Mas...
Respeito os futebolistas internacionais que gostam de jogar pela sua selecção, por muitos e variados motivos, entre eles o orgulho de
representarem o seu país, muitas vezes estando emigrados por questões de trabalho
noutro país e até noutro continente. Até é mais "por eles", os que
vestem o "Manto Sagrado" que acabo por me interessar pelos jogos das
suas selecções.
Por mim...
Até
nem gosto dos jogos e por três motivos:
1.
Esses jogos obrigam os nossos futebolistas a desconcentrarem-se do essencial e
fundamental. Estarem focados na equipa para jogarem de modo a marcarem golos
para obterem vitórias, pontos, passarem às eliminatórias seguintes, a fim de conquistarem
troféus e títulos;
2.
Por vezes, viagens longas com mudanças de continente e fuso horário acumulado
com desgaste físico e emocional, geralmente em dois jogos (180 minutos) com o
último a ocorrer, quase sempre, muito próximo do retomar da actividade com o
"Manto Sagrado";
3.
Lesões.
Desta vez não foi mau (pelo meu ponto de vista!)
Entre
dois continentes e meio...
Europa
117 minutos em 1 300 km: Rodrigo
pela Espanha (sub-21) frente à Noruega (em Toledo) e Rússia (em Alórcon) não
viajou muitos quilómetros para duas cidades próximas (cercanias) de Madrid, a 504 quilómetros de
Lisboa, ou seja cerca de 1 300 quilómetros, ida e volta e
"cercanias"). Foi o que jogou mais, com 117 minutos: 61' + 56'). E facturou!
Precisamos dele!
103 minutos em 6 490 km: André
Gomes por Portugal (sub-20) defrontou, a dobrar a Turquia, em
Istambul, também por duas vezes. Entre ida e volta, foram 3245 quilómetros a...
dobrar.
30 minutos em 10 634 km: Carlos
Martins por Portugal jogou 30 minutos em Telavive. Em Baku (a 1
637 quilómetros de Telavive) foi suplente não utilizado. Lisboa - Telavive: 4
017 quilómetros para leste. Do Azerbaijão (ali junto à Ásia) de Baku a Lisboa
são 4 980 quilómetros: Total: 10 634 km. Foi "obra"!
Zero minutos em 3 732 km: Ola
John pela Holanda foi, em Amesterdão, nos dois jogos,
suplente não utilizado. Primeiro frente à Estónia, depois com a Roménia. Lisboa
- Amesterdão, ida e volta, 1 866 quilómetros a dobrar: 3 732 km. Um fuso
horário para uma hora mais tarde.
América do Sul
90 minutos em 23 604 km: Garay
pela Argentina jogou 90 minutos frente à Venezuela. Depois foi suplente não
utilizado na Bolívia. Contabilidade: Lisboa - Buenos Aires (9 573 km); Buenos
Aires - La Paz (Bolívia), ida e volta (2 229 a dobrar: 4 458 km); Buenos Aires
- Lisboa (9 573 km). Total: 23 604 quilómetros. Para além da "falta de
ar" em La Paz!
68 minutos em 18 960 km: Maxi
pelo Uruguai só jogou frente ao Paraguai, em Montevideu. Saiu -
"tocado" - aos 68 minutos. Um cartão amarelo, aos 62', afastou-o do
jogo seguinte em Santiago, com o Chile. Lisboa - Montevideu: 9 480 quilómetros.
Ida e volta: 18 960 quilómetros.
65 minutos em 19 546 km: Cardozo
pelo Paraguai jogou 65 minutos frente ao Uruguai. Vi-o a coxear na
substituição. Já não se deslocou ao Equador. Lisboa - Assunção (8 700
quilómetros); Assunção - Montevideu (1 073 quilómetros); Montevideu - Assunção
(1 073 quilómetros); Assunção - Lisboa (8 700 quilómetros). Total: 19 546
quilómetros.
Zero minutos em 19 546 km: Melgarejo
pelo Paraguai nunca jogou pela lesão que nunca foi debelada. Lisboa - Assunção
(8 700 quilómetros); Assunção - Montevideu (1 073 quilómetros); Montevideu -
Assunção (1 073 quilómetros); Assunção - Lisboa (8 700 quilómetros). Total: 19
546 quilómetros.
Até final da temporada já não
há mais paragens para compromissos das selecções nacionais. Que alívio!
Alberto Miguéns