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29 março 2013

Que Alívio!

29 março 2013 0 Comentários
OPINIÃO

Do Benfica para o Mundo (parte dele...)

Confesso que não sou adepto do futebol entre selecções nem grande entusiasta destes encontros internacionais. Prefiro que os países se "enfrentem e tentem superiorizar-se" nas questões económicas e sociais, no desenvolvimento humano e bem estar das populações. Nos indicadores sócio-económicos e responsabilidade política. E não é conversa de "Miss".

Mas...
Respeito os futebolistas internacionais que gostam de jogar pela sua selecção, por muitos e variados motivos, entre eles o orgulho de representarem o seu país, muitas vezes estando emigrados por questões de trabalho noutro país e até noutro continente. Até é mais "por eles", os que vestem o "Manto Sagrado" que acabo por me interessar pelos jogos das suas selecções.

Por mim...
Até nem gosto dos jogos e por três motivos:
1. Esses jogos obrigam os nossos futebolistas a desconcentrarem-se do essencial e fundamental. Estarem focados na equipa para jogarem de modo a marcarem golos para obterem vitórias, pontos, passarem às eliminatórias seguintes, a fim de conquistarem troféus e títulos;
2. Por vezes, viagens longas com mudanças de continente e fuso horário acumulado com desgaste físico e emocional, geralmente em dois jogos (180 minutos) com o último a ocorrer, quase sempre, muito próximo do retomar da actividade com o "Manto Sagrado";
3. Lesões.

Adaptado do jornal "O JOGO"; 26 de Março de 2013; página 10

Desta vez não foi mau (pelo meu ponto de vista!)
Entre dois continentes e meio...

Europa

117 minutos em 1 300 km: Rodrigo pela Espanha (sub-21) frente à Noruega (em Toledo) e Rússia (em Alórcon) não viajou muitos quilómetros para duas  cidades próximas (cercanias) de Madrid, a 504 quilómetros de Lisboa, ou seja cerca de 1 300 quilómetros, ida e volta e "cercanias"). Foi o que jogou mais, com  117 minutos: 61' + 56'). E facturou! Precisamos dele!


103 minutos em 6 490 km: André Gomes por Portugal (sub-20) defrontou, a dobrar a Turquia, em Istambul, também por duas vezes. Entre ida e volta, foram 3245 quilómetros a... dobrar.


30 minutos em 10 634 km: Carlos Martins por Portugal jogou 30 minutos em Telavive. Em Baku (a 1 637 quilómetros de Telavive) foi suplente não utilizado. Lisboa - Telavive: 4 017 quilómetros para leste. Do Azerbaijão (ali junto à Ásia) de Baku a Lisboa são 4 980 quilómetros: Total: 10 634 km. Foi "obra"!


Zero minutos em 3 732 km: Ola John pela Holanda foi, em Amesterdão, nos dois jogos, suplente não utilizado. Primeiro frente à Estónia, depois com a Roménia. Lisboa - Amesterdão, ida e volta, 1 866 quilómetros a dobrar: 3 732 km. Um fuso horário para uma hora mais tarde.

América do Sul


90 minutos em 23 604 km: Garay pela Argentina jogou 90 minutos frente à Venezuela. Depois foi suplente não utilizado na Bolívia. Contabilidade: Lisboa - Buenos Aires (9 573 km); Buenos Aires - La Paz (Bolívia), ida e volta (2 229 a dobrar: 4 458 km); Buenos Aires - Lisboa (9 573 km). Total: 23 604 quilómetros. Para além da "falta de ar" em La Paz!


68 minutos em 18 960 km: Maxi pelo Uruguai só jogou frente ao Paraguai, em Montevideu. Saiu - "tocado" - aos 68 minutos. Um cartão amarelo, aos 62', afastou-o do jogo seguinte em Santiago, com o Chile. Lisboa - Montevideu: 9 480 quilómetros. Ida e volta: 18 960 quilómetros.


65 minutos em 19 546 km: Cardozo pelo Paraguai jogou 65 minutos frente ao Uruguai. Vi-o a coxear na substituição. Já não se deslocou ao Equador. Lisboa - Assunção (8 700 quilómetros); Assunção - Montevideu (1 073 quilómetros); Montevideu - Assunção (1 073 quilómetros); Assunção - Lisboa (8 700 quilómetros). Total: 19 546 quilómetros.


Zero minutos em 19 546 km: Melgarejo pelo Paraguai nunca jogou pela lesão que nunca foi debelada. Lisboa - Assunção (8 700 quilómetros); Assunção - Montevideu (1 073 quilómetros); Montevideu - Assunção (1 073 quilómetros); Assunção - Lisboa (8 700 quilómetros). Total: 19 546 quilómetros.

Até final da temporada já não há mais paragens para compromissos das selecções nacionais. Que alívio!

Alberto Miguéns

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