OPINIÃO
"O futebol não é um jogo de vida ou
morte. É muito mais que isso!"
Palerma n.º 1 |
O modo como foi comentada a grande
penalidade que ficou por marcar a favor do "Glorioso" em Moreira de
Cónegos mostra bem que o futebol em Portugal está cada vez mais distante do
"Football Association" criado, na cidade de Londres, em 26 de Outubro
de 1863.
"Futeluso"
O futebol que se joga em Portugal é uma
variante do "Football Association" onde os artistas não são os
futebolistas e os treinadores dos futebolistas, mas os árbitros e ex-árbitros,
opinadores e consultores dos opinadores, paineleiros e amigos dos paineleiros,
colunistas e contratadores de colunistas, jornalistas e directores de
jornalistas, dirigentes e afins, funcionários e conselheiros de
faz-de-conta-e-mais-alguma-coisa. Até os supostos treinadores não são mais que
pseudo-treinadores de futebol, porque o "Futeluso" não é bem
"Futebol". Há toda uma tralha que circula à volta do jogo no sentido
de mascará-lo e confundir os adeptos, o que diga-se, infelizmente não é
difícil, e muitos sabem disso.
Paterma n.º 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 |
A Corja do
"Futeluso"
Dentro dessa tralha - os árbitros e
ex-árbitros, opinadores e consultores dos opinadores, paineleiros e amigos dos
paineleiros, colunistas e contratadores de colunistas, jornalistas e directores
de jornalistas, dirigentes e afins, funcionários e conselheiros de faz-de-conta-e-mais-alguma-coisa
- que chafurda nos "muitos dinheiros" gerados pelo futebol, com
origem na paixão dos adeptos, há de tudo. Há quem seja mal intencionado,
sabendo muito bem que estão a mentir e a enganar. Mas, grande parte nem isso
sabe. Estão, escrevem e falam porque "ouvêem" outros falar e lêem o
que outros escrevem e repetem, porque só estão onde estão por amiguismo e
cunhismo. E a bola (não o jornal mas o futebol) dão muito, mesmo muito!
O que interessa não é a
verdade, é a interpretação
O que se passa dentro dos campos e fora
deles nas análises ao que se passa dentro deles é uma vergonha porque não
interessa o que se vê, mas sim a interpretação do que se vê. Há duas situações
que são as mais caricatas, porque mostram a tendência, dualidade de critérios e
valorização de umas equipas em função de outras.
Paterma n.º10 |
Bateu
primeiro na bola
É uma das maiores mentiras do
"Futeluso". Na Lei 12 não há nenhuma alínea onde se escreva que
sempre que um futebolista dispute a bola com outro, se tocar primeiro a bola
fica livre de impedir o outro de continuar em condições de jogar ou procurar
jogar. É uma mentira. Que serve para interpretar os lances em função das
equipas e necessidades. Sempre que um jogador impeça o outro de jogar,
independentemente de ter tocado primeiro a bola ou, mesmo, de estar a jogar a
bola, a sua equipa é punida com um pontapé livre. Até podem - infractor e vítima - estar a 100
metros do local onde está a bola, desde que esta esteja em jogo. É sempre pontapé livre
porque a marcação destes não depende do local onde está a bola, mas do tipo de
infracção que é cometida.
Paterma n.º 11 e 12 |
Jogar
de braços abertos
No futebol não é permitido jogar de
braços abertos. Nem com equipamentos que não estejam justos ao corpo. Em
nenhuma circunstância. Com ou sem intenção. É uma infracção porque se considera
(e bem) que tais factos - andar de braços abertos ou com roupa larga - aumentam
as vantagens em relação a quem não o faz. O facto de andar de braços abertos ou
usar os braços afastados do corpo - permite defender e recuperar mais vezes a
bola. É desonesto, por isso contrário ao espírito do jogo. Se assim não fosse,
aquando da formação das "barreiras" na marcação de livres os
jogadores colocavam os braços afastados do corpo, junto aos braços do colega do
lado. Em vez de uma barreira com cinco futebolistas, três (com os braços de
lado) ocupavam o mesmo espaço. Se a bola batesse nos braços não havia infracção
porque não houve intenção, pois os braços já lá estavam até antes do livre ser
marcado. O rematador é que bateu a bola contra os braços. Como é óbvio isso não
acontece. O simples facto de afastar os braços do corpo, em qualquer jogada,
seja de bola parada ou de bola corrida, revela intenção de aumentar a
superfície de contacto com a bola. É uma infracção que antes de o ser já o era,
porque no futebol não é permitido utilizar os braços, antebraços e mãos. Por
isso chama-se Futebol (de Football, sendo o termo foot a palavra inglesa para
pé). Às vezes os Ruis Santos desta vidinha esquecem-se disso! Esquecem-se do
óbvio.
Palerma n.º 13. Exigia - num jogo em que o Benfica sofreu o dobro das faltas que cometeu, 21 contra 14 - cartões amarelos a Matic, Cardozo e Gaitán, para além da expulsão de Enzo Perez!!! |
Quem
manda nas 17 Leis do futebol?
Ao contrário do que se faz passar como
informação fidedigna no "Futeluso", não é a FIFA que "manda! nas
Leis do Jogo do Futebol". É o International Football Association Board
(IFAB) criado em 6 de Dezembro de 1882, pelas quatro federações do Reino Unido:
inglesa, escocesa, galesa e irlandesa. Mesmo depois da criação da FIFA, esta
nunca conseguirá alterar as regras (ou parte delas) sem pelo menos a
autorização de dois dos quatro membros da IFAB. É que a FIFA organiza competições
que se regem pelas 17 Leias cuja "patente" pertence ao IFAB. Já o
"Futeluso" as interpreta de acordo com os interesses dos andróides e
afins, gente colocado ou subserviente ao Sistema que PdC foi criando durante
três décadas. Gente cobarde, mesmo assim...
Grande-área
ou área de grande penalidade
Os livres directos adquirem outra
"dimensão" quando são marcados naquele espaço do campo que os
ingleses designaram por "penalty area", criada em 1891 (18 anos
depois do jogo e 9 depois da criação da IFAB) tal como a marca da grande penalidade
a 11 metros (12 jardas) da linha de golo.
Quando o IFAB criou a grande penalidade para punir
qualquer infracção castigada com livre-directo não determinou que havia espaços
diferenciados dentro da grande-área. Seja no limite da grande-área (a 16 metros e meio ou 18 jardas)
da linha de golo ou em cima desta a centímetros (polegadas) do golo as faltas
são sempre punidas com grande penalidade. Não há diferenciação dentro da
grande-área. Esta tem 665 metros quadrados {rectângulo de 40,3 metros (29
jardas) por 16,5 metros (18 jardas)}. Não há sequer qualquer centímetro
quadrado, mesmo os marcados a tinta branca com a linha de golo, onde "seja
mais penalty" que noutro
qualquer centímetro quadrado da grande-área. É igual!
Que os Joões Capelas, Pedros Proenças, Jorges Coroados,
Pedros Henriques e demais cambada que gravita e vive do futebol, tenham vergonha!
Só faço duas
perguntas!
Primeira: Se
este mesmo corte feito pelo futebolista do Moreirense FC fosse cometido em cima
da linha de golo (por isso, também dentro da grande-área ou área de grande
penalidade) não era grande penalidade?
Segunda: Se
o clube que cometeu a infracção, o Moreirense FC em vez de ter como opositor o
Benfica, estivesse a defrontar o FCP
ou o FCP A (SC Braga)
não era penalizado com uma grande penalidade?
Cambada!?
E não só! Gente manhosa!
Alberto Miguéns (até à próxima, ou
seja, até à meia-noite de 26 para 27 de Janeiro de 2013)
Mais uma vez, um excelente post. Fiquei apenas com uma dúvida: a segunda equipa do FCP não é agora a equipas dos viscondes? Ou o Braga continua a ser a segunda equipa e esses tristes são a academia?
ResponderEliminarOs defesas, contra o Benfica, são sempre uns anjinhos, uns querubins! Olhem o coitadinho, está a cair desamparado mas na vez de por as mãos para amparar a queda deixa um braço COMPLETAMENTE no ar para amparar a queda! E não +e que a bola bate lá? Deveria de ser marcada falta contra o Benfica, por agressão na mão a um indefeso!
ResponderEliminarGrande Miguéns!
ResponderEliminarExplicou tudo com uma simplicidade enorme e com uma clareza que até uma criança de 5 anos entende.
QUE GRANDES TRAFULHAS EXISTEM NESTE QUE SE DIZ "FUTEBOL", FUTEBOL TUGA SEM DÚVIDA NENHUMA. SEM RESPEITO, SEM VERGONHA, SEM O MÍNIMO DE DIGNIDADE! À medida exacta da trafulhice que pulula no nosso país a todos os níveis!
Que revolta que eu sinto, meu Deus!
maria/marley