OPINIÃO
As
negociatas do FC Porto são um dos maiores cancros da Democracia Portuguesa. O
FC Porto foi (… é!) um dos principais causadores da degradação da Democracia em
Portugal. Um dos mais nefastos. Uma fonte de corrupção em permanente estado de actividade…
Um cacique português? Uma
vida de corrupção, tráfico de influências, diatribices, traições e mentiras.
Vaidoso e arrivista, o típico engana tolos, ou seja, especialista em atrair…
tolos, ou seja, políticos – autarcas e ministros – portugueses para a sua beira.
O simbólico personagem de Eça de Queirós: TEODORICO RAPOSO ( de A Relíquia)
Astuto e atrevido, o "Raposão"
maduro que fala ao leitor, deixa para trás uma odisseia de aventuras amorosas e
de vistosas devoções.
Teodorico é o herdeiro potencial da "horrenda senhora", sua tia, D. Patrocínio
das Neves que, com o seu "carão lívido",
o acolhe em sua casa, depois da morte do pai Raposo. Começa então a disputa
pelos dinheiros e pelas propriedades da Titi, contra um rival de respeito: o
próprio Jesus Cristo.
O estratagema que há-de desbancar o rival diz muito de
uma mentalidade que o Eça anticlerical trata de caricaturar. Teodorico
empreende uma viagem à Terra Santa; de lá virá a relíquia que deveria converter
a tia às virtudes do sobrinho. Só que Deus não dorme e a coroa de espinhos que
o sábio Topsius cauciona é misteriosamente trocada pela camisa da “namoradinha
de ocasião” Mary, rescendendo ainda aos delírios amorosos do "portuguesinho valente". Expulso do seio da
Titi, Teodorico não perde tudo e herda um óculo: "-
Para ver o resto de longe! – considerou, filosoficamente, Justino".
Em constante equilíbrio entre beatice e devassidão,
Teodorico vai mais longe do que parece. Perpassa, no seu atribulado trajecto de
aventuras e desventuras, uma reflexão sobre a hipocrisia e a duplicidade
humanas.
Um xicoesperto português? Político
autarca local, sem dimensão nacional sobrevive no meio, procurado apoios de
personagens que entende serem caciques regionais, capazes de intimidarem e
influenciarem eleitores a seu favor. Invejoso, amargo, ganancioso e
subserviente aos poderosos gravita à volta do FC Porto. O simbólico personagem
de Eça de Queirós: JULIANA
( de O
Primo Basílio)
Mal aparece, n'"O Primo Basílio", Juliana está
marcada. Logo de início, a criada de Luísa mostra umas feições "miúdas, espremidas"; e a "amarelidão de
tons baços das doenças de coração" parece anunciar uma vida de
frustrações e de sofrimentos. Como se isso não bastasse, o penteado deforma-a
até à caricatura. De seu nome completo Juliana Couceiro Tavira, a criada
disputa, no romance, protagonismo à patroa. E a chantagem que exerce sobre a
adúltera Luísa chega a dividir o leitor, que oscila entre a repulsa e a
tolerância. Porque, afinal a curiosidade doentia de Juliana, o seu azedume
permanente não são fruto do acaso; eles decorrem de um ódio acumulado,
resultado de uma vida oprimida, patroa atrás de patroa, alcunha atrás de
alcunha: a isca seca, a fava torrada, o saca-rolhas.
A personagem
tem um histórico marcado por instituições mágoas, as quais influenciam o seu
comportamento como empregada doméstica, independente de quem fossem os seus
patrões. Luísa, a amante e proprietária da residência, tratava-a com bastante
rispidez e a antipatia entre ambas foi aumentando. Tais comportamentos
ocasionaram a construção de um ambiente carregado de inveja, ganância e
humilhação. Para Eça: "Os olhos grandes,
encovados, rolavam numa inquietação, numa curiosidade, raiados de sangue, entre
pálpebras sempre debruadas de vermelho.” E para que não se diga que nela nada de
feminino sobrevive, aí está o seu fascínio pelo feitio da botina e pela pequenez
do pé: "O pé era o seu orgulho, a sua mania,
a sua despesa", diz-se dela;
e é a própria Juliana quem o confirma, plena de erotismo recalcado, ávida de
evidência social:
"-
Como poucos - dizia ela - não vá, ele, com o outro ao Passeio!”
E os Otários?
Somos nós!
O
destino deles é enganar tudo e todos.