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15 julho 2012

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15 julho 2012 1 Comentários

HOMENAGEM

O fim da agonia



NOTA: Como simbologia este texto está programado para ser publicado no EDB, às 6 horas e 20 minutos da manhã de 15 de Julho de 2012, precisamente, um século depois do maratonista Benfiquista Francisco Lázaro morrer em Estocolmo.

Os relógios suecos, em 14 de Julho de 1912, estavam nas 15 horas e 42 minutos quando, após cambalear, e algumas quedas, com o maratonista em evidente dificuldade, Lázaro caiu na estrada, próximo do quilómetro 32 (a oito da meta instalada na pista do estádio Olímpico). No relatório médico regista-se o seguinte: «pouco depois dos 30 quilómetros, na subida da colina de Ofver-Jarfva, o atleta português Francisco Lázaro começou a vacilar. Caía, levantava-se e corria mais um pouco, voltava a cair, tendo feito isto uma série de vezes, até que caiu e ficou estendido no chão inanimado. De imediato o médico, dr. Torell, que se encontrava no local, tomou conta dele. Uns minutos depois o dr. Lijenroth, que estava de serviço no posto médico de Silfverdal (aos 10 e 30 km), seguido pelo dr. Fries, tentaram reanimá-lo, mas sem sucesso e o caso foi imediatamente relatado telefonicamente para o Estádio. Uma vez que todos os esforços para o reanimar se mostraram infrutíferos, foi enviado para o Royal Seraphim Hospital acompanhado pelo dr. Fries. Chegou ainda inconsciente, cerca das 17.30 horas, e quase de imediato sofreu um violento ataque de cãibras e convulsões em todo o corpo, começando a delirar, com uma temperatura corporal de 41.2 graus C. Os sintomas apontavam para insolação.» À meia-noite reagiu ao tratamento com injecções de água salgada, mexendo as mãos quando pronunciavam o seu nome. Depois, com movimentos desconexos, entrou em delírio. Às 6 horas e 20 minutos foi dado como morto.

As causas do óbito
A autópsia do cadáver do malogrado Benfiquista foi executada pelo dr. F. Henchen que atribuiu a morte a um «desequilíbrio hidro-electrolítico irreversível» (desidratação extrema). A autópsia revelou, igualmente, lesões num órgão vital como o fígado que ficou «completamente mirrado, do tamanho de um punho fechado e rijo, de tal forma que só se conseguia partir a escopro, como se fosse uma pedra.»

Pormenor do monumento fúnebre na sua campa no cemitério de... Benfica. Nasceu, viveu, "treinou", competiu, foi associado e atleta do SL Benfica e ficou, para sempre, sepultado em Benfica. Só não morreu em Benfica!

Outro problema… trazê-lo para Portugal
Francisco Lázaro saiu de Lisboa em 26 de Junho. Chegou a Estocolmo em 1 de Julho. Correu a maratona olímpica em 14 de Julho. Faleceu na madrugada de 15 de Julho. O cadáver chegou a Portugal em 23 de Setembro de 1912. Dois meses e uma semana depois de morrer em Estocolmo.

Deixou a viúva grávida de cinco meses de uma menina. Uma filha única que nunca veria! Uma tragédia!

Alberto Miguéns

NOTA: A desenvolver nas últimas horas de 15 de Julho:

1. As homenagens fúnebres na Suécia e em Portugal

2. A vida da família Lázaro depois da morte




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