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31 dezembro 2016

Adeus 2016! Sem Esquecer Fortunato Levy!

31 dezembro 2016 6 Comentários

HÁ 47 ANOS FALECEU, EM CABO VER(MELHO)DE UMA DAS MAIORES GLÓRIAS DE SEMPRE DO BENFICA!


Um dos melhores futebolistas do seu tempo, que evidenciando grandes qualidades - como jogador - e liderança, ascendeu a capitão por votação, em assembleia geral, entre os associados do Clube. 


Muito longe da vista, bem junto do coração
Obrigado a deixar o Clube em 1907, aos 23 anos, com “apenas” quatro anos de “flanela vermelha colada ao corpo”, foi viver para milhares de quilómetros de distância mantendo-se até ao seu final, com 81 anos, BENFIQUISTA. Criou um novo adágio…Benfiquista. Muito longe da vista, bem junto do coração!


De Cabo Verde para Lisboa
Conta-se que seu pai, Bento Levy emigrava de Lisboa para o Brasil, mas o navio sofreu uma avaria. E teve de ser reparado logo na cidade da Praia. Entretanto o problema demorou tanto tempo a ser resolvido que o pai do nosso Fortunato resolveu estabelecer negócio na praça central da Praia e contrair matrimónio com uma natural de Cabo Verde, uma Monteiro. Paula da Conceição Monteiro. Gente de classe – uma morgada - da ilha de Santiago, em Santa Catarina. Um homem não é de ferro! Em 21 de Abril de 1884 nasceu na cidade da Praia, Fortunato Monteiro Levy. Era o mais novo de três filhos: José e Jaime, nascidos respectivamente, em 1877 e 1882, tinham, sete anos e três meses, o mais velho (José) e o do “meio”, um ano e dez meses (Jaime). E depois mais três irmãos: Álvaro, Simão e Raquel.



Do Rossio para Belém
Quando o "Glorioso" foi fundado, na Farmácia Franco (Belém), a 28 de Fevereiro de 1904, o nosso Levy contava quase 20 anos e já estava em Lisboa, pelo menos desde 1902, para concluir a formação escolar, vivendo em casa de familiares e estudando na Escola Académica, no Rossio. Deve ter sido um colega de escola ou turma, associado e futebolista do Sport Lisboa, que o levou para Belém. E assim seria a sua vida de adolescente em Lisboa, entre estudar administração (gestão) na “Escola Superior de Comércio” e futebolar no “Glorioso”.

Na Escola Académica - pelo menos desde 1902 - a Belém foi um "florete". Ei-lo a mostrar quanto decidido e maduro para a idade. Quem sabe se entre aquela "malta" não estavam outros "flanelas vermelhas"?!

Em 1904, o futebol do Clube foi “apenas” isto…
Quando o Clube foi fundado não houve a preocupação de aparecer em público, mas a ideia foi preparar uma boa equipa, que correspondesse ao propósito inicial de formar um grande “team”, com os elementos que andavam dispersos pelos terrenos de Belém, onde se tornara possível treinar com facilidade nos areais a perder de vista. Além dos miúdos de Belém foi possível voltar a juntar casapianos afamados, alguns dos que haviam derrotado os invencíveis ingleses do Cabo Submarino, em 22 de Janeiro de 1898. O Clube “mesmo só com portugueses” provaria que era possível vencer os mestres ingleses! Havia que treinar. Uns treinos seriam obrigatórios, outros voluntários. Dentro desta orientação, criaram-se dois grupos para os treinos, que se queriam aplicados. Houve treinos com equipas escolares do Grupo do Lyceu e da Escola Académica. O nosso Levy também pode ter “passado de um lado para o outro” através dos treinos. Até porque os grupos escolares eram efémeros por dependerem do percurso escolar dos seus elementos.


Haver pelo menos 22 associados/futebolistas para fazer “treinos jogados” prolongou-se muito para lá de 1904! À Benfica!

Treinava com assiduidade
Fortunato Levy não sendo um dos 24 fundadores, foi dos primeiros a aderir ao novo clube. Interessado pelo desporto e actividade física, com destaque para o futebol, compareceu com regularidade aos treinos. Ainda durante a época de 1903/04, entre 28 de Fevereiro e 3 de Julho participou em dez, dos vinte e quatro que se realizaram. Após o Verão de 1904, retomou-se o “preparo físico”. Assim realizaram-se cinco treinos, entre 20 de Novembro e 18 de Dezembro desse ano zero da Gloriosa História. Fortunato Levy participou em quatro.

Nas Terras do Desembargador, às Salésias, no tempo das "balizas às costas" num jogo frente ao Internacional/CIF. O clube dos Pinto Basto que era necessário superar para ter estatuto de poder ser aceite na Quinta Nova, em Carcavelos, no Cabo Submarino dos ingleses "invencíveis"!

Primeira temporada: 1904/05
Quando foi marcada a estreia em jogo do nosso Clube para 1 de Janeiro de 1905 fez parte desse Glorioso Primeiro Onze jogando a médio direito. Contribuiu, por isso, para a primeira vitória. Nesse encontro, realizado nas Terras do Desembargador, às Salésias, vencemos por 1-0, o Grupo do Campo de Ourique. Fortunato Levy continuou como médio direito, a ser um dos pilares da equipa que no final dessa temporada n.º 1 era já considerado o melhor clube de portugueses, suplantando mesmo o Internacional (CIF) no qual jogavam também ingleses amigos dos Pinto Basto (os “donos” do clube com campo de jogos em Alcântara). A linha média mais utilizada por Manuel Gourlade: Fortunato Levy, Albano Santos e António Couto.

Equipa da temporada de 1904/05. De cima para baixo. Da esquerda para a direita. José Cruz Viegas, Manuel Móra, FORTUNATO LEVY, Albano Santos, António Couto e Emílio Carvalho; António Rosa Rodrigues, Silvestre Silva (capitão), Cândido Rosa Rodrigues, José Rosa Rodrigues e Carlos FrançaNos primeiros tempos do futebol o guarda-redes não utilizava um equipamento diferente. O capitão da equipa indicava, no início do jogo, ao árbitro quem era o jogador que podia utilizar as mãos dentro da grande-área do seu meio-campo. Era o guarda-redes com o mesmo equipamento dos futebolistas de campo. Olhem-me para este meio-campo: Levy, Santos e Couto. Aguentem-se!

Também deve ter passado - nem que seja como espectador - pelo "Lixa n.º 9" - o campo de Alcântara, da família Pinto Basto/Internacional/CIF

Segunda temporada: 1905/06
A época n.º 2 teve poucos jogos, havendo “retoques” na equipa, com os três “half-backs” (meio-defesas) a terem a seguinte constituição: Albano Santos, António Couto e Fortunato Levy. Assim Fortunato Levy passou da direita para a esquerda. Não há notícia que tenha diminuído a classe! Polivalente. Valente sempre fora!

Equipa da temporada de 1905/06. De cima para baixo. Da esquerda para a direita. António Couto, Albano Santos, Emílio Carvalho, Manuel Móra, Cosme Damião e FORTUNATO LEVY; H. Hannour (árbitro e futebolista do Carcavellos Club); Carlos França, António Rosa Rodrigues, Daniel Queirós Santos, Cândido Rosa Rodrigues e Silvestre Silva (capitão). Que três centro-campistas: Couto, Santos e Levy. Intratáveis!
Pela primeira vez Cosme Damião e Levy na mesma equipa
Foi em 17 de Março de 1906 que Cosme Damião "subiu" da 2.ª à 1.ª categoria. Apadrinhado, entre outros, por Fortunato Levy. Já se falou deste jogo em 26 de Fevereiro deste ano (clicar). Está previsto para 17 de Março de 2017 assinalar os 111 anos dessa estreia num texto evocativo desse jogo na Cruz Quebrada.


O Glorioso Ciclismo
Após terminar a época de futebol, em 3 de Junho de 1906, coube-lhe representar pela primeira vez o Clube num outro desporto, o velocipedismo ou ciclismo na terminologia actual ou atual, “inaugurando” o eclectismo do “Glorioso” pois seguir-se-ia o pedestrianismo, “sports atléticos” ou atletismo em 2 de Dezembro de 1906 mas aqui o pioneirismo foi de Félix Bermudes. Em 3 de Junho (pode ser considerada a data centenária da estreia do Ciclismo no Clube) e 10 de Junho, na antiga pista do Velódromo de Palhavã (onde está na actualidade a avenida de Berna, em frente ao jardim da Fundação Gulbenkian) foram disputadas duas corridas na extensão de 1000 metros, a “Clássica do Quilómetro”. Na primeira corrida (3 de Junho), Fortunato Levy ficou em 2.º lugar e no domingo seguinte, na segunda corrida foi…terceiro! “Dois pódios”! E em 1906 ainda não havia “roda de bicicleta” por baixo do escudo bipartido a vermelho-e-branco!


Eleição como capitão
Em 22 de Novembro de 1906 os associados reuniram-se, pelas 20 horas, na rua Nova do Almada (bem no centro da cidade) para eleger a primeira Direcção, pois até esta data o clube foi dirigido pela Comissão Administrativa escolhida na Farmácia Franco, em 28 de Fevereiro de 1904. Como o Clube era constituído essencialmente por futebolistas ou ex-futebolistas (que só por incapacidade física não davam “uma perninha” nas categorias “inferiores”) foram também eleitos os capitães das duas categorias existentes. Mas durante a temporada constituiu-se com regularidade a 3.ª categoria e há, mesmo, notícias de um quarto grupo ou grupo infantil onde debutava o «Chacha», Álvaro Gaspar.

A extraordinária equipa que ficaria para a posteridade como a primeira Gloriosíssima depois de vencer, por 2-1, em Carcavelos, os invencíves ingleses do Cabo Submarino, em 10 de Fevereiro de 1907. Com LEVY como capitão num meio-campo de luxo: Levy, Couto e Santos. «Passaram a ferro» os ingleses!

Terceira temporada: 1906/07
Levy foi eleito para capitanear a 1.ª categoria. Um jovem de 22 anos, negro, a capitanear o Sport Lisboa! Causou espanto em Lisboa. Menos no Clube. Antes pelo contrário. Com a época de jogos a começar tarde, estreou-se como capitão, em 22 de Janeiro de 1907, num jogo para o campeonato regional, organizado pela “Liga de Futebol Association”, em que vencemos por 1-0, o Internacional/CIF, na Quinta Nova, em Carcavelos. E seria aqui, na jornada seguinte, em 10 de Fevereiro de 1907, que o nosso Clube venceria por 2-1, o clube da “casa”, o Carcavellos Club, que estava invencível desde 22 de Janeiro de 1898, ou seja, há nove anos! Foi um dia de glória. Não foi o primeiro, mas foi o de maior Glória até aí! Quando se soube em Lisboa que os “invencíveis” haviam perdido, até em plena Quinta Nova, foi grande o júbilo entre os “desportistas” da capital. Alguns mais de "copo e cartas na mão” que a praticá-lo. Ainda hoje é assim! O Glorioso Clube arrancava imparável para a celebridade. Se nesses dois encontros iniciais jogou a médio direito, para os últimos quatro jogos da época, o capitão Levy regressou a médio esquerdo. Duas “linhas médias”, à época, meio-defesas, de grande classe: Levy, Couto e Santos ou Santos, Couto e Levy. Neste blogue já se falou desse dia (clicar).

(clicar em cima para visualizar com mais qualidade)
No Verão de 1940 aquele que foi considerado o melhor futebolista português de sempre até aos anos 30 - quando este "título" passou para o nosso Vítor Silva - Artur José Pereira ainda recordava Fortunato Levy, que deixara de vestir a "flanela vermelha" no final da temporada de 1906/07! Há 33 anos!
Ser internacional antes do tempo!
Como era um dos melhores futebolistas portugueses, participou em dois Mistos (antepassados das selecções) que defrontaram os ingleses do Cabo Submarino, em Carcavelos. Em 10 de Março, jogou a defesa direito e em 19 de Março actuou como médio esquerdo. O final da época de 1906/07 coincidiu com o término dos seus estudos em Lisboa. Era o adeus (físico) para sempre ao “Glorioso”.

Ainda "gatinhávamos" mas já se sabia estar no desporto - prestigiando esta actividade e honrando os que nos serviam com atitude exemplar - fazendo de um clube, o Clube!

O adeus ao Benfica (não ao Benfiquismo)
Em 5 de Abril de 1907 o nosso “Glorioso” ofereceu-lhe (e ao guarda-redes Manuel Móra) um jantar como homenagem de apreço pelas qualidades evidenciadas durante as quatro épocas – três em competição – enquanto esteve no Clube. Foi um dos primeiros jogadores que se iniciaram a jogar futebol “a sério” no “Glorioso” e que cotou-se como dos melhores no seu lugar de médio, à direita (onze jogos) ou à esquerda (sete jogos). Numa sequência 7 MD + 3 ME + 4 MD + 4 ME. Fortunato Levy partiu, nesse Verão, para Cabo Verde e por lá ficou. Quando deixou o Clube era o único totalista, ou seja, havia participado em todos os 18 jogos que realizámos desde 1 de Janeiro de 1905. Com 1480 minutos e dois golos. Como capitão conduziu a equipa à glória, com três vitórias e um empate. Além de duas derrotas, sempre enfadonhas.


(clicar em cima da imagem para visualizar com melhor definição)
Publicidade e gente de bem. Associativismo e negócios. Fortunato soube honrar o nome Levy herdado dos seus antepassados judeus

Vida em Cabo Verde
Em Cabo Verde constituiu família, foi figura de destaque na sociedade da ilha de Santiago e exerceu a actividade de Gerente Comercial na empresa do pai, a «Casa Levy”, bem no centro da praça principal na cidade da Praia. Foi casar à ilha do Fogo, na vila de São Filipe, em 19 de Fevereiro de 1914, com quase 30 anos, com D. Maria Júlia Medeiros de Gomes Barbosa, nascida em 14 de Novembro de 1887. Três anos e seis meses mais nova que o nosso Fortunato e falecida em 7 de Fevereiro de 1966, cerca de três anos antes do marido. Tiveram quatro filhos, um rapaz (1915, Orlando) e três raparigas (1917, Méry, 1919, Ester e 1922, Victoria Helena) com vidas longas e proveitosas, ou não “saíssem a Fortunato Levy”. Sólido como lava arrefecida da ilha do Fogo. O capitão do Glorioso, aos 22 anos!

O local de passagem obrigatório para os "praienses de Cabo Verde-mas-mais-vermelho" pouco depois de deixarem de gatinhar e aprenderem a andar. O campo da Várzea!

Entre a garotada da cidade da Praia
Quando sentado à sua porta, n' "o Sobrado", Fortunato percebia que a garotada (12/14 anos) vinha do lado do campo da Várzea de disputar alguma “pelada” ou de assistirem a um jogo entre clubes locais perguntava pelo resultado e por vezes dizia: «Sabem que joguei no Benfica!?» Era a risada geral, até um dia, mais velhos, saberem que era verdade. Olhavam para um homem desengonçado pela idade, de bengala e enrugado pela passagem dos anos, dizendo com reverência. «Oh, Senhor Fortunato! Os jogadores do Benfica – Águas, Caiado, Coluna, Costa Pereira e todos os outros – são como os galãs do cinema que estão pintados naqueles cartazes! Agora o senhor Fortunato jogar no Benfica!» E lá ficava Fortunato Levy a desculpar a falta de siso da garotada como se ele não tivesse passado já pela idade deles… E pouco mais velho (20 anos) até jogara no Benfica! E aos 22 anos até a capitão chegara! Eleito pelos associados!


«Onde isto chegou!»
O que mais o impressionava nas crónicas dos jornais que chegavam à cidade da Praia não eram os resultados e a conquista de troféus pelo Benfica. Era, após 1 de Dezembro de 1954, olhar para fotografias do interior do estádio da Luz e ver bancadas em…pedra. Ele que quando deixou Lisboa, no Verão de 1907, nunca vira sequer bancadas de madeira à volta das Terras do Desembargador. Que até era um logradouro. Para ver jogos e treinos de pé ou sentado em cima dos muros. E só para quem podia e chegava mais cedo! Aquelas bancadas de calcário impressionavam Fortunato Levy! «Olhem-me para isto». No “tempo dele” atiravam baldes de água uns aos outros, despiam-se praticamente atrás das portas e das árvores. Cada espectador chegava e saía do terreiro público quando queria. «Olhem para o Benfica! Que ricos!»


Para lá dos oitenta
Faleceu na “sua” muito nobre e leal cidade da Praia, em 31 de Dezembro de 1969, aos 85 anos. E há 47 anos assinalados no dia de hoje! Foi um divulgador do Clube naquele arquipélago atlântico em África. Benfiquista um dia, Benfiquista toda a vida, ainda hoje a maioria dos seus descendentes – netos e bisnetos – são Benfiquistas e associados do Benfica. Fortunato Levy, um atleta que serviu o Clube com categoria e que quando partiu o deixou definitivamente implantado no coração dos portugueses.


Pecado Benfiquista
Incrivelmente na cidade da Praia não “era” da delegação do Benfica, o CD Travadores, mas de um clube rival, o Vitória FC, filial do Vitória setubalense! O CD Travadores foi fundado em 15 de Outubro de 1928 e em 1949 pediu a filiação no Sport Lisboa e Benfica. Era um clube popular, À Benfica. E o seu filho Orlando chegou a presidir ao clube que equipa À Benfica! Mas…Fortunato Levy preferia o Vitória FC, do qual foi um dos fundadores em 1 de Junho de 1931, mais elitista onde se entretinha nas mesas a jogar "cartadas e dados" entre amigos e confraternizar com a elite da ilha de Santiago. Até é provável que a simpatia pelos “outros” surja num ano muito anterior a 1949. Antes do CD Travadores ser delegação do “Glorioso”. Nem se pode chamar pecado benfiquista a esta traiçãozinha. É mais um pecadilho. Há quem os tenha – Pecados Benfiquistas - bem maiores e horríveis, mas passa bem…

NOTA: Nascido em 21 de Abril de 1884, teria 85 anos e oito meses, em 31 de Dezembro de 1969

Levy é dos “casos” em que temos satisfação redobrada
Foi um dos pioneiros que teve o privilégio de ainda assistir ao Bicampeonato Europeu (1961 – 1962), o Clube ser considerado o melhor emblema europeu (cinco finais na Taça dos Clubes Campeões Europeus em oito épocas – 1960/61 a 1967/68) e ver o Benfica ter a hegemonia do futebol em Portugal com a conquista de oito títulos em dez temporadas, entre 1959/60 e 1968/69. Pensamos sempre neles – por eles podemos ter o Benfica para Ser Benfiquista - e depois é com redobrada satisfação que sabemos que muitos puderam ver e sentir um Clube, que passou:

Do tamanho de um berlinde para a dimensão do Mundo

Alberto Miguéns


NOTA: Este texto conta para além dos dados biográficos (com a ajuda do imprescindível Victor Carocha) e associativos, com alguns dos temas conversados com Mário Pais (nascido e crescido na cidade da Praia que diversas vezes se cruzou e falou com o “senhor Fortunato”) e com o neto, o dr. Levy Aires, médico do "Glorioso" entre 1976 e 1984 e de 1989 a 2000. Obrigado.


6 comentários
  1. Bem... o Glorioso acaba o ano desportivo com 44 vitórias e o Alberto acaba com uma goleada de Gloriosa História!

    Fortunato Levy foi um gigante da noss História não obstante os escassos anos que envergou as nossas cores. As palavras de AJ Pereira são elucidativas. E vindas de um dos melhores jogadores de sempre do futebol Português ganham peso considerável.

    Há vários detalhes da vida de Fortunato na metrópole (como assim se chamava) que ainda estão por revelar. Esperemos que um dia o arquivo da Escola Académica seja localizado. Mas as fotografias e registos em jornais demonstram que teve um papel relevante, de liderança, também nesses anos escolares. O Sport Lisboa foi um passo à frente. A eleição de um miúdo como capitão de equipa seria ainda hoje extraordinário nesse tempo é quase inacreditável apesar de estar registado em jornal. Só mesmo um superlativo talento futebolístico e uma personalidade ímpar poderiam fazer com que homens já feitos, veteranos prestigiados muitos deles homens de cultura já reconhecidos pela sociedade Portuguesa, pudessem anuir a essa tremenda e ilustre distinção.
    Fortunato é um nome incontornável também por ter sido o primeiro ciclista da nossa história. E com uma prestação brilhante atendendo a que competia com praticantes experimentados na velocipedia, desporto então muito popular. Prestação à Benfica!

    Obrigado por este belo pedaço de História Benfiquista. Obrigado pela homenagem a esta grande figura Benfiquista.

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  2. O meu obrigado pelos pedacinhos de história dos primeiros anos do Benfica e por dar a conhecer essas extraordinárias personalidades que o ajudaram a engrandecer.
    JR

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  3. Fantástico como sempre Caro Alberto,um jogador com tão poucos anos de Benfica mas com muito para se contar,dava um filme e porque não um livro.
    Abraço!

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  4. Parabéns pelo artigo, gostei de o ler e entender o que eu representa na história do nosso Benfica. Abraço

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  5. Obrigada por publicar uma parte da história do meu tio avô

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  6. Obrigado pela cuidadosa investigação. Muito haveria a dizer sobre o meu tio-avô Fortunato, durante muito tempo o meu avô, Simão, irmão mais novo de Fortunato Levy, me falou e contou várias histórias passadas com o irmão quando veio para Lisboa e foi jogador do Benfica. Tive a sorte de o meu avô ter nascido em 1886 e ter morrido, lúcido, em 1985. Quem quase um século vive tem muita sabedoria e memórias para partilhar...

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