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28 março 2019

Brincar Com o Fogo

28 março 2019 4 Comentários
AINDA EM CONTINUAÇÃO DE TEXTO DE ONTEM.


O Benfica tem condições históricas para estar entre os 32 clubes escolhidos. O Benfica tem condições demográficas - em número e dispersão pelo continente europeu - para estar entre os 32 clubes que formarão a previsível «Superliga Europeia». Mas  o Futebol português é pouco atractivo e o Benfica tem descurado as suas presenças na Liga dos Campeões.

O Futebol do «Glorioso» ser gerido por uma SAD
Ao contrário de outros clubes Míticos que nem SAD's ou estruturas similares têm, só faz sentido ter a administração do Futebol do SLB gerido por uma Sociedade Anónima Desportiva se isso significar mais êxitos ou mais condições para ter êxito. Principalmente a nível internacional pois a nível nacional o Benfica está sempre condenado a conquistar mais do que os outros. É sempre uma questão de tempo ultrapassar períodos de menos fulgor. É assim desde 1904! Nunca o clube mais popular de um país - quando a diferença para o «segundo maior» é grande - deixou de o ser dentro do próprio país a menos que a política obrigue. E só nos países do bloco comunista isso ocorreu. O futebol do Benfica ser SAD foi para poder equiparar-se aos melhores clubes europeus! Foi esta ideia que me «venderam» em 2000 (ainda na presidência de Vale Azevedo)  e reforçaram em 2001 (com Manuel Vilarinho como presidente da Direcção).

Os responsáveis pela Benfica Futebol SAD têm uma estratégia ou estão distraídos?
O Benfica tem vindo a perder importância entre os melhores clubes europeus. Os coeficientes não enganam. Foi 5.º em 2013/14, depois 6.º (2014/15), 6.º (2015/16), 9.º (2016/17), 15.º (2017/18) e até ver é 21.º (2018/19) se bem que ainda não tenha terminada esta temporada a nível das competições da UEFA.



O que eu gostava e quero
Que o Benfica estivesse em coeficiente como está em palmarés e imaginário, ou seja, entre os seus pares europeus, os grandes clubes da Europa.

Campeonato Europeu de Clubes (CEC)
A sua criação (e será com o consentimento e organização da UEFA de acordo com os principais clubes) será uma realidade em breve. Depois de um período transitório - tal como ocorreu aquando da passagem dos campeonatos regionais para o campeonato nacional, em portugal, durante 13 temporadas em que coexistiram, entre 1934/35 e 1946/47 - em que os clubes participarão nas duas competições chegará a temporada em que os clubes abandonarão as competições nacionais, até porque deixará de fazer sentido ter jogos "nacionais" que provocam desgastes diferenciados para o jogo seguinte do CEC. Passará a existir um CEC com jogos todos os dias e os clubes a formarem equipas para disputarem jornadas a cada 4/5 dias. Está-se mesmo a ver que se numa primeira fase haverá duas divisões com 16 clubes depois será fundida numa única com 32! E de pouco valerá ao Benfica conquistar 10/20 campeonatos nacionais consecutivos. É muito mais importante estar a competir na CEC! Foi como aquando da existência em simultâneo do Regional e do Nacional. O Sporting CP cometeu o erro de dar mais importância aos regionais que aos nacionais e pagou isso "bem caro" para sempre" em relação ao Benfica.


CAMPEONATO REGIONAL E CAMPEONATO NACIONAL NAS TEMPORADAS EM QUE COEXISTIRAM 

Época
Campeonato Regional de Lisboa
Campeonato Nacional *
CR
Melhor
Pior
CN
Melhor
Pior
1934/35

9
2.º
FCP
2.º
3.º
1935/36

10
2.º

1
3.º
1936/37

11
2.º

2
3.º
1937/38

12
2.º

3
3.º
1938/39

13
3.º
FCP
2.º
3.º
1939/40

10
2.º
FCP
2.º
4.º
1940/41

14
2.º

1
4.º
1941/42

15
2.º

4
2.º
1942/43

16
2.º

5
2.º
1943/44
CF"B"
2.º
3.º

2
2.º
1944/45

17
2.º

6
2.º
1945/46
CF"B"
2.º
4.º
CF"B"
2.º
3.º
1946/47

18
2.º

3
2.º
Títulos
10 + 1
6 + 3
À frente
11 + 2
7 + 6
NOTA1: * - Os quatro iniciais designados «Campeonato da I Liga»; Números a vermelho títulos do Benfica e a verde títulos do Sporting CP. O CF "Os Belenenses" sagrou-se por seis vezes campeão regional de Lisboa;
NOTA2: O apuramento para o campeonato nacional realizava-se através das classificações no campeonato regional. Os quatro primeiros classificados no Campeonato Regional de Lisboa eram apurados para o Campeonato Nacional

O que eu não gostava, nem quero
É que o «Glorioso» se transforme numa espécie de clube alimentador dos 32 que integrarão a futura "Superliga Europeia". Eu quero é ver o Benfica neste grupo ou a tudo tentar para a ela pertencer. Não quero ser para os gigantes europeus o que o Leixões SC, Vitória FC (Setúbal), Varzim SC, Vitória SC (Guimarães) ou CF "Os Belenenses" foram para o Benfica nos Anos 60 e 70. Também se dizia que com o dinheiro dessas transferências fabulosas (que o Benfica pagava bem) mais a troca de futebolistas isso iria guindar esses clubes formadores de futebolistas para a primeira linha do Futebol português. Viu-se! Desapareceram os futebolistas e ainda mais o dinheiro que receberam. O dinheiro é tão fácil desaparecer. É como as ondas que são tão fortes, com toneladas de água, mas desaparecem que nem gotas no areal...

Acorda, Benfica

Alberto Miguéns

4 comentários
  1. Neste momento o ranking mais importante para a UEFA é novo ranking a 10 anos, é este ranking que determina a distribuição dos novos prémios de participação, que agora atingem valores inimagináveis há 2 ou 3 épocas, dai o desespero de alguns, porque em 3, só 1 ou 2 é que os apanha... Este novo ranking faz muito mais sentido, porque abarca um período de tempo maior, porque considera pontos para troféus conquistados no passado e sobretudo porque minimiza os efeitos 2 ou 3 épocas menos conseguidas (à atual má classificação do Benfica no ranking a 5 anos deve-se a 2 más épocas, 14/15 e 17/18).
    Acredito que qualquer decisão que venha a ser tomada sobre os clubes de topo, terá em consideração um ranking mais alargado e que contabiliza o fator história.
    No ranking a 10 anos dificilmente o Benfica cairá abaixo do lugar 16, seriam precisas 4 ou 5 épocas más, em 10.

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  2. O SL Benfica tem de ponderar melhor as prioridades quanto ao equilíbrio entre política desportiva e política económico-financeira.

    É vital reter os principais talentos, definindo prioridades no plantel. Percebe-se que há desequilíbrios entre o que alguns jogadores ganham e o que produzem. O CFC criou uma geração que surge no momento certo para ajudar o Clube a enfrentar estes anos delicados que aí vêm ou seja com a reformulação competitiva do futebol Europeu. Desaproveitar esta geração como se desaproveitou uma anterior poderá ter prejuízos irreparáveis para o Clube.

    Estamos uma vez mais a ouvir falar de vendas milionárias dos futebolistas mais promissores.
    Se é conversa de adversários para desestabilizar a nossa ponta final do campeonato então que a Direcção prove isso com factos, renovando contrato e premiando quem mostra excelência em campo. Hoje em dia a maior parte dos jovens jogadores já percebe que o dinheiro quando surge cedo demais só destrói carreiras.
    Se é verdade e se de facto o SL Benfica pretende vender esses futebolistas então é a hipocrisia a passar a fronteira do tolerável. Seria desmentir tudo o que se andou a dizer nos últimos 3-4 anos. O Seixal não pode ser apenas um viveiro para abastecer os cofres. Não se pode continuar a demonstrar com actos que na verdade a prioridade da SAD é só o dinheiro.

    O Alberto expõe de forma racional, assente em números, as fragilidades desportivas em que caímos nos últimos anos e a delicadeza destes anos vindouros. Vai ser decisivo para o futuro do SL Benfica compreender que estamos na altura de inverter a prioridades. É preciso GANHAR em Portugal e na Europa. Que se acendam a luzes correctas. Que se compreenda isso de uma vez por todas!

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  3. Caro Dr. Alberto,

    Na sua nota final, é curioso, lá está o Leixões SC das décadas de 60/70, o Óscar Marques (dedicado e eficiente treinador, formador da notável escola dos “bebés”), Leixões que formava mt bem, para posteriormente vender para os 3 Grandes em Portugal (Barros, Fonseca, Praia, Folha, Albertino, Frasco, Chico Faria, e tantos outros), mas está feliz a comparação, o Benfica anda a formar "bebés" para os "excentricos" da Europa (FC Porto e Sporting em menor dimensão), mas, bom seria que primeiro maturassem... (uma pequena nota de rodapé, do que eu tinha visto nas Selecções jovens, pressagiei há um ano atras, um crescimento rápido do Jota, com um Félix menos fulgurante na "fronteira" Formação/Alta Competição, mas, enganei-me, o Jota com o D Zagreb desiludiu-me particularmente).

    A talhe de foice, provas UEFA, e nesta fase mais adiantada da Champions e L Europa, há 16 Equipas nos quartos final nas duas provas tuteladas e organizadas pela UEFA, essas 16 Equipas, representam que Países?
    Inglaterra 6 Equipas.
    Espanha 3 Equipas.
    Itália 2 Equipas.
    Portugal 2 Equipas.
    Alemanha 1 Equipa.
    Holanda 1 Equipa.
    R Checa 1 Equipa.

    Pergunto, como é que é possivel, um pequeno e pobre País da Europa do Sul ter esta representatividade na Europa do Futebol? É notável, mas depois há aquela "face negra", mas que pena o dirigismo desportivo, não canalizar esse talento sobretudo para aquilo que fazem melhor, com poucos recursos, fazerem coisas extraordinárias...

    E termino, gostava de ver o Sporting, Sp Braga ou o VSC a aumentarem a sua competitiva interna/externa, porque não é nada positiva esta bipolarização do Futebol em Portugal nos últimos 10 anos. Relativamente ao modelo competitivo e o excessivo número de Clubes, essa questão poderá ser questionável, porque no topo da classificação, entre o primeiro, e quarto classificado (há apenas 8 pontos de diferença), em Portugal não se verifica a décalage pontual que se observa em algumas Ligas Top five, e este sinal revela que o nosso campeonato até tem sido competitivo entre os quatro primeiros classificados!


    Saudações des_Portistas

    PS O Ranking UEFA do Benfica melhorou drásticamente durante o legado do JJ, nomeadamente nas primeiras 5 temporadas: 2 Finais da L Europa, 1 Meia Final da Liga Europa, 1 Quartos final da L Europa, porém, em 6 anos no Benfica apenas uma única vez o JJ superou a fase de grupos da Champions, chegou nomeadamente aos Quartos final em 11/12, e foi a excepção, mas, sublinho, o desempenho positivo do Benfica na Europa nesta década, tem sobretudo a marca Liga Europa!

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  4. O tempo em que a estratégia fará a diferença. Notoriedade ou esquecimento?
    Sustentabilidade ou ambição?
    Onde será o ponto de equilíbrio, com os ricos cada vez mais ricos...

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