Assim Vai o Grupo D da Liga dos Campeões

ALGUÉM SABE EXPLICAR QUAL O SENTIDO DE ATIRAR OBJECTOS, SEJAM ELES QUAIS FOREM, PARA OS ESPECTADORES QUE ESTÃO NUM PISO INFERIOR?

Quando alguns adeptos do Clube não se dão ao respeito pagam todos os outros pelo comportamento de dois ou três!

A classificação final ainda não está definida

Mas a duas jornadas do final haverá já poucas alterações nas classificações. Ao Benfica tudo correu mal nesta edição da Liga dos Campeões:

1.º Jogar muito menos que na edição anterior, onde na fase de grupos foi dos melhores clubes - em exibições e pontuações - e nesta está a ser dos piores, também em exibições que depois se reflectem nas pontuações;

2.º Logo no sorteio. Ninguém, aquando do mesmo, adivinharia que sairia do pote 4 para o grupo D, um dos plantéis mais bem treinados nesta edição. Sabia-se que a Real Sociedad de Fútbol seria um "osso duro de roer" mas nunca alguém - talvez a não ser o treinador e futebolistas desse clube - pensaria que jogariam do melhor que se tem visto nesta edição. Não é por acaso que quase todos os clubes desse pote estão em 4.º (e último) lugar, dois em terceiro, nenhum em segundo e apenas o clube que foi para o pote 4 é líder. Com todas as condições para poder ficar em primeiro lugar e ser cabeça-de-série no sorteio dos oitavos-de-final. O FC Inter teve sorte na 1.ª jornada (ao empatar, já muito próximo do final do encontro, aos 87 minutos, em San Sebastián) mas pode não voltar a ter no jogo da sexta jornada em Milão; 

3.º Primeira jornada. O jogo mais acessível dos seis - o clube menos cotado, na «Catedral» logo na primeira jornada - redundou num insucesso tremendo para todos: adeptos, futebolistas, treinadores e dirigentes;

4.º O que era tido como o jogo mais complexo - FC Inter em Milão com o Benfica desfalcado de António Silva, expulso na primeira jornada - voltou a ser um fracasso, pois o Benfica teria de pontuar depois de perder por 0-2. a fase de grupos é um minicampeonato de oito jogos que por isso tem "efeito dominó". A partir daqui foi sempre a correr atrás dos pontos, levando a seguir com o melhor futebol que é jogado neste grupo, o da Real Sociedad de Fútbol;

5.º Terminou na quarta-feira (5.ª jornada) a hipótese (aritmética) de conseguir continuar na Liga dos Campeões, em 2023/24. Mesmo a Liga Europa será difícil, nem tanto pelo que o Benfica joga, pois o FC Red Bull Salzburgo não joga muito mais, por isso continua, a duas jornadas do final, com os mesmos três pontos conseguidos no tal jogo na «Catedral»;

6.º E continuarão pois vão deslocar-se a San Sebastián com o clube basco a querer assegurar o primeiro lugar, ou a possibilidade mais forte de o conseguir;

7.º O FC Inter tem desvantagem de golos na liderança do grupo, por isso, vão tentar na «Catedral» recuperar enquanto em San Sebastián se vai jogar pelo mesmo objectivo. O Benfica terá que melhorar, embora no calendário tenha vantagem. 

8.º Mesmo que o Benfica vença o FC Inter (3 pontos) e o FC RB Salzburgo vença (6 pontos), embora este tenha de jogar "fora", o 3.º/4º lugar será decidido em Salzburgo, com o Benfica a necessitar de vencer por 3 ou mais golos. Também pode vencer por dois golos desde que marque 3 ou mais golos. Eu como não quero o Benfica despromovido para a Liga Europa, preferia vencer em Salzburgo por um golo. contento-me com uma vitória, mas dispenso jogos do Benfica na Liga Europa, desde que esta recebe clubes vindos da Liga dos Campeões.

Em 19 participações em grupos da Liga dos Campeões

É a nona vez que o Benfica tem dois jogos na primeira volta no seu terreno. Em 1994/95 e 2022/23 ficou em primeiro lugar no grupo. Em 2021/22 ficou em segundo lugar. Em 1991/92, 2007/08, 2013/14 e 2019/20 (quatro vezes) ficou em 3.º lugar. Em 2017/18 classificou-se em 4.º lugar. Nas oito participações já concluídas, duas vezes em 1.º, uma em 2.º, outra em 4.º e quatro edições em terceiro.

 

      SLB NA LIGA DOS CAMPEÕES (JORNADA-A-JORNADA) NA FASE DE GRUPOS

Época	C	F	C	F	C	Pt	F	C	F	C	F	Pt	FINAL
													Clas	Pt
1991/92	-	D	E	-	E	2	E	V*	D	-	-	3	3.º	5*
1994/95	-	E	V	-	V	7	E	V	E	-	-	5	1.º	12
1998/99	-	D	V	D	-	3	-	E	-	V	E	5	2.º	8
2005/06	V	D	-	E	-	4	-	D	E	V	-	4	2.º	8
2006/07	-	E	D	D	-	1	-	V	-	V	D	6	3.º	7
2007/08	-	D	D	-	V	3	D	E	V	-	-	4	3.º	7
2010/11	V	D	-	D	-	3	-	V	D	D	-	3	3.º	6
2011/12	E	V	-	V	-	7	-	E	E	V	-	5	1.º	12
2012/13	-	E	D	D	-	1	-	V	-	V	E	7	3.º	8
2013/14	V	D	E	-	-	4	D	-	V	V	-	6	3.º	10
2014/15	D	D	-	E	-	1	-	V	D	E	-	4	4.º	5
2015/16	V	V	-	D	-	6	-	V	E	D	-	4	2.º	10
2016/17	E	D	-	V	-	4	-	V	E	D	-	4	2.º	8
2017/18	D	D	D	-	-	0	D	-	D	D	-	0	4.º	0
2018/19	D	V	-	D	-	3	-	E	D	V	-	4	3.º	7
2019/20	D	D	V	-	-	3	D	-	E	V	-	4	3.º	7
2021/22	-	E	V	-	D	4	D	-	E	V	-	4	2.º	8
2022/23	V	V	E	-	-	7	E	V	V	-	-	7	1.º	14
2023/24	D	D	D	-	-	0	D	?	?	-	-	?	4.º	0

NOTAS: * Dois pontos por vitória (com a pontuação fazendo corresponder três pontos a uma vitória seriam seis pontos)

Épocas a vermelho - Primeira volta com dois jogos em "casa"

Épocas a verde - Primeira volta com dois jogos "fora"; 

Em destaque a situação casa-fora-casa actual e depois, na segunda volta, fora-casa-fora (alterando, tal como em 2021/22 e 2022/23, o que estava instituído, ou seja, calendário em “espelho”). Era A-B-C-C-A-B e passou a ser A-B-C-C-B-A.

 

Roger Schmidt é um "treinador de balneário"

Já se percebeu. Época e meia dá para perceber a lógica dos treinadores. Nisso é coerente. Em 2022/23 tinha futebolistas em grande quantidade na pré-temporada, escolheu os que entendeu serem melhores para o que queria, manteve a hierarquia entre titulares e suplentes utilizados e teve sucesso. Só não foi maior porque o «Futeluso» meteu-lhe a mão no bolso, em Braga, na Taça de Portugal. Enzo, Grimaldo e Gonçalo Ramos foram peças-chave que soube colocar em campo e extrair o melhor que podiam dar. Mesmo a saída de Enzo foi sendo colmatada. Depois teve custos com o desgaste de tantos jogos, deslocações, estar concentrado e focado com quase sempre os mesmos. Valeu João Neves trazer dinâmica e refrescamento para permitir conquistar o campeonato nacional. Em 2023/24 era dar continuidade a 2022/23 só que as escolhas para substituir os que saíram revelaram-se insuficientes. Depois as lesões - principalmente de Bah e Bernat (sempre a colocá-lo fora de forma) obrigaram-no (e bem) a alterar a táctica. Na Liga dos Campeões, frente a clubes tacticamente consolidados após cinco meses a competir é curto. No «Dérbi de Lisboa» se verá. 

Vamos, Benfica!

 

Alberto Miguéns