Mas é o que acontece hoje e espera-se que termine do próximo
domingo pelas 23:30 horas da noite, no estádio do Algarve.
NOTA INICIAL: É muito confrangedor saber ir começar um texto
que irá ser estranhamente curto e limitado, mas não é possível “inventar”: o
«Glorioso» tem menos um troféu (7 para 8) e no confronto directo… também (1
para 2). Vamos ver o que se arranja.
O Benfica
apenas marcou quatro golos em cinco jogos, sofrendo oito (o dobro)
Regista uma vitória, um empate e três derrotas, estas nos
últimos três encontros. O Benfica não vence, na Supertaça, o Sporting CP desde
29 de Outubro de… 1980. Há 38 anos, nove meses e seis dias! O «Glorioso» não
marca um golo, na Supertaça, ao adversário desde (mais ou menos…) as 22:42
horas desse dia 29 de Outubro de 1980. E já se jogou depois disso, mais 270 minutos,
repartidos por três jogos em que ficou a “zeros” (0-3, 0-1 e 0-1).
A primeira
Supertaça entre o Benfica e o Sporting CP (a única conquistada pelo «Glorioso» a este adversário) foi organizada pelos dois emblemas
Foi um troféu disputado em duas mãos, primeiro no campo do
campeão nacional de 1979/80 (Sporting CP) e a segunda mão no campo do vencedor
da Taça de Portugal em 1979/80 (SL Benfica). Foram os responsáveis do Futebol
dos dois clubes que elaboraram o Regulamento da competição, na prática, dois
jogos de pré-temporada embora semelhante ao que estava estipulado pelo
IFAB/FIFA. Jogos de 90 minutos com 18 futebolistas - mais dois que nas competições oficiais - na ficha do jogo, mas podiam
jogar todos os sete suplentes ainda que após o intervalo só pudessem ser feitas
três substituições. Nos jogos oficiais só eram autorizadas duas substituições - e eram 16 os futebolistas na ficha de jogo - durante os 90 ou 120 minutos. Além disso, como a competição não era oficial
podiam ser utilizados futebolistas suspensos em jogos de competições oficiais
(Campeonato Nacional e/ou Taça de Portugal).
Até foi o
Benfica a utilizar o Regulamento “particular”
No jogo da primeira mão, no estádio sportinguista, efectuou
três substituições (Botelho, Vital e José Luís) e utilizou um futebolista
suspenso em jogos oficiais (Humberto Coelho). Se não têm ocorrido estes “rabos
de palha” a Supertaça de 1980/81 passava bem por “oficial” (da FPF) mesmo sendo
particular (organizada pelos clubes).
OS 46 GLORIOSOS DAS TRÊS SUPERTAÇAS
FRENTE AO
SPORTING CP
NOTAS:
Minutos jogados; Titular; Suplente utilizado; Suplente não utilizado; Convocado não utilizado; Futebolista que pode repetir um jogo da Supertaça frente ao Sporting CP; A –
Assistências para golo; G – Golos; L - Lesionado; O Benfica no jogo, em 29 de Dezembro de 1980, apenas teve no banco quatro - utilizando dois - dos sete suplentes possíveis
Até dois
jogos da Supertaça, realizados “praticamente ontem” são difíceis de historiar com rigor
Agora imagine-se andar mais (Anos 60), mais (Anos 30) e mais
(Anos 10) épocas para trás. Os repórteres portugueses sempre tiveram problemas
oftalmológicos, incoerência e dificuldade em ter bons relógios, ou seja, falta
de rigor.
MINUTOS DAS
SUBSTITUIÇÕES
Titular
|
Suplente
|
DN
|
AB
|
RC
|
DL
|
SLB
|
SCP
|
Primeira mão (10 de Setembro de 1980)
|
|||||||
Bento
|
Botelho
|
45
|
45
|
45
|
45
|
45
|
45
|
César
|
Vital
|
45
|
45
|
45
|
45
|
45
|
45
|
Chalana
|
José Luís
|
81
|
81
|
80
|
81
|
80
|
81
|
Segunda mão (29 de Outubro de 1980)
|
|||||||
César
|
Joel
|
45
|
45
|
45
|
45
|
45
|
45
|
Alves
|
José Luís
|
72
|
72
|
71
|
72
|
72
|
71
|
NOTAS: DN – Diário de Notícias; AB – A Bola; RC – Record; DL –
Diário de Lisboa; SLB – O Benfica; SCP - Sporting
MINUTOS DOS
GOLOS
Resultado
|
Marcador
|
DN
|
AB
|
RC
|
DL
|
SLB
|
SCP
|
Primeira mão (10 de Setembro de 1980)
|
|||||||
1-0
|
Carlos Manuel
|
10
|
12
|
10
|
10
|
11
|
12
|
2-0
|
César
|
42
|
43
|
42
|
42
|
44
|
43
|
Segunda mão (29 de Outubro de 1980)
|
|||||||
1-1
|
Néné
|
42
|
43
|
43
|
44
|
SI
|
43
|
2-1
|
Vital
|
87
|
86
|
87
|
89
|
86
|
87
|
NOTAS: DN – Diário de Notícias; AB – A Bola; RC – Record; DL –
Diário de Lisboa; SLB – O Benfica; SCP – Sporting; SI – Sem informação
CARTÕES
AMARELOS
Eterna confusão. Na primeira mão unanimidade - tirando uma interpretação para o «Diário de Lisboa» - na admoestação a
Carlos Manuel, aos 22 minutos. O segundo cartão amarelo é a real confusão. Para
“A Bola” e jornal “Sporting” foi para Humberto Coelho, aos 66 minutos. Para o “Record” foi para Chalana aos 68 minutos. Para o "Diário de Lisboa" houve cartão amarelo para Chalana e o árbitro no final do encontro, informou que o de Humberto Coelho foi para Carlos Manuel! Na segunda
mão, unanimidade: aos 33 minutos, para Alberto Bastos Lopes.
Os golos são
tão poucos – quatro, todos em 1980 - que há registo integral
Em fotografias publicadas na Imprensa.
Golo 1
Depois de uma falta de Zézinho sobre César, Alves marca um livre dando
lateralmente para a sua direita onde surge Carlos Manuel que, de pé direito, sem preparação, fuzila Vaz.
Golo 2
Um lance habitual no “Benfica de Bento” com este a lançar um contra-ataque fatal. O guarda-redes
benfiquista faz um lançamento longo, com o balanço do braço, para Néné que pela esquerda endossa a César no centro do terreno, ainda no
meio-campo do Benfica. Este corre cerca de 30 ou 35 metros e perante o adiantamento de Vaz faz-lhe um "chapéu de aba larga"! Estava lá e ainda vejo o golo como se fosse hoje!
Golo 3
Depois de uma falta de Salvador sobre Carlos Manuel, Alves marca uma grande
penalidade defendida por Fidalgo para a sua direita, com Néné, quase sem ângulo, a marcar um golo memorável de pé direito. Um dos melhores que vi marcar a Néné, em oportunidade, espontaneidade e precisão. E vi dezenas deles marcados (e falhados...) por Néné!
Alves perdoa, Néné não perdoa |
Golo 4
Depois de uma falta de Inácio sobre Veloso (obstrução), Alves marca o livre lateralmente para
José Luís que centra do lado direito para um magote de jogadores, no "coração" da área, onde surge, de rompante, a cabeça certeira de Vital. Estava
conquistada a Supertaça.
Vamos
começar a virar a Supertaça a nosso favor!
Alberto
Miguéns
NOTAS FINAIS:
1.
A Supertaça
disputada (e conquistada) em 1980/81 pelo Benfica disputou-se no âmbito de um
acordo entre os dois clubes e foi por estes organizada sem a intervenção da
FPF. O Benfica tem toda a legitimidade (e deve fazê-lo) para a contabilizar
como troféu (amanhã escreverei sobre a diferença – pelo menos o que há alguns
anos se entendia ser a diferença… - entre troféus e títulos; bem como a
crescente importância da Supertaça na fulanização do Futebol);
2.
O Benfica
contabilizando a Supertaça organizada por si e pelo adversário no Futebol tem
de proceder de igual modo em todas as outras modalidades até porque a maior parte
das Supertaças tiveram início fora do âmbito das respectivas federações. Não o
fazendo é ser interesseiro. É porque considera que há o Futebol (onde vale tudo,
onde conta tudo) e o resto;
3.
A
Federação Portuguesa de Futebol não tem (nem pode) contabilizar as duas
Supertaças iniciais nas suas listagens: em 1979/80 conquistada pelo Boavista FC
frente ao FC Porto, num jogo no estádio do FC Porto; e esta em 1980/81 a duas
mãos. Não deve pois não as organizou. Não pode pois não foram jogadas de acordo
com o que estava regulamentado pela FIFA. Se a FIFA se interessasse por isso ia
“ser o bom e o bonito”. A sorte da FPF é que a FIFA não quer saber de Portugal
para nada. A FPF mete-se onde não deve e alheia-se do que deve;
4.
Quem se
interessa por estes assuntos e sabe o que se passou e passa ao preferir o que
dá mais jeito e agrada mais, está a prestar um mau serviço à verdade e a trair o
que é justo. Deplorável.