CXIV
Seguiu-se treinar, treinar, treinar até jogar quase um ano depois, no Primeiro de Janeiro de Mil Novecentos e Cinco.
De manhã no "sítio do costume"...
Chegado o momento certo foi comparecer num treino marcado para o final da manhã desse domingo no terreno que ficava suficientemente longe da azáfama do bairro e suficientemente perto das habitações onde moravam os miúdos de Belém. Sem vestiários/balneários devia ser ainda e depois nas suas casas que se equipavam e desequipavam. Os casapianos eram sobejamente conhecidos e viviam longe não tendo nada a provar por isso a treinar.
...À tarde também
Depois de muitos terem almoçado num dos dois sítios habituais - António das Caldeiradas ou Café do Gonçalves - depois de treinos e jogos foi numa das dependências da Farmácia Franco que se consumou o que nos faz andar agora por aqui a assinalar. Estava fundado O CLUBE e definidos os requisitos mínimos para o seu funcionamento.
Escolha dos símbolos
As cores devem ter sido o mais fácil - branco que vinha do Football Club (Belém) e vermelho como a cor da alegria, garrido, vivacidade, base do entusiasmo na refrega desportiva - e aquela que mais atraía transeuntes para um clube que treinava e jogava em terrenos públicos junto de um bairro populoso onde crianças eram mais que muitas no início do século XX. José da Cruz Viegas (defesa à direita) no FC (Belém) propôs e o desafio foi aceite com facilidade.
O nome é sempre o mais complexo. Ainda é assim com muitas pessoas e empresas. Entre várias propostas ficou assente: Grupo Sport Lisboa (depois reduzido, como é habitual) a Sport Lisboa, mas também era referido na Imprensa como Grupo de Belém. Vulgaríssimo na época indexar as equipas aos bairros onde viviam os seus futebolistas.
O emblema envolvia não só escolher os seus elementos constituintes, como a disposição das cores, o significado e...desenhá-lo para depois ser bordado (que podia...) no bolso branco da camisola vermelha.
Divisão dos futebolistas por duas equipas
Os melhores para representarem o Clube frente a equipas dos melhores clubes e um segundo grupo para enfrentar igual equipa dos adversários mais fortes ou as melhores equipas de clubes menos poderosos.
Em breve havia até uma terceira
Com o sucesso crescente e a fama a impor-se de um modo inexorável já havia futebolistas em quantidade suficiente para constituir um terceiro grupo. Adversários é que devem ter escasseado. Nesses primeiros anos só o Grupo dos Pinto Basto, depois Internacional (CIF) com campo arrendado em Alcântara conseguia movimentar tantos jogadores.
Emblema: esse eterno símbolo
Foi uma grande escolha, cheia de simbologia com base na Águia (ave altaneira, símbolo de elevação da Ideia e do espírito de iniciativa com que se fundou o Clube) e num lema (assumindo a vontade de união, alma colectiva e força como se de uma família se tratasse) sendo a divisa latina E Pluribus Unum elevada para o Céu como se fosse todo o clube a subir até onde tem inicio o infinito. Félix Bermudes que acompanhou os primeiros tempos verteu para os versos do Hino (1929) essa Ideia de 1904, recuando 25 anos, para depois avançarmos até aos 114 e seguintes...
Obrigado a todos vocês aí no «Quarto Anel» que tanta Glória têm sentido em 114 anos. O sentido que souberam dar ao Clube:
Abílio Meireles
Amadeu Rocha
António Rosa Rodrigues
António Severino
Cândido Rosa Rodrigues
Carlos França
Cosme Damião
Daniel Santos Brito
Eduardo Corga
Francisco Calisto
Francisco Reis Gonçalves
Henrique Teixeira
João Inácio Gomes
João Goulão
Joaquim Almeida
Joaquim Ribeiro
Jorge Augusto Sousa
Jorge Costa Afra
José Linhares
José Rosa Rodrigues
Manuel Gourlade
Manuel França
Raul Empis
Virgílio Cunha
Alberto Miguéns
NOTA: Passam agora 41 anos (depois do Natal de 1976) que ouvi pela primeira vez referir o Benfica num tema musical que não está directamente relacionado com uma música do Clube ou feita por adeptos do Clube. O que eu me diverti, pois ainda não era associado - só o fui dois anos depois, em 1979 - tanto que o tema (n.º 5 da Face A: O Desporto Nacional) está "riscado" de tanto gasto. Um tema num dos melhores discos - graficamente (por Carlos Zíngaro) e musicalmente (Júlio Pereira e uma catrefada de músicos e não músicos, que talvez seja único em Portugal, até Júlio Isidro participou!) - feitos em Portugal: «Fernandinho Vai Ó Vinho» de Júlio Pereira. Neste tema além da voz de Júlio Pereira (Fernando), há ainda as vozes de José Afonso (Pai do Fernandinho que canta por duas vezes Benfica), Francisco Fanhais (Professor do Fernandinho que repartia mais desportos) e...Herman José (Ministro de todos os "fernandinhos deste país" que só quer Futebol! Pudera). E as televisões ainda não tinham inventado as tele-tascas para delícia dos Ministros. Ai, Portugal, Portugalzinho! Uma preciosidade: ouvir o enorme Zeca Afonso a pronunciar Benfica...duas vezes!
Ah, mas que bem que te fica
Como eu seres do BENFICA!
Ah, se o BENFICA ganhar
Vamos então passear!
Por isso som no máximo que ele é o máximo!
Ah, mas que bem que te fica
Como eu seres do BENFICA!
Ah, se o BENFICA ganhar
Vamos então passear!
Por isso som no máximo que ele é o máximo!
Como sempre, palavras que mostram amor e sabedoria. Obrigado! Que venham mais tantos, SLB!
ResponderEliminarCaro Artur Vaz Oliveira
EliminarAgradeço a amabilidade. Espero nunca o desiludir embora por vezes existam dias menos inspirados ou muita vontade mas difícil lucidez em escrever acerca de assuntos que interessam.
Viva o SLB!
Alberto Miguéns
Caro Alberto Miguéns
EliminarEu é que agradeço a possibilidade de ter acesso aos conteúdos aqui colocados - informativos, ricos e, aqui e ali, salpicados com a emoção que, nestes assuntos do Glorioso, é obrigatória! No meu caso, sempre que leio a sua escrita, é entrar na sala de aulas! Obrigado!
Sem dúvida. Sinto a mesmíssima coisa quando aqui estou.
EliminarAliás, devo a ele a vontade de criar um blogue.
Saudações TETRAGloriosas
CXIV de paixão! Viva o SLB!
ResponderEliminarA sua teoria da Águia das Legiões Romanas faz todo o sentido. É pena no entanto que existe pouca informação sobre esse processo. Talvez um dia mais se possa acrescentar.
Caro Victor Carocha
EliminarBem observado. Claro que é a minha suposição. Não há nada - eu pelo menos nunca li - que algum fundador ou pioneiro do nosso Glorioso Clube faça essa associação entre os símbolos (Águias).
Gloriosíssimas Saudações
Alberto Miguéns
Excelente Alberto... Como é bom Benfica!
ResponderEliminarVou inspirar-me nesta informação...
Saudações TETRAGloriosas
Fantástico! É sempre um prazer ler este blog. Obrigado por todo o esforço, empenho e dedicação.
ResponderEliminarVivó Benfica!
Meu caro Alberto Miguéns podia elucidar o idiota que escreveu no blog lagarto sporting filtro o seguinte.
ResponderEliminar"A 28 de Fevereiro de 1904 nasceu o Sport Lisboa. Numa acta que documenta esse mesmo facto foi criado o clube ali para os lados de Belém.
Nessa acta não consta o nome de Cosme Damião, o jogador que depois de ver rejeitado o seu ingresso no Sporting, após falência do Sport Lisboa, resolve usar o nome do antigo clube para convencer o Grupo Sport Benfica a fundir-se e o aceitar.
Claro que nessa acta consta o nome de Cândido Rosa Rodrigues, um dos fundadores do Grupo Sport Lisboa, e que após a extinção do mesmo fez uma bela carreira no Sporting. E ele mesmo diz que esse Sport Lisboa não tem nada a ver com o clube fundado entre 1906 e 1907 por Cosme Damião (link).
E claro, o primeiro Presidente do Sport Lisboa, José Rosa Rodrigues, que o dirigiu até à sua extinção em 1906, também prosseguiu depois carreira no Sporting. Clube onde foi rejeitado Cosme Damião.
O rejeitado Cosme Damião apenas por uma vez conseguiu o seu sonho de jogar com a verde e branca. E numa equipa mista de atletas dos vários clubes de Lisboa, entre os quais o seu Sport Lisboa e Benfica fundado em 1906.
Tanto assim é que em 1910 comemorava o seu 4º aniversário, como demonstram os jornais da época!"
Caro Pedro Nuno
EliminarIsso é uma caldeirada de aldrabices que demorava muito tempo/texto a desmontar embora seja fácil.
Em 1906 não houve extinção alguma, já que o nosso clube venceu os ingleses em 10 de Fevereiro de 1907, oito futebolistas seguiram para o SCP no Verão de 1907 e em 1 de Dezembro de 1907 defrontaram o SCP como está escrito na própria História do SCP como pode ver aqui:
http://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2018/02/a-humanidade-evolui-ja-os-anti.html
Saudações Gloriosíssimas
Alberto Miguéns
NOTA: Tudo isso que é dito tem muito a ver como o actual SLB não sabe divulgar a sua História preferindo fazer de Cosme Damião uma espécie de José de Alvalade do Benfica em vez de mostrar como um clube fundado em 1904 já era gigante em 1910 quando foi Campeão Regional destronando os ingleses do Carcavellos Sport Club.
Muito obrigado pela sua atenção,meu caro Alberto Miguéns
EliminarComo sempre o nosso historiador mostra que o Sport Lisboa e Benfica é o maior clube português.
ResponderEliminarParabéns ao nosso eterno glorioso Sport Lisboa e Benfica!
Excelente contributo. Tocante, comovente.
ResponderEliminarObrigado.
Viva o Glorioso SLB.
Caro Alberto,
ResponderEliminarLi, como sempre, com interesse o seu post sobre o nosso Benfica.
Tenho apenas uma pequena observação a fazer sobre a sigla SPQR (Senatus Populusque Romanus), que nada tem a ver com o Benfica e com benfiquismo. Na verdade, o "Q" corresponde à conjunção coordenativa copulativa "que", traduzível pelo nosso "e". Trata-se de uma conjunção enclítica, isto é, de uma palavra que aparece posposta à palavra "Populus", a palavra "que". A expressão poderia ser traduzida como «o senado e o povo romano».
Caro Manuel Luís Costa
EliminarClaro que não há relação entre SPQR e SLB ou Benfiquismo. Eu apenas comparei graficamente a Águia Romana que "segura" SPQR com a Águia Benfiquista que "segura" a divisa E PLURIBUS UNUM. Dá a ideia que quem fez a escolha do emblema conhecia os estandartes das Legiões Romanas. Apenas essa interpretação.
Gloriosas Saudações
Alberto Miguéns
Talvez o amigo Alberto já o tenha explicado anteriormente, mas de repente não me recordo... há alguma explicação para o nosso Cosme não ter escrito o próprio nome na acta de fundação?
ResponderEliminarSaudações aniversariantes para si e todos os Gloriosos por esse mundo fora.
Carrega Benfica! Rumo ao 37.
Caro
EliminarHá duas embora nunca se tenha esclarecido pois quando a acta foi descoberta para publicação (1952 ou 1953) o nosso Cosme Damião já tinha falecido (1947), Foi atribuído ao facto de não querer ter mais protagonismo que os restantes ou a distracção pelo facto de ter feito a listagem por ordem alfabética (andando há procura dos nomes de todos os que estavam presentes) e não ter "reparado" nele.
Gloriosas Saudações a caminho do 37 em 84 no ano 114!
Alberto Miguéns
Nos meus quase 55 anos, a cumprir lá para os fins de Novembro, de Sócio do Glorioso sinto-me tão pequenino mas, tão pequenino, perante a GRANDEZA da HISTÓRIA do Sport Lisboa e ...BENFICA e a enorme riqueza que é o seu conhecimento histórico e a transmissão deste a todos nós, por parte de tão preclaro e prezado consócio - Dr. Alberto Miguéns.
ResponderEliminarOBRIGADO POR TUDO !!!
Uma correção, por questão de rigor. A legenda romana SPQR não significa Senado e PopulaQão de Roma. Significa Senatus PopulusQue Romanus, sendo o "que" uma partícula pospositiva com o significado da copulativa "e": O Senado E o Povo Romano, que eram o suporte das instituições republicanas romanas.
ResponderEliminarJá agora, o Populusque deve ler-se Populusqué (lendo também o "u")
Caro Antão
EliminarAgradeço o esclarecimento. Tinha ideia que PQ entre S de Senado e R de Roma/Romana significaria mais o total dos cidadãos do Império (daí PopulaQao no sentido de simplificar traduzindo por População) que "Senado E...". é sempre bom aprendermos com quem sabe.
Mais uma vez agradeço a explicação.
Gloriosas saudações
Alberto Miguéns
Caro Alberto Miguéns,
ResponderEliminarEm primeiro lugar, Feliz aniversário CXIV Grupo Sport Lisboa, Grupo Sport Benfica, Feliz Aniversário SPORT LISBOA E BENFICA
Em segundo, desde já agradeço a sua enorme colaboração e disponibilidade para partilhar com todos nós, a sua Cultura de Benfica e não deixar morrer nunca a verdadeira história do Benfica, sem reescritas nem embelezamentos. Apenas e só os factos históricos e devidamente documentados que deitam por terra qualquer tentativa bacoca de alterar esses mesmos factos.
Gostaria de o questionar sobre o seguinte:
Na acta original de constituição do Grupo Sport Lisboa, da lista dos nomes, não consta o nome de Cosme Damião. Contudo, na lista que coloca, mais abaixo deste seu post, o Cosme Damião aparece na ordem alfabética devida com os restantes nomes que originalmente estão na acta.
Então eu pergunto, o Cosme Damião fez parte ou não do Grupo Sport Lisboa, desde o seu inicio?
O Grupo Sport Lisboa, foi extinto ou não em 1906?
Tanto quanto julgo saber, a fusão entre o SL e o GSB, ocorreu em 1908, patrocinado aqui sim, por Cosme Damião (corrija-me por favor se eu estiver errado).
Conforme se pode constatar num post de blog verde (abaixo o link e texto), que pelo seu teor, personifica o eterno complexo de inferioridade lagarto, não parabeniza o Benfica mas ironicamente o Sport Lisboa, uma teoria assenta numa prova documental de 1910 em que o Benfica estaria a comemorar o seu 4º aniversário. Dizem ainda que Cosme Damião que tinha sido rejeitado pelo Sporting após a falência/extinção do Sport Lisboa em 1906.
Especial referência ao seguinte: “Já nenhum sócio do Sport Lisboa deverá estar vivo, visto o clube ter sido extinto em 1906. Mas foi um passo importante, mesmo que falhado, no desporto Lisboeta. Pelo que se sabe tinham valores fortes, coisa que depois quem usurpou o seu nome, data e cores não se pode gabar do mesmo.”
Em face do exposto, e se não for incómodo para si, gostaria que analisasse e se aplicável, rebater e esclarecer a realidade sobre a génese do Sport Lisboa e Benfica.
https://sporting.filtro.pt/hoje-114-anos-sport-lisboa-clube-faliu-presidente-seguiu-carreira-no-sporting/
"A 28 de Fevereiro de 1904 nasceu o Sport Lisboa. Numa acta que documenta esse mesmo facto foi criado o clube ali para os lados de Belém.
Nessa acta não consta o nome de Cosme Damião, o jogador que depois de ver rejeitado o seu ingresso no Sporting, após falência do Sport Lisboa, resolve usar o nome do antigo clube para convencer o Grupo Sport Benfica a fundir-se e o aceitar.
Claro que nessa acta consta o nome de Cândido Rosa Rodrigues, um dos fundadores do Grupo Sport Lisboa, e que após a extinção do mesmo fez uma bela carreira no Sporting. E ele mesmo diz que esse Sport Lisboa não tem nada a ver com o clube fundado entre 1906 e 1907 por Cosme Damião (link).
E claro, o primeiro Presidente do Sport Lisboa, José Rosa Rodrigues, que o dirigiu até à sua extinção em 1906, também prosseguiu depois carreira no Sporting. Clube onde foi rejeitado Cosme Damião.
O rejeitado Cosme Damião apenas por uma vez conseguiu o seu sonho de jogar com a verde e branca. E numa equipa mista de atletas dos vários clubes de Lisboa, entre os quais o seu Sport Lisboa e Benfica fundado em 1906.
Tanto assim é que em 1910 comemorava o seu 4º aniversário, como demonstram os jornais da época.
Já nenhum sócio do Sport Lisboa deverá estar vivo, visto o clube ter sido extinto em 1906. Mas foi um passo importante, mesmo que falhado, no desporto Lisboeta. Pelo que se sabe tinham valores fortes, coisa que depois quem usurpou o seu nome, data e cores não se pode gabar do mesmo.
Parabéns à memória do Grupo Sport Lisboa."
O Benfica respira desde 28 de Fevereiro de 1904 e só essa certeza basta, mas fico incomodado como certos arautos da pequenez (aka gosma verde) manipulam constantemente a verdade dos factos com unico intuito de apoucar continuadamente o MAIOR CLUBE do MUNDO.
VIVA O SL BENFICA SEMPRE
Caro Nelson Carvalho
Eliminar1. O Grupo Sport Lisboa foi fundado por 24 elementos incluindo Cosme Damião. No friso do blogue pode encontrar a entrevista dele, em 1945, ao jornal A Bola explicando a fundação. Faleceu em 1947 mas quando a História do SLB foi publicada, por fascículos, com início em Janeiro de 1954 ainda havia muitos fundadores e pioneiros (os que por qualquer motivo naquele dia não estavam em Belém, como o caso de Félix Bermudes) e ninguém contestou que ele não fosse um dos fundadores;
2. O Grupo Sport Lisboa nunca foi extinto. Na temporada de 1906/07, em 10 de Fevereiro de 1907 jogou (e venceu) os ingleses como pode ver no texto seguinte com digitalizações dos jornais desse tempo:
http://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2016/02/gloriosissimo.html
3. Só no Verão de 1907 oito futebolistas abandonaram o Sport Lisboa e rumaram ao Sporting CP mas foi decidido manter o Grupo Sport Lisboa inscrevendo os futebolistas da 2.ª categoria no campeonato da 1.ª categoria a disputar em 1907/08. Por isso em 1908 o GSL continuava a existir. Na citada entrevista a Cosme Damião ele explica o processo e os jogos são relatados na Imprensa como é por exemplo o primeiro encontro com o SCP, em 1 de Dezembro de 1907, por isso o GSL não tinha acabado, nem em 1906, nem em 1907 e claro na parte da temporada de 1907/08 referente a 1908. Já neste blogue se assinalou essa data com a digitalização da crónica do jogo do jornal "Os Sports";
4. A junção entre o GSL e o SCB ocorreu em 13 de Setembro de 1908. Pode ler aqui um texto deste blogue:
http://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2017/01/1904-nao-e-1908-voces-sabem-do-que-eu.html
5. Ainda bem que os sportinguistas se preocupam com a fundação do "Glorioso". Só mostra a grandeza ímpar do SLB.
Gloriosíssimas Saudações
Alberto Miguéns
Ainda...a prova que o Sport Lisboa existia em 1907/08:
Eliminarhttp://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/TiroeSport/1907/N369/N369_item1/P8.html
Caro Alberto Miguéns,
ResponderEliminarSó agora reparei que já respondeu ao repto que enviei através do comentário do Sr. Pedro Nuno.
Obrigado e um grande bem haja.
VIVA O SL BENFICA SEMPRE
Ainda sobre o SPQR. A legenda não é portuguesa, é latina. E não se refere à população do Império, pois é anterior à sua conquista. É, aliás, sob o signo desta legenda, colocada em toda a simbologia político-militar, que as legiões romanas avançaram pelos territórios que acabaram por conquistar, edificando o império. Ela manteve-se nas instituições imperiais, até porque as instituições republicanas, muito diplomaticamente, nunca foram inteiramente extintas, mas foram perdendo importância face ao poder do imperador, o mesmo acontecendo ao significado do SPQR, que sempre foi uma legenda plenamente republicana.
ResponderEliminarO poder republicano assentava, efetivamente, no Senado aristocrático e no Povo de Roma, o que conferia ao regime uma caráter simultaneamente democrático.
Já agora, a propósito da partícula pospositiva copulativa "que", Senatus Populusque Romanos é o mesmo que Senatus et Populus Romanus. É uma regra gramatical que permite substituir o et pelo que pospositivo ao segundo termo. Gramaticalmente, também devia ser Romani (plural de Romanus), mas, quando aparece por extenso é Romanus que é escrito.
Caro Antão
EliminarAgradeço o esclarecimento superlativo.
Eu tinha a ideia que se referia à população do Império que se tornava cidadã romana, pois nem todos os que habitavam dentro das fronteiras do Império Romano eram cidadãos romanos. Isto ao ler o livro de Mary Beard (Bertrand Editora) publicada em Portugal no ano de 2016: «SPQR - Uma História de Roma Antiga».
Saudações
Alberto Miguéns
NOTA: Depois dos "pontos nos iis" quanto a SPQR que opinião tem quanto ao facto de em 1904 os nossos Gloriosos terem escolhido a Águia como símbolo primordial e colocado sob as suas garras a legenda Benfiquista tal como os Romanos colocaram a sua leganda sob as garras da Águia nos estandartes das Legiões? E o facto dessa primeira Águia Benfiquista ter a cabeça baixa tal como as Águias que as Legiões transportavam nos bastões (não sei se seria esse o nome)?
Obrigado
"Gramaticalmente, também devia ser Romani (plural de Romanus), mas, quando aparece por extenso é Romanus que é escrito."
EliminarIsto não faz sentido nenhum... ou a frase é gramatical, ou não é. Ainda mais para os romanos clássicos.
Aliás para ser "Romani" a frase tinha de ser outra e não a apresentada, porque aí sim é que estaria gramaticalmente errada.
Se cada uma dessas letras realmente significa essas palavras, coisa que nem os historiadores estão de acordo, então "Romanus", bem como a partícula "-que", refere-se correcta e simultaneamente aos dois substantivos, o que também estaria decerto de acordo com a mentalidade da época.