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23 January 2020

Segunda Vitória Com o Carcavellos Club

23 January 2020 1 Comentários
HÁ 110 ANOS O BENFICA OBTEVE O SEGUNDO TRIUNFO FRENTE AO CARCAVELLOS CLUB.



Se o primeiro triunfo, em 10 de Fevereiro de 1907, foi importante, este segundo, em 23 de Janeiro de 1910, foi importantíssimo. O Futebol evoluíra muito em três anos. O Clube ainda não chegara aos seis anos de existência, mas conseguia ter nos seus jogos sempre mais de mil pessoas e nos jogos com os mestres ingleses do Cabo Submarino, cinco mil ou mais espectadores.



Em 10 de Fevereiro de 1907
A vitória era um desejo desde a fundação, em 28 de Fevereiro de 1904, pois uma das razões da criação do Clube era “provar” que um clube devidamente organizado “mesmo só com portugueses” podia derrotar os ingleses que estavam invencíveis desde 22 de Janeiro de 1898. Mas foi uma vitória-surpresa. Ninguém estava à espera, nem muitos dos exigentes adeptos do Clube. Cesina Bermudes contou que o pai, Félix Bermudes utilizava esse jogo para ilustrar o mau que era ser preguiçoso. Dizia esta nossa Glória Eterna, durante toda a sua vida (faleceu em 5 de Janeiro de 1960) que foi a preguiça que o impediu de assistir à maior vitória de sempre do «Glorioso». Recorde-se que foi ele que, devido a esta vitória, quando incrédulo lhe disseram que o Clube acabara com nove anos de invencibilidade dos ingleses afirmou: Vencemos?! Mas isso é mais que uma vitória. É uma vitória gloriosa! Somos um clube gloriosíssimo! E o triunfo foi em Carcavelos (Quinta Nova) perante escassas dezenas de espectadores, não se conhecendo imagens e havendo escassez de crónicas, principalmente nos principais jornais a circular em Portugal. Já se escreveu acerca deste jogo, em 10 de Fevereiro de 2017 (clicar). No jogo a seguir a essa grande vitória, em Carcavelos, o Benfica teve 1 200 pessoas, na Cruz Quebrada, no jogo frente aos ingleses do Lisbon Cricket Club, batendo o número de assistentes a um jogo de futebol em Portugal. 



Em 23 de Janeiro de 1910 muitas mudanças existiram
Os espectadores acorriam aos milhares nos jogos, no campo da Quinta da Feiteira cada vez que havia um jogo frente ao Carcavelos Club, mas o Clube não conseguia repetir o triunfo de 1907. Acorriam pessoas aos magotes, mas também fotógrafos e repórteres de jornais e revistas. Torna-se fácil fazer a História do Clube, muito devido a essa euforia, de ver crescer um clube, ter centenas em muitos jogos e milhares frente aos clubes ingleses: Carcavellos Club e Lisbon Cricket Club (Cruz Quebrada) que quando acabou teve os seus futebolistas ingleses a ingressarem noutros clubes, excepto no «Glorioso» que só aceitava futebolistas com nacionalidade portuguesa, ou numa linguagem mais popularizada, só podiam jogar portugueses no Benfica.


JOGOS COM CARCAVELLOS CLUB ATÉ 23 DE JANEIRO DE 1910
Data
Res.
Com
Local
Campo
Esp *
18.Fev.1906
D 0-7
Par
Carcavelos
Quinta Nova
?
14.Nov.1906
D 1-3
LFA
Carcavelos
Quinta Nova
?
10.Fev.1907
V 2-1
LFA
Carcavelos
Quinta Nova
?
17.Mar.1907
D 0-3
Par
Carcavelos
Quinta Nova
?
25.Mar.1907
E 3-3
Par
Carcavelos
Quinta Nova
?
17.Nov.1907
D 1-4
LFA
Carcavelos
Quinta Nova
?
19.Jan.1908
D 2-5
LFA
Carcavelos
Quinta Nova
?
15.Nov.1908
E 1-1
LPF
Carcavelos
Quinta Nova
?
14.Fev.1909
D 0-4
LPF
Lisboa
Feiteira
5 000
10.Out.1909
D 1-2
Par
Carcavelos
Quinta Nova
?
14.Nov.1909
D 0-2
LPF
Carcavelos
Quinta Nova
?
23.Jan.1910
V 1-0
LPF
Lisboa
Feiteira
8 000

NOTA: * Estimativa dos jornais e revistas; Par - Particular; LFA - Liga de Foot-Ball Association; LPF - Liga Portugueza de Foot-Ball (antecedeu a Associação de Futebol de Lisboa)

O que se passou há, precisamente, 110 anos é disso exemplo
O Benfica teve entre três mil (revista Tiro e Sport), para cima de cinco (jornal Diário de Notícias), seis (jornal Diário Illustrado) e oito mil (jornal O Século) pessoas, de pé ou em cima do muro, que separava a Quinta da Feiteira da estrada de Benfica. Não havia bancadas. O jogo teve relato pormenorizado em, pelo menos, seis jornais de circulação diária em Portugal, numa revista e num jornal desportivo. Mas não foram crónicas de meia-dúzia de linhas. Foram duas colunas de jornais que eram “lençóis” tendo páginas com três vezes mais espaço que os actuais (excepto o Expresso que tem metade do tamanho desses jornais dos anos 10). No jornal «O Século» considerado, em 1910, o de maior tiragem foi notícia de primeira página com duas fotografias. Infelizmente a qualidade dos microfilmes da Biblioteca Nacional de Portugal é deficiente, mas deixo essas digitalizações, mais para perceber a dimensão que a prosa embora esta seja de grande qualidade. Em 1910, o Benfica era um clube que provocava paixão e crer. Os futebolistas tinham querer e ambição, daí ser sempre possível conseguir ver e relatar jogos em que o Benfica se transcendia.  



Os três jornais com maior tiragem em 1910 (antes da Implantação da República)
Noticiaram amplamente o jogo e as suas incidências. Ei-los (mais para se ver... que ler): «O Século» (primeira página), «Diário de Notícias» (página 2) e «Diário Illustrado» (página 3).






Esta vitória permitiu muito mais que derrotar pela segunda vez os ingleses
Possibilitou interromper o ciclo de três conquistas do clube de Carcavelos no campeonato regional de Lisboa e conquistar o troféu, instituído em 1908/09, pela primeira vez, ainda que provisoriamente. 

Estatutos da Liga Portugueza de Foot-Ball

Mas se o Carcavellos Club tem conquistado o título, em 1909/10, seria o segundo com direito a troféu. Assim, o Benfica dava o primeiro passo para ficar na posse definitiva da taça de campeão regional. E foi. Mas só chegou no final da temporada de 1913/14, depois de três conquistas consecutivas, de 1911/12 a 1913/14.




Uma vitória assim tinha que ter terceira parte

Rumaram à Sede do Benfica que distava 150 metros do campo, na Quinta da Feiteira. Honra aos vencidos, Glória aos vencedores.

À esquerda (final dos Anos 40/início de 50): o edifício na rua Direita de Benfica n.º 536 (em 1910 era o n.º 326, R/C Direito); À direita (2020): o edifício já não existe (mas era, mais ou menos, onde é o actual n.º 536/540)


Houve festa na Sede
A segunda Sede que o Benfica teve na zona de Benfica. Félix Bermudes (que iniciou os brindes) após o jogo no beberete da Sede disse uma vez numa entrevista, talvez nos Anos 30, quando questionado acerca da saída dos futebolistas para o Sporting CP, no Verão de 1907, que não tinha tido consequências a nível das amizades, muito menos ódio, mas lembrava-se de ele próprio ter feito uma placa com quatro frases que andou de Sede para Sede, colocada do lado de dentro da porta de entrada, entre esta e o tecto mostrando desagrado. Cesina Bermudes quase com noventa anos quando questionada se alguma vez ouvira o pai dizer algo acerca disso, lembrou-se de imediato, até afirmando. «O meu pai com a teosofia passou a viver tentando a concórdia e cultivando a amizade, mas quando havia um Benfica frente ao Sporting dizia muitas vezes as frases que tinha escrito depois do Verão de 1907. Disse-o tantas vezes e eu ouvi tantas vezes que nunca mais esqueci:»

AOS QUE QUISERAM SAIR E IR EMBORA
ESTA CASA NÃO É LUGAR DELES
PODEM SER MUITO AMIGOS LÁ FORA
AQUI DENTRO OS INDESEJADOS SÃO ELES

Orgulho no Benfica. Em 2020, 1910 ou 1904!

Alberto Miguéns

NOTA: Agradecimento a Alberto Hélder por ter cedido os Estatutos da Liga Portugueza de Foot-Ball

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18 February 2017

Os Imprescindíveis em Carcavelos. Há Mais de 100 Anos

18 February 2017 4 Comentários
ATÉ MEADOS DA DÉCADA DE 10 DO SÉCULO XX, SER ACEITE NA QUINTA NOVA, EM CARCAVELOS, PARA JOGAR ERA COMO GANHAR UM CAMPEONATO!


Quando se junta Glorioso Futebol e calendários dá nisto. Em 2017, neste mês de Fevereiro, o Benfica jogou no dia 10 na "Catedral" (V 3-0 frente ao FC Arouca), a 14 (V 1-0 sobre o BVB 09 Dortmund) e jogará no dia 19, em Braga. Em 10 de Fevereiro de 1907, o "Glorioso"venceu (2-1) os invencíveis do Carcavellos Club, na Quinta Nova. O 14 de Fevereiro de 1909 correu pior que o de 2017. Os ingleses venceram-nos, por 4-0, na nossa primeira "Catedral" (Feiteira). E em 19 de Fevereiro de 1911 depois da segunda vitória (1-0) sobre o Carcavellos Club, em 23 de Janeiro de 1910, a nossa terceira vitória, a segunda na Quinta Nova, por 1-0, que até fez cumprir uma promessa feita em desafio a derrotar os "mestres ingleses" no seu campo! Em 2017 vai ser em Braga! Está dado o mote! Vitória como em 1911! Menos é derrota!



Só que quem vai actualmente às antigas instalações do Cabo Submarino é enganado porque pensa que está a jogar onde o Benfica fez grandes e históricos jogos e é mentira. Já desiludi muitos quintanoveanos. O Benfica jogava onde estacionaste o carro, ó eterno enganado! Des-mancha-prazeres!

 (clicar em cima da imagem para melhorar  visualização)

Desde que os ingleses abandonaram o local tudo mudou
Aquele que foi durante décadas o único campo com relva semeada para o Críquete e aproveitada para o Futebol agora é o parque de estacionamento. Ainda lá está o caneiro onde corria a ribeira da Amoreira qual afluente pouco influente do rio Tejo, acabado de o ser, a 200 metros, em São Julião da Barra para passar a Oceano Atlântico. Na colina do outro lado ainda restam destelhadas duas (das seis) habitações onde viveram os futebolistas que tanta mossa causavam nos adversários. Os pinheiros rareiam do lado do antigo campo mas mandam do outro lado do caneiro. Quem sabe se o nosso "Amigo Inglês" Frood (começou a extremo-esquerdo acabou a guarda-redes) não viveu nesta que teima em resistir aos "pato bravos" que papam o que há e desaparecem a seguir...

  (clicar em cima da imagem para melhorar  visualização)


Ir à Quinta Nova já por si era prestigiante...
Quanto mais vencer. Nenhum clube conseguiu vencer os ingleses do Cabo Submarino, nas suas instalações ou fora delas. Apenas um misto com casapianos em 1897, a equipa da Real Casa Pia de Lisboa em 1898 e o "Glorioso" em 1907, 1910 (Feiteira), 1911, 1912 (duas vezes) e 1914 (duas vezes). Sete vitórias. O Sporting CP e o Internacional/CIF não passaram de empates embora lhes soubessem a vitórias...morais. O Carcavellos Club dominou os três primeiros campeonatos de Lisboa, mas quando perdeu - para o SLB, em 1909/10 - aquele que seria o Tetra, justificou incompatibilidade de dias com os portugueses para não se inscrever em 1910/11. Queriam jogar sábado à tarde mas os portugueses não podiam dar essa garantia pois só não se trabalhava ao domingo. Os ingleses tinham...semana inglesa. Só trabalhavam sábado de manhã. Eles nem era bem trabalhar. Era mais mandar os "indígenas" trabalhar. 



Depois deixaram de querer jogar
O golpe fatal foi a derrota, por 0-3, frente ao "Glorioso" no início de 1914 numa série de três insucessos consecutivos. Perceberam que o tempo deles tinha passado. A aura de invencíveis iria desvanecer-se. Retiraram-se continuando a jogar, entre eles, na Quinta Nova. Portugueses só ao longe. Isso permitiu fazer do SLB o único clube que os conseguiu derrotar. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis e sete vezes em 27 jogos! Quatro na Quinta Nova! Pimba!

JOGOS DO “GLORIOSO” COM O CARCAVELLOS CLUB
27 J – 7 V – 2 E – 18 D – 27 GM/62 GS
Época
Competição
Resultado
Campo
S
1905/06
Particular
D 0-7
Quinta Nova
F


1906/07
Liga F. Association
D 1-3
Quinta Nova
F
Liga F. Association
V 2-1
Quinta Nova
F
Particular
D 0-3
Quinta Nova
F
Particular
E 3-3
Quinta Nova
F
1907/08
Liga F. Association
D 1-4
Quinta Nova
F
Liga F. Association
D 2-5
Quinta Nova
F
1908/09
Liga Port. Futebol
E 1-1
Quinta Nova
F
Liga Port. Futebol
D 0-4
Feiteira
C

1909/10
Particular
D 1-2
Quinta Nova
F
Liga Port. Futebol
D 0-2
Quinta Nova
F
Liga Port. Futebol
V 1-0
Feiteira
C
Particular
D 1-3
Feiteira
C

1910/11
Particular
D 0-8
Quinta Nova
F
Particular
D 1-3
Quinta Nova
F
Particular
D 1-2
Quinta Nova
F
Particular
V 1-0
Quinta Nova
F


1911/12
Particular
D 1-3
Quinta Nova
F
Particular
D 0-1
Quinta Nova
F
Particular
V 1-0
Quinta Nova
F
Particular
D 1-2
Quinta Nova
F
Particular
D 0-2
Palhavã *
C

1912/13
Particular
D 1-2
Quinta Nova
F
Particular
D 0-1
Quinta Nova
F
Particular
V 2-0
Palhavã
N
1913/14
Particular
V 3-0
Quinta Nova
F
Particular
V 2-0
Sete Rios
C
NOTA: Entre o abandono do campo da Feiteira e a construção do campo de Sete Rios o Glorioso alugou "ao jogo" o campo de Palhavã (do SC Império)


JOGOS DO “GLORIOSO” NA QUINTA NOVA
26 J – 7 V – 2 E – 17 D – 28 GM/61 GS
Época
Competição
Resultado
Adversário
1905/06
Particular
D 0-7
Carcavellos Club


1906/07
Liga F. Association
D 1-3
Carcavellos Club
Liga F. Association
V 1-0
Internacional/CIF
Liga F. Association
V 2-1
Carcavellos Club
Liga F. Association
V 1-0
Internacional/CIF
Particular
D 0-3
Carcavellos Club
Particular
E 3-3
Carcavellos Club

1907/08
Liga F. Association
D 1-4
Carcavellos Club
Liga F. Association
D 1-2
Sporting CP
Liga F. Association
D 2-5
Carcavellos Club
1908/09
Liga Port. Futebol
E 1-1
Carcavellos Club
Liga Port. Futebol
D 2-6
Internacional/CIF

1909/10
Particular
D 1-2
Carcavellos Club
Liga Port. Futebol
D 0-2
Carcavellos Club
Liga Port. Futebol
V 2-0
Internacional/CIF
1910/11
Particular
D 0-8*
Carcavellos Club
Particular
D 1-3
Carcavellos Club
Particular
D 1-2
Carcavellos Club
Particular
V 1-0
Carcavellos Club

1911/12
Particular
D 1-3
Carcavellos Club
Particular
D 0-1
Carcavellos Club
Particular
V 1-0
Carcavellos Club
Particular
D 1-2
Carcavellos Club
1912/13
Particular
D 1-2
Carcavellos Club
Particular
D 0-1
Carcavellos Club
1913/14
Particular
V 3-0
Carcavellos Clu
NOTAS: LFA – Liga de Futebol Association organizou os dois primeiros campeonatos Regionais de Lisboa; LPF – Liga Portugueza de Futebol organizou o 3.º e o 4.º campeonato Regional de Lisboa (sucedeu-lhe a AFL – Associação Futebol de Lisboa); * Maior derrota na História do Glorioso Futebol

Do lado do edifício (Este) ainda resiste o muro que tinha uma paliçada que protegia as janelas das bolas de futebol e do críquete

Primeiro grande jogo
A organização do primeiro campeonato regional (1906/07) foi uma dádiva. Os jogos "mais importantes" eram na Quinta Nova. Até as duas jornadas do então Dérbi de Lisboa - SLB frente ao CIF - disputaram-se no campo dos ingleses. O Internacional eram os Pinto Basto mais os seus amigos ingleses e ainda havia por lá um germânico. A vitória em 22 de Janeiro, não sendo a primeira sobre o CIF, foi a que teve maior significado pois foi conseguida em "terreno neutro" à vista dos ingleses. E pré-anunciou a que se seguiria.


  (clicar em cima da imagem para melhorar  visualização)

Legendagem feita com a ajuda do inexcedível Victor João Carocha. Por isso completamente fiável. Obrigado;  
Da esquerda para a direita; 1.ª linha: CIF (gr); 2.ª linha: árbitro (?), Daniel Santos Queiroz, CIF, Eduardo Luiz Pinto Basto (CIF), Albano dos Santos, Carlos França e Gastão Pinto Basto (CIF); 3.ª linha: Fortunato Monteiro Levy (capitão), Emílio de Carvalho, CIF, CIF, CIF, Cândido Rosa Rodrigues, Manuel Móra e José da Cruz Viegas; e 4ª linha: António Couto e David Fonseca. Falta Marcial Freitas e Costa que se deve ter "perdido" atrás do muro pois aparece na outra fotografia só com o plantel das flanelas vermelhas

Segundo grande jogo
Os ingleses nem tiveram tempo para pensar. Levaram com dois golos e pronto. Acabou-se a invencibilidade. Já se escreveu acerca disso neste blogue  (clicar).


Terceiro grande jogo (ou nem por isso!)
O primeiro jogo do "Glorioso" frente ao Sporting CP foi na Quinta Nova. Funcionou como nossa "casa" pois na segunda volta já se jogou no campo do adversário na Quinta das Mouras, ao Lumiar! O "Glorioso" não tinha campo privativo e quase que ficou sem equipa, até sem clube. No final da temporada de 1906/07 oito futebolistas da 1.ª categoria rumaram ao Sporting CP. Houve que inscrever a 2.ª categoria de 1906/07 no campeonato da 1.ª categoria em 1907/08. Na prática o primeiro encontro com o SCP foi um ex-Glorioso frente ao Glorioso. Num jogo cheio de peripécias (e muita chuva) os reservistas intimidaram-se com os mestres e perderam por 1-2 com os dois golos do SCP marcados por dois dos 24 fundadores do "Glorioso": Cosme Damião (autogolo) e Cândido Rosa Rodrigues. Levaram para o SCP a sabedoria, classe e capacidade de futebolar. Mas as flanelas vermelhas ficaram. E isso no futuro revelar-se-ia decisivo!


Do lado da azinhaga (Oeste) continua o pinhal que era a última fronteira da Quinta Nova. Em cima Emílio de Carvalho (defesa à esquerda) trata da saúde aos avançados do CIF/Internacional, perante o olhar do outro defesa (Henrique Costa) e do guarda-redes Manuel Móra. À esquerda, os dois "Half-Backs"(médios) António Couto e Albano Santos vê-se que estão confiantes. Pudera! Estavam a "apreciar" aqueles que eram os dois melhores defesas portugueses da época! Nem o internacional Scarlett acredita que eles vacilem...Assim se ganhava mais do que se perdia!

Quarto grande jogo
Terceira vitória sobre o Carcavelos Club, tal como a primeira, ocorreu na Quinta Nova. A segunda, em 23 de Janeiro de 1910, foi na Feiteira (clicar). Merecerá destaque num dia destes! Também acerca da terceira vitória, em 19 de Fevereiro de 1911, já se escreveu neste blogue sobre este estrondoso e glorioso triunfo (clicar). Talvez em 19 de Fevereiro de 2018 (107 anos depois) se volte a escrever! Até porque é a que está melhor documentada! Em 2017 não dá porque joga o...Benfica!


Uma Gloriosa Equipa. A que venceu pela terceira vez, a segunda por 1-0, o Carcavellos Club na Quinta Nova. De cima para baixo. Da esquerda para a direita. Luiz Vieira, Henrique Costa, Alfredo Machado, Francisco Belas, Cosme Damião (capitão) e Artur José Pereira; Germano Vasconcelos, António Bernardino Costa (marcou o golo), José Domingos Fernandes, Carlos Homem de Figueiredo e Virgílio Paula Como o prometido é devido o Bronze foi entregue por Bernardino Costa (pai do futebolista que marcou o golo!) ao Clube. Encontra-se exposto no Museu do Benfica
Venha de lá o Bronze, da loja de brique-à-braque, do pai do marcador do golo: António Costa. Oferta prometida e paga!

Um Orgulho Neles do Tamanho do Mundo!



Estes são "Os Imprescindíveis". Se tivessem desistido não poderíamos Benficar! Ontem, hoje e amanhã!

Alberto Miguéns
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