SEMANADA: ÚLTIMOS 7 ARTIGOS

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14 November 2015

Dia de Estreia (III)

14 November 2015 3 Comentários
HÁ 116 ANOS, EM 1909, O FUTEBOL ESTREOU-SE A JOGAR NO DIA 14 DE NOVEMBRO.


NOTA (IGUAL À DE ONTEM E ANTEONTEM):O facto de ter de me ausentar durante três dias – 12, 13, 14 - para longe do blogue (o local para onde vou nem telemóvel “aceita” com regularidade) e não querer perder o hábito de fazer um texto diário, abrindo uma excepção que depois – por preguiça – poderá começar a ser regra, “obrigou-me” a inventar o que poderia programar para não estar a fazer uma “posta” diária que afinal tivesse letra(s) e fotografia(s) mas que, mesmo assim, não tivesse mais significado que “vazio”. Ou seja, estar lá ou não estar, seria o mesmo. Com a agravante de me ter ocupado tempo.

Olhei para o Glorioso Diário e optei pelas estreias do Futebol
Aproveitando, assim, para evocar uma efeméride com significado e honrar os ases que nos honraram o passado. Vai ser assim, em 12, 13 e 14 de Novembro. “Novidades” apenas pela meia-noite de 15 de Novembro.

Para um Clube fundado em 1904 e a estrear o Futebol em 1905
Não foi necessário esperar muito. Apenas quatro anos para que a equipa de futebol se estreasse em 14 de Novembro de 1909, há 116 anos. Num jogo com história, como na Gloriosa História todos têm. E este foi o n.º 91.

NOTA: O jogo foi em 14 de Novembro, pois 15 de Novembro de 1909 foi segunda-feira, talvez surja esta data (tal como 22) como indicação do dia da escrita da crónica!


Revista "Tiro e Sport" n.º 433; Páginas 8 e 9; 30 de Novembro de 1909

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Alberto Miguéns
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13 November 2015

Dia de Estreia (II)

13 November 2015 0 Comentários
HÁ 94 ANOS, EM 1921, O FUTEBOL ESTREOU-SE A JOGAR NO DIA 13 DE NOVEMBRO.



NOTA (IGUAL À DE ONTEM): O facto de ter de me ausentar durante três dias – 12, 13, 14 - para longe do blogue (o local para onde vou nem telemóvel “aceita” com regularidade) e não querer perder o hábito de fazer um texto diário, abrindo uma excepção que depois – por preguiça – poderá começar a ser regra, “obrigou-me” a inventar o que poderia programar para não estar a fazer uma “posta” diária que afinal tivesse letra(s) e fotografia(s) mas que, mesmo assim, não tivesse mais significado que “vazio”. Ou seja, estar lá ou não estar, seria o mesmo. Com a agravante de me ter ocupado tempo.

Olhei para o Glorioso Diário e optei pelas estreias do Futebol
Aproveitando, assim, para evocar uma efeméride com significado e honrar os ases que nos honraram o passado. Vai ser assim, em 12, 13 e 14 de Novembro. “Novidades” apenas pela meia-noite de 15 de Novembro.


Para um Clube fundado em 1904 e a estrear o Futebol em 1905
Foi necessário esperar 16 anos para que a equipa de futebol se estreasse em 13 de Novembro de 1921, há 94 anos. Num jogo com história, como na Gloriosa História todos têm. E este foi o n.º 303.

Jornal "Diário de Lisboa"; página 4; segunda-feira; 14 de Novembro de 1921

A crónica diz tudo (mas nada como ressalvar o lado Benfiquista, “defeito de fabrico”)
A segunda jornada do campeonato regional de Lisboa foi disputada no campo do Sporting CP, no estádio do Campo Grande que em 5 de Outubro de 1941 seria inaugurado como estádio do Benfica! Como a crónica indica não foi um o encontro do clube proprietário - ainda que arrendado - do campo de jogos frente a um histórico do futebol de Lisboa, o Internacional que interessou os entusiastas do futebol do início dos anos 20, mas...o jogo a seguir. O Benfica!
Tal como no jogo evocado ontem, o primeiro foi de cabeça após um pontapé-de-canto, pelo chamado meio-avançado à esquerda, Jesus Crespo. Foi o extremo-direito João Morais a marcar o pontapé de canto. Cosme Damião entendia o futebol como uma espécie de "geometria dinâmica". Extremos a marcar os cantos, meios-avançados nas esquinas da grande-área (para recargas a "bolas perdidas" e avançado-centro entre os dois defesas e o guarda-redes contrários. Bem visto Cosme! Seguiram-se golos de Alberto Augusto (pontapé forte como característica) e Ribeiro dos Reis (mais em habilidade no geral, este golo não sei!) Ao intervalo 3-0!
Alberto Augusto, o exímio marcador de grandes penalidades faz o 4-0. Depois "Simõeszinho" (meia-avançado à direita) recebe um passe da esquerda, provavelmente de Alberto Augusto ou de Ribeiro dos Reis (que era contra" o egoísmo"). Bastinhos com a "loucura" que o fazia ser único lá fez o "penalti" da ordem": 1-5!

Para que não haja dúvidas o "Glorioso" alinhou com:
De guarda-redes para extremo-esquerdo. Da ala direita para a ala esquerda:

Francisco Vieira "Chiquinho";

José Bentes Pimenta e José Maria Bastos;

Fernando de Jesus, Vítor Gonçalves (capitão) e Fausto Peres;

João Morais, José Francisco Simões, António Ribeiro dos Reis, Jesus Muñoz Crespo e Alberto Augusto. 

NOTAS FINAIS (apenas três destaques quando temos onze futebolistas que são Glórias. Nem um para excepção!)
1. Chiquinho o guarda-redes internacional, considerado o primeiro guarda-redes em Portugal a conseguir ser mais popular entre os adeptos que os avançados;
2. Vítor Gonçalves que seria, em 1935/36, o primeiro treinador campeão nacional pelo Benfica e o primeiro português a conseguir tamanha proeza;
3. Alberto Augusto que fez parte (com Vítor Gonçalves e Ribeiro dos Reis) da primeira selecção nacional (18 de Dezembro de 1921, ou seja deste jogo a pouco mais de um mês) em Madrid, marcando o primeiro golo de Portugal, na derrota por 1-3, frente à congénere de Espanha. Golo de grande penalidade ao mítico guarda-redes espanhol Zamora. sabe-se lá se não a ensaiou, ao fazer o 4-0, frente ao Império LC neste jogo de há 94 anos, com imperialista Arsénio a fazer de Zamora!
4. (para os que querem saber mais acerca do último período do texto jornalístico). O Benfica venceu os quatro jogos ao Império LC nas quatro categorias:
1.ª por 5-1;
2.ª por 2-0;
3.ª por 3-0;
4.ª por 6-0. Neste dia Cosme Damião e a rapaziada bem puderam comemorar! Em quatro jogos, 16 golos marcados e um sofrido (de grande penalidade). Se há alguém incrédulo perante tamanha grandeza só tenho que lhes dizer com carinho, embora não pareça. É o Benfica Estúpido(s)!

Quando se foi grande e se manteve sempre grande, o destino será continuar a ser grande!

Alberto Miguéns
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12 November 2015

Dia de Estreia (I)

12 November 2015 1 Comentários
HÁ 78 ANOS, EM 1933, O FUTEBOL ESTREOU-SE A JOGAR NO DIA 12 DE NOVEMBRO.


NOTA: O facto de ter de me ausentar durante três dias – 12, 13, 14 - para longe do blogue (o local para onde vou nem telemóvel “aceita” com regularidade) e não querer perder o hábito de fazer um texto diário, abrindo uma excepção que depois – por preguiça – poderá começar a ser regra, “obrigou-me” a inventar o que poderia programar para não estar a fazer uma “posta” diária que afinal tivesse letra(s) e fotografia(s) mas que, mesmo assim, não tivesse mais significado que “vazio”. Ou seja, estar lá ou não estar, seria o mesmo. Com a agravante de me ter ocupado tempo.

Olhei para o Glorioso Diário e optei pelas estreias do Futebol
Aproveitando, assim, para evocar uma efeméride com significado e honrar os ases que nos honraram o passado. Vai ser assim, em 12, 13 e 14 de Novembro. “Novidades” apenas pela meia-noite de 15 de Novembro.

Para um Clube fundado em 1904 e a estrear o Futebol em 1905
Foi necessário esperar 29 anos para que a equipa de futebol se estreasse em 12 de Novembro de 1933, há 78 anos. Num jogo com história, como na Gloriosa História todos têm. E este foi o n.º 685.


Jornal "Diário de Lisboa"; página 5; Domingo; 12 de Novembro de 1933

A crónica diz (quase tudo...) mas disse o que podia ser dito nesse dia
Uma grande diferença de qualidade, com três golos de diferença ao intervalo (3-0). Tal como no final (4-1). Dois golos de cabeça, o primeiro e o último. Luís Xavier não era especialista a cabecear ao contrário de Vítor Silva que foi considerado, enquanto, jogou o maior especialista de sempre desde que havia memória de jogos de futebol em Portugal. E dito (e escrito) por quem tinha começado a ver futebol na última década do século XIX. Duas assistências de Augusto Dinis (uma de pontapé de canto para a cabeça de Luís Xavier e outra num centro para a cabeça de Vítor Silva). Os outros golos mostram muito do que era o futebol Benfiquista (e de Portugal). A genialidade de Vítor Silva, em triangulações com Rogério de Sousa para o segundo golo de Luís Xavier e uma jogada de Vítor Silva a "fabricar" para gáudio dos espectadores e satisfação dos colegas. Com Vítor Silva nas equipas (do "Glorioso" ou de Portugal) as vitórias ficavam sempre mais próximas.   

Estes jogos seriam depois transformados em "Torneio de Outono"
Devido ao protesto aceite, de dois clubes do Barreiro - Luso FC e FC Barreirense - em considerarem que mesmo havendo campeonato regional de Setúbal (desde 1927) como estavam filiados na AFL tinham direito a participar no campeonato regional de Lisboa. Por isso, a partir de Janeiro de 1934, reorganizou-se o campeonato, integrando os dois clubes. Aquela que foi considerada a primeira volta do regional, até Dezembro de 1933, passou à história como "Torneio de Outono", para não cair no ridículo de anular jogos organizados (pelos dirigentes), feitos (pelos futebolistas) e pagos (pelos espectadores).

NOTAS FINAIS (apesar de todos os onze merecerem destaque. E não o escrevo por deferência, mas sim por serem todos eles Glórias, talvez a excepção seja Pedro Silva, irmão de Vítor Silva)
1. Pedro da Conceição foi o guarda-redes. Faleceria em 10 de Abril de 1960 nas bancadas da "Catedral", de paragem cardíaca, incapaz de resistir num "Dérbi de Lisboa" a uma recuperação do Sporting CP de 1-4 para 3-4, aos 84 minutos!;
2. Carlos Torres foi o médio-centro. Excelente futebolista, seria mais tarde o principal responsável pelo ingresso no "Glorioso" do seu sobrinho...José Torres;
3. Salvador é Eugénio. O popular "compére" das revistas do Parque Mayer. Um dia destes merecerá destaque neste blogue. Um Benfiquista de sempre. Desde os pelados, primeiro futebolista a marcar no jogo de inauguração do estádio das Amoreiras, aos palcos do Mundo e às luzes da ribalta.

Quando se foi grande e se continuou grande, o destino será sempre ser grande!


Alberto Miguéns
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02 November 2011

O nosso Cosme Damião nasceu há 126 anos

02 November 2011 8 Comentários
EFEMÉRIDE


 
Texto (agora com mais desenvolvimento) publicado no jornal “O Benfica” em 16 de Maio de 2008
Fotos da História do SLB 1904-1954 de Mário de Oliveira e Rebelo da Silva
Documentos do Centro Cultural Casapiano, muito prestável e inexcedível no auxílio a quem quer aceder a informação biográfica de antigos alunos

Fundador, capitão, treinador e dirigente, foi um extraordinário jogador a médio-centro.


Cosme Damião nasceu em 2 de Novembro de 1885 na cidade de Lisboa, completam-se hoje 126 anos.



DE ÓRFÃO POBRE A RICO EM EDUCAÇÃO ESMERADA
Aos 10 anos, em 30 de Abril de 1896, órfão de pai e a pedido de sua mãe foi admitido nessa nobre Instituição de amparo às crianças carenciadas, a Real Casa Pia de Lisboa. Aí fez a sua aprendizagem como Homem, Cidadão e Artífice, instruindo-se de modo a prosseguir a sua vida pessoal e profissional, colmatando o profundo infortúnio de perder o pai, aos nove anos. Ele e mais dois alunos casapianos tentaram revitalizar dentro desta Instituição, em 13 de Dezembro de 1901, o futebol, que no último decénio do século XIX atingira grande destaque naquele nobre estabelecimento educativo. Em 1 de Setembro de 1904, já com o "Glorioso" fundado deixa definitivamente a Casa Pia, ainda que, tal como todos os "gansos" seja sempre, e eternamente, casapiano!



UM DOS 24 GLORIOSOS DE TÃO BOA HORA
Cosme Damião foi um dos 24 fundadores do nosso clube, em 28 de Fevereiro de 1904. Tinha 18 anos. Não fez parte do grupo dos primeiros dirigentes, nem dos jogadores que formaram a 1.ª categoria. Mas, na temporada de 1904/05, em 19 de Fevereiro de 1905, jogou como médio-centro na estreia da 2.ª categoria, ou seja a equipa de reserva, na vitória por 1-0 com a 2.ª categoria do Grupo do Campo de Ourique, encontro realizado nas Terras do Desembargador, nas Salésias. Na época de 1905/06 continuou a jogar a médio-centro na 2.ª categoria, mas a falta do defesa-direito da equipa principal, permitiu-lhe a estreia, aos 20 anos, no 10.º encontro da 1.ª categoria, realizado em 17 de Março de 1906. Foi uma participação episódica, num jogo em que defrontámos o Lisbon Cricket Club, para o Torneio Interclubes Viúva Sena.


RESISTÊNCIA E CORAGEM
Quando no final da temporada de 1906/07, oito futebolistas do “Glorioso” – sete da 1.ª categoria e um da 2.ª categoria – abandonam o Clube para formar a equipa de futebol do Sporting CP, Cosme Damião assume-se como um dos principais resistentes, tomando várias iniciativas para permitir que o “Glorioso” não sucumbisse perante as dificuldades. Uma dessas iniciativas foi inscrever, no campeonato regional de Lisboa de 1907/08, os futebolistas que constituíram a 2.ª categoria da época de 1906/07. Uma inscrição de risco, mas que se revelou acertada, pois essa 2.ª categoria do “Glorioso” era a mais forte do seu campeonato, podendo “bater-se” com as principais equipas de grande parte dos clubes de Lisboa.



METÓDICO, PERCURSOR E VISIONÁRIO
Esteve na fundação do Clube, tal como nos momentos mais marcantes dos primeiros vinte anos nosso querido emblema. Na debandada de Maio de 1907 foi um dos que disse NÃO À DESERÇÃO e implementou processos de revitalização do "Glorioso". Em 1907/08 foi um dos que percebeu que a equipa do "Manto Sagrado" só singraria, como melhor entre os melhores, se aglutinasse o Sport Benfica com Campo de jogos, Sede condigna e um bom conjunto de Dirigentes. Em Setembro de 1908 foi um dos que exigiu que o Sport Lisboa mantivesse a sua identidade, ou seja independência, não permitindo ingerências na esfera de futebol do futuro SLB. Em Maio de 1909 implantou uma estrutura dinâmica e de responsabilidade em todas as categorias de futebol, alicerçada nos capitães e na promoção/ despromoção entre categorias com base nas capacidades físicas e técnicas individuais, mobilidade táctica e espírito colectivo dentro das equipas e reforço da identidade Benfiquista. Entre os anos 10 e meados da década de 20, foi o grande impulsionador das sucessivas mudanças de instalações, sempre à procura do melhor para engrandecer um emblema ímpar. Destacou-se em: absorção do "Desportos de Benfica", para beneficiar de uma Sede fantástica (1916); construção do Estádio das Amoreiras, primeiro recinto propriedade do Clube, até aí sempre por terrenos arrendados (1921); desmultiplicação administrativa, para possibilitar maior acessibilidade a associados e simpatizantes com a organização de uma Secretaria, em 1922, próxima da Baixa (centro da cidade). Um inovador implacável.



DA RESERVA A CAPITÃO E TREINADOR
Em 1907/08, o Clube estreou a 1.ª categoria (ex-2.ª categoria de 1906/07) em 17 de Novembro de 1907, no campo da Quinta Nova, em Carcavelos, com Cosme Damião a jogar como médio-centro. Tinha 22 anos. Iniciava-se um percurso fabuloso em que o nosso fundador seria durante nove épocas consecutivas titular como médio-centro. Ainda durante esta temporada de 1907/08 marcou o primeiro golo, em 8 de Dezembro de 1907 ao Football Cruz Negra, para o campeonato regional e estreou-se como capitão, em 23 de Fevereiro de 1908 em jornada do Regional de Lisboa com o Sporting CP. Seria o nosso capitão durante os próximos oito anos, até 1915/16, num total de 160 jogos. Ainda é o 8.º capitão com mais jogos, sendo o 5.º por ordem cronológica. Na época de 1908/09 orientou tecnicamente as nossas equipas, sendo nomeado “Capitão-Geral” (responsável por todo o futebol) no final da temporada, em 1 de Maio de 1909, uma forma oficial de reconhecer o seu trabalho. Ainda é treinador com mais jogos, sendo o 2.º por ordem cronológica! Inesquecível, Cosme!


TER UMA VIDA E SER BENFICA
Tudo isto enquanto desenvolvia a sua actividade profissional como Secretário da Casa Palmela, constituía família e ocupava vários cargos, de eleição anual, nas Direcções do Clube: vogal (1909), vice-presidente (1910 e 1911), vogal (1912 e 1913), tesoureiro (1918 e 1919), vice-presidente (1923), tesoureiro (1924) e vice-presidente (1925).


ACTUAL RECORDISTA
Jogou no Benfica, ao mais alto nível, durante nove temporadas consecutivas, entre 1907/08 e 1915/16, mantendo-se como titular a médio-centro. Entre 17 de Novembro de 1907 e 27 de Junho de 1915, durante sete anos e sete meses, correspondendo a oito temporadas integrais, participou em todos os 155 encontros realizados pela nossa principal equipa de futebol. Ainda recorde!


SABEDORIA, ROBUSTEZ E CLARIVIDÊNCIA
Futebolista com amplos recursos físicos e técnicos distinguiu-se como um dos melhores futebolistas portugueses da década de 10. Robusto como poucos, se bem que não muito alto nem com fisionomia de lutador. Possuía uma colocação extraordinária, um bom arranque, que lhe permitia alcançar a bola sem extensas corridas, e o tempo exacto para o alívio, quase sempre a entregar a bola a um avançado com a conta precisa. Conhecia todos os segredos do futebol, pois era um exímio observador, frequentando os campos de futebol com regularidade para observar futebolistas e equipas. Muito metódico, observava as características dos adversários, corrigindo posições na nossa equipa e dando informações preciosas aos colegas, acerca das virtudes e fraquezas dos futebolistas adversários, bem como da vulnerabilidade das equipas contrárias. A sua correcção era exemplar – um cavalheiro ao serviço do futebol. 


O MELHOR NO SEU TEMPO
Participou durante onze temporadas na equipa principal do “Glorioso”, com nove épocas a titular. Jogou um total de 15 170 minutos (correspondentes a 10 dias a jogar consecutivamente) em 169 jogos marcando duas dezenas de golos. A médio-centro jogou 14 730 minutos, participando em 164 encontros, marcando todos os golos da sua longa carreira. Na primeira e na última temporada – 1905/06 e 1921/22 – apenas participou num jogo da equipa principal. 


DESPEDIDA AOS 30 ANOS
Em 26 de Fevereiro de 1916, na recepção ao clube espanhol RC Fortuna de Vigo, jogo disputado no nosso campo de Sete Rios, despediu-se como futebolista. Tinha 30 anos. Uma despedida preparada, pois Cosme Damião não deixava nada para o improviso, tendo já um valoroso substituto para o seu lugar – o “internacional” Carlos Sobral. Regressou episodicamente, em 10 de Junho de 1922, para participar num jogo com um jovem clube que “lhe dizia muito”, o Casa Pia AC! Pela equipa de honra do Benfica, jogou um total de 169 encontros e marcou 20 golos, com destaque para 76 jogos e 14 golos no Regional de Lisboa, 43 jogos particulares nacionais e um golo, 31 jogos internacionais particulares (três golos) e 12 encontros – três internacionais - em torneios, com um golo.


ESTREIA INTERNACIONAL
Fez parte da primeira selecção de futebolistas portugueses a deslocar-se ao Brasil, entre 26 de Junho e 27 de Julho de 1913, actuando como médio-centro em seis (dos sete) encontros, capitaneando as equipas por escolha dos outros futebolistas. Entretanto, em 22 de Maio de 1911, no nosso campo da Feiteira, jogou como médio-centro na estreia internacional da nossa equipa frente aos gauleses do Stade Bordelais Université Club. 


TÍTULOS OFICIAIS
Na equipa de 1.ª categoria conquistou cinco títulos oficiais, no campeonato regional de Lisboa, a competição mais importante – e durante muitas épocas, única – do seu tempo: 1909/10, 1911/12, 1912/13, 1913/14 e 1915/16. Nos 169 jogos em que representou o Benfica ajudou o Clube a obter 102 (60 por cento) vitórias e 23 empates. Como médio-centro em 164 jogos, esteve em 101 vitórias e 23 empates. Entre os futebolistas do Benfica, é o 5.º médio-centro mais utilizado e o 92.º jogador com mais tempo de jogo. Isto em temporadas onde se disputavam poucos jogos!


DIRIGENTE CONCEITUADO
Após deixar de jogar futebol, em 1915/16, manteve-se como “Capitão-Geral”, ou seja, continuou a seleccionar e treinar futebolistas e a organizar e orientar as nossas equipas, de futebol e também nas outras modalidades, até 1925/26, durante mais uma década. Em 5 de Agosto de 1926 foi eleito presidente da Direcção, mas não aceitou, optando por afastar-se dos cargos directivos. Regressaria cinco anos depois, sendo eleito em 6 de Setembro de 1931, presidente da Mesa da Assembleia Geral, sendo sucessivamente reeleito para os Órgãos Sociais em 1932, 1933 e 1934.


“ÁGUIA DE OURO” NOS ANOS 30
Foi o 7.º Águia de Ouro do “Glorioso”, distinção concedida na assembleia geral em 15 de Outubro de 1935. Nove anos depois, em 3 de Julho de 1944, o jornal “O Benfica” homenageou os pioneiros do Clube, reunindo os futebolistas que conquistaram para o “Glorioso” os primeiros troféus e títulos. Foi uma homenagem vibrante, que juntou as nossas primeiras glórias. Já combalido da doença que o minava, faleceu três anos depois, na vila de Sintra, em 12 de Junho de 1947, aos 61 anos.

Legou-nos um Clube sem igual. Engrandecê-lo, ainda mais, é a melhor forma que as gerações de Benfiquistas que lhe sucederam têm para honrar a sua memória.


Alberto Miguéns

NOTA: Em breve, ainda neste mês de Novembro, vamos desmontar - com documentação - algumas notícias e textos que não dignificam a memória do nosso Cosme Damião, por desvirtuarem as suas acções e não corresponderem à verdade histórica.
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21 March 2011

ASD? Olhem os cartões! Olhem as expulsões!

21 March 2011 2 Comentários
ESTATÍSTICA
             
O encontro da 24.ª jornada, logo à noite, em Paços de Ferreira, até chegaria numa fase boa (antes de uma paragem para compromissos das Selecções Nacionais), não fossem duas coincidências que não o são por acaso. É a jornada que antecede a recepção ao FC Porto e (por isso) foi nomeado um quarteto de árbitros liderados pelo “manipulador de cartões a futebolistas do “Glorioso”, o esdrúxulo portista Artur Soares Dias (ver Quadro I)!





Tendo em conta as duas situações – Artur Soares Dias e jornada anterior ao jogo com o FC Porto – bem como o objectivo de acabar com a invencibilidade “emporcalhada” do FC Porto e a distância pontual a que o “Futeluso” colocou os “andróides” do “Glorioso”, faz muito sentido gerir o plantel para permitir dispor dos melhores jogadores frente ao FC Porto, quer na gestão dos cartões, quer para evitar a (s) provável (s) expulsão (s) de um jogador importante, para que não esteja presente na 25.ª jornada. Pelo seu passado a arbitrar (e inventar…) Artur Soares Dias merece muita coisa, menos confiança na sua isenção e equilíbrio (ver Quadro II).

Vejam lá se reformam este manipulador de jogos! Façam um favor… à arbitragem e ao futebol.



  
Como seria previsível, nos confrontos entre Benfica e FC Paços de Ferreira, a vantagem é nossa, com 23 vitórias em 29 jogos (três empates e outras tantas derrotas) e 80/27 entre golos marcados e sofridos (ver Quadro III). Vamos jogar para a 10.ª vitória consecutiva: nove vitórias e 28/11 em golos. No Estádio da Mata Real somamos três vitórias consecutivas (2-1, 4-3 e 3-1).

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Alberto Miguéns


                      
QUADRO III
TODOS OS 29 SLB vs FCPF
Jogo
N.º
Época
Comp
Sit
V
E
D
01
82/83
TP
F
5-1


02
87/88
TP
F
4-1


03
91/
92
CN
F

1-1

04
CN
C
4-0


05
92/
93
CN
C
5-0


06
CN
F
2-0


07
93/
94
CN
F
2-1


08
CN
C
2-1


09
97/98
Par
F
1-0


10
00/
01
CN
F

0-0

11
CN
C


2-3
12
01/
02
CN
F


1-2
13
CN
C
4-0


14
02/
03
CN
C
7-0


15
CN
F
3-1


16
03/
04
CN
F
3-0


17
CN
C
2-1


18
05/
06
CN
C
2-0


19
CN
F


1-3
20
06/
07
CN
F

1-1

21
CN
C
3-1


22
07/
08
CN
F
2-1


23
TP
C
4-1


24
CN
C
4-1


25
08/
09
CN
F
4-3


26
CN
C
3-2


27
09/
10
CN
F
3-1


28
CN
C
3-1


29
10/
11
CN
C
2-0


30
CN
F



TOTAIS
29 J - 23 - 3 - 3 (80/27)
23
(74/17)
3
(2/2)
3
(4/8)
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