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01 June 2022

Colheita 1892

01 June 2022 2 Comentários

DOIS GLORIOSOS FUTEBOLISTAS AMBOS MUITO ESQUECIDOS. 



AMBOS COMPLETARIAM 130 ANOS EM 2022


Alberto Miguéns

NOTA1: Jorge Rosa Rodrigues faleceu, aos 79 anos, em 14 de Novembro de 1971. Alberto Rio faleceu, aos 86 anos, em 15 de Dezembro de 1978. 



NOTA2: Jorge Rosa Rodrigues era o mais novo dos quatro irmãos Rosa Rodrigues: José, Cândido, António e Jorge, mas a diferença de idades desde para os restantes era grande. Aquando da fundação do Clube, tinha onze anos, fazendo 12 em 1 de Junho de 1904. Sempre me causou, um misto de curiosidade e "espanto" sabendo que os dois irmãos (Candinho e Neco) que ainda jogavam tinham ingressado no Sporting CP, no Verão de 1907 e o irmão mais velho (José), seguido para o SCP em 1908 porque não tinha Jorge Rosa Rodrigues seguido com eles. Outra surpresa. Numa visita com outro Benfiquista (Mário Ferreira) a casa da sua filha Maria José Pedroso Rosa Rodrigues (nascida em 7 de Novembro de 1929), na Chamusca, eis que ao colocar essa questão ela respondeu que o pai dizia. O meu sonho de criança era jogar no clube fundado pelos meus irmãos, pois assisti a tudo, mesmo antes de ser fundado na Farmácia Franco. Mesmo com eles noutro clube nunca me importei de ser guarda-redes do «Glorioso» e jogar frente a eles que eram avançados. Para Cosme Damião apesar de toda a sua boa vontade era um guarda-redes pouco fiável e isso nunca permitiu que singrasse na principal categoria do Benfica. Depois ainda fez uma temporada no Sporting CP, até se enamorar por uma filha de um latifundiário/ganadeiro da Chamusca, casar (1 de Junho de 1913) e para lá ir viver, ainda muito novo, aos 21 anos. 


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09 January 2022

Colheita 1892

09 January 2022 0 Comentários

DOIS GLORIOSOS FUTEBOLISTAS AMBOS MUITO ESQUECIDOS. 

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09 January 2020

O Proletariado Benfiquista

09 January 2020 9 Comentários
HÁ 128 ANOS, EM 9 DE JANEIRO DE 1892, NASCEU ALBERTO RIO QUE FOI UMA DAS «TRAVES-MESTRE», COMO FUTEBOLISTA, DO GRANDE BENFICA.



A grandeza do Benfica fez-se tanto com «aristocratas», como Cosme Damião, Virgílio Paula, Ribeiro dos Reis ou Vítor Gonçalves, mas também com «proletários», como Álvaro Gaspar, Henrique Costa, Carlos França ou Alberto Rio.


Jorge Vieira Alberto Rio. Adversários e depois colegas: no Sporting CP e na selecção nacional. Defesa-direito (no sporting CP) e esquerdo (na selecção nacional) frente ao extremo-esquerdo (só jogou nesta posição desde o grupo infantil do SLB aos "veteranos" do CF "Os Belenenses"

Pouco lembrado, pelo tempo o ter feito esquecer e por "culpa própria", pois lembrou-se de fugir do Benfica, em 1918, para o Sporting CP e deste, no ano seguinte, para fundar o CF "Os Belenenses", em 23 de Setembro de 1919.


No nosso campo em Sete Rios, à espera de poder fazer um golo de recarga ao Sporting CP. Marcou oito golos ao Sporting CP e onze ao FC Porto nos quatro jogos que disputou frente a este clube!

Mas não deixa de ser um dos grandes pilares dos Anos 10 do século XX
Foi nesta década que o Benfica se fez gigante conquistando oito títulos de Campeão de Lisboa, em onze temporadas, entre 1909/10 e 1919/20. Como dizia o inesquecível Macarrão. «Fomos tão "mal habituados" desde pequenos que estar três épocas sem ser campeão é passar de vermelho a negro carregado (luto)». Alberto Rio foi dos principais futebolistas nos sete primeiros títulos do Clube. No oitavo já foi adversário pelo Sporting CP. 


Num "jogo internacional" frente ao Racing Club Paris

Alberto Rio quando deixou de jogar
Era o melhor marcador do Benfica com 78 golos, em 5 de Abril de 1917 mantendo-se como tal, até 28 de Novembro de 1920, quando foi igualado por Herculano Santos que conseguiria terminar a carreira no Benfica, embora como defesa-esquerdo, com 81 golos, marcado em 11 de Junho de 1923.


Venham mais cinco! Mesmo rodeado de adversários encontrava (quase...) sempre uma solução

A “competição” que nunca existiu
Pois os futebolistas – Luís Vieira e Alberto Rio - nunca souberam que conseguiram igualar, no mesmo jogo, o número total de golos, estabelecendo o "recorde" de golos, aos 70 remates certeiros com o «Manto Sagrado». Foram os primeiros a consegui-lo, depois Alberto Rio terminaria a sua passagem com 78 golos e Luís Vieira com 72. A "proeza" ocorreu no jogo, para o campeonato regional de Lisboa, frente ao CS Império, em 4 de Fevereiro de 1917. Luís Vieira foi o primeiro a ultrapassar os 44 golos de Artur José Pereira, mas Alberto Rio foi-se aproximando. Antes do dia 7 de Fevereiro de 1917 já Alberto Rio somava 69 golos e Luís Vieira estava nos 68 tentos. Nesse dia de Fevereiro, Alberto Rio aos 30 minutos, faz o 2-0 (Herculano Santos marcou o primeiro) e atinge os 70 golos. Luís Vieira faz dois golos de "rajada", aos 35 e aos 50 minutos colocando a "fasquia" nos 70 golos. Os dois maiores goleadores da história do Benfica, desde 1 de Janeiro de 1905, estavam igualados com sete dezenas de golos marcados. Depois, aos 55 minutos, Aníbal Santos faz o 5-0 com Alberto Rio a fazer o 6-0, aos 60 minutos, passando para 71. Os dois últimos golos foram de Artur Augusto. Seriam necessários mais alguns jogos para Herculano Santos igualar os 72 de Luís Vieira, depois os 78 de Alberto Rio terminando a sua carreira com 81 golos que só seriam "batidos" por Vítor Silva! 


Com ou sem boné Alberto Rio não perdoava

Pátria: Belém; Ano: 1892
Em 9 de Janeiro, nascia Alberto Rio que seguiria o caminho habitual dos naturais de Belém até final dos anos 10 do século passado que queriam jogar futebol. Vestir as «flanelas vermelhas» do Sport Lisboa e Benfica. Teve que sujeitar-se à política desportiva de Cosme Damião. Começar pela 4.ª categoria, ir demonstrando qualidade, pontualidade e abnegação para na primeira categoria «honrar os ases que nos honraram o passado». Em 13 de Setembro de 1908 já jogava no Sport Lisboa pois fez parte do grupo de associados que o Clube indicou aquando da junção com o Sport Clube de Benfica, ficando como associado n.º 260.

A inconfundível caligrafia de Cosme Damião a listar o penúltimo nome: Alberto Rio

Inscrito como suplente numa e titular na outra
No início da temporada de 1908/09 faz parte das listas que Cosme Damião elaborou – e que provam que a letra é igual à da acta de 28 de Fevereiro de 1904 – com a constituição dos plantéis para a primeira e segunda categoria. Muito novo, tinha feito 16 anos, nove meses antes da junção que definiu o nome actual do Clube, foi inscrito como suplente à segunda categoria. O primeiro registo que lhe faz referência é de um jogo da terceira categoria, realizado em 20 de Dezembro de 1908, na Quinta da Feiteira, frente ao SC Império, numa vitória por um resultado (ainda…) desconhecido. Em 1909, começou a ser presença regular na 2.ª categoria.

NOTA: Falta colocar mais fotografias dos plantéis de dez temporadas e legendar. Victor João Carocha ajudou mas eu tardei a chegar a casa e o trabalho ainda não está como Alberto rio merece! Daqui a uma hora estará tudo no seu devido lugar! FEITO!


No tempo em que Alberto Rio ainda era titular na 2.ª categoria (até na 3.ª). De cima para baixo. Da esquerda para a direita. De pé: António Costa, Álvaro Vivaldo, Manuel Cal, Jorge Rosa Rodrigues, Romualdo Bogalho e Carlos Costa; Em baixo (avançados): Virgílio Valente, Carlos Martins, Álvaro Gaspar, David José da Fonseca e ALBERTO RIO

Época 1: 1908/09
Após duas temporadas a tarimbar até à segunda categoria estreou-se na primeira, em 28 de Fevereiro de 1909, no 5.º aniversário do «Glorioso» (Alberto Rio tinha 17 anos, dois meses e três semanas), já no final da temporada de 1908/09, marcando um golo na vitória por 5-0 frente ao Sport União Belenense, no campo da Feiteira, para a penúltima jornada do Campeonato de Lisboa, com o Benfica em segundo lugar. O SU Belenense foi a primeira tentativa de formar um clube, em Belém, depois da saída do Sport Lisboa, um ano antes, para Benfica. Alberto Rio jogaria, também como ponta-esquerda, na última jornada, na ausência do dedicado e titular Carlos França.


Titular na 2.ª categoria a caminho da primeira. De cima para baixo. Da esquerda para a direita. De pé: Raul do Nascimento, Francisco Pereira, Álvaro Vivaldo, Jorge Rosa Rodrigues, Romualdo Bogalho e Carlos Costa; Em baixo (avançados): Virgílio Valente, Joaquim Reis, Álvaro Gaspar, Rogério Peres e ALBERTO RIO

Época 2: 1909/10
Primeiro título de campeão regional. Continuou como futebolista da segunda categoria mas participou em dois jogos na 1.ª categoria, o primeiro para o campeonato de Lisboa, frente ao SU Belenense) no lugar do titular Carlos França e o segundo, no lugar de Virgílio Paula – que tinha ocupado a vaga de Carlos França - para um espécie de Supertaça Regional, opondo o campeão regional (SL Benfica) ao segundo classificado (SU Belenense) para o torneio de futebol dos “Primeiros Jogos Olímpicos Nacionais”, com o Benfica a vencer, por 2-1. O eterno ponta-esquerda consagrou-se com dois triunfos na 1.ª categoria e campeão regional na 2.º categoria, ou seja, dois títulos na mesma temporada.


1913/14. De cima para baixo. Da esquerda para a direita Defesas e guarda-redes: Henrique Costa, Alfredo Machado e Francisco Belas; Médios: Carlos Homem de Figueiredo, Cosme Damião e Artur José Pereira;  Avançados: Germano Vasconcelos, António Costa, José Domingos Fernandes, Francisco Viegas e ALBERTO RIO

Época 3: 1910/11
Com Cosme Damião era muito difícil conquistar a titularidade em qualquer categoria desde que os futebolistas correspondessem. Alberto Rio com 16 anos era muito novo para grandes andanças, mas jogou cinco dos 19 jogos realizados pelo Clube, marcando um golo. É o ponta-esquerda no primeiro jogo internacional do Clube, em 22 de Maio de 1911, na Feiteira, defrontando a equipa do clube francês, Stade Bordelais Université Club.


1911/12. Da esquerda para a direita: Virgílio Paula, Francisco Viegas, Henrique Costa, Germano Vasconcelos, José Domingos Fernandes, Cosme Damião, Artur José Pereira, Romualdo Bogalho, Álvaro Gaspar, Francisco Belas e ALBERTO RIO

Época 4: 1911/12
Segundo título de campeão regional. Dividiu a temporada entre a 1.ª categoria e a segunda.Iniciou-a como titular indiscutível na primeira, perdeu a titularidade passando a jogar em exclusivo na 2.ª categoria para conquistar definitivamente o que todos queriam, ser o escolhido por Cosme Damião para a primeira. Participou em dez dos 13 jogos iniciais do Clube (cinco primeiros da temporada consecutivos) e nos sete derradeiros. Foram 1170 minutos com 13 golos marcados, sempre como extremo-esquerdo. 


1912/13. Da esquerda para a direita: Florindo Serras, Álvaro Gaspar, Carlos Homem de Figueiredo, Cosme Damião, Henrique Costa, José Domingos Fernandes, Luís Vieira, Artur José Pereira, Paiva Simões, Francisco Belas e ALBERTO RIO

Época 5: 1912/13
Terceiro título de campeão regional. Titular indiscutível com resistência invulgar foi totalista na temporada, participando em todos os 30 jogos do Clube, marcando 18 golos dos 86 do Benfica. 


1913/14. De cima para baixo. Da esquerda para a direita Defesas e guarda-redes: Henrique Costa, Paiva Simões e Francisco Belas; Médios: Carlos Homem de Figueiredo, Cosme Damião e Artur José Pereira;  Avançados: Herculano Santos, Álvaro Gaspar, José Domingos Fernandes, Francisco Pereira e ALBERTO RIO

Época 6: 1913/14
Quarto título de campeão regional. Outra temporada recheada com Alberto Rio a jogar 19 jogos dos... 19 jogos realizados pelo «Glorioso» marcando onze dos 57 golos do Clube.


1914/15. De pé: Augusto da Fonseca, Jaime Cadete, Carlos Homem de Figueiredo, Mário Monteiro, José Domingos Fernandes, Henrique Costa, Cosme Damião e Leopoldo Mocho; Sentados (avançados): Aníbal Santos, Cândido de Oliveira, Francisco Pereira, Herculano Santos e ALBERTO RIO

Época 7: 1914/15
Começou mal a temporada e isso muito contribuiu para que o Benfica não se sagrasse pela quarta vez consecutiva, campeão regional, até porque o Sporting CP reforçara-se com três futebolistas do Benfica: Paiva Simões, Artur José Pereira e Boaventura Silva. Alberto Rio "fora de forma" ainda participou em dois dos quatro jogos iniciais mas só recuperaria a titularidade nos últimos cinco encontros da temporada que fez de modo consecutivo. Foram sete jogos, com 630 minutos, e quatro golos. Nesta temporada o Benfica realizou 27 encontros (2 430 minutos) marcando 86 golos.


1915/16. Da esquerda para a direita: Adolfo Stock, Cândido de Oliveira, Herculano Santos, Artur Augusto, Carlos Homem de Figueiredo, Cosme Damião, Fernando Pereira, Carlos Sobral, Henrique Costa, Leopoldo Mocho e ALBERTO RIO

Época 8: 1915/16
Quinto título de campeão regional. Ei-lo de regresso para uma época de sonho. O «Glorioso» jogou 24 encontros com 85 golos marcados. Alberto Rio participou em 23 com 22 golos marcados. Impressionante para um futebolista que não era avançado-centro nem interior. Era extremo-esquerdo tendo por principal função ser rápido, driblador, fintando os médios e defesas direitos adversários para assistir os outros avançados, só que Alberto Rio era um sobredotado.


A sua popularidade e capacidade fizeram dele, talvez..., o futebolista mais fotografado nos anos 10 embora o mais famoso fosse Artur José Pereira, mas este sendo Meio-defesa (Half-Back) ou Médio não tinha tanta "procura"

Época 9: 1916/17
Sexto título de campeão regional. Intratável. Jogou 14 dos 17 jogos do Benfica e marcou 12 dos 62 golos do Clube. Que mais poderiam exigir os Benfiquistas e Cosme Damião? Que fosse ainda melhor. Que se superasse. Era assim o Benfica. O Benfica que se fez gigante nesta segunda década do século XX, a década de afirmação do Clube que era, indiscutivelmente, o maior, melhor e mais popular em Portugal. Também com dirigentes como Cosme Damião e futebolistas como Alberto Rio não foi difícil. Difícil era um clube ter a integridade ética, a responsabilidade social, a capacidade moral e a abnegação para a superação. Mas o Benfica tinha!


Apanhem-me... se puderem! Um estilo inconfundível e uma eficácia notável fizeram de um ponta-esquerda um goleador

Época 10: 1917/18
Sétimo título de campeão regional. Com participações em sete campeonatos regionais conquistados pelo Clube, passou a ser o futebolista que mais contribuíra para títulos de campeão regional do Benfica. Sete. "Ultrapassando" os gloriosos Henrique Costa e Carlos Homem de Figueiredo, ambos com seis, (Cosme Damião como jogador conquistou cinco) se bem que nesse tempo isso tivesse pouca importância individual, pois havia menos fulanização no futebol em relação ao que se faz hoje! Quando fez o último jogo com o "Manto Sagrado", com 10 885 minutos, em 121 jogos, só Cosme Damião (15 170 minutos em 169 jogos - 160 a capitão - com 20 golos, entre 1905/06 e 1915/16) e Henrique Costa (14 964 minutos em 169 jogos - 20 a capitão - com 10 golos, entre 1906/07 e 1917/18) tinham mais minutos e jogos do que ele a honrar o nosso passado.


Um dos 116 melhores Gloriosos Futebolistas em 116 temporadas a jogar futebol

Sporting CP
No início da temporada de 1918/19, à revelia do que estava acordado entre os clubes de Lisboa, Alberto Rio que estava suspenso pelo «Glorioso» por conduta imprópria, aproveitou e transferiu-se para o Sporting CP. Foi um escândalo que acabou por provocar demissões entre os dirigentes desse clube. Mas para os principais dirigentes do Sporting CP era um futebolista demasiado valioso e... vinha do Benfica para não ser aceite. Foi inscrito e na primeira aparição pública vestido "À Sporting" ouviu de tudo vindo das bancadas e até dos futebolistas adversários do Império LC. Foi para a «Taça Mutilados da Guerra" que duas temporadas depois até seria conquistada, definitivamente, pelo CF "Os Belenenses" onde ele já jogava pois apenas fez meia-dúzia de jogos no Sporting CP, mas ainda somou mais um título de Campeão Regional (1918/19) aos sete (!) que conquistara como futebolista do Benfica. Ainda é o futebolista com mais títulos no campeonato regional de Lisboa. Oito!


A II Selecção Nacional (em Lisboa (estádio do Lumiar: 17 de Dezembro de 1922). Entre outros, Alberto Rio (CF "Os Belenenses"), Fernando de Jesus (2.º), Vítor Gonçalves (6.º; capitão de Portugal) e Alberto Augusto (11.º). Alberto Rio jogou a extremo-esquerdo, tal como na III Selecção Nacional (em Sevilha; 16 de Dezembro de 1923) 

CF “Os Belenenses”
Iludidos pela “fama” de nascerem bons futebolistas em Belém, Artur José Pereira (médio-centro) decidiu sair do Sporting CP no final de 1918/19 como Campeão Regional arrastando Mário Duarte (guarda-redes), Francisco Pereira (irmão mobilizado na Grande Guerra) e Alberto Rio (ponta-esquerda), chamando outros futebolistas nascidos em Belém que jogavam noutros clubes (do Benfica, saiu o capitão Carlos Sobral e Manuel Veloso) e ainda fez “ressuscitar” futebolistas, a maioria antigos futebolistas do »Glorioso» que já estavam retirados por veterania. Alberto Rio ainda jogou sete épocas no clube mas só nas três iniciais actuou na primeira categoria. Quando o CF "Os Belenenses" conquistou o primeiro campeonato regional (1925/26) Alberto Rio era utilizado - e pouco - nas categorias inferiores.

A primeira equipa do CF "Os Belenenses" em 1919/20. Estreia em 30 de Novembro de 1919. Da esquerda para a direita: Joaquim Rio, Carlos Sobral, Francisco Pereira, Aníbal Santos, Manuel Veloso, Mário Duarte, Arnaldo Cruz, Alberto Rio, Edmundo Campos, Romualdo Bugalho e Artur José Pereira

Adeus a um pioneiro
Um dos melhores futebolistas portugueses acabaria por continuar "vivo" nas conversas entre os adeptos que contavam as suas façanhas, muitos anos depois de ter deixado de jogar. Sem o mediatismo de hoje, entrava e saía dos estádios, caminhava entre multidões pela Baixa de Lisboa sem que o reconhecessem, muitos dos que o tinham visto jogar e de que dele falavam. Ele ouvia a conversa mas já não o reconheciam visualmente. Alguns, por ele, até se tinham esmurrado nas bancadas. Era duro deixar de ser conhecido quando se fora Ídolo popular. Faleceu, aos 86 anos, em 15 de Dezembro de 1978.

Obrigado, Alberto Rio


Alberto Miguéns


NOTA: Alberto Rio é uma das maiores figuras, como futebolista do Benfica! Não tem "culpa" de o ter sido há mais de cem anos e de haver poucos jogos no tempo dele. É assim a vida e a história. A grandeza do Benfica não pode ser medida da frente para trás. De 2020 para 1904. É precisamente ao contrário. Só há Benfica em 2020 porque houve em 2019 e assim sucessivamente. Só há Clube em 1905 porque houve «Glorioso» em 1904. A grandeza de um clube é como os prédios. A grandeza entre clubes são como prédios. Tudo está relacionado com uma espécie de "pé-direito" que pode variar de ano para ano mas ao fim de uma existência mostra a grandeza. O edifício Benfica tem 116 andares. Há outros clubes com quase tantos andares como os do Benfica, mas são muito mais baixos! Têm andares com "pé-direito" muito menor que a maior parte dos andares do Benfica. No Benfica antes da fundação houve cabouqueiros - uns 80 - depois 24 inauguraram o edifício e a seguir os Benfiquistas foram-lhe fazendo andares. Nos andares, entre o 8.º e o 13.º, Alberto Rio é um dos principais, mesmo o principal construtor no 9.º, 10.º, 12.º e 13.º. És grande apesar de teres enveredado por caminhos ínvios no final de carreira.




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21 August 2019

O Proletariado Benfiquista

21 August 2019 6 Comentários
HÁ 125 ANOS NASCEU ALBERTO RIO QUE FOI UM DOS CABOUQUEIROS, COMO FUTEBOLISTA, DO GRANDE BENFICA.

Em 2 de Novembro de 1913, no campo do adversário (SC Império) em Palhavã, na 2.ª jornada do Campeonato Regional de Lisboa, o ponta-esquerda Alberto Rio marca o terceiro golo na vitória por 3-0. Em sua perseguição um dos mais categorizados adversários do SC Império, Robert Matos 

Pouco lembrado, pelo tempo o ter feito esquecer e por "culpa própria", pois lembrou-se de fugir do Benfica, em 1918, para o Sporting CP e deste, no ano seguinte, para fundar o CF "Os Belenenses", em 23 de Setembro de 1919.

Mas não deixa de ser um dos grandes pilares dos Anos 10 do século XX
Foi nesta década que o Benfica se fez gigante conquistando oito títulos de Campeão de Lisboa, em onze temporadas, entre 1909/10 e 1919/20. Como dizia o inesquecível Macarrão. «Fomos tão "mal habituados" desde pequenos que estar três épocas sem ser campeão é passar de vermelho a negro carregado (luto)». Alberto Rio foi dos principais futebolistas nos sete primeiros títulos do Clube. No oitavo já foi adversário pelo CF "Os Belenenses". 


Em 9 de Abril de 1916, num «Dérbi de Lisboa», disputado no campo do «Glorioso», em Sete Rios, para um jogo particular, numa vitória, por 3-0, com  primeiro golo marcado por Alberto Rio. A curiosidade está no confronto directo entre o ponta-esquerda do Benfica (Alberto Rio) e o defesa... esquerdo do adversário (Jorge Vieira) 

Alberto Rio quando deixou de jogar
Era o melhor marcador do Benfica com 78 golos, em 5 de Abril de 1917 mantendo-se como tal, até 28 de Novembro de 1920, quando foi igualado por Herculano Santos que conseguiria terminar a carreira no Benfica, embora como defesa-esquerdo, com 81 golos, marcado em 11 de Junho de 1923.


Uma das mais Gloriosas Equipas na História do Clube. Época 1913/14. Campeão Regional Invicto com nove vitórias e um empate, com 41/4 em golos. No total: dezanove jogos, com 14 vitórias, dois empates e três derrotas, 57 golos marcados e 12 golos sofridos. As três derrotas foram frente a dois clubes estrangeiros - Ealing FC (Londres) e Third Lanark AC (Glasgow) - e um «Misto» com os melhores futebolistas dos restantes clubes de Lisboa. De cima para baixo. Da esquerda para a direita, com a disposição táctica em campo. Defesas (Backs): Henrique Costa, Augusto Paiva Simões e Francisco Belas; Médios (Half-Backs): Carlos Homem de Figueiredo, Cosme Damião (capitão-geral) e Artur José Pereira; Avançados (forwards): Herculano Santos, Álvaro Gaspar, José Domingos Fernandes, Francisco Pereira e Alberto Rio. Só craques em tão poucos metros quadrados! 


NOTA1: Era assim que começava (e ainda começa) o texto de hoje mas já não acaba como estava acabado e se era extenso e ilustrado. Tão extenso e ilustrado quanto o percurso notável de Alberto Rio no «Glorioso» desde 1906/07 a 1917/18, ou seja, doze temporadas desde a 3.ª categoria (17 de Fevereiro de 1907) até à 1.ª com estreia em 28 de Fevereiro de 1909, no 5.º aniversário do «Glorioso». Dos 12 temporadas, em seis e meia foi titular indiscutível como ponta-esquerda. Aliás é mais, meia-e-seis pois conseguiu a titularidade a meio da temporada de 1911/12 mantendo-a até 1917/18. 

NOTA2: Era assim e já não é. Sempre desconfiei - desde que pertenci à Comissão Instaladora do Museu do Clube, em 2012/13 - da data de nascimento fornecida pela Federação Portuguesa de Futebol (Alberto Rio foi internacional em 1922 e 1923) e validada pelo Benfica (Alberto Rio em todas as categorias disputou, no mínimo 201 jogos, marcando 154 golos, conquistando pelo Benfica onze campeonatos regionais em três categorias). E duvidava ao cruzar a informação biográfica que não tinha - nunca tenho a não ser fornecida por terceiros - com a informação da actividade desportiva que tenho por pesquisa. Ora se tem nascido em 21 de Agosto de 1894 tinha 12 anos, cinco meses e 26 dias quando se estreou na 3.ª categoria (17 de Fevereiro de 1907) e 14 anos, seis meses e uma semana na estreia pela 1.ª categoria (28 de Fevereiro de 1909) logo numa importante jornada do campeonato regional, marcando um golo! Num campeonato em que o Benfica queria impedir (sem sucesso...) os ingleses do Carcavellos Club de se sagrarem TRIcampeões de Lisboa! Era muito novo. Cosme Damião dificilmente permitiria.

NOTA3: Como tinha muitas dúvidas lembrei-me, tardiamente mas ainda a tempo, de as esclarecer com quem sabe. O dedicado leitor deste blogue Victor Carocha. A FPF junto com Rui Miguel Tovar (e o Benfica validou) afirmam o seguinte:



 NOTA4: Victor João Carocha depressa (para mim... porque ele deve ter demorado bem umas horas a pesquisar e depois encontrar no arquivo o registo de baptismo/nascimento e o assento de óbito!) descobriu que Alberto Sousa Rio nasceu, em 9 de Janeiro de 1892, e faleceu em 15 de Dezembro de 1978, com 86 anos, ao contrário de alguns (clicar) que afirmam ter sido em 1979. Assim as datas das estreias com o «Manto Sagrado» já fazem mais sentido. Sempre é dois anos e oito meses mais velho do que os dados oficializados pela FPF e pelo SLB.  

Excerto inicial do assento de óbito

NOTA5: O texto e ilustrações que estava programado para hoje foi agendado para 13 de Setembro de 2019 por motivos óbvios. Alberto Rio foi um dos resistentes à debandada de duas dezenas de futebolistas (de três categorias) do Clube para outros, com destaque para o Sporting CP. Por isso - depois da devida correcção da data - continuará assim:

«Pátria»: Belém; Ano: 1892
Em 9 de Janeiro, nascia Alberto Rio que seguiria o caminho habitual dos naturais de Belém até final dos anos 10 do século passado que queriam jogar futebol. Vestir as «flanelas vermelhas» do Sport Lisboa e Benfica. Teve que sujeitar-se à política desportiva de Cosme Damião. Começar pela 3.ª ou 4.ª categoria (quando passou a existir) ou «Grupo Infantil», ir demonstrando qualidade, pontualidade e abnegação para na primeira categoria «honrar os ases que nos honraram o passado». Em 13 de Setembro de 1908 já jogava no Sport Lisboa pois fez parte do grupo de associados que o Clube indicou aquando da junção com o Sport Clube de Benfica, ficando como associado n.º 260. 


Obrigado, Victor João Carocha!

Alberto Miguéns

NOTA FINAL: Ontem fiquei a saber mais acerca do Benfica. Com o «Glorioso» é assim estamos sempre a aprender. Victor João Carocha já conseguiu regularizar muitas datas incorrectas e até nomes. O Benfica nunca poderá esquecer que foi ele - depois de lançado neste blogue a dúvida - que mostrou inequivocamente que Cosme Damião não é nem nunca foi... Júlio!

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