Não consta que Chalana soubesse cantar, nem que Luís Piçarra
soubesse futebolar. Talvez a diferença entre os dois, no cantar e jogar, fosse
a mesma. Chalana podia cantar, mas mal se comparado com Luís Piçarra. O tenor
podia jogar, mas mal se comparado com o exímio
médio-ala-extremo-esquerdo-e-muito-mais.
O que se
sabe?
Que Luís Piçarra admirava Chalana, adorando vê-lo jogar.
Chalana também deveria admirar as interpretações de Luís Piçarra. Isto tudo
para chegar ao seguinte.
Luís Piçarra
estando pouco em Portugal, entre 1945 e 1975 foi até morrer... associado do «Glorioso»
Vejamos algumas datas, mais ou menos incompletas. Luís Raul Janeiro Caeiro de Aguilar
Barbosa Piçarra Valdeterazzo y
Ribadenayra nasceu em Moura, a 23 de Junho de 1917. Entrou para associado do
Benfica, em 1933, talvez em Outubro/Novembro (hei-de
saber a data certa!), aos 16 anos. Entre 1945 (primeira digressão ao Brasil, Argentina e
México) e 1975 (30 de Março) passou mais tempo - muito mais - fora de Portugal (Europa) que em
Portugal (Metrópole). Durante 30 anos correu a América, Europa, Egipto e
Próximo/Médio Oriente. Em África esteve em 19 países, mais de dez anos, segundo a sua autobiografia. Mas nunca deixou de ser sócio do Benfica. Quando faleceu,
em Lisboa, a 23 de Setembro de 1999 era o associado n.º 268 com (mais ou menos
por uns dias) 66 anos de dedicação ininterrupta (mesmo a sério) ao Benfica! Recebeu
o emblema de dedicação classe prata (25 anos) em 1959 e o de classe ouro (50
anos) em 1984.
Obrigado a
abandonar Luanda “debaixo de fogo de armas com balas reais”
Em 30 de Março de 1975, adivinhavam-se tempos muito difíceis, quase aos 58 anos. Novo? Pois só que não podia cantar desde 1970 (há várias datas pela internet, desde 1968 a 1972, embora este ano seja impossível). Seja como for (hei-de saber a data certa!) teria 53 anos quando numa emboscada a Leste de Luanda lhe “tirou o pio” como ele escreveu na autobiografia. Que alegria tinha depois do Verão de 1975? Ver o Benfica jogar! Ver Chalana jogar!
Em 30 de Março de 1975, adivinhavam-se tempos muito difíceis, quase aos 58 anos. Novo? Pois só que não podia cantar desde 1970 (há várias datas pela internet, desde 1968 a 1972, embora este ano seja impossível). Seja como for (hei-de saber a data certa!) teria 53 anos quando numa emboscada a Leste de Luanda lhe “tirou o pio” como ele escreveu na autobiografia. Que alegria tinha depois do Verão de 1975? Ver o Benfica jogar! Ver Chalana jogar!
Eu e o tenor
(sub-encontros)
Conheci o filho – penso que o mais velho – Mário Piçarra
devido à música e à extrema-esquerda, lá por 1971 ou 1972. Apesar dele ser maoista
(dizia-se) e eu trotsequista. Nesse tempo ouvia em conversas que o pai fora um
grande tenor que perdera há pouco a possibilidade de cantar devido à maldita
Guerra Colonial. Não fazia a mínima ideia de quem era Luís Piçarra e a ligação ao
Benfica. Muito menos ao “Ser Benfiquista”. Só em meados dos Anos 80 percebi a
importância de Luís Piçarra na música e para a popularidade do “Ser Benfiquista”. Aqui (clicar) para um programa da RTP pode ver-se como a garganta de uma das melhores vozes de sempre de Portugal (das que ficaram gravadas) se degradou.
Eu e o tenor
(quase-encontros)
Pouco tempo antes de Mário Piçarra “desaparecer” dizendo-se que fugira para Paris lembro-me do grupo ir num bom automóvel – os maoistas geralmente tinham pais ricos e do Regime, como Ary dos Santos soube escrever e Fernando Tordo interpretar – levar Mário Piçarra a casa, numa rua majestosa e num edifício sumptuoso, onde disseram vivia Mário Piçarra com os avós paternos pois a mãe tinha falecido e o pai (Luís Piçarra) vivia em Luanda. Não sei porquê – sempre fui curioso como os gatos – perguntei onde estava pois de automóvel perde-se a noção do espaço. Disseram que era Carcavelos e o nome da rua. Apesar de ser um nome complicado, por ser longo, o que é certo é que nunca mais o esqueci. Até hoje. Quando se é novo tudo é mais fácil. Ainda mais comparando aquela rua e casa com a minha, que nem era minha, pois era um caco velho arrendado, com mais de cem anos, agora 150 anos, no bairro da Graça, onde ainda vive a minha mãe. Quando para lá fui viver (1968) nem casa de banho tinha, mas apenas uma pia na cozinha. Tivemos que fazer uma casa-de-banho minúscula. Foi como meter o Rossio na rua da Betesga. Comparando as duas casas como havia de me esquecer da de Carcavelos? Mais depressa esquecia o primeiro esquerdo na Graça! Aliás em Carcavelos nem era uma casa, era uma moradia.
Pouco tempo antes de Mário Piçarra “desaparecer” dizendo-se que fugira para Paris lembro-me do grupo ir num bom automóvel – os maoistas geralmente tinham pais ricos e do Regime, como Ary dos Santos soube escrever e Fernando Tordo interpretar – levar Mário Piçarra a casa, numa rua majestosa e num edifício sumptuoso, onde disseram vivia Mário Piçarra com os avós paternos pois a mãe tinha falecido e o pai (Luís Piçarra) vivia em Luanda. Não sei porquê – sempre fui curioso como os gatos – perguntei onde estava pois de automóvel perde-se a noção do espaço. Disseram que era Carcavelos e o nome da rua. Apesar de ser um nome complicado, por ser longo, o que é certo é que nunca mais o esqueci. Até hoje. Quando se é novo tudo é mais fácil. Ainda mais comparando aquela rua e casa com a minha, que nem era minha, pois era um caco velho arrendado, com mais de cem anos, agora 150 anos, no bairro da Graça, onde ainda vive a minha mãe. Quando para lá fui viver (1968) nem casa de banho tinha, mas apenas uma pia na cozinha. Tivemos que fazer uma casa-de-banho minúscula. Foi como meter o Rossio na rua da Betesga. Comparando as duas casas como havia de me esquecer da de Carcavelos? Mais depressa esquecia o primeiro esquerdo na Graça! Aliás em Carcavelos nem era uma casa, era uma moradia.
NOTA: Já vai longo afinal tem de ser contado em duas partes.
Paciência. Quando queremos Benficar dá nisto. É “pior” que a estória das conversas e
das cerejas.
Eu e o tenor
(desencontros)
B
Há momentos de sorte e outros de azar
B
Há momentos de sorte e outros de azar
E
Há uns dias tentei o filho Mário
Há uns dias tentei o filho Mário
N
Fazer o que tem de ser feito
Fazer o que tem de ser feito
F
A internet é mentirosa ou alguns que a fazem
A internet é mentirosa ou alguns que a fazem
I
E agora?
C
E agora?
C
E agora?
A
A
Agora está repetido mas não sei se ficará assim amanhã (talvez não) pois foi por que necessitava de sete sub-capítulos para serem B-E-N-F-I-C-A!
Esperar que a COVID-19 se vá embora de mansinho…
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