O SEGUNDO JOGO OU O ÚLTIMO ANTES DE COMEÇAREM OS
JOGOS COM MAIOR GRAU DE DIFICULDADE.
Foi o "Glorioso" que inaugurou o estádio depois de remodelado, embora o local do relvado seja o mesmo (a velha Igreja de São José tem "assistido" a tudo), as bancadas é que têm crescido e modificado/modernizado. O Benfica venceu, por 3-1, em 29 de Outubro de 2003. O primeiro futebolista do Benfica a marcar um golo foi Sokota. |
Em Coimbra deve ser o mesmo que frente ao RSC Anderlecht com a "vantagem" do adversário de hoje ser mais acessível. É impensável não vencer um clube do segundo escalão mesmo sendo de pré-época, mas na pré-temporada estão todos.
O plantel
dos 30 vai ter em Coimbra o seu final
Se é que não leva já um "corte" de cinco ou seis.
Depois segue-se a digressão pelos EUA onde não devem ir mais que 23
futebolistas - em 4 de Agosto, tudo tem que estar definido - ainda que até 31
de Agosto possa haver mexidas em três ou quatro futebolistas, entre dispensados
e equipa B ou por troca - abertura de "vaga" - com aquisições.
ASSIM VAI O PLANTEL DE 33 GLORIOSOS
NOTAS: Minutos jogados; Titular; Suplente utilizado; Suplente utilizado substituído; L - Lesionado; F - Férias; A – Assistências para golo; G – Golos
|
Depois de ter sido despromovida a primeira vez, em 1947/48, a equipa da academia coimbrã ascendeu à I Divisão, em 1949/50, estreando-se no novo campo construído no Calhabé (substituindo o Campo de Santa Cruz) com o nome de Municipal, inaugurado em 20 de Janeiro de 1949. Este campo que começou por não ter cobertura, depois teve camarotes com cobertura na lateral do lado do rio Mondego vai receber, pela 75.ª vez, o "Glorioso" entre jogos para o campeonato nacional, Taça de Portugal, Taça da Liga, Supertaça e particulares, frente a seis clubes adversários. O melhor marcador do «Glorioso» neste estádio? Quem havia de ser! Eusébio com 12 golos |
A AAC e as circunstâncias políticas portuguesas
A «Briosa» foi um dos clubes mais importantes do Futebol
português - e ainda é um baluarte do desporto em Portugal, em particular no
feminino - mas foi muito tempo protegida por Legislação própria (a «Lei Escolar») que praticamente a impedia de não estar presente no primeiro
escalão do futebol em Portugal. Com o 25 de Abril de 1974 tudo mudou e a AAC
deixou de estar protegida. Ainda houve uma tentativa de resolver trazer para o
clube o poder económico da região, desligando-se da Universidade de Coimbra,
alterando o nome de AAC para CAC (Clube Académico de Coimbra, durante dez
temporadas: 1974/75 a 1983/84) mas não resultou. A cidade de Coimbra e região
envolvente não têm dimensão económica para manter um clube entre os vinte
melhores em Portugal. E se o primeiro escalão tivesse os clubes que devia ter,
não mais de 12, a AAC dificilmente alguma vez voltaria ao primeiro escalão. Com
18 é possível.
PRESENÇAS DA
AAC NO PRIMEIRO ESCALÃO
25 de Abril de 1974
|
N.º
Épocas
|
I Divisão
(primeiro escalão)
|
II Divisão/Liga de Honra
(segundo escalão)
|
Antes
|
38
(40)
|
14:
1934/35 - 1947/48
|
|
1948/49
|
|||
23:
1949/50 - 1971/72
|
|||
1972/73
|
|||
01:
1973/74
|
|||
Depois
|
26
(46)
|
05:
1974/75 - 1978/79
|
|
1979/80
|
|||
01:
1980/81
|
|||
03:
1981/82 - 1983/84
|
|||
04:
1984/85 - 1987/88
|
|||
09:
1988/89 - 1996/97
|
|||
02:
1997/98 - 1998/99
|
|||
03:
1999/2000 - 2001/02
|
|||
14: 2002/03
- 2015/16
|
|||
04:
2016/17 - 2019/20 (?)
|
Há uma Associação Académica de Coimbra antes e outra depois do 25 de Abril de 1974
Até 1973/74 apenas SL Benfica, Sporting CP, FC Porto e CF
"Os Belenenses" (totalistas com 40 presenças) tinham mais temporadas
no primeiro escalão (I Liga e I Divisão) que a equipa de futebol da Associação
Académica de Coimbra, com 38 em 40 edições, entre 1934/35 e 1973/74. Depois nas
46 edições seguintes (1974/75 a 2019/2020) além de existirem emblemas com muito
mais que as 26 presenças, a AAC regista 20 temporadas no escalão secundário.
A «Lei de
Opção»
O Estado Novo para proteger os clubes do "inflacionamento" dos
ordenados devido à paixão clubística criou legislação para controlar os
orçamentos. Como é evidente explicar legislação e ainda mais a sua evolução
durante décadas é tarefa impossível neste blogue. Fica um resumo que é sempre
redutor mas interessa o essencial. Os clubes tinham sempre a possibilidade de
manter os futebolistas durante o tempo que quisessem. Antes de terminar o
contrato comunicavam que queriam manter o jogador no clube. Este tinha duas
hipóteses. Recusava sujeitando-se a ficar uma temporada inactivo podendo
depois, tendo "a carta de futebolista na mão", negociar com qualquer
outro clube ou aceitar. Aceitando o clube tentava melhorar o contrato propondo
contratos de maior duração. Ou se o futebolista não estivesse interessado
procurava negociar com outro clube que fosse do agrado do jogador. Foi assim
até 1973/74. A maior parte das vezes - quando o clube entendia que os
futebolistas eram imprescindíveis - negociava renovações um ano antes dos
contratos terminarem pois ter futebolistas com bem-estar emocional é o ideal. Mas o que interessa, em teoria, era que até 1973/74 os clubes só
prescindiam de ter o jogador se quisessem e os jogadores para "serem
livres" tinham de "parar um ano" o que era um risco a evitar,
por isso muito raro, mesmo em escalões secundários.
A «Lei Escolar»
No Estado Novo havia nos vários organismos do Regime
(políticos e corporativos) e até no Futebol, muitos adeptos da «Briosa» o que
era natural pois a Universidade de Coimbra era a mais prestigiada e a que
"fornecia" mais altos funcionários, incluindo juristas e
legisladores. Correndo o risco de ser simplista fez-se uma lei para proteger e dar
vantagens ao futebol da AAC. Se um futebolista (geralmente os pais, pois a
maioridade era aos 21 anos) entendesse que estava a ter poucas possibilidades
no clube onde jogava ou os dirigentes da AAC se interessassem por um futebolista jovem contactavam o futebolista/pais para, ao abrigo da
«Lei Escolar», conseguirem "tirar a qualquer clube" um jogador se este
(o Encarregado de Educação) assinasse um documento em que se comprometia a
terminar os estudos liceais (em Coimbra) e continuar na Universidade. Os clubes
ficavam impotentes perante este pedido. A salvaguarda era que não podiam reprovar
dois anos lectivos consecutivos, pois se tal ocorresse perdiam o «Estatuto»
tendo de regressar ao clube de origem. Mas nem todos os clubes estavam atentos
aos percursos académicos dos seus "futebolistas destacados em
Coimbra". E se o futebolista concluísse uma licenciatura ficava livre para
optar por seguir uma vida profissional fora do Futebol ou com a "carta de
futebolista na mão" para escolher o clube para onde queria ir jogar. Isto
permitia à AAC poder aliciar muitos jovens (e bons) futebolistas recrutando-os
em qualquer parte do País. Além que ser futebolista-estudante universitário dava
regalias no cumprimento do serviço militar o que se tornou cada vez mais
importante com o crescimento das incorporações devido à Guerra Colonial. Também
há o lado positivo: a formação académica de muitos jovens que não sendo assim
corriam o risco de quando acabasse o futebol teriam dificuldades em encontrar
emprego valorizado ou mesmo estando no futebol - num clube de escalões
secundários - ficariam em pior situação financeira que conseguir um emprego
como empregado muito qualificado. O certo é que a AAC beneficiou (e muito)
com a «Lei Escolar» permitindo-lhe ter sempre plantéis competitivos, até na
formação, pois mesmo jovens para o ensino secundário conseguiam cativar em toda
a vasta Região Centro.
IDADES NO ONZE TITULAR DA EQUIPA DA AAC FRENTE AO BENFICA NA FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL EM 1968/69
As
particularidades da AAC
Havia sempre um misto de idades e interesses no conjunto de futebolistas da
«Briosa» pois a necessidade de equilibrar os plantéis para o clube ser
competitivo durante temporadas com dez meses sempre foi uma realidade no
Futebol, seja há 100 anos ou na actualidade. O Benfica também teve que ceder
futebolistas ou teve jogadores de passagem pelos dois clubes. Só nos dois plantéis da final da Taça de Portugal em 1968/69 há vários exemplos. Jogadores veteranos, alguns consagrados (Serafim que foi futebolista no Benfica antes de rumar a Coimbra) - depois de chegarem mesmo a internacionais por
outros clubes em fases mais precoces das suas carreiras - que nada tinham em
relação à Universidade até jovens que aproveitavam a estadia em Coimbra para
concluírem os estudos secundários (Artur
Correia que foi de júnior do SLB para Coimbra e depois regressou ao Benfica). Alguns estudavam na Universidade (Rui Rodrigues licenciado em "Farmácia" que viria para o «Glorioso»), outros andavam a "passear os livros e
sebentas" (Toni do Anadia FC para Coimbra e desta para o Benfica). Para
uns a AAC era um ponto de passagem para clubes de maior dimensão futebolística.
Outros aproveitavam para encerrar a carreira. Os que terminavam o percurso
escolar universitário tinham duas opções: continuar no Futebol (negociando com outros clubes:
Artur Jorge) ou iniciar uma actividade (medicina, advocacia,
engenharia, etc.) em Coimbra ou arredores e continuar a jogar na AAC até
porque, nesse tempo, o número de treinos era mais reduzido - podiam e eram
realizados à noite - face às exigências da actualidade).
O "Clássico Democrático" (dois clubes interligados pelo Direito À Liberdade)
De um lado o Clube do Povo. Do outro o da inteligência da academia coimbrã. Com eleições antes do 25 de Abril de 1974. Embora na actualidade a AAC tenha pouco a ver com a Universidade. Como é vulgar em Portugal, o “Glorioso” tem ampla vantagem nos confrontos frente à equipa de futebol da AAC: mais 116 vitórias (130 vs 14) e mais 329 golos marcados (493 vs 164). No Campeonato Nacional mantém-se, igualmente, a superioridade: mais 91 vitórias (100 vs nove) e mais 245 golos marcados (359 vs 114).
JOGOS TOTAIS DO SLB POR COMPETIÇÃO
com a equipa da Associação ACADÉMICA de Coimbra
Competição
|
J
|
V
|
E
|
D
|
GM
|
GS
|
TOTAIS
|
169
|
130
|
25
|
14
|
493
|
164
|
Campeonato Nacional
|
128
|
100
|
19
|
9
|
359
|
114
|
Campeonato/Taça Portugal
|
17
|
13
|
1
|
3
|
47
|
16
|
Taça da Liga
|
1
|
1
|
-
|
-
|
3
|
2
|
Torneios
|
1
|
-
|
-
|
1
|
1
|
2
|
Particulares
|
22
|
16
|
5
|
1
|
83
|
30
|
Dar lições, bem dadas, aos “estudantes”. Aprendam com quem sabe…
Numa longa tradição para o campeonato nacional (64 jogos) que já houve encontros no Municipal (49), Santa Cruz (onze), Loreto (três) e, até, na Figueira da Foz (em 2002/03), mas mantém-se a lógica: o Benfica vence. Em 64 edições, mais 39 vitórias (44 para cinco derrotas) e mais 85 golos (152 marcados para 67 sofridos). Se juntarmos as outras competições as diferenças aumentam pois o Benfica tem superioridade na Taça de Portugal e nos jogos para competições não oficiais nos quais nunca perdeu em Coimbra. Aliás, o Benfica não perde em Coimbra, desde 1973/74 e na Taça de Portugal, desde 1966/67, quando a equipa coimbrã (2.º lugar no campeonato nacional) afastou o "Glorioso" nos quartos-de-final, perdendo (D 2-3) depois para o Vitória FC (Setúbal) a Taça de Portugal num jogo com 143 minutos (90 + 30 + 23) com o golo da vitória a escassos sete minutos do final do segundo prolongamento. Em Portugal, jogo mais "extenso" que este só a finalíssima da Taça Latina em 1950, conquistada pelo Benfica, com 146 minutos!
JOGOS COMO VISITANTE DO SLB POR COMPETIÇÃO com a equipa da Associação ACADÉMICA de Coimbra
Competição
|
J
|
V
|
E
|
D
|
GM
|
GS
|
TOTAIS
|
83
|
59
|
17
|
7
|
214
|
86
|
Campeonato Nacional
|
64
|
44
|
15
|
5
|
152
|
67
|
Campeonato/Taça Portugal
|
6
|
4
|
0
|
2
|
10
|
4
|
Particulares
|
13
|
11
|
2
|
0
|
52
|
15
|
Invictos nos últimos treze jogos
Com nove vitórias consecutivas e oito (em treze) sem golos sofridos! Vamos lá somar mais uma vitória e fazer aumentar as cifras favoráveis! À Benfica!
ÚLTIMOS 50 SLB vs AAC
Jogo
N.º
|
Época
|
Comp
|
Sit
|
V
|
E
|
D
|
120
|
1985/
1986
|
Par
|
N
|
1-3
| ||
121
|
CN
|
F
|
1-0
| |||
122
|
CN
|
C
|
1-0
| |||
123
|
1986/
1987
|
CN
|
C
|
2-0
| ||
124
|
CN
|
F
|
0-0
| |||
125
|
1987/
1988
|
CN
|
F
|
4-2
| ||
126
|
CN
|
C
|
1-1
| |||
127
|
92/93
|
Par
|
F
|
2-1
| ||
128
|
93/94
|
Par
|
F
|
4-2
| ||
129
|
94/95
|
Par
|
F
|
4-0
| ||
130
|
95/96
|
Par
|
F
|
2-1
| ||
131
|
1997/
1998
|
CN
|
C
|
1-1
| ||
132
|
CN
|
F
|
2-1
| |||
133
|
1998/
1999
|
CN
|
C
|
3-0
| ||
134
|
TP
|
C
|
4-1
| |||
135
|
CN
|
F
|
3-0
| |||
136
|
00/01
|
Par
|
F
|
1-1
| ||
137
|
01/02
|
Par
|
F
|
4-0
| ||
138
|
2002/
2003
|
CN
|
C
|
1-1
| ||
139
|
CN
|
F
|
4-1
| |||
140
|
2003/
2004
|
CN
|
F
|
3-1
| ||
141
|
TP
|
F
|
1-0
| |||
142
|
CN
|
C
|
2-0
| |||
143
|
2004/
2005
|
CN
|
F
|
1-0
| ||
144
|
CN
|
C
|
3-0
| |||
145
|
2005/
2006
|
CN
|
F
|
0-0
| ||
146
|
CN
|
C
|
3-0
| |||
147
|
2006/
2007
|
CN
|
F
|
2-0
| ||
148
|
CN
|
C
|
2-0
| |||
149
|
2007/
2008
|
CN
|
F
|
3-1
| ||
150
|
TP
|
C
|
3-1
| |||
151
|
CN
|
C
|
0-3
| |||
152
|
2008/
2009
|
CN
|
F
|
2-0
| ||
153
|
CN
|
C
|
0-1
| |||
154
|
2009/
2010
|
CN
|
C
|
4-0
| ||
155
|
CN
|
F
|
3-2
| |||
156
|
2010/
2011
|
CN
|
C
|
1-2
| ||
157
|
CN
|
F
|
1-0
| |||
158
|
2011/
2012
|
CN
|
C
|
4-1
| ||
159
|
CN
|
F
|
0-0
| |||
160
|
2012/
2013
|
CN
|
F
|
2-2
| ||
161
|
TL
|
C
|
3-2
| |||
162
|
TP
|
F
|
4-0
| |||
163
|
CN
|
C
|
1-0
| |||
164
|
2013/
2014
|
CN
|
F
|
3-0
| ||
165
|
CN
|
C
|
3-0
| |||
166
|
2014/
2015
|
CN
|
F
|
2-0
| ||
167
|
CN
|
C
|
5-1
| |||
168
|
2015/
2016
|
CN
|
C
|
3-0
| ||
169
|
CN
|
F
| 2-1 | |||
TOTAIS
|
50 J - 39 - 7 - 4 (111/34)
|
NOTA: Em destaque – Jogos para o campeonato nacional no terreno do adversário deste sábado
Carrega Benfica!
Alberto Miguéns
Este cantinho bem podia ser passado de Blogue para...BIBLIOTECA !!!
ResponderEliminarObrigado pela aula Dr. Miguéns!