16 fevereiro 2024

Com 2-1, Primeira Mão, Casa: 8-5 Para o Benfica

MAS DEPOIS DO QUE SE VIU NA PRIMEIRA MÃO O QUE É SEMPRE INCÓGNITA…

Tornou-se imprevisível. Aquele Benfica que mesmo com menos capacidade financeira, na «Catedral» olhava os adversários “olhos-nos-olhos”, jogando limpo sem arruaça e desprezo pela integridade física dos oponentes, e que encantava por isso, adversários e adeptos do Futebol, deixou de existir. Passou a Fiel Defunto.

 

O Benfica “aprendeu” em 2020/2021, frente ao Arsenal FC, o que os clubes pequenos…

Há muito sabem. Jogando com “autocarros” – foi o que o Benfica fez - arriscam-se a perder por poucos e um jogo como o Futebol até permite vencer (mesmo sem rematar à baliza, beneficiando de um autogolo). Ora, o Benfica, jogando “à clube pequeno” tem muitos futebolistas de clube grande por isso ainda ficará, sempre, mais próximo de causar surpresa – jogar à defesa e vencer! E ultrapassar eliminatórias.

 

Em teoria ter acabado com a valorização dos golos marcados no terreno do adversário

Pode ter alterado os desfechos das eliminatórias. Na prática, só o futuro provará, ao compara, estatisticamente, o que ocorrera antes e depois.

 

A valorização dos golos “fora” vigorou entre 1967/68 e 2020/21

Em 2023/24, já sabemos:

1.  Que o «Glorioso» se estiver a perder, em França, por 0-1 no final do tempo regulamentar (2-2 no agregado das duas mãos) não está eliminado terá de jogar o prolongamento de 30 minutos e mantendo-se será desempatado através de pontapés na marca de grande penalidade que não são grandes penalidades, pois estas permitem recarga e os de desempate não;

2.  Que o «Glorioso» se estiver a vencer, em França, por 2-0, o adversário não necessita de marcar quatro golos (4-2) pois 3-2 (4-4 no agregado) permite jogar o prolongamento de 30 minutos e mantendo-se será desempatado dos pontapés de grande penalidade.

 

Resultado imprevisível

No futebol há sempre muito imprevisibilidade, mas este de 2-1 e o zero-a-zero são, em minha opinião, os mais difíceis de perceber se são vantagem ou desvantagem para quem disputa a 1.ª mão em "casa". Como mostra o quadro com as doze eliminatórias já resolvidas: sete passagens e cinco eliminações.

 

VITÓRIAS, POR 2-1, NA 1.ª MÃO, EM CASA, NAS ELIMINATÓRIAS DAS COMPETIÇÕES DA UEFA

 

Época

 

Com

 

Elim

Res.

2.ª mão

Fora

 

Adversário

 

Conse-

quência

62/63

TCE

1/4

E 0-0

AC Dukla Praga (Checoslováquia)

Passagem

63/64

TCE

1/8

D 0-5

BV Borussia 09 Dortmund (RFA)

Eliminação

71/72

TCE

1/8

E 0-0

CSKA Sófia (Bulgária)

Passagem

82/83

TUE

1/32

V 2-1

Real Bétis B. (Espanha)

Passagem

92/93

TUE

1/4

D 0-3

Juventus FC (Itália)

Eliminação

93/94

TVT

1/2

D 0-1 *

Parma AC (Itália)

Eliminação

07/08

LC

PE

V 1-0

FC Copenhaga (Dinamarca)

Passagem

09/10

LE

1/4

D 1-4

Liverpul FC (Inglaterra)

Eliminação

 

10/11

 

LE

1/16

V 2-0

VfB Estugarda (Alemanha)

Passagem

1/8

E 1-1

Paris Saint-Germain FC (França)

Passagem

1/2

D 0-1*

SC Braga (Portugal)

Eliminação

13/14

LE

1/2

E 0-0

Juventus FC (Itália)

Passagem

21/22

LC

4PE

E 0-0

PSV Eindhoven (Países Baixos)

Passagem

23/24

LE

A1/8

?

Tolosa FC (França)

?

NOTAS: * eliminação por menos golos marcados no terreno do adversário; TCE - Taça dos Clubes Campeões Europeus, na actualidade Liga dos Campeões (LC); Taça UEFA (TUE), na actualidade Liga Europa (LE); TVT - Taça dos Clubes Vencedores das Taças (extinta)


Roger Schmidt tem o seu método de trabalho e só ele responderá por ele

No final da temporada será feita a análise final, por enquanto apenas parcial. Se tiver sucesso é garantia de qualidade. Não tendo sucesso, em final de Maio de 2024, é porque as suas ideias não se adequam ao «Glorioso». O Futebol é um jogo simples de entender, apreciar (por isso teve mais sucesso que outros desportos) e simples de analisar para tomar decisões estratégicas: no jogo e para o Futuro.   

 

Acorda, Benfica!

 

Alberto Miguéns

  

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