COM A CHEGADA DAS PRIMEIRAS DECISÕES FINAIS - TAÇA DA LIGA - E DEPOIS A ELIMINATÓRIA DE ACESSO AOS OITAVOS-DE-FINAL DA LIGA EUROPA O «GLORIOSO» ENTRA NA FASE DO TUDO OU NADA. E SÓ VAI PARAR EM FINAL DE MAIO!
A curiosidade reside no facto de perceber como vai ficar o treinador "registado" na «Gloriosa História», entre os que foram campeões na primeira época e tiveram oportunidade de continuar na temporada seguinte. Ganhador como Eriksson ou perdedor como Baroti, por exemplo.
Quando se começo a falar (e escrever) acerca da vinda de Roger Schmidt para o Benfica
Foram divulgados duas "certezas" tendo em conta o seu histórico como treinador:
1. A segunda época era sempre "melhor" que a primeira (por saber escolher os futebolistas de acordo com o seu método de treino e ideia de jogo);
2. Era um treinador que valorizava o "balneário", ou seja, sabia ouvir e falar com todos os futebolistas, criando hierarquias, sendo criterioso e coerente nas escolhas, além de, com tudo isso, criar um ambiente sadio e de responsabilidade, entre todos, desde os mais utilizados aos que jogavam menos tempo.
A segunda premissa já deu para perceber em "época-e-meia" que continua a ser real. A primeira está a ser confirmada (ou não) nesta temporada de 2023/24 e não pode ser de outro modo pois esta é a tal segunda temporada em que costuma ser superior à primeira. O certo é que em termos de futebol "jogado" está a ser inferior e seria desagradável, mesmo injusto, que Roger Schmidt ficasse conhecido no «Glorioso» por ser o treinador que só brilhou por ter tido um futebolista chamado Enzo.
Há muito para jogar e outro tanto para evoluir
Embora jogar bem não seja sinónimo de ganhar mais, mas como ouvia dizer aos velhotes, em plenas bancadas da «Saudosa Catedral» que em 1979, tinham a idade do Benfica ou até mais, quando comecei a frequentar os jogos, como sócio: «equipa que joga bem está sempre mais perto de vencer, pois equipa que joga mal está sempre a correr riscos de perde». Eu acreditava neles e continuo a acreditar, mais que nos "junta-letras e/ou junta-palavas" do presente. Até fazendo-lhes justiça pois há muito que estão no «Quarto Anel».
Com 31 jogos por fazer e cada vez mais decisivos
Vai ser interessante perceber como vai gerir o plantel «pós-Mercado de Janeiro» com 16 jogos da Liga Betclic por disputar - alguns serão dos mais exigentes neste campeonato nacional, eliminatórias na Taça de Portugal (FC Vizela e depois, se houver sucesso em Vizela... Sporting CP, logo dois), eliminatórias na Liga Europa (aqui o Benfica só tem 4/5 clubes que pode considerar de igual ou superior valia) e até, já o GD Estoril Praia e depois o vencedor do SC Braga versus Sporting CP, na Taça da Liga. Nesta semana ficará decidida.
2023/2024: TEMPORADA GLORIOSA 120
Competições | Clas Fase | J | V | E | D | GM | GS |
TOTAIS | 35 (31) | 24 | 4 | 7 | 71 | 32 | |
Primeira Liga | 2.º | 18 (16) | 14 | 3 | 1 | 37 | 11 |
Taça de Portugal | 1/4 | 3 (4) | 3 | - | - | 9 | 3 |
Taça da Liga | 1/2 | 2 (2) | 2 | - | - | 6 | 1 |
Liga Europa | 1/8-A | - (9) | - | - | - | - | - |
Liga dos Campeões | 3.º | 6 | 1 | 1 | 4 | 7 | 11 |
Supertaça | V | 1 | 1 | - | - | 2 | 0 |
Torneios | V | 2 | 2 | - | - | 6 | 1 |
Particulares |
| 3 | 1 | - | 2 | 4 | 5 |
Como vai gerir, Roger Schmidt, em minutos e expectativa/confiança, o plantel em 2023/2024
Certamente melhor que em 2022/2023 pois pareceu que a partir de final de Fevereiro de 2023, alguns dos futebolistas mais utilizados, excepto Odysseas e Grimaldo, caíram devido ao esforço, talvez mais desgaste emocional que físico. Em 2023/24, tal não pode ocorrer pois a margem de erro - escassez de vantagem pontual - no campeonato nacional é muito menor, a Liga Europa exige mais do Benfica visto ser uma II Divisão Europeia/Uefeira, exige-se as conquistas da Taça da Liga, mas principalmente, da Taça de Portugal. Só assim 2023/24, a tal segunda temporada do treinador, será superior à primeira. O «Futeluso» é muito exigente para com o Benfica, pois vive-se do outro lado com gente manhosa e mesmo... vigarista!
PLANTEL NO 90.º CAMPEONATO NACIONAL 2023/2024
Minutos jogados; Titular; Suplente utilizado; Suplente não utilizado; Convocado não utilizado; B - Equipa B; S23 – Equipa sub23; L - Lesionado; A- suspensão por acumulação de admoestações com cartões amarelos; V - suspensão por admoestação com cartão vermelho directo; PD - Processo disciplinar; F - Férias; A – Assistências para golo; G – Golos
O modo como Roger Schmidt gere o plantel, em 2023/24, é que continua - embora menos que em 2022/23 - sui generis
Com 18 encontros, em três só fez três substituições, em cinco fez quatro e nos restantes dez as cinco permitidas, mas muitas entre os 89 e os 90 minutos ou mesmo nos tempos de compensação para lá dos 90 minutos. Os 79 suplentes utilizados jogaram um total de 1 246 minutos. Em média, cada suplente utilizado joga 15.8 minutos, o que é considerado escasso! Em 18 jogos se fossem utilizados os cinco suplentes eles seriam 90 (mais onze) e a média de utilização de cada um é de 20/25 minutos. Claro que nem é obrigatório fazer substituições, quanto mais fazer as cinco permitidas e efectuá-las por volta dos 60/70 minutos deixando uma ou duas para os 80/85 minutos!
SUBSTITUIÇÕES:
NÚMERO DE FUTEBOLISTAS E MINUTOS JOGADOS
Jor |
1.ª |
2.ª |
3.ª |
4.ª |
5.ª |
Tot |
01 |
36 |
6 |
6 |
6 |
1 |
55 |
02 |
45 |
22 |
13 |
1 |
|
81 |
03 |
28 |
27 |
16 |
16 |
1 |
88 |
04 |
25 |
25 |
7 |
7 |
1 |
65 |
05 |
19 |
4 |
4 |
1 |
|
28 |
06 |
45 |
45 |
45 |
5 |
1 |
141 |
07 |
24 |
9 |
8 |
1 |
|
42 |
08 |
21 |
21 |
14 |
4 |
|
60 |
09 |
27 |
27 |
16 |
2 |
2 |
74 |
10 |
45 |
19 |
7 |
7 |
|
78 |
11 |
26 |
26 |
4 |
|
|
56 |
12 |
45 |
45 |
18 |
3 |
2 |
113 |
13 |
27 |
27 |
1 |
|
|
55 |
14 |
29 |
12 |
11 |
|
|
52 |
15 |
21 |
21 |
20 |
17 |
3 |
82 |
16 |
19 |
13 |
4 |
4 |
4 |
44 |
17 |
26 |
26 |
26 |
4 |
1 |
83 |
18 |
21 |
21 |
5 |
1 |
1 |
49 |
1 246 / 79 = 15.8 min. |
Gestão do plantel por posições (Morato)
Sendo Roger Schmidt adepto confesso de preferir adaptar futebolistas nos quais confia em detrimento dos que confia menos... até desconfia como vai "tirar" Morato do onze inicial? É que Morato não tem características para ser um defesa-lateral-esquerdo de elite (como se exige num clube como o Benfica) mas tem correspondido, a cem por cento, ao que Roger Schmidt lhe pede e exige! Sendo assim como vai o treinador cometer essa injustiça, do ponto de vista da relação Morato/Schmidt?
Gestão do plantel por posições (Aursnes)
Com o regresso de Bah como vai Roger Schmidt fazer transitar para outra posição o indiscutível Aursnes? No centro do meio-campo João Neves e Kökcü, com Florentino como primeira alternativa a João Neves. Não acredito que troque Kökcü por Aursnes! Kökcü está a ter cada vez mais importância nas principais desmarcações para os médios-ala, Rafa e ponta-de-lança. Voltando a honrar os meus antigos velhotes Benfiquistas de bancada, entre 1979 e início dos Anos 90, não havia cá "seis", "oitos" e "dez". Havia, mas porque os futebolistas equipavam de 1 a 11 (titulares) e os suplentes de 12 (guarda-redes) a 16 (ponta-de-lnça). Os "junta-letras e/ou junta-palavas" do presente denominam "seis" ao futebolista que eles designavam por "médio-mais-defensivo", ao "oito" era "médio-de-ligação" e "dez" médio-mais-ofensivo". E estava bem e continua a ser assim! Quase meio-século depois! Di María e João Mário, nas laterais, são indiscutíveis, por razões diferentes. Então Aursnes vai para onde? Cá para mim continuará a ser defesa-latera-direito como primeira opção, porque cumpre o que Roger Schmidt lhe pede, embora Bah seja melhor se estiver em forma" e para estar tem que jogar muitos minutos vindo de muitos encontros sem jogar.
Gestão do plantel por posições (João Mário)
Indiscutível. Ele é como se fosse Roger Schmidt a poder jogar. É João Mário que coordena o onze a nível táctico. Vendo pela televisão não dá para perceber, mas acredito que face às debilidades tácticas nesta temporada, João Mário passe grande parte dos jogos a chamar os colegas à atenção para ocuparem espaços que os adversários estão a aproveitar. Depois de Ruben amorim nunca mais vi no Benfica outro futebolista que possa dizer: "este tem tudo para poder ser um bom treinador quando deixar de ser futebolista!" É incrível perceber como ele percebe o jogo do Benfica e o jogo do adversário! Também deve ser o elemento do plantel que leva as maiores "ensaboadelas diárias" de Roger Schmidt durante os treinos semanais de preparação do(s) próximo(s) jogo(s). Indiscutível.
Gestão do plantel por posições (ponta-de-lança)
Talvez Roger Schmidt vá apostando em A. Cabral, M. Leonardo e Tengstedt enquanto forem correspondendo em termos de eficácia. Cada vez que um deixar de corresponder... muda. Musa deve sair, pois não faz sentido jogar "apenas" com um ponta-de-lança de início e ter três (em nove suplentes) no banco!
Trubin, António Silva, Otamendi e Rafa
São indiscutíveis, sem suplentes para jogarem nos seus lugares nos onzes iniciais, a menos que cumpram suspensões por admoestações com cartões amarelos, vermelhos ou se lesionem
Todos os outros
Vão ter que aproveitar os minutos como suplentes utilizados para mostrarem que trazem, de facto, como João Neves no final de 2022/23, "energia" e soluções eficazes à equipa. Talvez Roger Schmidt consiga fazer substituições mais precoces e eles conseguirem ter mais tempo (20/25 minutos em alguns jogos) para poderem corresponder. Se tal ocorrer...
Acorda, Benfica!
Alberto
Miguéns
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