Eusébio 10

HÁ DEZ ANOS (5 DE JANEIRO DE 2014) FALECEU O MAIOR GÉNIO DA BOLA PORTUGUÊS. GOLEADOR SEM SER PONTA-DE-LANÇA.

Não me lembro de não ser do Benfica. Lembro-me de já ser do «Glorioso» quando, era uma criança com quatro anos. Vivia na Figueira da Foz, depois de ter nascido na rua mais a norte (rua das Almas) da aldeia mais a norte do Alentejo (Montalvão) fui ver os ciclistas e o meu pai disse-me que tinha sorte, «em os meus "vermelhos"», liderarem as voltas aos quarteirões. Os meus amigos eram todos, praticamente todos, do Sporting CP e da Associação Naval 1.º de Maio. Que era quase o mesmo só os calções os diferenciavam: verdes na Naval e pretos no Sporting de Lisboa. O Arnaldo, o Crispim, o Rui Tinoco, o João Faneca, o Rui Mimi e o Mário Rui são Sporting. Só eu e o Zé Mário (médico em Coimbra) somos Benfica. A minha família não ligava ao Futebol, tinha uma vida de dificuldades para trabalhar, não para se preocupar com clubes. Pela lógica, eu seria do Sporting de Lisboa. Até ia ver os jogos da Naval frente ao União de Coimbra, União de Lamas, «Os Marialvas» de Cantanhede, com chapéus de chuva pelo ar e a GNR a cavalo a dar porrada, etecetra, para o Distrital de Coimbra! Certamente que foi Eusébio que me fez Benfiquista. 

 

Obrigado Eusébio!

Símbolo

Imperador

 

Intrépido

Imortal

Genialidade!

Único!

Infatigável

Não havia impossíveis

Especial

Sensacional

Inimitável

Superior

Inigualável

Magistral

Portentoso

Universal

 

E esta, mais esta e ainda esta...

Conquistar a «Bola de Ouro» pelo que tinha conseguido no Benfica, entre 1961 e 1965, pois ainda estaria por chegar o apogeu - melhor marcador do Mundial, daí a seis meses - e todos sabiam que tinha sido, igualmente, o melhor futebolista desse campeonato, mas não se podia entregar o prémio a um jogador cuja seleção se classificara em terceiro lugar. Mesmo assim no final do ano ficou a um escasso ponto de ser galardoado com a segunda «Bola de Ouro». Se o representante de Portugal, Couto e Santo do trissemanário - segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, "O Mundo Desportivo" tem votado nele como o "melhor do ano"... 

Em 1965, com 67 pontos provenientes de 16 votantes: um quinto lugar (um ponto), três terceiros (três pontos), três segundos (quatro pontos) e nove primeiros (cinco pontos): 1 + 9 + 12 + 45 = 67 pontos

Mas numa sociedade americanizada em que se conseguem estabelecer "top ten e etc" (melhores dez e etc) a propósito de nada e de tudo como se nada pudesse ser igual apreciado de modo diferente os prémios individuais tendem a sobrepor-se aos colectivos... mesmo num desporto como o Futebol.

Por isso é moda andarem sempre a fazer contabilidades, agora até ao jogo (um tal de mvp) ao mês, à época e até por ano civil, em golos marcados e tudo! O primeiro prémio a dar destaque "à americana" aos futebolistas foi a «Bola de Ouro» com início em 1956, para premiar o melhor futebolista com nacionalidade de um país europeu, a jogar nos campeonatos de países europeus, sendo o futebolista escolhido no final de cada ano civil após votação de jornalistas, um por cada país. O prémio já deu "muitas" voltas e reviravoltas e na ânsia de ter notícias para dar - por vezes rebuscadas e repetitivas - lá se fala da «Bola de Ouro» de Eusébio referente a 1965. Só é de lastimar é que os entendidos em prémios individuais que actualmente descrevem os 100, 50, 25, 10, 3 e melhor a cada ano não se lembrem que Eusébio esteve em dez listas da «Bola de Ouro» num período de doze anos, "falhando" 1969 e 1971, anos complicados em lesões. 

Eusébio não morreu

Compilação do vídeo por Master Groove. Obrigado, MG!

Se tivesse morrido não se estava a falar e a escrever acerca dele.

 

Alberto Miguéns

NOTA: Um dia "tramado":

Em 1960, neste dia, também faleceu Félix Bermudes. 

Em memória deles e de todos os outros: