16 outubro 2023

Oito ou Oitenta (Parte III)

O QUE OBSERVO EM RELAÇÃO A ROGER SCHMIDT, NA GENERALIDADE ETRE OS BENFIQUISTAS, NÃO É ANTIPATIA OU DESPREZO POR ELE, MAS SIM DESCONFIANÇA.



E há razões para isso, pois no Benfica, qualquer treinador que cumpra uma segunda temporada consecutiva é escrutinado em relação à primeira, comparando-se, e Roger Schmidt ou os próximos treinadores na situação dele nunca passarão sem que isso ocorra. Por isso o Benfica é um Clube Mítico. Onde o valor da excelência terá que ser sempre primordial. Escrutínio permanente, mas também apoio permanente. Roger Schmidt não se pode queixar de falta de apoio. E ele tendo uma postura de grande classe também nunca criticou os adeptos. até porque não tinha motivo para isso. 

 

Falo por mim

Considero que Roger Schmidt tem condições para ser um marco importante, como treinador e indicador de caminhos para o que se quer do Glorioso Futebol, na História do Clube, mas já estive mais certo disso que na actualidade. Há algo no trabalho dele que não encaixa no que conseguiram fazer os grandes treinadores do Clube, mas só no final desta temporada se saberá. Oxalá que não seja antes pois isso significaria uma temporada desastrosa e ninguém o deseja. Ou poucos, pois também há quem dele já nada espere, mas parecem-me poucos Benfiquistas, ainda que possam estar certos, além de todos terem direito a criticar, seja este em elogio ou a questionar.

 

Nunca considerei a temporada de 2022/23 como de excelência (tendo em conta as conquistas)

Considerei de excelência o Futebol jogado que foi o melhor que vi praticar pelas equipas do Clube desde a primeira passagem de Sven Goran Eriksson, em 1982/83 e 1983/84, mas por exemplo inferior ao de Lajos Baroti, em 1980/81 embora superior ao deste treinador, em 1981/82. Até inferior ao de 2009/10, com Jorge Jesus. A conquista do título, em 2022/23, após um hiato de três temporadas, desde 2018/19 (com Rui Vitória; 15 jornadas/Bruno Lage; 19 jornadas) "escondeu" insucessos que não podiam ter ocorrido. A eliminação na Taça da Liga foi caricata e na Taça de Portugal ficou um "amargo" que remete para a arbitragem. Na Liga dos Campeões, o Benfica atingiu a mesma fase - quartos-de-final - da temporada anterior, ainda que com mais brilhantismo, pois venceu o grupo H, mas depois cedeu ingloriamente perante o FC Inter quando "um Benfica como o da fase de grupos" jamais cederia com tata facilidade. Até o campeonato nacional esteve "tremido" pois perdeu-se em dois jogos consecutivos seis pontos, passando de dez de vantagem, para escassos quatro, com seis jogos por realizar, incluindo dois complexos, frente ao terceiro classificado (SC Braga) e quarto classificado (Sporting CP).

 

O que dá ânimo em 2023/2024

É acreditar que o treinador que conseguiu colocar em campo equipas que jogavam um futebol que deslumbrava é o mesmo, por isso estou sempre à espera que ele regresse. A cada paragem de uma semana para jogarem as seleções nacionais renova-se a esperança que se inicie um período com bons jogos e bons resultados, embora estes sejam sempre o principal. Jogar bem só é importante porque os clubes que conseguem ter equipas a fazê-lo estão sempre mais perto do sucesso que do insucesso.


Roger Schmidt depressa definiu uma "equipa-base" alterando poucos futebolistas

Depois pareceu ser demasiado conservador a gerir o esforço e o desgaste emocional. Ficou a ideia que João Neves foi a solução que permitiu manter quatro pontos de vantagem e depois os dois finais depois do empate, a dois golos, com o Sporting CP, na penúltima jornada.


2022/2023




Há menor exposição física, mas os futebolistas mais utilizados alteraram-se

Entre as aquisições, apenas Kökcü (5.º) e Di María (7.º) têm mais utilização. Trubin (12.º), Jurásek (15.º) e Tomás Araújo (18.º) são os que estão entre os vinte com mais minutos. Arthur Cabral e Bernat (lesionado) têm tempo de utilização ainda muito residual. Terá que ser este grupo de futebolistas a garantir que a temporada seja coroada com sucesso.


2023/2024

 


Há alterações a gerir o plantel, entre 2022/23 e 2023/24

Mas os plantéis também são diferentes, teoricamente, tem mais qualidade em quantidade. Pode não permitir equipas titulares mais fortes, mas parece dar garantia de poder fazer uma época - cerca de 60 jogos - sem tantos sobressaltos como em 2022/23. Só o tempo e a época o confirmará. Mas Roger Schmidt será sempre a principal garantia, tanto para perceber a melhoria ou para responsabilizar pelo insucesso.

 

Os próximos sete jogos para as quatro competições serão bons indicadores acerca do rumo do Glorioso Futebol

Mas isso fica para um dia destes, se possível, daqui a 24 horas!


Vamos, Benfica!

 

Alberto Miguéns

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