O Ser e o Nada 7

CONTINUA TUDO IGUAL VINTE E QUATRO HORAS DEPOIS. MAIS NADA... MAS NÃO SERÁ BEM ASSIM.

Há sempre a possibilidade de ver os "Benficassuntos" em duas perspectivas.

 

Passou mais um dia no chamado "defeso" (tempo de férias no antigo "futebolês")

1. Não há notícia de aquisições, dispensas ou regressos a quatro dias do primeiro treino (27 de Junho);

2. Já falta menos um dia para se saber quantos e quais os futebolistas com que Roger Schmidt conta para iniciar as observações e dar consistência a um grupo transformando-o num plantel e os que considera já supérfluos. 

 

Tenho cá para mim

Que o treinador já sabe mais do que aquilo que aparenta saber, embora ainda não saiba da "missa a metade" mas isso só quando chegar a Supertaça, entre o FC Porto e o CD Tondela e depois com as quatro jornadas iniciais a intercalarem-se com os quatro encontros das pré-eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Roger Schmidt não me parece treinador para "emprenhar pelos ouvidos" e ir em conversas. Assume: quero ficar com estes, quero saber se estes conseguem jogar como eu quero, quero mais estes que estão no clube x, y e z, não quero estes, não me interessam esses que me querem impingir, etc. Por isso percebo, em parte, o que se vai passando ou é uma forma de ter confiança em que o treinador é melhor do que aquilo que é, mas eu acredito que é o treinador indicado para o momento actual do Clube. O único imprescindível, neste momento, em todo o futebol do Benfica, desde o futebolista mais jovem ao maior responsável pela Benfica Futebol SAD.

 

O Benfica deixa fazer muito alarido quando se interessa por um futebolista

É mau ou mal para todos. Dá a ideia que o Benfica contrata grandes craques do Futebol Mundial quando o que pode aspirar é a grandes esperanças em serem futuros craques do Futebol Mundial. Depois se o(s) futebolista(s) "não pegar(em) de estaca" sendo pilar(es) de uma boa campanha desportiva, começa-se de imediato a referir... mas foi necessário uma novela (ou novelas de Verão) para "isto"! Meio-caminho para afundar futebolistas que não seja mentalmente implacáveis.

Ainda sou do tempo

Em que o Benfica já era o maior baluarte do futebol português, muitíssimo mais importante a nível internacional do que é actualmente e contratava futebolistas no tempo certo, para as necessidades certas e as notícias eram colocadas no tempo certo. Lembro-me sempre de Jaime Graça, contratado ao Vitória FC Setúbal antes do Mundial de 1966 mas só se soube quando se deveria saber. E é apenas um exemplo entre dezenas. Por isso o Benfica ganhava mais que todos os outros, dava-se ao respeito mais do que os outros e fazia com que miúdos que nem tinham tradição familiar em ter algum clube com que simpatizavam se apaixonassem pelo Benfica, como eu. No tempo em que pensava que os elementos principais para a grandeza de um clube eram os futebolistas. Mais tarde descobri que os dirigentes, afinal, são os mais importantes. São eles que criam, ou não, as condições para que os miúdos se apaixanem pelos clubes e pensem que os futebolistas é que fazem a grandeza dos clubes.

Acorda, Benfica!

 

Alberto Miguéns