Seria o primeiro de uma série de três consecutivos - 1911/12, 1912/13 e 1913/14 - recuperando o título de Campeão de Lisboa, perdido em 1910/11 para o Internacional/CIF. O primeiro título do clube datava de 1909/10, assim este foi o segundo, em termos cronológicos.
Foi apenas uma confirmação nesta última jornada
O Benfica seguia isolado - e "matematicamente" - já era campeão há duas jornadas, tal a superioridade. Desde 10 de Março de 1912, ao vencer na segunda volta o Sporting CP. Com dez pontos e dois por disputar, o «Glorioso» tinha mais quatro que o Internacional/ CIF. Numa edição "muito curta" - apenas seis jornadas (quatro clubes) - o «Glorioso» fez o pleno: seis vitórias em outros tantos jogos com 21 golos marcados, para quatro sofridos.
O adversário era muito débil - uma vitória para cinco derrotas
Iam "longe" os tempos do SC Império como clube bem estruturado e orientado apesar de ter o melhor campo de Lisboa, o de Palhavã onde o Benfica fazia os seus jogos frente a equipas de clubes estrangeiros em digressão por Portugal.
O jogo dos "seis-a-dois"
Infelizmente não é possível colocar a digitalização da deliciosa crónica acerca do jogo publicada no jornal "Os Sports Illustrados" pelos motivos que todos sabemos e não vou estar sempre a repetir isso. Escreveu-se que ambos os clubes introduziram mudanças nas habituais equipas titulares. Quanto ao adversário não sei. O Benfica fez três "alterações" que não posso justificar pois não sei quais e quantas foram por escolha ou por necessidade. Mas, por acaso ou não, houve "critério": 50 por cento da defesa (um em dois); 33 por cento no meio-campo (um em três); e 20 por cento na linha avançada (um em cinco)! Respectivamente: Carlos Costa em vez de Francisco Belas; Álvaro Vivaldo em vez de Carlos Homem de Figueiredo; e Boaventura Silva em vez de João dos Reis. O Benfica chegou a 4-0 (Luís Vieira (2), Álvaro Gaspar e Alberto Rio) e a 6-1 (Alberto Rio e Álvaro Gaspar). Uma "limpeza"!
Albano dos Santos
Foi um dos pioneiros, no século XX, do futebol português. Era um futebolista muito resistente a nível físico que "durava o jogo todo" e sabia todos os "segredos que um bom futebolista tem que saber", ou seja, entre outras "coisas", sabia colocar-se em campo de modo a ajudar a defesa e apoiar o ataque. Um pilar do meio-campo (ou meia-defesa, como se escrevia/dizia na época: "half-back") das equipas em que jogou e nos clubes por onde passou. Há notícias dele no primeiro adversário do «Glorioso», o Grupo do Campo de Ourique. Depois vem reforçar, ainda em 1904/05 o meio-campo do Clube substituindo César de Mello, a médio-centro, como comprova, em baixo, a fotografia ao centro, entre Fortunato Levy (médio-direito) e António do Couto (médio-esquerdo). É dos futebolistas que abandona o Clube, no Verão de 1907, ingressando no Sporting CP, para ser titular absolutíssimo, em 1907/08. Em 1911/12 jogava no SC Império, ainda como médio-centro. Teve um percurso descendente abrupto. Não sei (ainda não sei) o motivo! Falta uma referência fundamental. Dos pioneiros do Clube é dos poucos que (ainda) não sei a data de nascimento. Já seria veterano? Um dia se saberá!
O eléctrico a passar
Na fotografia que retrata uma jogada no campo de Palhavã vislumbra-se um eléctrico a passar na, então, Estrada de Palhavã, actualmente rua Professor Doutor Edmundo Lima Basto (médico prestigiado, durante o mandato de 1964, eleito presidente da Mesa da Assembleia Geral do S.L.B., na gerência cujo presidente da Direcção foi Adolfo Vieira de Brito), como escrevi, vê-se o tejadilho de um eléctrico (a bola caprichosamente localiza-o). Quando vejo esta fotografia lembro-me sempre do malogrado maratonista Francisco Lázaro que "treinava" morando no Casal do Tojal, em Benfica, correndo entre a avenida Grão Vasco/Igreja de Benfica e o Rossio (trabalhava numa oficina no Bairro Alto) tentando ultrapassar o maior número de eléctricos possível, nesta carreira n.º 1, então entre a Igreja de Benfica e o Rossio, entre este e a igreja de Benfica. Já há história para escrever, aqui no blogue, em 15 de Julho, quando se completam os 108 anos, do seu falecimento, durante a Maratona Olímpica, em Estocolmo. Em 12 de Maio de 1912, mesmo a um domingo, estaria Francisco Lázaro a ver o jogo, a correr atrás dos eléctricos ou noutro sítio qualquer?
Assim se foi fazendo gigante um clube que nasceu com 24.
Alberto
Miguéns
NOTA: Quando for possível será colocada a digitalização da crónica do jogo, de um dos jornais da época, retirando o "cromo" do adversário, pois o Master Groove anda sempre a "embirrar" repetindo à exaustão que o blogue tem imagens com peso a mais. Pouco exercício devido às circunstâncias mas é também por isso que ficou a faltar a dita digitalização.
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