26 julho 2013

Museu: A Longa Marcha dos Benfiquistas

OPINIÃO

NOTA: Este texto (e algumas fotografias) podem ser lidas (e vistas ainda que a preto-e-branco) na edição de hoje - a n.º 3613 - do semanário "O Benfica" (páginas 2 a 5)



Sonho de gerações, com décadas de expectativa e anseio, eis a primeira grande infra-estrutura do segundo decénio do Século XXI Benfiquista, o Museu Cosme Damião

O Clube fundado em 28 de Fevereiro de 1904 por 24 entusiastas, entre eles Cosme Damião, cedo começou a evidenciar-se entre os melhores clubes de futebol de Lisboa e Portugal. Como resultado desses êxitos, precocemente começaram a encher-se de troféus e recordações, as exíguas salas das instalações que o clube foi alugando ao longo da sua gloriosa história.


1910: Primeira "Mostra" pública dos troféus do Benfica
A ideia na criação de um clube que valorizasse os extraordinários futebolistas de Belém e antigos alunos casapianos, que andavam dispersos por grupos efémeros ou limitados visou primeiro a organização de uma boa equipa ou equipas e depois a obtenção de vitórias. Mas rapidamente se passou à conquista de troféus. Tinha o Clube pouco mais de três anos quando em 21 de Abril de 1907, chegaram os dois primeiros conquistados no "Torneio do Internacional" para 2.ªs e 3.ªs categorias. Dois bronzes com figuras humanas. E em 19 de Junho de 1910 o troféu conquistado no torneio de futebol organizado nos I Jogos Olímpicos Nacionais, a disputar todas as épocas, após terminarem os campeonatos regionais. Antes, próximo do final da temporada de 1909/10 as três equipas do clube - 1.ª, 2.ª e 3.ª categoria - conquistam, ainda que em posse temporária face aos regulamentos, todas as taças instituídas pela Liga Portuguesa de Futebol, organizadora dos campeonatos de Lisboa. O "Gloriosíssimo" já não queria apenas organizar "boas equipas", obter vitórias ou conquistar troféus. Conquistava "OS TROFÉUS", como a Taça do Regional de Lisboa (1.ª categoria) que estava há duas temporadas em Carcavelos, na posse dos "mestres ingleses" do Cabo Submarino. No início da década de 10 do século XX, a taça mais valiosa, desde sempre, do futebol português! Foi um clube orgulhoso, ciente da forma abnegada e leal como partia para a "luta desportiva" que organizou em 31 de Julho de 1910, uma festa de homenagem aos futebolistas campeões nas três categorias, em 1909/10, expondo as três taças conquistadas, bem como todo o espólio de troféus então existentes: dois bronzes e o vaso dos Jogos Olímpicos. À Benfica!


Troféus e mais troféus espalhados por sítios vários
Nos anos 30 o Benfica era já, reconhecidamente, o maior clube português. Por isso era o clube com mais troféus conquistados. Os troféus espalhavam-se pelos gabinetes dos dirigentes, nas Sedes (desde 1916, em Benfica) e nas Secretarias (desde 1934 na rua Jardim do Regedor).

Um gabinete na Secretaria, em 1933, no Rossio (antiga Loja das Meias)

1935: A primeira Sala de Taças num salão da Secretaria
As condições de alojamento da Secretaria, na rua Jardim do Regedor, finalmente de acordo com a grandeza do Clube, permitiram reservar, em 1935, uma das maiores salas, para instalar uma Sala de Taças. Foi feito o inventário e organizada a sala como "Galeria de Honra do Benfica"! A abertura ao público, em 19 de Abril de 1936, foi integrada nas comemorações do 32.º aniversário do Clube.



Em 1940

Nos anos 50/60


1970: Uma Sala de Taças  preciosa e deslumbrante
Com muitos troféus encaixotados, invisíveis para o público e sem condições de serem expostos, foi decidido que aos 66 anos de existência, o "Glorioso" devia dar uma outra dimensão à Sala de Taças. E quando os Benfiquistas querem e metem "mãos à obra", a obra (re)nasce. Em meados de 1970, em 24 de Julho de 1970, inaugurava-se a Sala de Taças no antigo ginásio da Secretaria, transferindo-se para este espaço os troféus mais importantes e imponentes, mantendo-se a anterior sala como anexo com outros objectos valiosos e afectivos. No total estavam expostos seis mil troféus e objectos vários.


A inauguração com o presidente Borges Coutinho
Antigo Ginásio
Dois aspectos do anexo (a antiga Sala de Taças de 1936-1970)


1989: O Pré-museu no Estádio, antecâmara do futuro
O Benfica transformou-se num clube gigantesco, passando rapidamente a fasquia dos dez mil objectos. Além disso, foi necessário recuperar o edifício da Secretaria, procedendo-se em 1987 há desactivação da Sala, transferindo o espólio para o Estádio, que em 1985 passara a albergar 120 mil pessoas e a usufruir de espaços amplos por baixo das novas bancadas, após o fecho do Terceiro Anel. Em 19 de Março de 1989, integrado nas comemorações do 85.º aniversário do Clube, inaugurou-se um espaço provisório, denominado "Pré-Museu", pois a ideia era num futuro próximo "expandir a Sala de Taças que ocupava um quarto do espaço disponibilizado transformando-o no Museu do Benfica". Estavam expostas cerca de duas mil peças, incluindo mais de mil troféus.





2004: Exposições para ilustrar um "Clube sem igual"
Após 2002 com a necessidade de erguer o actual estádio sacrificando o anterior, foi necessário remover o valioso espólio do Clube. Os troféus e demais objectos, muitos quase centenários, foram resguardados dos olhares do público. Foram no entanto, sempre que possível, mostrados publicamente, em exposições temporárias, a última aquando das comemorações do centenário do Benfica, em 2004.

Para lá das "paredes" do Glorioso
Mas, o Benfica como clube mais popular sempre que podia fazia mostras públicas pelo País, dos principais troféus. E a primeira grande exposição ocorreu na Feira Popular de Lisboa, em 1953, integrada na campanha de angariação de fundos para construir o Estádio, inaugurado em 1 de Dezembro de 1954.


O presidente Ferreira Bogalho numa visita à exposição
Exposição na Casa Pia de Lisboa, aquando do Euro'2004. O regresso do "Glorioso" às origens, na instituição onde foi educado Cosme Damião
A Exposição provisória integrada nas comemorações do Centenário, inaugurada em 5 de Julho de 2005



2013: O Museu, esplendoroso e convincente, como homenagem ao Benfiquismo
Finalmente! 109 anos depois! É verdade! Houve odisseias de campos e instalações! Percorrer "seca e meca" por Lisboa: Belém, Benfica, Baixa (Rossio, rua Garrett, largo do Carmo),  de novo Benfica, Jardim do Regedor, Luz I e II. Com os troféus "às costas". De uma mostra de seis troféus a dezenas de milhares. No século XXI com um trabalho criterioso e laborioso, no Departamento de Reserva, Conservação e Restauro (DRCR) e no Centro de Documentação e Informação (CDI) foi possível alicerçar o futuro Museu do Benfica. Finalmente, após anseios infindáveis e certezas adiadas durante décadas, eis que hoje, 26 de Julho de 2013, a meio ano do 110.º aniversário do Clube Mais Imponente de Portugal, o presidente da Direcção que tornou possível transformar o sonho em realidade, Luís Filipe Vieira, representante das várias gerações de Benfiquistas desde 1904, inaugurou o Museu Cosme Damião, a par do presidente da República Portuguesa, Cavaco Silva, Chefe de Estado, símbolo da portugalidade representante dos portugueses, na sua "esmagadora maioria" simpatizantes do BENFICA.


Com uma curiosidade, ou melhor duas
Em 26 de Julho de 2013, ou seja, a cinco dias de completarem-se 103 anos da primeira exposição pública (com fotografia de registo para a posteridade... e foi! Se eles soubessem...) dos troféus do clube, em 1910; e dois dias depois de completarem-se 43 anos, da inauguração da Monumental Sala de Taças, na Secretaria, em 1970!



Tudo o que vai poder ser visto e sentido no novo espaço museológico do Benfica, de Lisboa e de Portugal é o resultado da dedicação centenária ao Clube de inúmeras gerações de Benfiquistas. Tudo o que pode ser presenciado e usufruído foi conquistado com lealdade, abnegação e verdade desportiva.



Os últimos são os primeiros
No dia da inauguração oficial não posso deixar de evocar três grandes figuras do Benfica. Sem elas o Museu não seria o que é! E infelizmente já não estão entre nós. Eles que tanto ansiavam por um Museu e que não o chegaram a ver.


Álvaro Curado - Águia de Ouro
Responsável pelas Salas de Taças na Secretaria (Jardim do Regedor). Meticuloso, cuidadoso, sabedor e exemplar.




Joaquim Macarrão - Sócio de Mérito
Responsável pela Sala de Troféus no Estádio (Pré-museu). Generoso, afável, prestável e entusiasta.




Roland de Oliveira - Fotógrafo
Mais de 60/70 por cento das fotografias expostas no Museu são da sua autoria. Incansável atrás e à frente do Benfica. De simples festas entre benfiquistas aos grandes feitos do Clube, entre 1940 e 2003. Acabou por falecer em resultado de sequelas de uma queda num muro do Colombo, aos 83 anos, à "procura do melhor boneco (fotografia) da Nova Catedral", como ele dizia.



E eu?
São tantos anos a ver e a estudar como conseguiu o "Glorioso" conquistar tantos troféus que perdi a noção do número de vezes que olhei ou peguei nas taças mais importantes, até para ajudar a organizar exposições. Mas nunca esqueci a "primeira vez"!



A minha primeira visita aos gloriosos troféus
Na semana de 15 a 19 de Janeiro de 1979 fui um benfiquista em apuros. Queria um bilhete para assistir ao jogo, na Saudosa Catedral,  referente à 17.ª jornada (segunda na segunda volta) do campeonato nacional a realizar no domingo, 21 de Janeiro, frente ao FC Porto e a lotação estava esgotada. Alguém que sabia do assunto disse-me que já só havia bilhetes de sócio. Mas para ter acesso a esses bilhetes tinha de ser associado do Clube. Na sexta-feira, em 19 de Janeiro de 1979 tomei uma resolução que seria para toda a vida. Inscrever-me como associado do "Glorioso". Como não conhecia nenhum associado dirigi-me à Secretaria, onde no último andar um empregado (também sócio do Clube) fez o favor de ser o meu sócio proponente. Inscrevi-me como associado do Benfica, comprei o "rectângulo mágico" para domingo que tinha inscrito "Dia do Clube" e recebi um conselho do meu desconhecido "sócio proponente" do tipo (cito de memória), «Não quer visitar a sala de troféus? Fica no piso de baixo!» Assim fiz. Dirigi-me a um empregado que estava no salão dos bilhares e ele encaminhou-me para uma porta ao fundo que dava acesso a uma outra porta que se abriu. Quando ligou a luz fiquei esmagado e orgulhoso. É uma imagem que nunca mais esqueci, já lá vão mais de 34 anos! Arrepiante! A luz, qual sol, iluminou um mar prateado de taças e troféus infindáveis. Ondas e ondas de troféus, quais vagas de mar encapelado, sobrepostos em anfiteatro encarnado, cintilavam perante o brilho da luz ensolarada. No chão, o cinzento fazia realçar o pano vermelho onde brilhavam os troféus prateados e dourados. Senti-me um príncipe num harém. Estava incrédulo perante uma grandeza avassaladora. E ao mesmo tempo orgulhoso em pertencer como associado, ainda que há um par de minutos, a um clube que tinha tamanha grandeza, que eu, benfiquista desde pequeno e desde a Figueira da Foz, nem sonhava ser tão gigantesca. Ao mesmo tempo, começaram-me a "tremer as pernas". Na minha ingenuidade dos 18 anos, feitos há pouco tempo, pensei: "Se agora sou sócio do Benfica, como é que vou assegurar ou contribuir, com a minha quota-parte para manter esta grandeza! Que responsabilidade!" O guia (que mais tarde, quando comecei a interessar-me pela história do Clube soube ser Álvaro Curado) talvez vendo-me tão atrapalhado (certamente, de boca aberta e olhos arregalados de espanto) para "complicar a minha vida" disse-me (cito de memória): «Veja como o apego dos sócios ao clube e o empenho dos atletas têm conseguido trazer tamanha glória. Estão aqui as nossas relíquias.» Percebi rapidamente! O Benfica era o Benfica! De clubes só conhecia (por dentro) o GD Graça, clube do bairro onde vivia! Ser sócio do Benfica era muito mais que "conseguir com mais facilidade" um lugar na bancada do estádio da Luz ou comprar bilhetes mais baratos para "ir à bola"! O Benfica era "Glorioso"!


NOTA1: Naquele tempo (1979) ficava-se "sócio provisório", preenchendo-se a proposta, pagava-se a jóia e três quotas mínimas. Depois em reunião de Direcção esta aprovava (ou não) as inscrições. Então sim, recebíamos o cartão de associado, devidamente plastificado com uma bolsa quadrangular de plástico no canto superior direito onde religiosamente, mês a mês, colocávamos a quota. Até recebermos o cartão - se fossemos aceites no Clube - utilizávamos uma guia de papel, como "sócio provisório", que permitia o acesso às instalações e jogos do "Glorioso".


NOTA2: Esse dia de invernia em 21 de Janeiro de 1979 tem muito que se lhe diga. Que não cabe nesta evocação. No entanto quatro notas:
1.  Foi o meu primeiro dia no Estádio como associado do Clube;
2. O tal papel de "sócio provisório", mesmo guardado junto ao corpo, "desfez-se em papel picado" tal a "molha";
3.  Nas bancadas confirmei aquilo que se dizia de Pinto da Costa e Pedroto, desde a época anterior. Gente sem qualidades;
4. Depois de presenciar o golo do empate (1-1) do FCP, aos 77 minutos, por Duda com um "fora-de-jogo escandaloso de dois metros encostado ao guarda-redes Bento" deixado passar pelo árbitro de Leiria, Porém Luís (golo decisivo para o FCP conquistar o bicampeonato...  40 anos depois do "outro": 38/39-39/40!) disse "cá para os meus botões molhados": «É mesmo verdade aquilo que se diz do FC Porto ganhar sempre, nem que seja a roubar!» E lembro-me de tomar uma resolução... drástica, mesmo tendo "apenas" três dias como associado do Clube: «Ai é assim que eles ganham!? Vou ser sócio do Benfica até morrer!»


Alberto Miguéns

NOTAS FINAIS: Foi convidado pelo presidente da Direcção do SL Benfica, em 8 de Junho de 2012, para colaborar com o Museu do Benfica, porque a vasta equipa entretanto criada, não conseguia gerar conteúdos credíveis nem assumir escolhas coerentes. Eu disse que o faria, como associado do Clube, mas nunca integraria a "Equipa do Museu". E aceitava colaborar com a edificação do Museu em resultado de duas condições: por ter sido eu a indicar o espaço onde agora está o Museu (apesar de ridicularizado - ver texto no EDB em 28 de Outubro de 2011) e para garantir a verdade e tradição na fundação do Clube, que chegou a estar alterada ou melhor adulterada (uma história inédita que um dia terá de ser contada). Ou seja, duas situações que por serem estruturais - a efectivarem-se tornavam-se, praticamente, irrevogáveis - causavam preocupação a um sócio do Clube, como eu.
Foram, portanto, quase 14 meses de trabalho ininterrupto - por isso não gozei férias do emprego com a família, em 2012, pois o mês reservado para isso (Agosto de 2012) foi consumido a rectificar muito do trabalho, muito dele inútil, que foi feito "antes de eu chegar". Mas, apesar do esforço, principalmente intelectual - a minha preocupação foi com os conteúdos e respeito pelo Clube - e não pela forma - estrutura e viabilidade económica do Museu - de que não tenho qualquer responsabilidade. Assim, 14 meses depois é com orgulho que vejo ser inaugurado o Museu. É a vantagem de poder contribuir para engrandecer aquilo que se ama. Valeu (bem) a pena. A minha responsabilidade cinge-se à elaboração dos textos estáticos dos 33 presidentes e 47 treinadores, estabelecimento das estatísticas referentes aos 1067 futebolistas e 98 conquistas (escolhidas) oficiais do futebol, definição do palmarés dos 54 futebolistas e 16 atletas das modalidades, bem como estabelecimento dos critérios para escolher os 54 futebolistas e 16 atletas. É este o ponto que quero abordar neste dia histórico. 

Desculpem-me...
Os números 54 e 16 foram definidos pela estrutura, não por mim. São manifestamente escassos (até ridículos) para um clube da grandeza do "Glorioso". Num clube como o Benfica, construído por milhões de vontades (em quase 110 anos) de associados e simpatizantes e engrandecido por mais de um milhar de futebolistas (com duas centenas como do melhor que houve na sua época em Portugal) e dezenas de milhares nas várias modalidades, no "Glorioso" quando se selecciona, não se escolhe, excluem-se! É isso que acontece! Foi isso que aconteceu! Como tive que escolher (54 e 16), ou melhor excluir cerca 150 futebolistas e outros tantos atletas de várias modalidades, apesar dos critérios rigorosos que elaborei (e podem ser consultados no Museu) quero desde já, pedir desculpa aos restantes (ou aos seus familiares) por não estarem em destaque no Museu. Porque mereciam.
Aliás, tenho preparado para breve uma série de textos para o EDB, intitulados "A Minha Aventura na República Benfica" acerca deste e de outros assuntos. No Museu, por não serem da minha autoria (a não ser aqueles que assumi) há informação estática e informática que não está correcta (há aldrabices) e textos pouco dignos e transviados da realidade, mas que não são da minha responsabilidade. Não me foi permitido alterar, ainda que seja admitido que não são correctos ou que não têm a dignidade que deveriam ter.

Obrigado

Gloriosas Saudações Benfiquistas

Alberto Miguéns

NOTA FINAL (É MESMO ÀS 10:26): Já me telefonaram dois Benfiquistas - espero que com esta nota não receba mais telefonemas - a criticar-me dizendo algo semelhante a isto (os dois disseram frases diferentes que se resumem numa mesma): Desde quando é que no Benfica o estádio no Campo Grande se chamou "Campo 28 de Maio"? Eu respondo: Nunca! Até é ridículo escrever: Campo 28 de Maio inaugurado em 5 de Outubro! Isto é um dos exemplos de textos pelos quais não sou responsável!
Ponto assente, aconteça o que acontecer: Só volto escrever acerca do Museu Cosme Damião em 1 de Setembro de 2013.

23 comentários:

  1. A 10 de Outubro de 2011 escrevi este post:
    http://oindefectivel.blogspot.pt/2011/10/hall-of-fame-galeria-dos-nossos.html

    Compreendo o dilema de ter que escolher alguns ex-atletas, para realçar no Museu, não deverá ter sido tarefa fácil.
    Continuo a acreditar que o Benfica devia ter um Hall of Fame, e agora que o projecto do Museu foi concluído, seria o tempo certo para iniciar esta nova obra...
    Como é tradição do Benfica, democraticamente, deveríamos poder escolher quais os nossos símbolos máximos a ser recordados...
    Mais uma vez, estaríamos a inovar em Portugal... e na Europa.

    Abraços

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  2. Caro Alberto Minguéns...

    Você deveria era ter vergonha...

    Pois mente com quantos dentes tem na boca...

    "A minha responsabilidade cinge-se à elaboração dos textos estáticos dos 33 presidentes e 47 treinadores, estabelecimento das estatísticas referentes aos 1067 futebolistas e 98 conquistas (escolhidas) oficiais do futebol, definição do palmarés dos 54 futebolistas e 16 atletas das modalidades, bem como estabelecimento dos critérios para escolher os 54 futebolistas e 16 atletas."

    E antes disse:

    "porque a vasta equipa entretanto criada, não conseguia gerar conteúdos credíveis nem assumir escolhas coerentes."

    Ou ainda:

    "a rectificar muito do trabalho, muito dele inútil, que foi feito "antes de eu chegar".

    A vasta equipa até então criada por exemplo entre 1 de Outubro de 2011 a 31 de Março de 2012 realizou aproximadamente 1875 fichas de jogos das modalidades de Andebol,Basquetebol, Futsal, Hóquei em Patins, Rugby e Voleibol completas com os nomes dos adversários...

    Registou todos os resultados individuais dos Campeonatos Nacionais de Atletismo, fez tabelas colectivas que nem os jornais da época fizeram e nem tão pouco você as tinhas feito...

    Realizou textos abrangentes e resumidos para todas as conquistas da modalidades do clube...

    Retratou as 48 modalidades do clube e anexou toda a documentação de imprensa...

    E isto foi feito por METADE da referida equipa em apenas 6 meses!

    Até à altura dos 339 campeonatos, 68 estavam integralmente feitos (uma vez que a direcção apenas pediu as épocas com títulos)...

    Portanto em 5 meses foram realizadas 20% DE TODAS AS FICHAS DE JOGO DE TODAS AS MODALIDADES DO BENFICA DE TODOS OS TEMPOS! Em 5 meses! O mês de Março foi para as outras modalidades...

    Ora mantendo a média e caso fosse intenção do Benfica ao ritmo de trabalho 5x5=25 meses...

    Em 25 meses estão feitas TODAS AS FICHAS DE JOGO DE TODOS OS TEMPOS DO BENFICA...

    Você iniciou-se em 1993 na História do clube e nem sei se tem essas fichas de jogo todas!

    Portanto quer comparar 20 anos com 25 meses? Tenha vergonha e não critique sem nenhuma razão...

    Alias você em 14 meses redige 80 textos (certamente com mais de metade já feito doutros livros da história do Benfica), faz estatísticas de 1067 futebolistas (que a maior parte estão consolidadas em 20 anos! E faz o palmarés de 70 atletas (que também já estava consolidado nos seus registos)

    Portanto quer comparar o seu trabalho em 14 meses com o de 2/3 pessoas em 5 meses? E só estou a dar um exemplo, que começaram o trabalho do 0, sem nenhuns registos, nem fontes, nem apoio do Centro de Documentação e Informação...

    E ainda tem a lata de dizer que tudo isto é inútil, fazer fichas de jogos e textos sobre as conquistas do clube...

    Foi um trabalho feito em tempo recorde que você tenta apagar para ganhar você o protagonismo...

    Mas eu não deixarei que engane os benfiquistas...

    Fazer o que você faz em 20 anos qualquer um faz, queria vê-lo a trabalhar a este ritmo, com estas condições de 1 de Outubro de 2011 a 29 de Fevereiro de 2012...

    E a retratar mais 30 modalidades em apenas 30 dias!

    Tenha respeito pelas outras pessoas!

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    1. Se esse trabalho foi feito não foi utilizado. Nem no futebol. O que prova que foi inútil. Tenho provas.

      Alberto Miguéns

      NOTA: Eu não disse que que tudo foi inútil, disse e repito que muito foi inútil. Porque é verdade. Por isso fui contactado. Se esse trabalho fosse considerado aceitável, nunca teria sido contactado. Ou não?

      Acredito que fazer o trabalho que fiz em 20 anos, até em 19 ou 18 qualquer um faz. Só que eu fiz (ao que parece mais ninguém fez)nos meus tempos livres, de "borla" entre 1982 e 2002 (agora vou actualizando)...

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    2. Se aquilo que demora 20 anos a fazer, também tem falhas. Imagino 25 meses...

      Quando as coisas querem ser feitas com rigor e com história os prazos apertados não se sobrepõe ou não existem. Mas todos conhecemos os motivos.

      Caro Alberto Miguéns, se me permite, poupe-se de se justificar aos arautos do neo-benfiquismo.

      Um abraço solidário

      FA

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  3. Se foi utilizado ou não, não sei, o senhor Minguéns saberá melhor que eu...

    Agora que o trabalho da estatística das fichas de jogos das modalidades e da estatística do Andebol (única modalidade onde os dados foram trabalhados) está correcto e sem erros isso posso-lhe garantir...

    Se é considerado inútil é porque unicamente a direcção mudou de opinião e não pela qualidade/clareza do mesmo...

    E isso não é a culpa da equipa que esteve a realizar o trabalho de acordo com os objectivos propostos...

    Por isso apelo a que não minta nesse aspecto...

    Quanto ao futebol apenas tenho conhecimento superficial e por isso não me pronuncio sobre a qualidade do mesmo porque posso cometer erros...

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    1. Então está a dar-me razão.

      Não fui eu que não respeitei o seu/ vosso trabalho. Eu nunca vi essas fichas! Repare que entre os 16 atletas não estavam escolhidos, não havia nenhum do Andebol. Eu é que indiquei um - Plácido Abreu, como pode ver no Museu. Era injusto uma modalidade histórica não estar representada enquanto a Atletismo tinha quatro!

      Acredite em mim! Eu sei o que é trabalhar. Respeito sempre quem trabalha. Muitas vezes se alguém "trabalha mal" é porque quem manda não sabe mandar. Tire as suas conclusões.

      Saudações

      Alberto Miguéns

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  4. Relativamente à escolha dos 16 atletas convém salientar que face ao gigantesco esforço para retratar todas as conquistas do clube e em 5 meses era impossível para qualquer pessoa ter a capacidade de fazer uma boa escolha, uma vez que a história profunda do Benfica não se conhece em tão pouco tempo... A equipa não teve a ajuda de outros departamento, das sessões do clube, DE NADA...

    Se quiser dou-lhe um exemplo:

    A secção de hóquei em patins esqueceu-se de mencionar que no dia 25/03/1995 o nosso GLORIOSO CILINDROU O FC BARCELONA POR 8-1 em jogo da 2ª MÃO DAS MEIAS FINAIS DA LIGA DOS CAMPEÕES...

    Como só se retratava títulos ia-se passar uma esponja por este feito HISTÓRICO...

    O Centro de Documentação e Informação do Benfica não tinha REGISTADO ESTE JOGO e foi por CASUALIDADE QUE A EQUIPA EM INVESTIGAÇÃO DOUTROS ASSUNTOS ENCONTROU O JOGO e apelou da importância deste...

    Portanto a equipa em 5 MESES sabia mais do que a Sessão de Hóquei...

    Isto é inacreditável...

    Portanto é fácil perceber que a equipa não tinha competência para em 5 meses escolher criteriosamente essas 16 figuras! Pois ninguém no mundo em 5 meses consegue ter um conhecimento aprofundado da história do nosso clube...

    Isto nada tem a ver com os colaboradores, nem com a chefia... Tem a ver com imposições da direcção impossíveis de realizar...

    Sendo que naturalmente o senhor Alberto Mingués é que era a pessoa indicada para escolher esses 16 nomes, fruto do seu longo trabalho de pesquisa...

    O facto de não ter visto as fichas de jogos vem naturalmente corroborar a minha apreciação...

    Uma enorme falta de organização da direcção do Benfica, mudança de planos, carência de estrutura...

    Incrível...

    Por isso terei tristeza por este Museu...

    Será magnífico porque a nossa HISTÓRIA É MAGNÍFICA... E mesmo trabalhando mal o resultado é BOM...

    Mas que poderia e vai ser no futuro MUITO MELHOR NÃO TENHO DÚVIDAS...

    Cumprimentos

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  5. Só mais um pormenor que é importante esclarecer...

    Mais de 80% do trabalho estatístico das modalidades principais do Benfica entre 1 de Outubro de 2011 e 29 de Fevereiro de 2012 (portanto antes da sua colaboração a 8 de Junho de 2012) foi feito também de borla, sem qualquer vínculo contratual ou doutra ordem com o Benfica, em tempos livres...

    Felizmente existem pessoas que seguem o seu exemplo: TRABALHAM DE BORLA PELO BENFICA E PARA O BENFICA sem RECEBEREM NADA EM TROCA

    Ao contrário de outros que ESTÃO LÁ DENTRO OFICIALMENTE E NADA FAZEM...

    Cumprimentos

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  6. Estou desejoso de ver este Museu!!

    A todos os que trabalharam, desde o mais ínfimo pormenor até à tarefa mais herculana, para o nosso SL Benfica o meu

    Muito Obrigado

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  7. Isto é que vai aqui cá uma discussão... Façam-na por email... Abraços!

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    1. Caro João Tomaz

      Comentário com bom senso!

      Gloriosas Saudações Benfiquistas

      Alberto Miguéns

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    2. Caro Joao,

      Mesmo partilhando de algum mau estar que uma discussao destas provoca uma coisa é certa, o direito á indignacao é universal e se quem responde ao texto do Sr Miguéns se sente indignado e injusticado num texto publico tem tambem o direito a procurar restabelecer a sua dignidade de forma pública. Nao estou com isto a dizer que A ou B tem razao, ou que a indignacao é ou nao justificada. Estou apenas a querer dizer que no universo ao qual nos deixam pertencer (leia-se Benfica) ainda nao se adoptaram camisolas azuis ou verdes ás riscas e todos tem direito a fazer uso da voz sem necessidade de edicao. O próprio Alberto sera adepto disto mesmo e por isso respondeu o que achou que tinha de responder quando tem o poder de apagar comentários. E nao se preocupe com esta discussao ser municao para adversarios (que eles "andem" aí) a democracia será sempre uma das mais fortes armas no nosso "arsenal". Saudacoes Gloriosas.

      Filipe Almeida

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  8. Caro anónimo,

    Não vale a pena perder o seu tempo com o Sr. Alberto Miguéns... ou acha mesmo que alguém dá crédito a uma pessoa que critica de forma não construtiva um projecto onde esteve envolvido?

    Quem trabalhou neste projecto de perto sabe bem como as coisas se passaram. Esses sim conhecem as dificuldades, os prazos apertados e as exigências. Esses sim dão valor ao que foi conseguido. E só esses importam.

    Porque se hoje temos um Museu grandioso, do qual todos os benfiquistas se podem orgulhar, é porque houve uma igualmente grandiosa equipa que durante 14 meses não gozou. "férias do emprego com a família".

    Seria ainda positivo que o Sr. Alberto Miguéns explicasse a todos que seguem este blog o porquê de estar listado na ficha técnica do Museu como simples "responsável pela estatística e critérios"...sempre achei estranho como uma pessoa fundamental como o senhor foi neste projecto não ter uma maior relevância...

    Mas isso são outras conversas e a roupa suja não é para ser lavada na internet (como o Sr. Miguéns saberá certamente).

    Cumprimentos

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    1. Caro Anónimo 2

      Vou manter a minha palavra. Só falarei do nosso Museu depois de 1 de Setembro.

      Mas posso fazer generalizações, ou comentar no "abstracto" como diz Pacheco Pereira.

      Como sabe nas actividades humanas e profissionais há assuntos em que o trabalho qualitativo (especializado) é mais importante do que a quantidade.

      A quantidade também pode ser necessária, mas requer depois trabalho especializado. Por isso há peritos em vários assuntos. Que podem corrigir erros, aperfeiçoar conceitos ou construir de raiz.

      Os Museus estão neste grupo (é fundamental um trabalho qualitativo e especializado). Pode fazer de um Museu uma "montanha de erros" em que 99 por cento dos visitantes nem dá por eles. Mas a entidade responsável pelo Museu tem obrigação de fornecer a informação correcta. Ou seja fazer de um Museu uma "planície de rigor".

      Penso que entende o que quero dizer, mesmo generalizando.

      Gloriosas Saudações Benfiquistas

      Alberto Miguéns

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  9. Como assim que a secção de hóquei em patins não tinha registo da tal goleada ao FC Barcelona no dia 25/03/1995, que por acaso ao contrário do que foi mencionado, foi nos quartos de final e não nas meias-finais?

    Começo de facto a ficar preocupado com os registos que o clube tem na sua posse, deveras mesmo.
    Eu próprio, que sou um mero "Zé-ninguém", publiquei na net todos os jogos do Benfica (com resultados, datas e com a maioria das cosntituições das equipas) nas competições europeias de hóquei em patins e incluí ainda os jogos das Taças das Nações de 1961 e 1962 em que a nossa equipa participou (vencendo a edição de 1962), Mundial de clubes de 2006 e XXVª edição do Torneio de Vigo (que tanto quanto sei foi oficial CERH).
    Por conseguinte, estranho muito que o Benfica não tenha uma base de dados.


    Ah, já agora, mais uma vez o meu obrigado ao Miguéns e ao António Melo por este magnífico blog.

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    1. Caro pcsousa (como gosto de o ler no Ser Benfiquista!, obrigado pelas informações e comentários nesse fórum)

      Eu não comento, porque não sei. E só comento o que conheço. A responsabilidade (e acredito que quem o fez tenha conhecimento e diga a verdade, nada me faz crer o contrário)é de quem fez essa afirmação.

      Gloriosas Saudações Benfiquistas

      Alberto Miguéns

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  10. Caro PCSSousa

    A equipa de investigação histórica do Benfica encontrou-se com a sessão de hóquei para saber de feitos extraordinários da equipa e esta indicou apenas estes:

    1930 No campeonato da Europa desse ano toda a selecção nacional era composta por jogadores do SL Benfica
    15.04.1932 Maior Goleada da História do Clube: 39-0 no Torneio Primavera, contra a equipa do ACL
    1962 António Livramento, nome maior do hóquei patinado do SL Benfica, marca um dos melhores golos da história da modalidade. Ao serviço da Selecção Nacional, no campeonato do mundo de 1962, finta toda a equipa argentina e faz golo. Emocionado pede para abandonar o recinto de jogo
    1965 Na Zona Sul de Apuramento para a Fase Final do Campeonato Nacional de Hóquei em Patins, António Livramento alcança o máximo de golos num jogo ao serviço do SL Benfica: 15 golos na vitória de 1-29 contra o CD Pataiense
    1967 Domingos Perdigão marca 52 dos 101 golos do Benfica no nacional desse ano, marcando mais golos que 5 clubes adversários
    01.12.2001 Maior Goleada Europeia da História do Clube: 36-1 na Liga dos Campeões, contra a equipa do Valkenswaardse
    24.03.2001 Panchito Velasquez marca aquele que é considerado o seu melhor golo de sempre e um dos mais bonitos da história da modalidade na vitória 7-4 na Liga dos Campeões, ajudando o Benfica a alcançar a Final Four da competição
    22.09.2002 O Benfica vence a Supertaça António Livramento com uma vitória por 12-4 contra o F.C Porto numa das melhores exibições da história do clube, com especial destaque para a exibição de Gaidão e Panchito. Pavilhão da Luz completamente cheio num ambiente "infernal"

    Depois foi acrescentado por parte da equipa de investigação, que apenas à poucos meses estava a trabalhar para as 48 modalidades e não só para o hóquei e fruto da pesquisa encontrou:

    25.03.1995 Vitória por 8-1 frente ao FC Barcelona na 2ª mão, virando um resultado desfavorável de 5-0 na 1ª mão

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  11. Pois... se calhar a secção de hóquei esqueceu-se de referir que o Sport Lisboa e Benfica foi o primeiro clube português (e único, já agora) que venceu a Taça das Nações em 1962, uma façanha do maior relevo não só para a secção como para o clube... e nem sei se referiu a vitória na XXV edição do torneio Vigo/CERH que tanto quanto sei é oficial e de relevo, até pelo calibre dos participantes na prova, a começar pelo FC Barcelona. Isto entre muitas outras coisas, já nem falo da Taça Cers de 1991, ou das 3 taças mais recentes (Cers, Continental e Liga Europeia).
    Espero e desejo que não se tenham esquecido de referir que o Benfica é o clube português que venceu competições oficiais internacionais num maior nº de modalidades, futebol, hóquei em patins (séniores e juvenis), atletismo (sim, sei que andam com a vil teoria de que as TCCE de estrada não são oficiais, parvoíces...) (séniores e juniores), basquetebol, rugby (séniores e juniores), futebol de praia (tanto quanto sei o Mundial que vencemos é oficial, mas aqui tenho algumas reservas), e até a nossa casa do Porto venceu um Mundial de Pesca desportiva (espero não me estar a esquecer de nenhuma). Seria bom que o clube fizesse questão de o mostrar a todos, pois com o Benfica e a sua história, que é parte importante do seu legado (a par dos seus valores) não se brinca.

    Acerca do Museu própriamente dito, há muitos, muitos anos, uma criança visitou a antiga sala de troféus na Rua Jardim do Regedor, essa criança era eu. Há distância física a que me encontrava do Benfica (sou da Figueira da Foz), este, na inocência da minha tenra idade parecia-me gigantesco, mas quando entrei naquela sala vi a "luz"... se já era Benfiquista de alma e coração, naquele momento a força do clube trespassou-me de tal forma que jamais deixei de sonhar com aquilo. Foi uma dia que me marcou para todo o sempre. Aquele foi um dos meus 3 grandes momentos como Benfiquista, aos quais se juntam a 1ª vez que vi o Benfica ao vivo, num particular com a Académica em que Tamagnini Nené marcou o nosso golo, e a inolvidável noite de 20 de Abril de 1988, que marcou a minha estreia me jogos na Luz (estava para ter sido um par de meses antes, no confronto com os dinamarqueses).
    Posto isto, e porque ando farto de ouvir críticas (sim, por incrível que pareça) à abertura de um Museu quando, dizem, o Benfica se devia focar em vencer troféus, digo: santa ignorância, um Museu, além de honrar quem suou e dignificou a nossa camisola no passado e divulgar o historial e património do clube, serve de referência. Mostra-nos o grau de exigência que devemos querer para o clube que tanto amamos, queremos voltar a ganhar como ganhámos no passado.
    Deve ainda instruir os nossos atletas sobre o que é o Benfica. É que a brincar a brincar, parece-me indigno que um capitão que por cá anda há uma década, diga à chegada a Amesterdão que deconhecia que o último troféu europeu do Benfica tinha sido conquistado naquela cidade.
    Assim, à falta de referências que mostrem a quem chega o que é o Benfica e a sua matriz vencedora, temos o Museu que os pode elucidar acerca do assunto.
    À laia de brincadeira, mas muito a sério, até o meu filho mais velho, de apenas 3 anos de idade, sabe que ganhámos em Berna e Amesterdão (às derrotas por enquanto vou-o poupando).

    O engrandecimento do clube está na mão de todos nós, e não só de quem entra em campo, todos temos a obrigação de conhecer a história e os valores Benfiquistas, de os divulgar e de os defender. Todos nós o representamos de alguma forma, é esse um dos meus lemas de vida.

    De resto, agardeço as palavras amáveis do caro Alberto Miguéns, que sem demagogias, é uma referência do Benfiquismo e um exemplo para todos nós.

    Desde já as minhas desculpas pelo testamento.

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  12. Caro pcssousa

    Concordo inteiramente consigo e é por isso que acho que o nosso Museu vai ficar muito aquém das expectativas...
    Cosme Damião impulsionou o nosso clube com base em valores humanos, criou a mística benfiquista e mais importante que isto criou um legado...

    Um bom líder é aquele lidera bem os seus seguidores e enquanto líder serve os interesses da instituição que representa...
    Um líder genial é aquele que lidera futuros líderes e a sua liderança vai muito mais além do que a sua presença... É O SEU LEGADO... A capacidade de após a sua partida deixar que alguém siga o seu caminho...

    E foi isso que Cosme Damião fez... Criou a maior instituição desportiva do Mundo e catapultou o nome do Sport Lisboa e Benfica para um patamar ímpar a nível Mundial...

    A maior concretização das palavras de Cosme Damião não estão patentes nos Benfiquistas portugueses, mas sim nos outros... Foi este o legado de Cosme Damião que permitiu que Panchito Velásquez tenha dito que o Benfica tenha uma mística incrível (mesmo tendo jogado no FC Barcelona), foi este o legado que permitiu a Giovanni Trapattoni ter dito " Nunca vida nada assim em toda a minha vida de futebol" ou Saviola dizer nos festejos do título " Só neste clube é que a multidão invade as ruas e por mais quilómetros que fazemos nunca mais acaba"

    E é por tudo isto que A AMBIÇÃO DO BENFICA só pode estar CONCRETIZADA quando ASCENDERMOS AO TOPO DO DESPORTO MUNDIAL!

    E o caso do Museu, não pode invariavelmente ser excepção... Já tive o privilégio de visitar o Museu do Chelsea e do FC Barcelona e sei que ambos ficaram aquém do BENFICA...

    Mas o BENFICA não se deve comparar com outros... Possuímos uma história infinita, um legado de valores humanos que devemos preservar com carinho, amor e orgulho...

    Por isso acho que para o TAMANHO da nossa HISTÓRIA este MUSEU é um pequeno bébé, daquilo que poderá ser no FUTURO...

    E é essa AMBIÇÃO QUE NUNCA DEVEMOS PERDER...

    Quanto ao Hóquei em Patins estes feitos referiam-se a feitos extraordinário excluindo títulos e foram feitos à mais de UM ANO. Lamenta-se a insensibilidade da Secção...

    Infelizmente, fora do futebol, muitos momentos da nossa história ficaram de fora, por não ter o devido relevo...

    Não compreendo... O nível do BENFICA ultrapassa PORTUGAL... Mais importante que falar nos títulos nacional do Basquetebol é falar no BENFICA que venceu o REAL MADRID (por exemplo)...

    Quanto ao Atletismo (como ex-praticante da modalidade) digo-lhe em primeira mão que as 5 vitórias na Taça dos Clubes Campeões Europeus de Estrada não devem ser consideradas... Não são consideradas pela Associação Europeia de Atletismo, recentemente os clubes apuram-se por convite, a prova não tem valia de atletas nenhuma e mediatização nula...

    Como Benfiquistas devemos olhar os erros para tentar melhorar e não transformar pequenas vitórias em GRANDES CONQUISTAS...

    E depois não concordo também com o exacerbamento de excelentes prestações em provas secundárias das modalidades, como Taça Challenge Andebol, Taça das Taças Futsal ou Taça CERS Hóquei em Patins...

    O BENFICA NUNCA SE DEVE ORGULHAR DE CONQUISTAR TÍTULOS DE 2ª DIVISÃO EUROPEIA...

    Considerar a final de AMESTERDÃO UM ORGULHO é DESRESPEITAR A NOSSA HISTÓRIA...

    Ir à final da LIGA EUROPA é UMA DESILUÇÃO, porque só chegamos lá porque fomos eliminados pelo CELTIC e o nosso LUGAR HISTÓRICO É NA LIGA DOS CAMPEÕES...

    Infelizmente, muitas pessoas desconhecem que desde 1955/1956 até 1999/2000 o BENFICA é o 2º MELHOR CLUBE EUROPEU DE SEMPRE NA TAÇA/LIGA DOS CAMPEÕES...

    Se fizermos um ranking justo, que contemple títulos, finais, meias-finais e quartos-de-final, como por exemplo faz o ATP no Ténis, o Benfica foi o 2º melhor clube de SEMPRE...

    Hoje infelizmente estamos noutro patamar, temos de nos reerguer para recuperar o PRESTÍGIO EUROPEU NA LIGA DOS CAMPEÕES, participar na LIGA EUROPA é DESRESPEITAR O NOSSO CLUBE...

    É ESSE O NOSSO DESTINO...

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    1. Bem, em relação ao hóquei, mesmo que não referindo as ditas vitórias nas competições, penos ser de relevo mencionar a participação nas Taças das Nações de 61 (2º lugar) e 62 (esta vitoriosa), em representação de Portugal. Ou a presença no Mundial de clubes em 2006, que se saldou por um 3º lugar. São momentos relevantes para a secção, ou deveriam ser. Ou mencionar campeonato invicto (todas as fases, regional, metropolitano e nacional)... mas que sei eu?

      Em relação à TCCE de estrada, eu por acaso assiti à disputa de uma, na Figueira da Foz, ganha pelo Maratona e lembro-me perfeitamente das folhas das classificações finais com o selo ou cabeçalho da IAAF, acompanhado, penso pela menção ao European Athletics, mas internacionalmente é dado pouco relevo às competições por clubes e até estou em crer que só a taça dos campeões de pista merece sequer menções na página da organização, pelo menos do que me é dado a ver. O facto de ser por convite não invalida que seja oficial, lembro o já mencionado Mundial de clubes de hóquei que também o foi (2 edições) e não deixou de ser oficial por isso, ou a 1ª edição da TCCE de futebol, em que os participantes entraram na competição por convite (penso que mais de metade nem campeões nacionais eram) e não deixa de ser considerado oficial pela UEFA. Na altura em que vencemos por 5 vezes consecutivas a conpetição participavam nomes de peso, como por exemplo o campeão Olimpico da Maratona, Gelindo Bordin. Se actualmente é uma competição fraca, isso não pode ofuscar o que foi há vinte e tal anos atrás.

      Taça Challenge de andebol fomos de facto a uma final, que infelizmente perdemos. O Andebol nacional não tem de momento (e só por breves momentos teve) valor para lutar por boas presenças noutras competições da modalidade. Taça das Taças de futsal, fomos a uma final, que infelizmente também perdemos, mas não era uma competição oficial, a única de cvlubes de futsal que o é, é a UEFA futsal Cup que atribui o titulo de Campeão Europeu, aí fomos a duas finais, uma a duas mãos, outra em formato de final 4 e vencemos brilhantemente a última. Quanto à Taça Cers de hóquei, há que saber distinguir a de 1991 da de 2011 pois na primeira não havia Liga Europeia e por conseguinte o rol de participantes acabava por ser mais forte, além de que se tratou da 1ª competição europeia conquistada pela nossa secção de hóquei depois de várias finais da TCCE e Taça das Taças (uma de forma dramática em casa por penalties contra o nosso rival nortenho e depois de termos estado sempre em vantagem nesse jogo da 2ª mão e beira de a conquistar. Na realidade, só participámos na CERS de 2011 (e 2010) pelo nosso baixo ranking europeu devido à recusa em participar nas competiçõess europeias nos anos anteriores. Ganhámos a Taça em 2011 e já a deviamos ter ganho em 2010, mas aí fizemos um péssimo jogo nas meias finais da final-4.

      Quanto às vitórias em grandes jogos europeus de basquetebol, sim, vencemos o Real Madrid em Madrid, com um cesto em cima da hora do grande Pedro Miguel. O Real Madrid é o mais titulado clube do basquetebol do velho Continente e acabou por nessa época conquistar a Taça da Europa. Recordo outras vitórias de peso, como a conseguida em Badalona contra o Joventut, na altura campeão europeu em título, ou contra o Panatinaikos do famosíssimo Dominique Wilkins, que se sagraria (salvo erro) campeão Europeu, ou quando eliminámos do Campeonato da Europa de Clubes o Olimpija Ljubljana, que acabou por ir para a Taça da Europa e conquistá-la (salvo erro), ou ainda quando eliminámos o Partizan de Belgrado (com uma extraordinária exibição caseira e um dos mais fabulosos jogos do mítico Carlos Lisboa), que contava nas suas fileiras com 4 ou 5 jogadores que se tinham acabado de sagrar campeões do Mundo ao serviço da selecção Jugoslava... belos tempos esses.

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    2. A final da Liga Europa, bem, para mim é sempre prestigiante chegar a uma final europeia. O nosso lugar é na Liga dos Campeões, mas se fomos eliminados desta temos mais é que lutar com todas as forças pelo troféu. Na realidade já não vencemos um troféu europeu de futebol (sénior) desde 1962, mesmo numa competição de 2ª linha queremos ganhar e trazer o caneco para casa, melhores ou piores não podemos nem devemos desdenhar troféus europeus... é que "só" temos 2! Tomara eu que todos os anos consigamos chegar às meias ou quartos da Liga dos Campeões e uma vez de 5 em 5 ou 6 em 6 anos irmos parar à Liga Europa e a consigamos conquistar bem como posteriormente a respectiva Supertaça Europeia (esse sim, quanto a mim, um troféu bem menor).


      Ah, já agora em relação ao Museu. O meu sonho seria que tivesse uma sala de troféus anexa onde se pudessem vislumbrar todos ou grande parte dos troféus que não cabem no Museu. É que a brincar, a brincar, o próprio Beleneses afirma no seu site ter expostos cerca de 10 mil troféus na sua sala de troféus.
      Pode ser um sonho utópico, mas é a minha opinião.


      É esta a minha opinião. Mais uma vez as minhas desculpas pela extenção deste texto, mas tinha mesmo que ser.

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  13. Sim, evidentemente que existem mais exemplos, apenas mencionei o dos 8-1 por ser o mais marcante, mas parece infelizmente que existem limites para os nossos feitos históricos, isto é, não se pode revelar tudo, apenas o que eles acham principal...

    As TCCE eram doutro nível na altura, embora agora não o sejam... No Corta-Mato já é diferente, já aparece no site, é oficial e sempre teve os melhores atletas europeus...

    E no fundo, os atletas que fazem Corta-mato fazem também Estrada e vice-versa em todo o mundo... Penso que contar as suas competições é como que dobrar uma modalidade e por isso injusto...

    As finais europeias de CERS ou Liga Europa para mim serão sempre desprestigiantes... Acho muito mais prestigiante a nossa campanha em 2011/2012 em que eliminamos o vice-campeão europeu Manchester United na fase de grupos, o Zenit com 7 jogadores da selecção russa e ainda fizemos tremer o Chelsea mais que até o próprio Barcelona com menos um jogador fora de casa enquanto o Barcelona tinha mais um e em casa...

    Acho que o prestígio dum clube não se mede pelos títulos europeus, mas pelo ranking das suas prestações...
    Por exemplo o Nottingham Forest tem os mesmos títulos que nós mas uma história que acaba aí...

    É o mesmo que dizer que é igual ganhar 2 medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, 0 de prata e 0 de bronze ou 2 medalhas de ouro, 5 de prata e 1 bronze (corresponde ao nosso historial 2 títulos, 5 vice-títulos e 1 meia-final)

    Quanto ao Museu, essa ideia seria certamente uma excelente ideia...

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