12 julho 2013

Jogo-parafuso no Adeus Aos Títulos

OPINIÃO

A minha "euforia" acerca da conquista do campeonato nacional durou cerca de 70 horas e 40 minutos, mais concretamente entre o final do jogo no Funchal (21.50 horas do dia 29 de Abril) e o golo de Kuyt (20.28 horas do dia 2 de Maio). Estava a ver o jogo e disse para quem estava ao meu lado, qualquer coisa do tipo: «Isto já não vai dar para tudo. Se formos a Amesterdão não vamos ter "pernas" para ganhar o campeonato!»

Derrota por 0-1, na 1.ª mão, em terreno alheio. Resultado muito complicado para a 2.ª mão
O Benfica fez um resultado muito fraco em Istambul. Um clube perder por um golo, só não é péssimo se esse clube que está a jogar "fora", na 1.ª mão, marcar um golo ou golos de modo a ser derrotado pela margem mínima (1-2, 2-3, 3-4). Porque os golos marcados fora "valem a dobrar" em caso de empate em golos na eliminatória.
Depois, entre os jogos das duas mãos ocorreram três situações:
1. Perguntei a um "especialista em estatísticas do futebol turco" (Ozgur  Dogan) qual a importância efectiva na manobra da equipa, dos futebolistas do Fenerbahçe SK impedidos de jogar na 2.ª mão. Foi simples e taxativo (algum pouco comum nos turcos): É o que há de melhor para o Benfica! São fundamentais para suster o ataque do teu clube e promover o contra-ataque! Parece que foi de propósito!" Fiquei descansado.
2. Assisti ao jogo do "Glorioso" no Funchal. Percebi o desgaste nos futebolistas. Fiquei preocupado.
3. Depois percebi que os responsáveis pelo futebol do Benfica cederam aos media no sentido de não haver poupanças para o campeonato, no jogo com o Fenerbançe SK. Fizeram o jogo do FCP: os media e os responsáveis pelo futebol do Benfica. Fiquei (muito, mas mesmo muito) preocupado.

Apreciação para o jogo na "Catedral" com o Newcastle United FC

Árbitro francês! Outra vez! "Gato escaldado da água fria tem medo"!
Quando soube que o árbitro era, outra vez francês, nem queria acreditar. Que me lembre (cito de memória) foi a primeira vez que o Benfica "levou com dois artistas do apito franceses em dois jogos consecutivos em "casa" para as competições da UEFA. Na 1.ª mão dos quartos-de-final foi o "artista"  Antony Gautier (ainda me recordava da vergonha como "inclinava o campo"). Na 2.ª mão das meias-finais mais um "artista gaulês" Stéphane Lannoy. Não havia coincidências. O Benfica estava a causar mossa na posição da França na classificação dos países para apurar o número de clubes para participar na Liga dos Campeões.




Depois de uma derrota por 0-1, na 1.ª mão, sofrer um golo na 2.ª mão. Ser necessário marcar três e "segurá-los! Missão Quase impossível
Chegaram as 20.05 horas do dia 2 de Maio. Constituição da equipa. O melhor "onze". O "onze" para o jogo com o GD Estoril Praia. E seria... quase! Apenas uma mudança com André Almeida a ceder o lugar a Melgarejo. Aumentaram as preocupações.
20.14 horas: Gaitán empata a eliminatória (Pensei: agora é marcar o 2.º e "descansar" como contra o FC Girondinos);
20.28 horas: Depois de um fora-de-jogo não assinalado pelos artistas gauleses, o Benfica tem de marcar dois golos! (Pensei e falei: Isto já não vai dar para tudo. Se formos a Amesterdão não vamos ter "pernas" para ganhar o campeonato!
21.26 horas: Cardozo faz o 3-1 que colocava o "Glorioso" na final. Depois com os futebolistas da equipa turca a despejar bolas (até do guarda-redes para o Artur) com 24' + 5' compensação a correr a todo o lado, cheguei ao final do jogo, passando da euforia à preocupação quando pensei aquele esforço de quinta-feira seria pago na segunda-feira. Só não sabia que seria com "juros".



Quase "falido"
Na época que passou (2012/13) inventei uma novidade que quase me ia levando à falência. Beber uma taça de conhaque a cada vitória do Benfica (equipa de futebol) e a cada conquista de um título ou troféu oficial por uma equipa sénior, masculina ou feminina, das modalidades (todas de A a Z). Só no futebol foram 45 taças! Como é que não havia de ficar "pobre"! Quarenta e cinco taças são seis garrafas! Aliás foram 47 taças de conhaque, porque depois do jogo com o Fenerbahçe SK arranjei maneira de comemorar os três golos bebendo três taças enquanto fazia o texto do EDB dessa noite: uma (ordinária) para comemorar a vitória e duas (extraordinárias): uma para comemorar a vitória na eliminatória e outra para comemorar a passagem à final!


Cardozo (no lugar de Gaitán) e a 1.ª taça... de conhaque


Cardozo e a 2.ª taça... de conhaque


Cardozo e a 3.ª taça... de conhaque


Em 2013/14 vou regressar ao habitual: conhaque só para troféus oficiais e títulos! Vitórias só vai dar direito a tremoços, pica-pau e cerveja! Velho hábito!

Adeus ao Campeonato
Chegou o dia do "tudo ou nada", porque nas Antas haveria sempre uma Proençada, se fosse necessária para fazer o FCP campeão nacional.
Foi daqueles jogos em que tudo corre mal. Jogadores desgastados fisicamente e emocionalmente (sem recuperar da conquista da final) ou seja, com menor capacidade em "remar contra as contrariedades". O Benfica entrou muito bem, mas sem eficácia, com vários futebolistas a falhar "golos feitos"! Depois houve o habitual. Árbitros em jogos importantes desconcentrados. A habitual frase dos árbitros portugueses em jogos - e lances importantes - do Benfica: "desconcentração inoportuna, mas também temos direito a errar". Até os media habitualmente acobardados assumiram o golo do adversário como irregular. Espantem-se!



No final, como habitual, os Benfiquistas culpavam os "habituais" (jogadores e treinadores do insucesso). O golo foi irregular? O árbitro foi manhoso? Sim! Sim, mas o Benfica tinha de ganhar!

Adeus à Liga Europa
Outro jogo a correr mal. O árbitro invalida um golo limpo. Eu estive no estádio. Ao contrário do que se diz, há estádios com transmissão em directo dos jogos. O ecrã transmitiu do estádio Arena deu todo o jogo em simultâneo. Até as repetições das transmissões televisivas. Mas pasme-se. Depois do golo anulado a Cardozo não deram a repetição. Pela primeira vez e penso que única. Fiquei com a sensação que havia erro do árbitro. Como tinha alojamento em Amesterdão, assim que cheguei ao local, o holandês (dono do estaminé) disse-me logo (quando perguntei pelo lance que ele devia ter visto pela televisão): Se fosse o Torres era golo! (afinal os holandeses também pensam à portuguesa!). Perante a minha insistência de argumento português "Não estava por centímetros!?" Ele respondeu (já à holandesa ou melhor, com inteligência): "Isso não existe! Podia haver como não haver. É um fora-de-jogo tecnológico! Dá para os dois lados! Um erro suportado pela tecnologia! " Esta nunca tinha ouvido! Mas está certo! Evidente! É impossível saber se há ou não fora-de-jogo num lance daqueles. As transmissões televisivas são uma falácia. A linha é colocada sem critério rigoroso. Não é possível "parar" a imagem no milésimo de segundo certo, o da saída da bola de quem faz a assistência. É fácil mostrar a falácia com números: Um futebolista consegue correr 100 metros em cada 12 segundos, ou seja, dez metros em cada 1,2 segundos, ou seja, um metro em cada 1,2 décimos de segundo. É impossível "tirar" foras-de-jogo (tal como marcar linhas nas televisões) com distâncias tão apertadas. Na imagem abaixo inserida se a linha fosse colocada meio segundo antes Cardozo estava meio-metro atrás (pelo menos). Os do Chelsea FC estariam ou não!




Depois lesiona-se o melhor defesa Garay (aos 74:29 e substituído aos 76:14 e já tinha recebido assistência na primeira parte), fundamental nos lances de bola parada. Quem estava no estádio percebeu que o Benfica estava de "rastos". O prolongamento ia ser doloroso. Jardel foi a 3.ª substituição. O Chelsea FC não fez nenhuma! Devia ter feito o primeiro golo (e fez) aos 50:29 com 0-0. O árbitro não quis.
No final, como habitual, os Benfiquistas culpavam os "habituais" (jogadores e treinadores do insucesso). O golo foi regular? O árbitro foi manhoso? Sim! Sim, mas o Benfica tinha de ganhar!

Adeus à Taça de Portugal
Depois de tantas finais perdidas (GD Estoril Praia, FC Porto e Chelsea FC) conquistar a Taça de Portugal era o único objectivo. O Benfica controlou o jogo até Cardozo ser substituído (69 minutos). Mas sem conseguir fazer os 2-0. Com Jorge Sousa em campo é um risco muito grande. Claro! Lá veio a "desconcentração inoportuna, mas também temos direito a errar". Depois foi uma equipa a acreditar e outra a empanturrar.

O mesmo bandeirinha viu este aos 23'. Estava concentradíssimo! Era um erro contra os vimaranenses. "Chateava" o Papa!
Vais longe... bandeirinha!
O mesmo bandeirinha não viu este aos 79'. Estava desconcentradíssimo! Prejudicou o Benfica. "Alegrou" o Papa! Vais longe... bandeirinha!
No final, como habitual, os Benfiquistas culpavam os "habituais" (jogadores e treinadores do insucesso). O golo foi regular? O árbitro foi manhoso? Sim! Sim, mas o Benfica tinha de ganhar!

Há pelo menos uma diferença, entre muitos benfiquistas de há 20 anos para cá. Há 20 anos diziam-me que o FCP não "roubava". Os jogadores do Benfica é que não queriam jogar e os treinadores não sabiam treinar. Actualmente já vejo/ouço outro discurso. O FCP "rouba". Mas, os jogadores do Benfica (e os treinadores) sabendo disso têm que ganhar os jogos, mesmo que os árbitros prejudiquem o Benfica e beneficiem o FC Porto ou os adversários do Benfica, para o beneficiar, que vai dar ao mesmo. Talvez daqui a 20 anos os Benfiquistas dêem um "murro na mesa"...

E que os dirigentes da FPF saibam o seguinte: Defender o futebol português na UEFA (não é só preocuparem-se com o selecção nacional A e com o FC Porto). E que não haja "assaltos" à sua Sede!


Querer ganhar tudo, para perder tudo

Alberto Miguéns

Próximos oito dias no EDB (previsões)
Sábado (13 de Julho): O Benfica e o Étoile Carouge FC
Domingo (14 de Julho): O Benfica e o FC Girondinos
Segunda-feira (15 de Julho): Primeiros dois jogos
Terça-feira (16 de Julho): O Benfica e o FC Sion
Quarta-feira (17 de Julho): O terceiro jogo em 2013/14
Quinta-feira (18 de Julho): O Benfica e as pré-épocas
Sexta-feira (19 de Julho): Futebol da equipa B
Sábado (20 de Julho): O Benfica na Taça de Honra de Lisboa

3 comentários:

  1. E ainda há Benfiquistas a achar que o problema é do JJ. Eu sei que é teimoso e muito humilde. Mas teríamos outro tipo de problemas com outros.

    Muito bom este post. Pena é que isto, que é o problema do Benfica não ganhar, encaixe na cabeça de todos.

    Mas não para que seja a nossa mentalidade porque já se percebeu há muito que a mentalidade é ter de ganhar todos os jogos e ser melhor que as outras duas equipas que entram em campo.

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  2. É um deleite ler o que nos diz o Miguens.
    Ele sabe que eu sei que ele sabe ser eu um dos seus maiores fãs.

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