27 agosto 2012

Sado Vermelho


Um golo. O "Segundo". Uma semi-assistência (Enzo Pérez marcou o "Terceiro" numa recarga a uma defesa incompleta do guarda-redes, após remate de Salvio). Uma grande jogatana com 90 minutos e mais 4 de compensações. Honrou o "Manto Sagrado" 


OPINIÃO

Na 2.ª jornada do 79.º campeonato nacional o Benfica conquistou os três pontos. Cumpriu. Com o adversário reduzido a dez futebolistas depois do 9.º minuto, o “Glorioso” goleou. Cumpriu. A jogar em terreno alheio os futebolistas com o "Manto Sagrado" marcaram cinco golos e não sofreram nenhum. Foram brilhantes.

As habituais dualidades de critérios: nos Árbitros e na Comunicação Social (agora denominados Media)
Estiveram todos muito bem. Finalmente uma entrada inqualificável sobre um futebolista do Benfica valeu uma expulsão. Que sirva de exemplo para todos – adversários e árbitros.
No primeiro golo do Benfica é possível que Melgarejo, quando recebe a bola de Enzo Pérez, esteja em posição ilegal, mas (as linhas da SportTV não têm credibilidade, por isso necessitam de ser “estudadas” ao pormenor) se estiver está pelo tamanho de uma bota. Quantos golos vamos sofrer… assim?! Agora, provavelmente durante a semana e toda a época, vai ser um fora-de-jogo escandaloso. Quando for contra nós é “difícil de ver”! Vamos esperar porque já sabemos o que “a casa gasta”!

Dignificar o “Manto Sagrado”
Gostei do treinador e dos futebolistas. Fizeram história gloriosa, pois além de conseguirem o 36.º triunfo em 65 jornadas do campeonato nacional, no terreno adversário, igualaram o melhor resultado de sempre – a quarta vitória por cinco golos de diferença e segunda por 5-0, mas a primeira goleada com cinco golos no estádio do Bonfim, pois a última (6-1, em 1957/58) foi obtida no anterior campo dos Arcos.
AS 36 VITÓRIAS DO SLB COM O VITÓRIA FC SETÚBAL EM CASA DO ADVERSÁRIO PARA O CAMPEONATO NACIONAL
Dif. Golos
Resultados
Épocas

5

4
8-3
1
44/45
6-1
1
57/58
5-0
2
49/50-12/13
4
3
6-2
1
02/03
4-0
2
75/76-08/09

3

5

5-2
1
34/35
4-1
1
45/46
3-0
3
39/40-47/48-62/63

2

9
5-3
1
55/56
4-2
1
63/64
3-1
3
71/72-82/83-11/12
2-0
4
87/88-96/97-04/05-10/11

1

15
3-2
3
56/57-59/60-83/84
2-1
6
36/37-48/49-64/65-89/90-94/95-99/00
1-0
6
46/47-72/73-77/78-85/86-05/06-06/07
5x
36
15x
36
36 V’s / 65 CN´s
NOTA: Até 1959/60 no Campo dos Arcos (13 vitórias);
Depois de 1962/63 no Estádio do Bonfim (23 vitórias)

Já tenho saudades de ver o Manto Sagrado na Catedral.

Alberto Miguéns

NOTA1: Linha(s) do fora-de-jogo. Ao contrário do que as transmissões televisivas do futebol fazem crer, o fora-de-jogo não é definido por uma linha, mas por duas, ou melhor, por um triângulo com o vértice no árbitro auxiliar. Uma linha no jogador que recebe a bola e outra no jogador que lhe passa a bola. O fora-de-jogo é assinalado – se não estiverem (pelo menos…) dois adversários entre ele e a baliza contrária - ao futebolista mais avançado da equipa atacante no MOMENTO em que a bola lhe é endossada por um futebolista da equipa. Ou seja, a linha televisiva do fora-de-jogo deve ser inserida no momento em que a bola é endossada e não depois da bola ser batida. As televisões (com destaque para a Sport TV que é useira e vezeira em viciar os momentos do jogo) não têm critério ao colocar a linha (a Sport TV, por vezes e muitas vezes, até a “entorta”). Nesta transmissão televisiva, mais uma vez viciaram o momento, pois quando a linha virtual é colocada junto ao pé direito de Melgarejo (para o joelho esquerdo ficar em fora-de-jogo) a bola já saiu há pelo menos 1/10 de segundo dos pés de Enzo Pérez (visivel pois vê-se a chuteira, captada por uma câmara de filmar colocada num local – enfiamento da grande-área – que não pode captar a chuteira, a não ser que a bola já tenha sido chutada). Mesmo 1/10 de segundo de diferença, faz toda a… diferença, basta fazer as contas. Qualquer futebolista – de chuteiras a correr em relvado – faz 100 metros em 10 segundos, ou seja, 10 metros num segundo, ou seja, 1 metro por 1/10 de segundo. Assinalar, em televisão, foras-de-jogo por 1 ou 2 metros, resulta simplesmente da imaginação, manipulação ou “xicoespertismo” do realizador que controla a transmissão. Por que, por exemplo, mais do que fazer traços virtuais sobre um dos pés de Melgarejo, interessa perceber quando é que a imagem foi parada! Foi durante ou depois, de Enzo Pérez ter endossado a bola. Faz toda a diferença, pois 1/10 de segundo antes da bola já ter saído dos seus pés significa que Melgarejo estava (pelo menos…) um metro atrás do sítio onde a transmissão o coloca para o fora-de-jogo.


NOTA2: As polémicas: Carlos Martins e Melgarejo. Primeiro Carlos Martins. Percebo que Jorge Jesus não coloque Carlos Martins no onze titular frente a equipas de clubes menos poderosos que o nosso, pois faz todo o sentido jogar apenas com dois médios centrocampistas (e não três) e a escolha recair em Javi Garcia (mais defensivo, no futebolês, a posição 6) e Witsel (mais atacante, no futebolês, a posição 8). Como não acredito que um “tubarão europeu” não adquira (por 40 milhões ou não!) Witsel até 31 de Agosto de 2012, este tem (teve…) a titularidade assegurada, como me parece elementar. Quanto a mim, no próximo jogo (domingo, 2 de Setembro, frente ao CD Nacional, na Catedral) não havendo Witsel, será Carlos Martins a ocupar, naturalmente, a posição de médio atacante. Depois Melgarejo. Não sei se o nosso extremo-esquerdo (4.3.3) ou médio-ala-esquerdo (4.4.2) Melgarejo será um defesa-lateral-esquerdo com a classe indispensável para jogar na equipa do SLB. Já vi excelentes – até mais do que uma – adaptações de extremos ou alas (à esquerda ou direita) a defesas-laterais. Tal como já vi tentativas de adaptação, ou seja, as soluções serem mal sucedidas. O meu desejo é que, se o nosso treinador o entender, seja de sucesso total. O Benfica só tem a ganhar. O que me parece (neste momento) é que o risco é elevado – porque o processo de adaptação está em curso – quando se aproximam jogos importantes (e difíceis), em particular, nas primeiras jornadas da Liga dos Campeões. Repito o que já disse, no EDB: No Mundo, há 200 ou 300 defesas-esquerdos melhores que Emerson. Mas, há 2 ou 3 milhões inferiores a ele. Para mim, entre duas épocas, faz mais sentido manter jogadores titulares (desde que o Benfica não seja “obrigado” a transferi-los), adquirir futebolistas para posições ocupadas com jogadores de maior fragilidade e permitir que os “novos” mostrem qualidade para ocupar o lugar dos “velhos”.

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