NOS PRÓXIMOS DIAS ANUNCIAREI QUEM APOIAREI PARA PRESIDENTE DO BENFICA NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.
Não porque pense que esse anúncio seja importante. Era o que mais havia de faltar ser pretensioso. Farei esse anúncio por dois motivos:
1. Transparência. Tendo um blogue lido por uma pessoa ou por 100 milhões não deixa de ser um espaço público. Exige-se a quem o usa, fazendo-o, ser honesto para com quem o lê. Esse anúncio não significará caciquismo (que abomino, por isso os leitores deste blogue devem ter as suas ideias e votar naquele que pensam ser o melhor para o Benfica) mas eu tenho de dizer em quem voto e o porquê. Que motivos encontro para que esse candidato seja a melhor escolha. Indicarei o nome e quais as razões que me levam a pensar que é ele quem melhor poderá acrescentar grandeza ao que já é muito grande.
2. Benfiquismo. Ser associado do Clube representa participação a todos os níveis. E em 20 actos eleitorais desde que sou sócio do Benfica nunca faltei a nenhum, mesmo quando tinha um voto (1981 e 1983) pois não é o número de votos que justifica faltar a um dos momentos de maior importância para o desenvolvimento do Clube (embora os actuais 50 votos sejam, em minha opinião, um abuso e absurdo)!
Se há candidato que se deve respeitar é um presidente que se propõe ser eleito. Por ter já um passado que tem marca e merece avaliação no sentido de perspectivar o que conseguirá, ou não, no futuro. Todos os candidatos são legítimos, mas um presidente que se recandidate tem legitimidade reforçada, por isso tem que ser elogiado e deve ser escrutinado pelo que pretende fazer. O actual presidente põe-se sempre a jeito porque "fala" sempre mais do que já fez do que daquilo que quer fazer. E isso para mim soa sempre a falsete. O que eu quero, nas próximas eleições é saber o que cada um pensa para o quadriénio 2020/2024 não o que foi feito, pois isso já foi debatido e votado nas assembleias gerais para aprovar ou rejeitar os "Relatórios e Contas" anualmente.
Vejamos o discurso do actual presidente (2003, 2006, 2009, 2012 e 2016) e candidato a um sexto mandato. É que com este discurso legitima que lhe sejam feitas observações críticas negativas, tal como elogios, que também é criticar. E um presidente que se recandidata tem que ser criticado, por outros, pelo que fez de bom e de mau, pois não é um candidato proponente, é um presidente que assume querer mais tempo. Isto é assim em qualquer Democracia desde Péricles, na Grécia Antiga!
Como é evidente tirei notas de quem fez este discurso para o presidente ler!
«Tenho 71 anos, a 4.ª classe, não falo inglês, tenho orgulho no trabalho realizado nestes 17 anos e estou aqui para anunciar a recandidatura ao meu último mandato como presidente do Sport Lisboa e Benfica!
Sempre trabalhei para unir os benfiquistas, porque acho que só assim podemos continuar a crescer e a ter futuro.
Esta candidatura tem um passado, tem uma história, mas, acima de tudo, tem futuro, e é por isso que aqui estou!
Nos próximos quatro anos continuaremos a crescer, a inovar, a ser pioneiros em muitas áreas, mas serão quatro anos em que o principal foco será a vertente desportiva.
O próximo mandato será a base e ponto de partida para superarmos o que fizemos na última década.
E o que fizemos foi extraordinário!
Foi a segunda melhor década da nossa história no futebol, a melhor década da nossa história nas modalidades e a melhor década da nossa história no capítulo financeiro. (1)
Uma década em que reforçámos o nosso prestígio internacional, a nossa credibilidade, em que nos afirmámos como um dos melhores clubes a nível mundial. (2)
Uma década em que tivemos contas positivas em sete anos – repito – sete anos!
É isto que quero que o Benfica supere na próxima década, e é para isso que vou trabalhar no meu último mandato!
Pela primeira vez em muitos anos, há vários candidatos. É algo que deve ser saudado, porque mostra a vitalidade do Benfica e reforça as garantias em relação ao futuro do Clube. (3A)
Gostaria, no entanto, de expressar o meu desejo para que a campanha decorra pela positiva, uma campanha de propostas, de ideias, uma campanha construtiva.
É esse o caminho que vou seguir, e espero que os restantes candidatos também o sigam!
Não esqueço as críticas, porque elas fazem parte do percurso, e porque, quando elas são sérias, devem ser ouvidas.
Quem está à frente de uma instituição com a grandeza do Benfica também erra em algumas decisões e eu não sou excepção.
Errei, porque sou humano. Errei, porque quem decide não acerta sempre. Só não erra quem não decide. Por isso, a primeira garantia que quero aqui deixar é a de que estou disponível para ouvir, para acolher as boas ideias, venham elas de onde vierem.
As boas propostas têm sempre a porta aberta e cabem nos próximos quatro anos do Benfica, como couberam nos últimos 17.
Já li e ouvi algumas das propostas das outras candidaturas. Há propostas que são boas, mas não são novas e já foram implementadas e há propostas novas que não são boas!
Não podemos passar os próximos 30 dias apenas a deitar abaixo, a desvalorizar o trabalho feito, a menorizar resultados, a criticar tudo e todos, porque aqueles que só criticam raramente conseguem construir. (3B)
Criticam as compras, criticam as vendas, criticam o equipamento, a falta de transparência das contas, a democracia do Clube, o voto eletrónico, a Benfica TV, criticam... (3C)
Não pode ser, porque estas críticas não atingem apenas o presidente do Benfica, atingem o Benfica enquanto instituição e todo o trabalho realizado nos últimos 20 anos. E é isso que eu não posso admitir. (3D)
A nossa história é uma história de caracter, de superação, de querer. É uma história de resistência, de sucesso. É uma história que não admite nem fações, nem hipocrisia ou falsidades.
Somos o clube português mais saudável do ponto de vista financeiro e mais preparado para enfrentar os próximos anos.
Vão ser anos exigentes, mas já passei por situações bem mais complicadas e anos mais exigentes quando aqui cheguei.
As contas do Benfica são auditadas anualmente, com relatórios detalhados e públicos, pelo que não percebo a crítica recorrente de alguns candidatos da oposição, mas estou disponível a acolher na minha lista para o Conselho Fiscal um elemento de cada uma das candidaturas da oposição para que possam perceber a transparência e o rigor das nossas contas. A porta está aberta. Não estejam apenas permanentemente a criticar. (11)
Já ouvi, também, falar em fim de ciclo. Mas como compreender que alguém possa falar em fim de ciclo quando o Clube está hoje mais preparado, mais dinâmico, forte, estruturado, ambicioso e vencedor do que alguma vez foi?
Não. Não é o fim de um ciclo, é a continuação de um ciclo de sucesso. É essa a minha ambição e a minha promessa.
Já ouvi, igualmente, falar de que o Benfica não pode ser negócio. Pois bem, se o Benfica não for também negócio, não haverá nem sucesso desportivo, nem infraestruturas, nem formação, nem modalidades, nem medalhas olímpicas.
O Benfica é alma, é paixão, o Benfica são os sócios, mas também tem de ser negócio. Quem diz o contrário está apenas a usar uma frase vazia de sentido e de puro oportunismo eleitoral.
Quero partilhar agora algumas notas finais:
– O dono do clube são os sócios, e foi deles que recebi mandato e legitimidade para liderar o Benfica nos últimos 17 anos. Quando cheguei ao Clube o dono do Benfica eram os credores. Foi comigo que se devolveu o Benfica aos sócios. Estou aqui, e conto continuar a estar, pelo voto dos benfiquistas; (4)
– Não festejo nem vendas nem contratações de jogadores! Se hoje há um projeto de formação conhecido e reconhecido a nível internacional, é porque ele foi construído ao longo da última década, quando muitos não acreditavam nele! E esse projeto é para continuar!; (5)
– Irei debater as minhas propostas com os sócios, e é assim que deve ser. São os sócios que devem ser esclarecidos, e todos os candidatos o podem e devem fazer. Irei nas próximas três semanas percorrer o país, falar com os sócios, debater com eles as minhas ideias para os próximos quatro anos; (6)
– O Benfica tem o sistema mais inovador a nível de voto. Mas, para calar insinuações que roçam o insulto, e para reforçar a possibilidade de todos os sócios do Benfica participarem nestas eleições, não só haverá, a par do voto eletrónico, o voto em papel, como os sócios do Benfica vão poder votar em todas as capitais de distrito de Portugal continental. Espero que o ruído à volta do processo eleitoral termine de vez; (7)
– O Benfica é hoje dos clubes com maior credibilidade a nível mundial. Cumpre com os compromissos assumidos, não tem ordenados em atraso, nem modalidades em risco de desaparecer. E quanto a mim, tenho a consciência tranquila, porque as insinuações não são um facto, e a justiça não se faz nos jornais ou nas televisões. (8)
- O Benfica são as pessoas e essa sempre foi a minha prioridade. Por isso a minha aposta, desde que aqui cheguei, no crescimento e modernização das Casas do Benfica. Sempre foi claro para mim a importância destas na divulgação da nossa mística, dos nossos valores, da nossa história! A aposta é para continuar!
- Haverá nos próximos quatro anos um Conselho Estratégico que nos vai ajudar a pensar em novos desafios e a auxiliar nas dificuldades que possam surgir. Um Conselho Estratégico constituído por benfiquistas que representem uma inegável mais valia para o Clube. (9)
O ato eleitoral é o momento em que se dá a palavra aos sócios, é fundamental que os sócios exerçam esse direito, porque representam a base fundadora e a essência deste clube!
Os próximos anos devem ser de união, por isso, depois das eleições, quem ganhar será presidente de todos os benfiquistas. O nosso futuro depende disso!
Depois das eleições, não haverá vencedores ou vencidos, mas apenas benfiquistas.
O Benfica de hoje é um clube vanguardista, moderno, inovador, mas é ao mesmo tempo um clube com espírito crítico, em que nos orgulhamos do trabalho feito e da nossa história, mas pensamos sempre no futuro e no que ainda podemos fazer.
Por isso “a história com futuro” que assumi como lema da minha campanha.
Tenho a certeza – e é assim que termino – de que o meu pai, esteja onde estiver, estará orgulhoso do filho. (10)
Cumpri a promessa que lhe fiz quando assumi a liderança do Benfica. Recuperei a mística e a grandeza do Benfica e isso é a melhor recompensa que posso ter destes 17 anos!»
(1) Ingratidão. Esta mania de comparar o presente com o passado, os últimos 17 anos com os 17 anos anteriores é do mais básico que há. Como se quem fez o discurso e quem o leu soubessem década a década o que se passou no «Glorioso» desde 28 de Fevereiro de 1904. Cada década teve as suas vicissitudes, adaptadas ao tempo em que ocorreram, e estar a pôr-se em bicos dos pés é achincalhar os 32 presidentes que estão para trás e fizeram ou conseguiram manter o Benfica como maior clube português e Bicampeão Europeu, além de vencedor da Taça Latina. Não foram ofertas, foram conquistas! Será a melhor década financeira (2011/2020) se comparada com a anterior (2001/2010) pois nos Anos 50 até uma «Catedral: Monumento ao Benfiquismo» se construiu bem como os alicerces do Benfica Europeu sem endividamento, nem vender (pois não existiam) sete lotes para urbanização com terrenos comprados pelas gerências dos Anos 60 e 70! Se eles não têm comprado esses hectares de terrenos como poderia o Benfica ter vendido os loteamentos para urbanização, por exemplo? É "feio" ignorar quem nos honrou o passado! Comparar décadas das modalidades com o tempo em que, só a secção de Ciclismo, tinha um orçamento quase igual ao do Futebol? Ingratidão e ignorância. Para mim a melhor década até foi a primeira: 1904/1913. Só de "olhar" para ela causa espanto como conseguimos sobreviver a tantas adversidades!
(2) Subjectividade. Frase vazia de sentido. Não se pode provar e é bazófia que se fosse entendida no estrangeiro faria do Benfica um clube risível e de quem a proferiu um abominável do ridículo. Apesar de haver informação quantificada também nada prova.
(3) Uma no cravo, outra na ferradura. Um primeiro parágrafo para enfeitar e os outros para o negar. Todos as críticas são legítimas num clube democrático. Os sócios julgarão. O presidente actual até pode estar 50 anos presidente que nunca será o Benfica. Foi eleito quando o Benfica estava a quatro meses de completar 100 anos e tinha mais de 100 mil associados, mais onze campeonatos nacionais que o FC Porto (agora tem mais 9) e mais uma competição europeia que o FC Porto (agora tem menos duas).
(4) Demagogia. Os donos do Benfica sempre foram os associados, que elegeram Manuel Vilarinho (2001) e Luís Filipe Vieira (2003). A credibilidade foi iniciada com os Órgãos Sociais eleitos em 2001: construção do Estádio (inaugurado em 25 de Outubro de 2003), plano de pormenor para transformar espaço desportivo em espaço urbanizável e início da construção - 2 de Junho de 2003 - do Benfica Futebol Campus, terrenos comprados na presidência de Vale Azevedo). Se quisesse ser igualmente demagogo diria que o Benfica agora está refém de Jorge Mendes, ou seja, é ele o dono do futebol do clube!
(5) Será que as aparências iludem? Sem legenda!
(6) Bom mas curto para muito bom. Que é sempre a exigência para um presidente que se recandidate entre candidatos. Debater com os outros é respeitar o Benfica! Fugir aos debates é cobardia e arrogância!
(7) Falar por outros. Isto é assunto para o presidente da mesa da assembleia geral. Não é para um candidato ser ele a indicar as normas eleitorais para os outros candidatos. Inqualificável. Incompreensível. Julgar-se acima da mesa da assembleia geral eleitoral. E esta deixa?!
(8) Verborreia. Estar sempre a fazer comparações a nível mundial? Devem existir uns 50 clubes a nível mundial com mais credibilidade que o Benfica. Até podem ser só um ou cem! Quem sabe? O mesmo tipo daquilo que escrevi em (2). Bazófia! Falta de cultura Benfiquista! Ser humilde, sem ser subserviente!
(9) Cábula. Copiar para pior o que fazem, desde sempre, o Sporting CP (Conselho Leonino) e o FC Porto (Assembleia Delegada, agora Conselho Superior). Mas estes são eleitos pelos associados, não são escolhidos entre os amigos do presidente onde podem ter assento personalidades pouco recomendáveis. Há que relembrar que o actual presidente da Direcção quis eleger Henrique Granadeiro para Sócio Honorário do Benfica, em 29 de Outubro de 2010. Se os sócios não recusassem quantos sócios honorários amigos do presidente teria o Benfica agora?
(10) Paciência. Por muito que o presidente tenha estima pelo pai, não faz sentido estar sempre a misturar a família com o Benfica. O pai do presidente é uma âncora quando se sente acossado, como José Maria Pedroto é para Pinto da Costa! Eu respeitaria a memória do meu pai não o envolvendo em eleições, actos suscetíveis de serem levados a tribunal e gestão do Clube. Mas cada um sabe de si e Deus sabe de todos!
NOTA (às tantas da matina)
(11) Absurdo. Não comento surrealismo Benfiquista. Mas relembro. Um Conselho Fiscal tem um presidente, um vice-presidente, três vogais efectivos e um suplente, ou seja, seis dirigentes. Os dirigentes não são todos equiparáveis. Havendo cinco listas, a presidência será indicada pelo presidente da Direcção em exercício e os restantes cinco serão por sorteio? Ou altera-se depois do acto eleitoral dada já por garantida a vitória? Não queria comentar e comentei. Nem por ser absurdo mas pelo facto do Benfica ter «Estatutos» e não ser o "Clube da Joana"!
Mas Luís Filipe Vieira "não fez coisas boas"? Claro que fez! Várias e muitas. Mal era! O Benfica não é um FC Alverca em ponto grande, sem desprimor para esses clube! É de outra dimensão não mesurável com quase todos os clubes portugueses. Percebe-se onde quero chegar...
O Benfica continuar com o actual presidente em 2020/2024?
Só obrigado!*
Alberto Miguéns
* Mas se for eleito continuará a ser o presidente do meu clube, pois os associados são soberanos!