DEPOIS DO 28 DE MAIO DE 1926 UNS APROVEITARAM PARA CONSTRUIR ESTÁDIOS E O BENFICA PARA INAUGURÁ-LOS!
Gomes da Costa e a sua tropa leal entra garbosamente em Lisboa (vindo de Braga) em cima de um cavalo mas, claro, que de Braga chegou a Lisboa de automóvel. Com amplo apoio popular tal o descalabro financeiro, politico e social da I República que se envolveu de escândalo em escândalo até ao seu final sem honra nem glória. O pior viria depois quando em vez de organizar o País (e conseguiram) as forças do 28 de Maio decidiram que o País era delas e não de todos os portugueses. Não gostavam daquilo que se chama Democracia. Mas isso agora não é para aqui chamado. Vamos ao que interessa.
Com uma política de Obras Públicas consistente
Logo começaram, um pouco por todo o País, a aproveitar-se do facto de 28 de Maio ser dia histórico, embora seja dito que só foi feriado duas vezes, em 1927 e 1936 (décimo aniversário). Em 1950 foi domingo e em Braga inaugurava-se o segundo estádio nacional (depois do 10 de Junho de 1944 no Vale do Jamor). E o Benfica foi convidado, vencendo o Sporting CP, por 3-2 (clicar para crónica no Diário de Lisboa). Um "bom ensaio" para a Taça Latina pois o onze utilizado foi o mesmo!
Foi só pedir
Em 1952, numa quarta-feira, integrado nas comemorações, a Norte, do 26.º aniversário da «Revolução de Maio» coube ao FC Porto agradecer ao Estado Novo as benesses para a aquisição de terrenos e contribuição para erguer um estádio. Lá foi o Benfica chamado. Oito-a-dois foi o Glorioso Resultado (clicar para a crónica do Diário de Lisboa). O "Glorioso" que tinha estado na inauguração, em 1913, do campo da Constituição estava na do novo estádio portista. No 1.º de Dezembro de 1954 o FC Porto retribuiria a inauguração da"Saudosa Catedral". O Benfica recusou sempre o 28 de Maio para inaugurar estádios. Em 1941, foi escolhido o 5 de Outubro, para inaugurar o Campo Grande retirando, mesmo, a designação que o Sporting CP dera a este estádio, designando-o "28 de Maio" entre 1936 e 1939!
Mas muito antes de 1952 já o FC Porto se aproveitara da «Revolução de Maio» de 1926
À socapa, tendo em conta a informação pública desses tempos, os dirigentes do FCP tendo excelentes relações com alguns dos militares e civis que estiveram na implantação da Ditadura Militar, conseguiram uma golpada notável: ser Instituição de Utilidade Pública, menos de dois anos depois do «28 de Maio», quando tal distinção estava reservada - por significar isenções fiscais e benesses na educação - a instituições beneméritas como, por exemplo, a Cruz Vermelha Portuguesa e a Cáritas.
Depois de Cândido de Oliveira ser treinador do FC Porto em 1952/53 e 1953/54
Quando chegou a Lisboa, desligado do FC Porto, começou a divulgar que os clubes estavam em desvantagem (hoje seria designado, concorrência desleal) perante o FC Porto que era Instituição de Utilidade Pública (IUP) com todos os benefícios daí decorrentes. Finalmente, mais de 32 anos depois do FCP, o Governo da Nação decidiu conceder a IUP a cinco clubes de Lisboa, entre eles o Glorioso Sport Lisboa e Benfica!
E continuou...
Mesmo com tantas benesses a nível financeiro ainda tiveram que conseguir do MOP, eng.º Frederico Ulrich uma "cunha" para desbloquear terrenos através da CM Porto que expropriou terrenos privados e financiamento para fazer o estádio. O SLB em 1952/1954 teve que andar de leilão em leilão, mealheiros gigantes, campanhas e "enchadadas" a um escudo ou o que pudessem dar entre associados e simpatizantes Benfiquistas.
Assim se fez um FC Porto ainda maior (poupando no betão) para gastar no Futebol! E ainda "cospem na sopinha" do 28 de Maio de 1926!
Alberto
Miguéns