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11 maio 2017

Cometer Erros Impedem Tetras

11 maio 2017 2 Comentários
NA VÉSPERA DE ESCREVER ACERCA DO "TETRA DOS SEIS SEGUNDOS", EM 1938/39, UMA VIAGEM PELO FALHANÇO DE 1977/78.


Como vou deixar esse assunto para amanhã, hoje outro TETRA vigarizado (embora menos...também pelo FC Porto) em 1977/78.

POSSIBILIDADES DE SER TETRACAMPEÃO
Época
N.º
2.º classificado
3.º classificado
Clube
Dif. Pt
Clube
Dif. Pt
1935/36
1
FC Porto
+ 1/14


1936/37
2
CF "Os Bel."
+ 1/14


1937/38
3
FC Porto
= /14


1938/39
2
Sporting CP
- 1/14
SL BENFICA
- 2/14
1962/63
12
FC Porto
+ 6/26


1963/64
13
FC Porto
+ 6/26


1964/65
14
FC Porto
+ 6/26


1965/66
12
SL BENFICA
- 1/26


1966/67
15
A.A.Coimbra
+ 3/26


1967/68
16
Sporting CP
+ 4/26


1968/69
17
FC Porto
+ 2/26


1969/70
13
SL BENFICA
- 8/26


1970/71
18
Sporting CP
+ 3/26


1971/72
19
Vitória FC St
+10/30


1972/73
20
CF "Os Bel."
+18/30


1973/74
14
SL BENFICA
- 2/30


1974/75
21
FC Porto
+ 5/30


1975/76
22
Boavista FC
+ 2/30


1976/77
23
Sporting CP
+ 9/30


1977/78
6
SL BENFICA
=  /30


2013/14
33
Sporting CP
+ 7/30


2014/15
34
FC Porto
+ 3/34


2015/16
35
Sporting CP
+ 2/34


2016/17






43.º Campeonato Nacional (1977/78)
A temporada foi mal preparada pelo responsável pelo futebol do Glorioso, Romão Martins, na presidência de Ferreira Queimado, depois de Borges Coutinho ter deixado de dirigir o Clube. Sabendo-se que o Benfica não tinha acesso a estrangeiros, por tradição, não fez um esforço competente para conseguir o regresso de Jordão (pois os goleadores eram o "calcanhar de Aquiles" do plantel) depois do internacional anunciar o desejo de abandonar o Real Saragoça (Espanha) tal como pouco fez para segurar o lateral Artur. Ambos rumaram ao Sporting CP, mas mais que reforçar este clube enfraqueceram o Benfica face ao FC Porto que tinha uma dupla intratável e conhecedora dos "meandros" do futebol português - o treinador José Maria Pedroto e o responsável pelo futebol, Pinto da Costa. O Benfica (treinador Mortimore foi obrigado a adaptar o extremo-direito Nené a ponta-de-lança) emparelhando com duas esperanças: Rui Lopes ou Celso. Vítor Baptista contava cada vez menos. Quando se pensava que Pietra seria o substituto de Artur, acabou por ser António Bastos Lopes com Pietra a reforçar o meio-campo.  

Perder um campeonato sem averbar qualquer derrota
O Benfica percebendo as limitações na linha avançada jogava um futebol "cauteloso" marcando poucos golos, por isso arriscava empatar. Mas terminou-se o campeonato invicto com nove empates - quatro na primeira volta e cinco (embora o último não estivesse no "programa" pois impediu o TETRA) na segunda volta. O Benfica sofreu poucos golos - onze em 30 jogos, menos dez que o FCP. Marcou foi menos 25 golos. Diferença de 60 para o FCP  e 45 para o SLB. Resultado: FC Porto campeão por 15 golos mas teve direito a escolher o árbitro da antepenúltima ronda. A decisiva!

Primeira volta
Mau começo mas depois as mudanças resultaram com o Benfica na 3.ª jornada a apear o líder Vitória SC Guimarães, mantendo uma vantagem entre um ponto e dois pontos para o FC Porto. O Benfica com quatro empates tal como o FC Porto e este com uma derrota (por 0-2, na 2.ª jornada, frente ao GD Estoril Praia, na Amoreira).

Segunda volta
Sempre muito próximos, numa marcação ponto-a-ponto, o jogo com o FC Porto na 28.ª jornada tornou-se fulcral. Para arbitrar aparece um árbitro desconhecido, que sabia-se próximo de Pedroto e depois aparece na Imprensa como compadre, ou seja, padrinho da filha de Pedroto. Apesar de ter lido na época a notícia não a encontrei durante esta semana. Mas as crónicas da Imprensa portuguesa são tipicamente cá do burgo. Mudou pouco em 40 anos. Desculpa-se o árbitro mas afirma-se depois que o Benfica foi prejudicado. Além do tempo de descontos na primeira parte exagerados (quatro minutos) para que o FCP conseguisse empatar, na segunda parte o árbitro e os assistentes obrigaram o Benfica a refugiar-se no seu meio-campo e na sua grande-área. Qualquer tentativa para conseguir o 2-0 era estancada por "foras-de-jogo" e foram marcados tantos livres próximo da grande-área do "Glorioso" que algum havia de resultar.

Jornal "A Bola"; 29 de Maio de 1978; página 14

Jornal "Mundo Desportivo"; 29 de Maio de 1978; página 8
Jornal "Record"; 30 de Maio de 1978; página 2

NOTA: O jogo da 16.ª jornada é o do golo de Vítor Baptista. Ao contrário do que foi e é dito, pelo que eu sei - das poucas vezes que falei com ele - para mim não é totalmente correcto dizer que "perdeu o brinco quando marcou o golo". Prefiro considerar que foi o "momento em que deu pela falta do brinco". Ele afagava o brinco, como amuleto, para agradecer a sorte de um golo ou de uma boa jogada. Foi quando afagou a orelha a agradecer o grande golo que acabara de marcar que deu pela falta dele!

CAMPEONATO NACIONAL 1977/78
Jorn
RES
Sit
Adversário
FCP
SCP
01
E 1-1
F
Sporting CP
- 1
=
02
V 2-0
C
CF "Os Belenenses"
+ 1
=
03
V 1-0
F
Vitória SC Guimarães
+ 1
=
04
V 2-1
C
Varzim SC
+ 1
+ 2
05
E 1-1
F
Boavista FC
= (- 6)
+ 1
06
V 2-0
C
SC Espinho
= (- 7)
+ 3
07
V 3-0
F
Portimonense SC
+ 1
+ 3
08
V 6-0
C
CS Marítimo
+ 1
+ 3
09
V 3-1
C
Clube Académico Coimbra
+ 1
+ 3
10
E 0-0
F
SC Braga
+ 1
+ 2
11
V 3-2
C
Vitória FC Setúbal
+ 2
+ 3
12
V 3-0
F
GD Estoril Praia
+ 2
+ 4
13
E 0-0
C
FC Porto
+ 2
+ 5
14
V 1-0
F
CD Feirense
+ 2
+ 5
15
V 3-0
C
GD Riopele
+ 2
+ 7
16
V 1-0
C
Sporting CP
+ 2
+ 9
17
E 0-0
F
CF "Os Belenenses"
+ 1
+ 8
18
V 2-0
C
Vitória SC Guimarães
+ 1
+ 10
19
E 0-0
F
Varzim SC
= (- 4)
+ 9
20
V 2-0
C
Boavista FC
= (- 8)
+ 9
21
V 5-1
F
SC Espinho
= (- 5)
+ 11
22
E 1-1
C
Portimonense SC
- 1
+ 10
23
V 1-0
F
CS Marítimo
- 1
+ 10
24
V 3-0
F
Clube Académico Coimbra
- 1
+ 10
25
E 0-0
C
SC Braga
- 2
+ 9
26
V 1-0
F
Vitória FC Setúbal
- 2
+ 10
27
V 2-1
C
GD Estoril Praia
- 1
+ 10
28
E 1-1
F
FC Porto
- 1
+ 9
29
V 2-0
C
CD Feirense
= (- 14)
+ 9
30
V 4-1
F
GD Riopele
= (- 15)
+ 9
NOTA: As diferenças não são em tempo real, pois não contemplam adiamentos ou antecipações de jogos


Uma época atípica
Perder o TETRA por não ter uma linha avançada goleadora, não ter qualquer derrota (o FC Porto teve uma) mas perder por 15 golos de diferença em igualdade pontual devido a mais dois empates do Benfica. O "Glorioso" foi eliminado nos quartos-de-final das duas Taças: na Taça dos Clubes Campeões Europeus (Liverpool FC) e na Taça de Portugal (Sporting CP). Voltámos a não vencer nenhuma competição, tal como em 1965/66 e 1973/74.

Uma temporada anunciadora (que a seguinte reforçaria)
A dupla Pedroto/Pinto da Costa mostrou que tendo Pinto da Costa mais poder (ser presidente da Direcção) o domínio da arbitragem seria uma realidade assente em duas premissas - árbitros descartáveis (aparecerem, "roubarem" o Benfica, ajudarem o FC Porto e desaparecerem) e promover árbitros "confiáveis" dando-lhes protagonismo e poder para estarem nas decisões em jogos menos mediatizados. Duraria desde a eleição e tomada de posse de Pinto da Costa (em 1982) até ao "Apito Dourado".

Sábado? Acredita Benfica!
                           
Alberto Miguéns

PLANO PARA O (NUNCA MAIS É SÁBADO)


Às 00:00 horas de quinta para sexta-feira (11 para 12 de Maio)
O "Glorioso" foi TETRAcampeão durante seis segundos (1938/39). Como o árbitro Henrique Rosa (de Setúbal) inventou anular um golo legal que fazia do Benfica TETRAcampeão. E que o guarda-redes portista, Soares dos Reis, continuava sem perceber o porquê da ilegalidade do golo...12 anos depois!
2 comentários
  1. Foi um erro histórico. O não regresso de Jordão e a perda de Artur Correia. E noutro tempo a perda de Eurico Gomes foi igualmente um disparate. Embora já tenha falecido ainda assim há que lembrar com desgosto a desastrada e ruinosa actuação de Romão Martins. De uma linha avançada uns anos antes com Néné, Jordão, Artur Jorge, Eusébio e Vítor Baptista... quase tudo perdido num curto espaço de tempo.

    Muita cautela e concentração. Muita raça e ambição. Ganhar este tetra vai ser difícil mas de enorme importância. Romper com uma série de oportunidades perdidas.

    Força Benfica!

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