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08 janeiro 2015

Morremos Todos Um Pouco em Paris

08 janeiro 2015 2 Comentários
DEPOIS DO QUE SE PASSOU AO FINAL DA MANHÃ EM PARIS NÃO CONSEGUI CONCLUIR O QUE ESTAVA PROGRAMADO.


No fim-de-semana passado adiantei um texto e as digitalizações para o ilustrar acerca do modo aldrabado como Idiotas Úteis vão construindo uma narrativa à volta da fundação do FC Porto em 1893. "Quem conta o Porto acrescenta-lhe um tonto..." Fica para amanhã.



Estive todo o dia a consultar documentação na Imprensa da época acerca do que se passou no ano de 1908 aquando da junção do Sport Lisboa com o Sport Benfica. No local - Biblioteca Nacional de Portugal - falava-se de um atentado num jornal satírico que conhecia (Charlie Hebdo) e do assassinato de jornalistas.

Quando cheguei a casa é que percebi a verdadeira dimensão do atentado e que tinha sido executado um dos meus desenhadores preferidos (tal como Mordillo e Quino) desde a adolescência - Wolinski.

Que um acaso até me colocou frente a ele no início dos anos 80. Estava eu na FNAC 3 (em Paris, no Forum des Halles) quando vejo um grupo de autores a dar autógrafos. Não conhecia nenhum até que me apercebo que as pessoas tinham vários livros e entre estes havia um de Wolinski. Conhecia Wolinski de nome e de uns livros que tinha em casa, mas não sabia quem era. Nesse tempo o "mundo era mais pequeno". Comprei um livro em francês "Tudo é Política" ou "Tudo é Político" (ainda hoje não sei, mas penso que o objectivo de Wolinski também foi esse...) e pedi uma assinatura. Ainda devo ter o livro. Já lá vão mais de 30 anos. Os outros - mais três ou quatro - que também estavam a dar autógrafos nunca soube o nome deles. Também não tive curiosidade. Se tive o tempo fez esquecer. Quem diria que Wolinski (que teria menos de 50 anos naqueles tempos) terminaria daquela forma cobarde em 7 de Janeiro de 2015. O Mundo mudou e muito. 



Face a isso não fui capaz de concluir o texto. Fica para amanhã.

Entretanto um desenho de Wolinski acerca de Portugal.



Se Wolinski tivesse um clube aposto que gostaria de ser do Benfica. Liberdade, tolerância, universalismo e coragem. Os mesmos valores. Do Benfica e de Wolinski


Alberto Miguéns
2 comentários
  1. Que angústia saber deste terror e saber de que se pode repetir em qualquer lugar.
    A democracia não pode viver de vinganças mas também não pode nunca prescindir de fazer justiça. Que se faça e que seja rápida.

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  2. Wolinski, humor e sátira geniais, o melhor de todos, o meu preferido, há muitos anos que o admiro e compro os seus livros. FilhosdaP!

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