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02 setembro 2014

A Derradeira Glória de Álvaro Gaspar

02 setembro 2014 9 Comentários
AVISO: Texto longo acerca da história do "Glorioso" em 1913/14. Quem não gostar de história é melhor esperar por outro dia!


ÁLVARO GASPAR
Nascimento: 10 de Maio de 1889
Primeiro jogo: Desconhecido (por enquanto)
Primeiro jogo referenciado (3.ª categoria): 20 de Dezembro de 1908 (19 anos)
Primeiro jogo na 2.ª categoria: 24 de Outubro de 1909 (20 anos)
Estreia na 1.ª categoria: 25 de Setembro de 1910 (21 anos)
Último jogo na 1.ª categoria: 1 de Março de 1914 (24 anos)
Último jogo com o "Manto Sagrado" (3.ª categoria): 11 de Abril de 1915 (25 anos)
Falecimento: 3 de Setembro de 1915 (26 anos)
Funeral: 5 de Setembro de 1915 (para o Cemitério da Ajuda)

NOTA INICIAL: O facto destes textos finais estarem há muito programados - desde Março - para esta data (na passagem dos 99 anos da morte e funeral do "Chacha") e o calendário de jogos ter "ajudado" pois durante 15 dias não há futebol daquele que "conta" (o do Benfica) facilitam uma sequência de quatro textos consecutivos, entre 2 e 5 de Setembro. Depois destes textos haverá tempo para um ou uns textos acerca da actualidade: Fecho do Mercado de Verão e plantel para Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro de 2014.

1913/1914 (24 anos)

Em que época começou a jogar?
Pela Ficha de Inscrição (excerto digitalizado em baixo) que deve ter sido preenchida no início de 1912/13, quando Álvaro Gaspar tinha 23 anos, ele escreveu que jogava há sete anos sempre no SL Bemfica (ainda e até 1945 com mê) sem interrupções. Deve ter sido preenchida antes do início da época, pois segundo Rogério Jonet essa era a prática no Clube. Todos a preenchiam até o Capitão-Geral (treinador e organizador das equipas) Cosme Damião. Se jogava há sete anos e ininterruptamente, começou em 1905/06 ou 1906/07.

Confessa pelo Club a sua dedicação e compromete-se a prestar-lhe o seu concurso incondicional? ATÉ À MORTE! E foi!

Em 1913/14: Tri, Bi e Penta! Mais uma taça "roubada ao Sporting CP!
O Benfica foi tricampeão na 1.ª categoria (conquistando definitivamente o troféu), foi bicampeão na 2.ª categoria, pentacampeão na 3.ª categoria (ia já para a 2.ª taça) e campeão na 4.ª categoria. Nesta categoria Cosme Damião com mestria - passou a temporada anterior (1912/13) a observar candidatos a jogarem na 4.ª categoria - interrompeu o ciclo de dois triunfos consecutivos do Sporting CP impedindo-o de conquistar o troféu. Nestes tempos de antanho, um clube conquistava provisoriamente o troféu quando conquistava o campeonato. Para ser definitivo tinha de vencer três edições consecutivas ou cinco alternadas!

1913/14 - Uma época de glória. Quatro campeonatos, quatro títulos!
Em 1913/14 o Benfica sagrou-se pela segunda vez "campeão totalista" mas pela primeira vez com quatro títulos, pois em 1909/10 apenas se organizaram três campeonatos. O Internacional/ CIF procurou resistir conseguindo juntar futebolistas (foi 2.º classificado no campeonato da 1.ª categoria), mas o assédio do Sporting CP no final desta temporada, tal como ao SLB (levando três futebolistas) foi fatal para o Internacional. A partir de 1914/15 seria sempre último no campeonato da 1.ª categoria até desistir do futebol em meados dos anos 20. O Internacional foi fundado em 8 de Dezembro de 1902, ainda com o nome de FC Swifts. E este herdara a tradição do FC Lisbonense, que em 1889 já jogava e depois - na última década do século XIX - era popularmente conhecido por "Grupo dos Pinto Basto". Foi frente a esta equipa - um misto de portugueses e ingleses - que em 13 de Dezembro de 1903 (data provável) o Grupo dos Catataus reforçado com ex-alunos casapianos - todos portugueses - conseguiram uma vitória que levou alguém no Café do Gonçalves fronteiro à Farmácia Franco (actual "Pastelaria Nau de Belém") a exlamar: «Com estes footballers fazia-se um grande team!» E assim foi em 28 de Fevereiro de 1904.



Os quatro campeonatos regionais, em 1913/14 foram mais homogéneos
Em relação à temporada anterior - 1912/13 - aumentou o número de clubes na 1.ª categoria (o GS Cruz Quebrada regressou ao campeonato) e o histórico CS Império não conseguiu atrair futebolistas - que se dispersaram por vários clubes de bairro - para organizar a 4.ª categoria. Estava para breve a fusão entre o CS Império e o Lisboa FC, dando origem ao Império Lisboa Clube.

PARTICIPAÇÃO NO CAMPEONATO REGIONAL
Clubes
(N.º por categoria)
1.ª cat
(6)
2.ª cat
(6)
3.ª cat
(7)
4.ª cat
(11)
 SL BENFICA
V
V
V
V
 Sporting CP
3.º
2.º
2.º
2.ºsB
 Internacional/ CIF
2.º
4.º
3.º
3.º sP
 Lisboa FC
5.º
3.º
4.º
4.º sB
 GS Cruz Quebrada
4.º
6.º
6.º
4.º sP
 CS Império
6.º
5.º
7.º
-
 SG Sacavenense
-
-
5.º
3.ºsB
 SF Palmense
-
-
-
2.º
 SC Cruz Pedra
-
-
-
2.ºsP
 GS Nacional
-
-
-
5.ºsB
 Ateneu Com. Lisboa
-
-
-
5.º sP
 Liceu Pedro Nunes
-
-
-
6.º sB
NOTA: O Campeonato Regional para a 4.ª categoria, devido à inscrição de onze clubes (teria que ter 20 jornadas) foi dividido em duas séries. Na 1.ª série (sP) o SF Palmense classificou-se em 1.º lugar (entre 5 clubes). Na 2.ª série (sB) o SL Benfica classificou-se em 1.º lugar (entre 6 clubes). Na final a duas mãos, o SLB venceu por duas vezes, ambas por 5-0, o SF Palmense!

Álvaro Gaspar com 13 jogos consecutivos (mais dois na Selecção da AFL). Em 13 jogos marcou 17 golos. A melhor época de sempre do "Chacha" na 1.ª categoria. E teve logo que ser a última!
Depois da triunfante digressão ao Brasil no Verão de 1913 a época começou em grande para o Benfica e para Álvaro Gaspar. A 1.ª categoria bicampeã necessitava de fechar o tricampeonato para conquistar definitivamente a Taça instituída em 1908 pela Liga Portuguesa de Futebol que deu origem à AFL e que continha (e contém) placas dos clubes campeões: Carcavellos Club (1908/09), Internacional (1910/11) e SLB (1909/10, 1911/12 e 1912/13).


Setembro de 1913
A época começou em Setembro com "treinos de adaptação do piso" do novo campo do Benfica na Quinta Nova, em Sete Rios. 



Era a fazer treinos que se "iam despachando para longe as pedras que salpicavam o campo" (Rogério Jonet dixit). 


Recibo do arrendamento da Quinta Nova, referente a Junho de 1913, em nome do presidente da Direcção do SLB, dr. Alberto Lima

O Sport Lisboa (n.º 1 em 24 de Agosto de 1913)
Além de novo campo o Benfica foi pioneiro ao fundar um "jornal de clube", o semanário (ao domingo) "O Sport Lisboa". Por isso esta é a temporada que melhor regista, em fotografias e textos, Álvaro Gaspar. O eterno "Chacha"!

Equipa em 12 de Outubro de 1913. Inauguração do campo de Sete Rios na vitória, por 4-0, ao Sporting CP. Da esquerda para a direita. De cima para baixo.  De pé (defesas e guarda-redes): Henrique Costa, Paiva Simões e Francisco Belas; Sentados, ao meio (médios): Carlos Homem de Figueiredo, Cosme Damião (capitão) e Artur José Pereira (2-0 aos 50') ; Sentados, em baixo (avançados): Herculano Santos, Álvaro Gaspar, (4-0 aos 55') José Domingos Fernandes, Francisco Pereira e Alberto Rio (1-0 aos 20' e 3-0 aos 55') NOTA: As meias eram cinzento escuro/ preto e não vermelhas como foram pintadas na foto a preto-e-branco


A equipa do Sporting CP fotografada no mesmo local (Campo de Sete Rios) em 10 de Outubro de 1913. Perdeu 0-4. Equipa fraca, mesmo reforçada na segunda volta, a jogar no Sítio das Mouras, voltou a perder por 0-3. No total 0-7. Depois tudo mudou. Em 1914/15 reforçaram-se no SLB (3) e no CIF (5). Álvaro Gaspar já não viu crescer a rivalidade entre SL Benfica e Sporting CP. Para ele ficou sempre a luta entre SLB e CIF! Entre Sport Lisboa e Internacional como eram conhecidos na primeira e segunda década do século XX!
Da esquerda para a direita. De cima para baixo (sem ter a certeza absoluta): Campos, Morice e Amadeu Cruz; Duarte, António Stromp e João Bentes; Francisco Stromp, José Prego, Huggis, Viegas e António Vital

Outubro de 1913
No primeiro mês em competição a 1.ª jornada do Regional e um jogo frente ao CS Marítimo em digressão ao Continente, a convite do Lisboa FC, para assinalar a inauguração do seu campo de jogos. No mês de Outubro foram inaugurados dois campos para futebol em Lisboa. Em Sete Rios e no topo do Campo Grande, num espaço que seria histórico: 1912/1917 (Lisboa FC), 1917/1937 (Sporting CP) e 1941/1973 (SL Benfica, embora com jogos da equipa de honra apenas até 1953). Na inauguração do campo de Sete Rios, em 10, joga a avançado-centro (um golo) na vitória por 4-0 frente ao Sporting CP. Em 18 continua como avançado-centro no empate (sem golos) frente ao CS Marítimo, no campo do Campo Grande, inaugurado pelo Lisboa FC (equipava de azul). No dia seguinte (19) entra no Misto (na meia-avançada-esquerda) da Associação de Futebol de Lisboa que derrota o CS Marítimo por 5-0 (fez um golo de cabeça).


Na esquerda (enfiamento da baliza) Álvaro Gaspar expectante face ao remate de Francisco Pereira no SLB, 4 - SCP, 0


Em 18 de Outubro não marca qualquer golo ao CS Marítimo. Em 13 jogos em 1913/14 só não marcou em dois jogos. Neste e em 15 de Fevereiro frente ao Internacional. Na esquerda, Carlos Homem de Figueiredo espera pela bola com o "Chacha" a observar, vindo da direita!

Novembro de 1913
Duas jornadas do campeonato regional: em 2 como meio-avançado-esquerdo fez um golo (V 3-0; SC Império; Palhavã; Fora); em 16 "rebentou a escala" ao fazer cinco - nos registos do Clube são seis - golos jogando a avançado-centro (V 9-0; GS Cruz Quebrada; Laranjeiras, campo do CIF; Neutro).

Dezembro de 1913
No último mês do ano três jogos - dois para o Regional e um para a "Taça Portugal" - com três golos (um por jogo). Deixemos as legendas das fotografias "explicarem".

A última "grande" equipa do histórico Internacional em 1913/14 desfeita no final desta temporada pelo assédio do Sporting CP.
Da esquerda para a direita. De cima para baixo (com a preciosa colaboração de Victor João Carocha). De pé: Merrick Barley, Boaventura Belo, Augusto Sabbo, Picão Caldeira, Standon e Kuhlberg; Sentados: Ryder, Robert Briant, Stanroyd Barley, Carlos Sobral e John Armour



Álvaro Gaspar marca o 1-2 (1.º golo do SLB) frente ao Internacional, em 7 de Dezembro de 1913, no campo de Sete Rios. O Benfica depois de estar a perder por 0-2 ao intervalo igualou o jogo a dois golos. A decisão do título - face ao poderio do SLB e CIF em relação aos outros clubes - passou para o encontro da 2.ª volta no campo das Laranjeiras, alugado ao Internacional. Ao fundo o viaduto ferroviário junto ao apeadeiro de Sete Rios onde se suicidaria Francisco Stromp, aos 38 anos, em 1 de Julho de 1930. 
Um viaduto ferroviário, embora de outro ângulo mais a norte, com 100 anos de diferença. E que diferença. Mas ainda o conheci, em 1994, praticamente como em 1914!


Apesar de serem excertos a crónica que ocupa uma página refere amiudadas vezes a facilidade com que Álvaro Gaspar ludibriava a meia-defesa (actual meio-campo) do Internacional. Registo escrito no jornal "O Sport Lisboa" n.º 17 em 14 de Dezembro de 1913 de uma das mais extraordinárias exibições de Álvaro Gaspar. António Ribeiro dos Reis passados 32 anos, em 1945, ainda recordava este dia escrevendo: «Dez réis de gente, Gaspar parecia, por vezes, um gigante. Dos que assistiram a um célebre jogo com o Internacional quem poderá esquecer essa tarde em que o "Chacha" fez o que quis do valoroso Augusto Sabbo, desnorteando-o por completo, com a incomparável beleza do seu jogo. Nunca se "fintou" assim em Portugal. Álvaro Gaspar parecia ter nascido com a bola nos pés. Dominava-a completamente. tratava-a por tu... Ele era amo; ela a sua escrava..». 
A fotografia de Arnaldo Garcês, colorida, que abre o texto de hoje foi tirada neste jogo de 7 de Dezembro de 1913.
Como é possível ler no início desta crónica digitalizada, em 1913, a menos de uma década da fundação (28 de Fevereiro de 1904) e cinco anos depois (13 de Setembro de 1908) da alteração de nome, para SLB, o clube nos jornais ainda era referenciado pelos escribas mais velhos como Sport Lisboa. O nome inicial do "Glorioso". Mas... já Glorioso

Em 21 de Dezembro de 1913 Álvaro Gaspar encolhe-se perante a saída temerária do guarda-redes do adversário. O "Chacha" jogou a avançado-centro marcando um golo na vitória, por 4-1, no campo do adversário, Lisboa FC.

Em 25 de Dezembro de 1913 (dia de Natal) o SC Império fez disputar mais um encontro do torneio que organizou no seu campo de Palhavã, durante várias épocas, para disputa da "Taça Portugal". O SLB venceu por 2-0 com Álvaro Gaspar a marcar um golo jogando a meio-avançado-direito, inédito nesta temporada de 1913/14, mas vulgar em Cosme Damião que aproveitava os jogos extra-campeonato regional para verificar o comportamento da equipa face a alterações de jogadores. Um perito na arte de futebolar, o nosso Cosme!

Janeiro de 1914
Três jogos no primeiro mês de 1914. Ou melhor quatro se contarmos com o jogo da selecção da AFL frente a um misto inglês. Mais uma vez deixemos as legendas "explicarem".




Em 11 de Janeiro de 1914, na jornada do Regional, em Sete Rios, frente ao SC Império o "Chacha", jogando a avançado-meia-esquerdo, prepara-se para fazer um dos dois golos dessa tarde, na vitoria por 5-0 do "Glorioso". Sempre a somar! O Álvaro Gaspar e o Benfica.

Em 25 em jornada do Regional alinhou a avançado-centro marcando um golo (V 3-0; Lisboa FC; Sítio das Mouras, campo do SCP; Neutro). E em 27 como avançado-meia-esquerda (um golo) numa ida a Carcavelos para defrontar os ingleses que há muito tinham deixado de competir oficialmente, mas continuavam a ter grande simpatia pelo Benfica, numa vitória por 3-0. Até final da temporada jogaria sempre nesta posição, entre o avançado-centro e o ponta-esquerda!


O espaço onde esteve o campo das Laranjeiras, do Internacional, em frente ao Jardim Zoológico de Lisboa (lado sul). Em cima, o campo do Internacional, no dia - 15 de Fevereiro de 1914 - do jogo que decidiu o título de campeão regional, em 1913/14

Fevereiro de 1914
Dois jogos, para o campeonato regional de Lisboa, um a 1 e outro a 15. O primeiro corresponde à jornada frente ao GS Cruz Quebrada (V 6-0; Campo Grande, campo do Lisboa FC; Neutro). O de 15 marcou a decisão do Regional, frente-a-frente os dois primeiros classificados. Foi a última vez em que o Dérbi (jogo mais importante da cidade) de Lisboa se jogou ente SLB e CIF, os únicos clubes - para além do Carcavellos Club - até 1913/14. A rivalidade em Lisboa passou depois para o Sporting CP.


Em 15 de Fevereiro de 1914, na célebre vitória por 2-1 no campo do adversário (Internacional) Álvaro Gaspar mesmo sem marcar qualquer golo foi alvo de vigilância apertada de um futebolista que o "Chacha" nunca soube que jogaria depois no Benfica, onde chegou a capitão: Carlos Sobral. No imagem superior Carlos Sobral e Standon vigiam Álvaro Gaspar com Francisco Pereira atrás de todos. Na imagem inferior o "Chacha"resiste ao salto de Carlos Sobral. Três das milhares de estrelas do Quarto Anel: Álvaro Gaspar, Francisco Pereira e Carlos Sobral

Nunca se vira nada assim! Modificar um "team" devido a um jogador adversário!
Depois do "baile monumental" que Augusto Sabbo levara na 1.ª volta, os Pinto Basto decidiram jogar com... três defesas. Tudo por causa de Álvaro Gaspar. Além disso Sabbo não jogou! E Augusto Sabbo não era um futebolista qualquer. Em termos tácticos estava para o onze da 1.ª categoria do Internacional como Cosme Damião estava para o "Glorioso". Era o médio-centro experiente, um estratego de arreganho e técnica capaz de decidir como um treinador durante os 90 minutos. Augusto Sabbo era um dos futebolistas com mais presenças nas selecções da AFL, discutindo-se durante mais de uma década quem era o melhor médio-centro: Cosme Damião ou Augusto Sabbo? E este levou a melhor diversas vezes. Além disso era, talvez, no Internacional, o "não Pinto Basto" mais influente na direcção e estratégia do clube. O pavor de Álvaro Gaspar foi tanto que o treinador Eduardo Luís Pinto Basto foi obrigado, temendo uma goleada, a fazer mudanças na equipa apresentada na segunda volta:

EQUIPAS DO INTERNACIONAL FRENTE AO SL BENFICA NAS DUAS JORNADAS DO CAMPEONTO REGIONAL EM 1913/14
Datas
7 de Dezembro
15 de Fevereiro
Guarda-redes
Picão Caldeira
Picão Caldeira
Defesas
Mérik Barley/ Standon
Gossling/ Standon
Médios
Kuhlberg/ Augusto Sabbo/ Boaventura Belo
Mascarenhas/ Mérik Barley / Boaventura Belo
Meios-avançados
Briant/ Carlos Sobral
Briant/ Carlos Sobral
Avançados
Ryder/ S. Barley/ Armour
Ryder/ S. Barley/ Armour
NOTA: Posições em campo da direita para a esquerda

A equipa alinhou com uma disposição defensiva, na prática com três defesas pois o inglês Mérik Barley era defesa consagrado e foi para médio-centro para marcar Álvaro Gaspar que jogou a avançado-centro na primeira volta mas que Cosme Damião fez derivar na segunda volta para a meia-esquerda para entrar em confronto com Mascarenhas. Além disso depois de sofreram o 2-0 aos 25 minutos, o Internacional ainda reforçou mais o meio-campo, passando Carlos Sobral para médio-centro (Mérik), Mérik para médio-esquerdo (Belo) e Boaventura Belo para avançado-meia-esquerda (Sobral).

15 de Fevereiro de 1914: Conquista do 4.º campeonato regional, terceiro consecutivo e posse definitiva da Taça "Liga Portugueza de Futebol" para a 1.ª categoria
Um Dia de Glória (e têm sido tantos), uma das datas mais importantes na Centenária História do Sport Lisboa e Benfica!

Março de 1914
A dois meses de completar 25 anos (10 de Maio de 1914), no primeiro dia de Março, Álvaro Gaspar despediu-se da 1.ª categoria do Benfica. Provavelmente sem o saber. Frente ao Carcavellos Club na retribuição, em Sete Rios, do jogo na Quinta Nova (em 27 de Janeiro). Na vitória por 2-0 marcou um golo. Deixo a crónica do jogo. Por ser o último de Álvaro Gaspar. Por ser o sétimo (e último) frente ao Carcavellos Club. E em certa medida foi por "culpa" da qualidade do Carcavellos que o Clube decidiu, em Dezembro de 1903, jogar "só com portugueses". Para provar que era possível uma equipa de futebol só de portugueses derrotar os ingleses! E foi devido à primeira vitória - por 2-1 em... Carcavelos - sobre o Carcavellos Club, em 10 de Fevereiro de 1907, que o Sport Lisboa passou a ser conhecido por "gloriosíssimo"!


O Sport Lisboa; n.º 29; 7 de Março de 1914; página 
Este encontro - e muitos outros - não consta da ficha curricular do Clube pois estas foram feitas retrospectivamente - em pesquisa na AFL e jornais da época - no início dos anos 20, por um enorme Benfiquista, secretário da Direcção do SLB: Eduardo David Martins Pereira

E de repente...
Na semana seguinte (8 de Março) já não jogou na última jornada do Regional (V 3-0; Sporting CP; Sítio das Mouras; Fora). Não fez parte da Selecção da AFL - capitaneada por Henrique Costa (SLB) com quatro Benficas - que no primeiro Lisboa-Porto venceu, por 7-0, a selecção da AFP. Nem no jogo da Selecção no Porto (V 3-1). Nem esteve nas equipas que finalizaram a temporada a enfrentar dois emblemas britânicos: Ealing FC de Londres (dois jogos no campo das Laranjeiras) e Third Lanark AC de Glasgow, no campo de Palhavã, onde foi batido o recorde de assistência a um jogo de futebol em Portugal desde o século XIX: dez mil pessoas!


O Sport Lisboa; n.º 38; 9 de Maio de 1914; primeira página

Jogo a favor de Álvaro Gaspar
Entre os jogos frente aos ingleses e escoceses o Benfica decidiu, em reunião da Direcção do Clube, a 5 de Maio, delegar em Francisco Calejo a organização de um jogo de solidariedade para com o "Chacha" que rendeu 401$05 provenientes de cerca de 1500 bilhetes vendidos. Valor importante para a época, quer em dinheiro, quer em público presente. Álvaro Gaspar era o mais popular do seu tempo. E querido de tudo e todos. Por isso foi fácil realizar o encontro logo a 10 de Maio. Com o "Chacha" a dar o pontapé de saída.


 
O Sport Lisboa; n.º 39; 16 de Maio de 1914; página 3

Álvaro Gaspar já não conseguiu jogar os últimos encontros de 1913/14 devido à doença. Mas teimoso, sem força, ainda fez a temporada de 1914/15 na 3.ª categoria. Como ele escreveu (sem saber que seria assim): Até à Morte! E foi como campeão regional da 3.ª categoria, em 1914/15, que se despediu para sempre. Aos 26 anos. Em 3 de Setembro de 1915. Passam amanhã 99 anos!

Alberto Miguéns
NOTA FINAL: Por dificuldades técnicas - impossibilidade por excesso de informação - para que resulte com eficácia (publicar fotografias e documentos a ilustrar os textos) "A Vida Desportiva de Álvaro Gaspar Numa Dúzia de Datas (entretanto 15!)" está programada para os seguintes dias (coincidindo com efemérides relativas à relação de Álvaro Gaspar com o Clube):

PUBLICADO
1.       01.Mar.2014       O Último Jogo;
2.      05.Mar.2014      O Debutante;
3.      16.Mar.2014       O Crescimento;
4.      30.Mar.2014      A Resistência;
5.      09.Abr.2014       O Triunfo;
6.      10.Abr.2014       O Reservista;
7.      29.Abr.2014       A Titularidade;
8.      30.Abr.2014       A Internacionalização;
9.      06.Mai.2014       A Ficha;
10.    28.Mai.2014       O Brasil;
11.     19.Jun.2014       Percursos
12.     02.Set.2014       A Derradeira Glória;

A PUBLICAR
13.     03.Set.2014        A Última Época;
14.     04.Set.2014        O Funeral
15.     05.Set.2014        O Legado  

Aquando do 100.º aniversário do seu falecimento, em 3 de Setembro de 2015, conto fazer um "Especial" que junte os 15 textos e mais algum ou alguns se entretanto os tiver feito!  
        





9 comentários
  1. Caro Alberto,
    Muito obrigado!

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  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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    1. Consegui recuperar o texto que sem querer eliminei, quando procurava responder.

      VictorJ deixou um novo comentário na sua mensagem "A Derradeira Glória de Álvaro Gaspar":

      Espetacular artigo! Pela riqueza e originalidade da informação. Um hino de homenagem aos pioneiros do Sport Lisboa e Benfica e a Álvaro Gaspar em concreto. Óptima notícia a de que afinal serão pelo menos 15 capítulos.

      Queira-me desculpar tantas notas e algumas perguntas mas de facto é muito interessante.

      1 - A fotografia clássica de Álvaro Gaspar ilustra bem aquela expressão que penso ter sido usada por António Rosa Rodrigues, de que parecia esculpida a cinzel. O Alberto sabe em que jogo foi tirada? Notável pois para além desse aspecto aparecem Cosme, Francisco Pereira e o árbitro Cândido Rosa Rodrigues, um dos Catataus, um dos fundadores do Sport Lisboa.

      2 - Tinha ideia que o CIF tinha essencialmente sofrido com a saída de estrangeiros por causa da I Guerra Mundial e por causa da opção que fez por manter o amadorismo. Tinha-me esquecido do factor SCP. Sabia de Carlos Sobral e Augusto Sabbo mas pensei que tinham saído por indefinições do CIF. Afinal o canto de sereia do SCP estendeu-se para aqueles lados.

      3 - «Com estes footballers fazia-se um grande team!»
      pena que o autor desta exclamação tão premonitória não tenha sido recordado para a posteridade. Cosme? Gourlade? Outro? Parece que nunca o saberemos.

      4 - Saber da fundação do jornal "Sport Lisboa" em 1913 é delicioso. Tantos anos depois o espírito pioneiro e inovador é repetido com a Benfica TV. Delicioso. Está no ADN do clube.

      5 - Para mim, a fotografia da equipa em 12 de Outubro de 1913 é uma das 10 mais belas das equipas de toda a história do clube. Era provavelmente uma equipa cheia de talento, com grandes figuras e personalidades. Cosme era um mestre em descobrir e orientar talentos. Falta Luis Vieira (ficou no Brasil) mas também quem sairia para ele entrar?... Só qualidade! Realmente as sereias de Alvalade tinham mesmo de recorrer à força bruta do dinheiro para destruir aquela equipa de sonho. Ainda assim em 1913 já lá estava Francisco Viegas ex-Benfica. No ano seguinte chegariam Artur José Pereira, Paiva Simões e Boaventura Silva.

      6 - Por acaso existe alguma referência esclarecendo se Gaspar era esquerdino ou dextro?

      7 - Cinco golos em Novembro 1913. Terá sido o primeiro jogador a marcar tantos golos em jogos oficiais? Impressionante.

      8 - Engraçado como nos registos escritos do jornal "O Sport Lisboa" se encontra escrito quer "Sport Lisboa" quer outras vezes "Bemfica". A grafia antiga, quer sentimental no primeiro caso quer ortográfica no segundo.

      9 - A fotografia do Campo das Laranjeiras faz-me lembrar uma outra célebre do nosso antigo Estádio da Luz (eu sei que não é a designação correcta...) em que numerosas pessoas estão penduradas em andaimes. No caso das Laranjeiras estão numa nora/moinho de vento com o poço logo ali em baixo.

      10 - O "Sr. Frood". Penso que era o indivíduo que foi convidado uns anos antes para conviver com jogadores do Sport Lisboa. O tal que declarou que Portugal era um país tão bonito que até se via a Lua durante o dia. O tal também que presumo esteve envolvido numa situação de pugilato envolvendo jogadores do SLB e SCP (penso que há uma fotografia disso).

      11 - Pelas datas que o Alberto dá terá sido pois na transição de 1913 para 1914 que Gaspar terá manifestado a doença que o viria a vitimar. A fotografia de Gaspar a dar o pontapé de saída é comovente. Percebe-se que já estava muito doente. Um dos Catataus (Candinho?) está ali ao seu lado. Gaspar, ainda muito jovem (1905/06) muito provavelmente ainda o terá admirado com a camisola do Sport Lisboa.


      Renovados e calorosos agradecimentos por mais um artigo desta fabulosa série.

      Saudações Benfiquistas
      VJC

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    2. Algumas respostas. Deixo para depois as que exigem "investigação".

      1. Jogo em 7 de Dezembro de 1913, campo de Sete Rios frente ao Internacional (E 2-2). Foi publicada - a preto-e-branco, claro - na primeira página de "O Sport Lisboa" n.º 17 em 14 de Dezembro de 1913;

      2. Foram mais jogadores, se bem que jogassem pouco: Picão Caldeira, Boaventura Belo e John Armour (este chegou a defrontar o Benfica pelo SCP);

      4. Sempre porque havia a percepção que os "outros" falavam do Benfica, mas não queriam ou não sabiam destacar o essencial. O que mostrava o que era/ é realmente o Benfica. Foi assim em 1913, em 1942 (criação do actual Semanário) e com a BenficaTV (ainda não me habituei ao "novo nome"!);

      5. Artur José Pereira era o "menino bonito" de Cosme Damião que o ia preparando para lhe suceder como médio-centro. O "problema" era o seu temperamento. Mais irascível e violento que desaconselhava ser capitão. E para Cosme só fazia sentido o capitão ser o médio-centro, para ele a posição em campo fundamental para ter mais sucesso que insucesso. Depois descobriu... Cândido de Oliveira. Entusiasmou-se com ele para médio-centro e capitão, mas em 1920 foi tudo "por água abaixo" ou Casa Pia abaixo!;

      8. Os velhos jornalistas nunca se habituaram a Bemfica. Continuavam a dizer e escrever Sport Lisboa. Era tudo praticamente igual: futebolistas, dirigentes do futebol, equipamentos, mentalidade. Só ao pormenor - escarafunchando - se percebia a diferença entre SL e SLB. E naquele tempo não havia tempo e interesse em andar à procura do pormenor no futebol. era uma actividade lúdica. Para quem jogava e para quem assistia;

      9. Sempre em busca do melhor... anel;

      10. O sr. Frood do Cabo Submarino era um inglês danado. Adorava os futebolistas do Benfica, com a sua qualidade (Frood era guarda-redes do Carcavellos Club) e boémia. O que ele queria era futebol, touradas, guitarradas e fado. Perdia-se...;

      11. Os Catataus gostavam muito do "Chacha". Porque presenciaram numa década uma transformação notável. Um "minorca" passar de "jogador espalha brasas" para futebolista temido!;

      Alberto Miguéns

      NOTA: Ainda acrescentarei mais uns comentários aos itens abordados além de comentar o 3, 6 e 7.

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    3. Mais algumas respostas.

      1. O árbitro nomeado pela AFL era Daniel Queirós dos Santos mas foi Cândido Rosa Rodrigues que arbitrou. Era normal estas situações acontecerem. Os árbitros serem recrutados entre os espectadores, onde havia sempre algum futebolista que podia ser árbitro. O que não agradava aos cronistas dos jornais que davam conta disso nos seus textos. Neste tempo, aos domingos, os futebolistas se não estavam a jogar estavam a ver jogos. Até meados dos anos 20, os árbitros eram antigos jogadores (ou mesmo jogadores em actividade) que pelo seu passado e conduta eram respeitados por todos: futebolistas e público. Mesmo quando as suas decisões não agradavam - e acontecia muitas vezes - eram respeitados pelo valor que tinham ou tiveram enquanto futebolistas.
      Daniel Queirós dos Santos era casapiano, amigo de António Couto, Francisco Santos, Emílio de Carvalho, ou seja, pertencia ao grupo que não sendo dos fundadores do Glorioso aderiu logo pouco tempo depois. Fez parte das equipas do Clube entre 1904/05 até 1906/07, sendo um dos oito futebolistas do Clube que desertou para o Sporting CP em Maio de 1907. Jogou pouco no SCP mas chegou a presidente do Conselho Directivo desse clube.

      3. Não me parece que alguma vez se consiga saber quem foi. Mas não deve ter sido alguém que depois se tenha tornado "famosa" no Clube. Talvez até nem tenha depois feito parte do Clube quando este foi fundado em 24 de Fevereiro de 1904. Foi proferida na euforia da vitória, por 1-0, com o Grupo dos Pinto Basto em 13 de Dezembro de 1903. Alguém na multidão, entre o barulho próprio da euforia.

      6. Penso que era dos poucos que na época jogava com os dois pés. Por isso era uma chachada passando a bola de pé para pé, chegando próximo do opositor, sendo imprevisível com que pé iria fintar permitindo-lhe sempre (quase sempre!) surpreender o adversário, arrancando para o lado onde sentia o antagonista mais fragilizado ou desequilibrado!

      7. Como sabe há uma divergência.O arquivo do SLB regista seis. Se foram seis foi o primeiro. Eu consultando várias (não muitas, porque naquele tempo a informação escasseava!) registo cinco. Nessa vitória por 9-0 em 16 de Novembro de 1913 a informação com mais qualidade regista o seguinte: Alberto Rio (1.º), Gaspar (2.º, 3.º, 7.º, 8.º e 9.º), Cosme (4.º) e Artur José Pereira (5.º e 6.º). Se marcou 5 foi o 2.º. O primeiro foi Luís Vieira numa vitória por 15-0 (Lisboa FC) em 9 de Abril de 1911. Em 20 de Fevereiro de 1914 Herculano dos Santos também marcou 5 golos (V 10-0, ao Lisboa FC). Em 14 de Março de 1915 Manuel Veloso marcou... sete (V 10-0, ao Lisboa FC).

      Gloriosas Saudações Benfiquistas

      Alberto Miguéns

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  3. Muito obrigado pelas respostas.

    Realmente a vida trocou as voltas a Cosme Damião. Quanto a Artur José Pereira e a Cândido de Oliveira.

    Saliento o que disse sobre Cândido de Oliveira. Pelo que nos disse entrou directamente para a 1ª categoria, facto indiciador da sua categoria e precoce maturidade. Quando nos ofereceu aquele notável artigo, reforcei a ideia de que a sua saída foi uma das maiores e mais decisivas perdas para o nosso clube. Pela sua qualidade humana e intelectual teria sido seguramente a cabeça pensante do SL Benfica nas décadas de 30, 40 e 50 (faleceu em 1958). Possivelmente em harmonia com António Ribeiro dos Reis, outro gigante Benfiquista. A interacção dessa dupla com Cosme teria sido talvez complicada. Talvez as mudanças acontecessem mais cedo, talvez de forma diferente. Não adianta muito mas para mim é quase inevitável e irresistível imaginar esse destino alternativo. Uma decisão, uma cisão, e caminhos que se apartaram para a vida inteira. Presumo que quem perdeu foi o SL Benfica.

    Há um conjunto de grandes figuras do futebol Português que mereciam investigação, reflexão e biografias sérias e profundas. Mestre Cândido está no topo dessa lista.

    Álvaro Gaspar é outra mas claro haverá menos a dizer pois a vida foi curta embora intensa. Assim nos tem demonstrado com esta qualidade, rigor e abundância. Estou expectante quanto aos próximos.

    VJC

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    Respostas
    1. Caro Victor J

      Concordo consigo. Está previsto falar de Cândido de Oliveira, ainda duas vezes neste ano de 2014, em 24 de Setembro (118 anos do seu nascimento em Fronteira) e em 12 de Outubro (100 anos da sua estreia "absoluta" na 1ª categoria, com mais dois (e que dois!), embora vindos da 2.ª categoria: Júlio Ribeiro da Costa e Augusto da Fonseca, que chegaram a presidentes do Benfica!

      Começar como futebolista, nos anos 10, e chegar a presidente do maior clube português na década de 40 (já o era nos anos 40!). Só no Benfica!

      Alberto Miguéns

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    2. Muito bom.
      Não fazia ideia dessa tripla estreia.
      Aqui há uns dias atrás pensava nos ex-jogadores que chegaram a presidente do nosso clube. Teremos se não estou em erro cinco casos: José Rosa Rodrigues, Félix Bermudes, Júlio Ribeiro da Costa, Augusto da Fonseca e também Ferreira Bogalho. Digo isto porque tenho ideia de ter visto uma fotografia de Ferreira Bogalho como guarda-redes se não estou em erro de uma equipa da 3ª categoria.

      VJC

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    3. Sim. Bogalho entrou para associado em 1918 e jogou entre 1918/19 e 1926/27. Nove épocas entre a 4.º e a 3.ª categoria. Tinha 28 anos (nasceu em 1899) quando deixou a baliza.

      Depois - no tempo - de Cosme Damião - e a par em Ideal - quem melhor soube dar significado ao Benfiquismo. Antes de começar o dinheiro a mandar. Mas tem de ser assim! O Benfica tem de adaptar-se ao Mundo. Não é ao contrário!

      Alberto Miguéns

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