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15 julho 2012

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HOMENAGEM

Finalmente… os Jogos Olímpicos



Passaram quatro Jogos Olímpicos: Atenas (1896), Paris (1900), São Luís (1904) e Londres (1908) sem que Portugal tivesse qualquer atleta em competição. Quando terminaram os Jogos de Londres (31 de Outubro de 1908) começou a 5.ª Olimpíada que iria culminar nos Jogos Olímpicos de Estocolmo. E reiniciou-se em Portugal um ténue debate acerca de ir ou não ir aos Jogos de Estocolmo. Em Portugal nem sequer havia competições desportivas “devidamente organizadas” quanto mais pensar em ir competir com países que fazia do desporto um prazer e uma necessidade!

Criação do COP (Comité Olímpico de Portugal)
Em 1910, antes da implantação da República foi criado o COP e organizada uma competição desportiva, denominada Jogos Olímpicos Nacionais, para “preparar”, “observar” e “apoiar” atletas com vista a perceber da sua qualidade para estarem presentes. O problema era arranjar dinheiro para suportar os custos das morosas deslocações, entre um país periférico e as cidades do centro da Europa. Com a implantação do novo regime, em 5 de Outubro de 1910, reacendeu-se a ideia de Portugal ser tão bom como os outros. Se os outros iam aos Jogos, nós também íamos! 


Falta de dinheiro, delegação reduzida
Nem as três edições dos “Jogos Olímpicos Nacionais”, em 1910, 1911 e 1912 pareciam tornar possível o sonho de estar em Estocolmo. Depois tudo se precipitou. Em 30 de Abril reúnem-se, em plenário, na sede do Centro Nacional de Esgrima, os “carolas” do olimpismo que pretendem dar um safanão no desporto português. Em 10 de Maio tomam posse, no mesmo local, os dirigentes do COP, que seis dias depois tomam a decisão “histórica”: Portugal teriam representação olímpica em Estocolmo, cujos Jogos Olímpicos decorreriam, entre 6 e 22 de Julho de 1912. Em 23 de Maio foi anunciada a delegação de atletas, composta por 14 elementos. O dinheiro é que não chegava. Acabou em seis: Armando Cortesão, António Stromp e Francisco Lázaro, no atletismo; Joaquim Vital e António Pereira, na luta; e Fernando Correia (chefe da missão), na Esgrima. 


Viagem de cinco dias
A delegação portuguesa partiu para Estocolmo a bordo do vapor “Astúrias”, Mala Real Inglesa, rumo ao sul de Inglaterra. Só quando o navio largou do Cais das Colunas é que muitos acreditaram que Portugal estaria nos Jogos Olímpicos. E lá dentro os seis “heróis” entre todos o favorito ao “ouro da maratona” Francisco Lázaro, com um tempo espectacular (e a ter “de no último quilómetro de subir a caçada de Carriche”) de 2 horas, 52 minutos e 8 segundos, melhor que qualquer das quatro maratonas olímpicas entretanto realizadas.

TEMPO DOS VENCEDORES DAS MARATONAS OLÍMPICAS
Ano
Cidade
Dist.
Vencedor
Tempo
1896
Atenas
40.000 m
Spiridon Louis
GRÉ
02:58;50
1900
Paris
40.260 m
Michel Théato
FRA
02:59;45
1904
São Luís
40.000 m
Thomas Hicks
EUA
03:28;53
1908
Londres
41.860 m
Johny Hayes
EUA
02:55;18

Chegada a 1 de Julho
A delegação portuguesa chegou a Estocolmo, depois de uma viagem de barco (3 dias), comboio entre Southampton e Harwich, barco (24 horas) entre Harwich e Esberj (Dinamarca), Comboio/barco, entre Esberj e Copenhaga e entre a capital dinamarquesa e Estocolmo, um dia de comboio.

Lázaro estreia no estrangeiro a nova bandeira portuguesa
Na cerimónia de abertura, com a delegação lusitana a desfilar entre a Noruega e a Rússia, Lázaro “mostrou ao Mundo” a bandeira verde-e-branca (que substituíra a azul-e-branca), com Joaquim Vital a empunhar a placa “PORTUGAL”. Ao som do hino nacional “antigo” (o da Carta) pois A Portuguesa ainda não chegara ao conhecimento (pelo menos…) da Escandinávia.

Francisco Lázaro seria o último a competir. Mais “uma responsabilidade”.

Alberto Miguéns

NOTA: A desenvolver nas próximas horas:

1. A preparação para a fatal corrida

2. A certidão de óbito

3. A vida da família Lázaro depois da morte

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