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24 maio 2011

Como ele dizimou os nossos presidentes (IV)

24 maio 2011 1 Comentários
OPINIÃO
             
É importante perceber como chegámos à situação actual, passando de Clube dominador para emblema dominado, e não é só no futebol.

Há que aproveitar esta paragem, entre 2010/11 e 2011/12 para reflectir sobre as nossas fraquezas. É este o tempo certo..

Que clubes antes de 1982/83?
Quando PdC tomou posse como presidente da Direcção do FCP a diferença, entre FCP e “Glorioso” era abissal. O Benfica conquistara 24 Nacionais (mais 17 que os 7 do FCP), 20 Taças de Portugal (mais 12 que as 8 do FCP), 1 Supertaça (tantas quantas as do FCP) e 2 TCCE (o FCP tinha zero).

Troféus Oficiais (últimas dez épocas)
1972/73 a 1981/82

Clube
TOT
C.º Nac.
T.P.
S.T.
SLB
8
5
2
1
SCP
8
3
4
1
FCP
5
2
2
1


Nas últimas dez temporadas, antes de PdC conquistar a presidência do FCP, entre 1972/73 e 1981/82, o SLB tinha conquistado oito troféus (incluindo 5 Nacionais) enquanto o FCP obtivera 5 (apenas dois Nacionais).

Presidência de Fernando Martins
(durante a presidência de Pinto da Costa)

Competições
Dif.
Totais
1982/83
1983/84
1984/85
1985/86
1986/87
Dif.
Totais
C.º Nacional
(+ 17)
SLB
SLB
FCP
FCP
--
(+ 17)
T. Portugal
(+ 12)
SLB
FCP
SLB
SLB
--
(+ 14)
Supertaça
(  =  )
SCP
FCP
SLB
FCP
FCP
(-   2)
TCCE
(+  2)
--
--
--
--
--
( + 2 )
Total
(+ 31)





6 6
(+ 31)


Durante a presidência de Fernando Martins vai esbater-se a superioridade do SLB em relação ao FC Porto. O Benfica que nos últimos anos conquistava o “dobro” passa a conquistar “o mesmo”.

Presidência de João Santos

Compe-
tições
Dif.
Totais
1986/87
1987/88
1988/89
1989/90
1990/91
1991/92
Dif.
Totais
Camp.
Nacional
(+ 17)
SLB
FCP
SLB
FCP
SLB
FCP
(+ 17)
Taça de Portugal
(+ 14)
SLB
FCP
Bel
Est
FCP
Boa
(+ 13)
Supertaça
(-   2)
--
SCP
Gui
SLB
FCP
FCP
(-   3)
TCCE
(+  2)
FCP





(+  1)
Total
(+ 31)






5 8
(+ 28)


Durante a presidência de João Santos manteve-se o equilíbrio, no Campeonato Nacional (três triunfos para cada clube nas seis épocas da gerência de João Santos), mas vantagem portista – com mais um triunfo em cada uma - nas outras três competições. Mas, pagou-se um preço elevado: por indigência de Gaspar Ramos (vice-presidente para o futebol) gastava-se (Gastar Ramos) de mais, em vez de desmantelar-se a estrutura mafiosa do portismo.

Presidência de Jorge Brito

Compe-
tições
Dif.
Totais
1992/93
1993/94
Dif.
Totais
Camp.
Nacional
(+ 17)
FCP
--
(+ 16)
Taça de Portugal
(+ 13)
SLB
--
(+ 14)
Supertaça
(-   3)
Boav
--
(-   3)
TCCE
(+  1)


(+  1)
Total
(+ 28)


1 1
(+28)


Durante a curta presidência de Jorge Brito, não foi possível continuar o seu “mecenato ressarcido” que implementou no Clube, ainda como vice-presidente da Direcção presidida por João Santos. Problemas pessoais, condicionando a sua estratégia de financiamento, inviabilizaram que o mandato trienal chegasse ao seu termo em Maio de 1995, terminando com ano e meio. Se alguém não “merecia o que lhe aconteceu” foi Jorge Brito. A vida financeira tramou-o. Quis o destino que assim fosse.

Presidência de Manuel Damásio

Compe-
tições
Dif.
Totais
1993/94
1994/95
1995/96
1996/97
Dif.
Totais
Camp.
Nacional
(+ 16)
SLB
FCP
FCP
FCP
(+ 14)
Taça de Portugal
(+ 14)
FCP
SCP
SLB
Boav
(+ 14)
Supertaça
(-   3)
FCP
FCP
SCP
FCP
(-   6)
TCCE
(+  1)




(+  1)
Total
(+ 28)




2 7
(+ 23)


Demissão da Direcção anterior: 21 de Dezembro de 1993
Acto eleitoral: 7 de Janeiro de 1994
Tomada de Posse: 10 de Janeiro de 1994
Último dia na presidência: 3 de Novembro de 1997

Manuel Damásio (1940 // 70 anos)
Duvidosa estratégia interna… desastrada
Sem estratégia financeira, nem percebendo como conseguira o “Glorioso”, nas últimas épocas, equilibrar as conquistas com o FC Porto, o mandato trienal (repartido por duas eleições, devido à antecipação em 1996 e 1997) seria desastroso. Não havendo Jorge Brito (e a sua capacidade financeira para assegurar “fundo de maneio”) a presidência da Direcção, por Manuel Damásio revelou-se um descalabro, com o Benfica a perder, claramente, o equilíbrio (mesmo precário) face ao FC Porto. Procurou-se a solução na grandeza do Clube. Manuel Damásio foi o primeiro dirigente do Benfica a bradar aos quatro ventos que o Benfica tinha seis milhões de adeptos. Isto enquanto Silva Gomes, responsável pelo “marketing”, implementava duas  iniciativas: “Operação Coração” e “Campanha 100 mil sócios”. É evidente que os generosos adeptos/ associados do Clube – por serem em número mais elevado - tinham maior capacidade financeira que os portistas, mas não conseguiam era verbas impensáveis, de três ou quatro vezes mais. Só na cabeça de “patos bravos” (ver definição no final) isso podia ocorrer. E o Benfica, iniciou com Manuel Damásio (até hoje…) a admissão, como dirigentes ou colocados por estes dentro do Benfica, de muitos “patos bravos” no Clube!

Inexistência de estratégia externa… ruinosa
Pela 1.ª vez, na história do futebol português, um presidente do Benfica foi categoricamente batido (e ridicularizado, com o “empurrão” de PdC para presidente da Liga de Clubes). É que, não percebeu, que o Benfica, face à manipulação crescente de árbitros e outros, por parte do portismo, só podia ombrear com “eles” se gastasse muito mais. Calcula-se que 1992/93 teve um encargo para o FCP de 800 mil contos e o Benfica de… três milhões! Tudo para contornar a vigarice do polvo portista. Vindos de fora do dirigismo clubístico, os responsáveis pelo Clube revelaram-se completamente inadequados. Pensando que o problema do Benfica, as suas dificuldades, resultava apenas de má gestão financeira e fraco, ou nulo, aproveitamento da nossa grandeza, descuraram o principal – a componente externa, a teia montada pela estrutura mafiosa portista. Resultados?! Ruinosos. Uma das piores gerências na história do Clube, grande responsável (mas não única!) pela hecatombe nos seis anos seguintes. Dívidas e encargos não assumidos. Um descalabro que “abriu a porta” a uma solução populista (Vale Azevedo), em detrimento de um líder conhecedor e experimentado (Luís Tadeu, ex-vice-presidente de João Santos), por se pensar tratar “de continuidade”, de “mais do mesmo”! Pagámos – ainda estamos a pagar – bem caro!  

A “herança de conquistas” que Manuel Damásio deixou para o presidente seguinte, foi pior do que aquela que recebeu. E assim será, como se constatará, para as sucessivas presidências... até hoje.

Alberto Miguéns

Nota: “Pato Bravo” – figurão “selvagem”, por que muito “activo” e vindo não se sabe de onde, que “aterra” no nosso quintal com “comida” preparada para gente laboriosa que trabalha com dedicação. Depois de “rapar” tudo e todos, parte veloz, provavelmente, para nunca mais ser avistado (e responsabilizado). Há muito “disto” no nosso Benfica!


1 comentários
  1. Obrigado senhor Alberto Miguéns e continue a demonstrar a sociedade o quão e enorme o S.L.Benfica!.. mesmo sendo roubado de NORTE a SUL por tudo e por todos.

    Viva o Benficaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...

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