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22 maio 2011

Como ele dizimou os nossos presidentes (II)

22 maio 2011 3 Comentários
OPINIÃO
             
Há que aproveitar esta paragem, entre 2010/11 e 2011/12 para reflectir sobre as nossas fraquezas.

É importante perceber como chegámos à situação actual, passando de Clube dominador para emblema dominado, e não é só no futebol.

Que clubes antes de 1982/83?
Quando Pinto da Costa (PdC) tomou posse como presidente da Direcção do FCP a diferença, entre FCP e “Glorioso” era abissal. O Benfica conquistara 24 Nacionais (mais 17 que os 7 do FCP), 20 Taças de Portugal (mais 12 que as 8 do FCP), 1 Supertaça (tantas quantas as do FCP) e 2 TCCE (o FCP tinha zero).

Troféus Oficiais (últimas dez épocas)
1972/73 a 1981/82
Clube
TOT
C.º Nac.
T.P.
S.T.
SLB
8
5
2
1
SCP
8
3
4
1
FCP
5
2
2
1


Nas últimas dez temporadas, antes de PdC ser eleito, entre 1972/73 e 1981/82, o SLB tinha conquistado oito troféus (incluindo 5 Nacionais) enquanto o FCP obtivera 5 (apenas dois Nacionais).

Presidência de Fernando Martins
(durante a presidência de Pinto da Costa)
Competições
Dif.
Totais
1982/83
1983/84
1984/85
1985/86
1986/87
Dif.
Totais
C.º Nacional
(+ 17)
SLB
SLB
FCP
FCP
--
(+ 17)
T. Portugal
(+ 12)
SLB
FCP
SLB
SLB
--
(+ 14)
Supertaça
(  =  )
SCP
FCP
SLB
FCP
FCP
(-   2)
TCCE
(+  2)
--
--
--
--
--
( + 2 )
Total
(+ 31)





6 6
(+ 31)


Durante a presidência de Fernando Martins vai esbater-se a superioridade do SLB em relação ao FC Porto. O Benfica que nos últimos anos conquistava o “dobro” passa a conquistar “o mesmo”.

 Presidência de João Santos
Compe-
tições
Dif.
Totais
1986/87
1987/88
1988/89
1989/90
1990/91
1991/92
Dif.
Totais
Camp.
Nacional
(+ 17)
SLB
FCP
SLB
FCP
SLB
FCP
(+ 17)
Taça de Portugal
(+ 14)
SLB
FCP
Bel
Est
FCP
Boa
(+ 13)
Supertaça
(-   2)
--
SCP
Gui
SLB
FCP
FCP
(-   3)
TCCE
(+  2)
FCP





(+  1)
Total
(+ 31)






5 8
(+28)


Tomada de Posse: 3 de Abril de 1987
Último dia na presidência: 19 de Maio de 1992
 
      João Santos (1914 – 2005)


Cada vez mais dificuldades… apesar do dinheiro
A ascensão do FC Porto, no tempo da presidência da Direcção de Fernando Martins, obrigou o Benfica a investimentos avultados para equilibrar o que os portistas conseguiam obter através dos “jogos de bastidores”. Manteve-se o equilíbrio, no Campeonato Nacional (três triunfos para cada clube nas seis épocas da gerência de João Santos, mas vantagem portista – com mais um triunfo em cada uma - nas outras três competições.
Ao contrário do que se faz passar, ainda na actualidade, em artigos de opinião escritos e charadas radiotelevisionadas, que não apresentam os valores, porque os desmascarariam, os dois mandatos – bienal (87-89) e trienal (89-92) – presididos por João Santos não foram um descalabro, antes pelo contrário, como ilustra o quadro. Teve foi custos económicos elevados, muito “por culpa” das Direcções anteriores (Fernando Martins) que deixaram PdC tomar conta do poder, com ele a por e dispor de tudo e todos (ainda que sem a dimensão actual…) Para conseguir manter o “taco-a-taco” com o portismo, houve que contratar futebolistas internacionais – portugueses e estrangeiros – muito superiores aos do FC Porto. Foi mais fácil “gastar ramos de dinheiro” que enfrentar, infiltrar e desmantelar o polvo azul-e-branco que se cimentava. Estamos a pagar com juros, quer a ingenuidade de Fernando Martins, quer o desinteresse de João Santos/ Gaspar Ramos, face a PdC.
Apesar das dificuldades internas (repondo equilíbrio, através da contratação de futebolistas internacionais de enorme valia) o “Glorioso” foi um dos melhores clubes europeus nas competições da UEFA. 

A “herança de conquistas” que João Santos deixou para o presidente seguinte, foi pior do que aquela que recebeu. E assim será, como se constatará, para as sucessivas presidências... até hoje.

Alberto Miguéns

          

3 comentários
  1. E com a maior alegria e satisfação que me revejo nestes artigos...

    Obrigado Alberto Miguéns e continue a alimentar os Benfiquistas com a verdade desportiva do SPORT LISBOA E BENFICA..

    Muito obrigado Alberto Miguéns

    Viva o Benficaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

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  2. '“obrigou” que fosse o financiador/ mecenas Jorge de Brito (vice-presidente de João Santos) a assumir, também, a presidência da Direcção, nas eleições de 1982 (24 de Abril).'
    1992, meu caro!
    Parabéns pelo magnífico trabalho e viva o Benfica!

    ResponderEliminar

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